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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Curso de Direito
RIO DE JANEIRO
2019.1
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Rio de Janeiro
West Shopping
2019.1
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RESUMO
SUMÁRIO
1. Introdução; 2. Desenvolvimento. 2.1 Princípios que regem a relação de locação; 2.2 A
lei 8.245/91 – locações; 2.3 A tutela provisória de acordo com o CPC/15; 2.4 As ações de despejo
e a aplicabilidade da tutela provisória; 2.5 A tutela provisória nas ações de despejo por falta de
pagamento; 3. Conclusão; Referências.
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1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho é uma proposta de estudo da Lei de Locações como forma de
proteção tanto do locatário quanto do locador. Serão enfocadas as questões pertinentes às ações
de despejo e as possibilidades de cabimento das tutelas provisórias.
A escolha do assunto se justifica por razões simples. Ao analisar a Lei do Inquilinato
constata-se a proteção do locatário em virtude de questões sociais, o que gerou o afastamento do
proprietário do mercado imobiliário. E mesmo com o aperfeiçoamento do diploma legal, o
proprietário ainda possui dificuldades para ser concedida uma ordem de despejo. A ação de
despejo possui requisitos específicos que merecem uma análise aprofundada.
O objetivo geral deste trabalho será realizar um estudo da aplicação das tutelas
provisórias nas ações de despejo. Já os objetivos específicos são: analisar os princípios que
fundamentam a Lei de Locações e suas características; caracterizar a tutela provisória e sua
aplicabilidade nas ações de despejo; e especificamente a tutela provisória nas ações de despejo
por falta de pagamento.
A metodologia utilizada para se proceder ao estudo em questão foi o levantamento
jurisprudencial sobre os pontos observados na análise, como os requisitos da ação de despejo, a
aplicabilidade da tutela provisória e as especificações da ação de despejo por falta de pagamento.
Para consecução destes fins, também foram utilizados estudos doutrinários.
O fato é que com o avanço do mercado imobiliário, avançam-se também os riscos a uma
ação de despejo em que o proprietário precisa recorrer ao judiciário para reaver o seu imóvel.
Sendo assim, a primeira seção deste artigo trata da análise dos princípios aplicados nas relações
locatícias. Logo em seguida, na segunda seção, trata-se do dispositivo legal, o qual prevê os
direitos e deveres das partes envolvidas nessa relação. Na terceira seção é examinado os
requisitos gerais das tutelas provisórias de maneira a compreender sua importância.
Posteriormente, na quarta seção é analisado a aplicabilidade da tutela provisória nas ações de
despejo. Então, na quinta e última seção são examinadas as especificações da tutela provisória
nas ações de despejo por falta de pagamento.
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2. DESENVOLVIMENTO
desse cenário temos o “princípio da obrigatoriedade da convenção" (pacta sunt servanda), que,
em casos de contrato de trato sucessivo – como é o caso da locação – por algum motivo
superveniente e desproporcional, o contrato pode ser revisado com fundamento na teoria da
imprevisão.
Consequentemente, temos o princípio da relatividade dos efeitos contratuais, o qual
dispõe que as estipulações do contrato só têm efeitos entre as partes contratantes, não atingindo
terceiros estranhos ao negócio jurídico. O princípio garante que os direitos e obrigações
assumidas em um contrato se limitam apenas aos contratantes.
Paralelo aos princípios que garantem os direitos individuais, temos os princípios sociais,
dentre eles, o princípio da função social do contrato. Nos contratos de locação, embora os
contratantes sejam livres para ajustar os termos do contrato, deverão agir sempre dentro dos
limites que se fazem necessários para evitar que o seu negócio prejudique injustamente terceiros
alheios ao contrato.
E para equilibrar a relação locatícia, destaca-se o princípio da boa-fé objetiva, que
determina a observância pelas partes de deveres de zelo, de cooperação e de confiança, tendo
com base a probidade. Este princípio está assentado no nosso Código Civil, em seu artigo 442,
que assevera a necessidade de manutenção de comportamento correto entre as partes. 1
Conclui-se então, que as partes estão amparadas não somente pelas disposições legais
que regem as relações locatícias, mas também pelos princípios da liberdade contratual, do pacto
sunt servanda, pela relatividade dos efeitos contratuais, pela função social do contrato e pela boa-
fé objetiva. São normas-princípios que orientam, sobretudo, o correto andamento, das relações
locatícias, tornando-as mais seguras.
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BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. 21 ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
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obriga a ceder, durante certo lapso de tempo determinado ou não, o uso e gozo de coisa
infungível.
Os contratos de locação estão inseridos nos contratos consensuais, já que dependem de
um acordo de vontades, independentemente de qualquer formalidade. Seus contratos são
classificados como bilaterais, pois geram obrigações para ambas as partes; onerosos, pois há
reciprocidade de direitos e deveres para os contratantes; comutativos, pois as partes conhecem
suas respectivas prestações; típicos, pois é forma contratual plenamente disciplinada em lei;
consensual, pois se dá pelo simples consentimento das partes; não formal, pois não exigem forma
preestabelecida em lei; e de trato sucessivo, pois se dá em certo período.
Sendo a locação conceituada como o contrato celebrado entre as partes, estes também
estão inseridos na Teoria Geral dos Contratos trazida pelo Código Civil, que consagra a função
social do contrato e a boa-fé objetiva. Observa-se, portanto, que o Código Civil busca uma
compatibilização do princípio da autonomia da vontade com o da igualdade, almejando um
equilíbrio da sociedade. Dentre os princípios que regem os contratos civis, pode-se destacar os
princípios da função social, da autonomia da vontade, da obrigatoriedade da convenção, da
relatividade das convenções e da boa-fé objetiva.
Com a introdução do princípio da função social do contrato no ordenamento jurídico, os
interesses individuais das partes do contrato devem ser exercidos em conformidade com os
interesses sociais, pois não pode haver conflito entre eles já que os interesses sociais são
prevalecentes. Enquanto que, o princípio da autonomia da vontade expressa a liberdade de
contratar. É com base nesse princípio que se é livre para contratar ou não, optar pelo tipo
contratual, pelo momento de se contratar, escolher o outro contratante e o conteúdo do contrato.
Por isso, a liberdade de contratar deve ser exercida em razão e nos limites da função social do
contrato, conforme preconiza o artigo 421 do Código Civil. 2
O princípio da obrigatoriedade da convenção é o princípio do pacto sunt servanda, em
que presentes os requisitos essenciais à validade do contrato, este se tornaria imperativo.
Contudo, atualmente, esse princípio se tornou relativo, pois as cláusulas contratuais ultrapassam o
interesse particular, buscando o equilíbrio da sociedade e da ordem jurídica. Como por exemplo,
cláusulas contratuais do contrato de locação que visam suprir o direito de preferência do locatário
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BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. 21 ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
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são consideradas nulas, pois a Lei 8.245/91 garante o direito de preferência do locatário em seu
artigo 273; a renúncia do direito de preferência é válida se for expressa.
Pelo princípio da relatividade das convenções entende-se que os contratos não obrigam
senão as partes contratantes, não vinculando terceiros. Salvo os casos em que terceiros são
atingidos pelos contratos. Já o princípio da boa-fé objetiva consagra a lealdade e a cooperação
entre as pessoas envolvidas nas relações obrigacionais, devendo os contratantes guardar os
princípios de probidade e boa-fé, como prevê o artigo 422 do Código Civil4.
Diante dos princípios consagrados nota-se uma valorização do aspecto social,
considerando como de importância suprema o impacto da vontade das partes no meio social.
Destaca-se, portanto, o princípio da função social do contrato e da boa-fé objetiva, que surtiu
efeitos nos demais princípios contratuais.
A Lei então se mostra relevante, pois tem vínculo direto com questões da moradia, do
trabalho e da propriedade. E com o intuito de amenizar os problemas sociais, o legislador sempre
buscou proteger o locatário, que é considerado o polo mais fraco na relação jurídica locador x
locatário, dando preferência ao direito à moradia em detrimento ao da propriedade com a
justificativa de que grande parte da população não tem acesso à propriedade.
Nesse sentido, cabe esclarecer que o direito à moradia consiste em ocupar um lugar
como residência preservando a intimidade pessoal e a privacidade familiar. O direito à moradia
não deve ser interpretado como direito simplesmente a um espaço físico para viver, a moradia
deve ser digna, observando critérios qualitativos básicos. E considerando a Constituição Federal,
que tutela somente a propriedade, pois esta tem função social, depreende-se que o direito à
moradia assume uma posição preferencial em relação ao direito de propriedade, pois a pessoa não
ter a propriedade de um bem imóvel, não significa que não tenha uma vida digna. Sendo assim,
observa-se a relevância da locação de imóveis residenciais e sua legislação.
Porém, ao longo do tempo pode-se perceber que a proteção ao locatário trouxe
consequências diversas, como por exemplo, a dificuldade em despejar o inquilino, o proprietário
se afastou do mercado imobiliário, não disponibilizando mais seus imóveis para a locação, sequer
investindo na construção de imóveis com essa destinação. O que, consequentemente, gerou a
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BRASIL. Lei nº 8.245, de 18 de outubro de 1991. Dispõe sobre as locações dos imóveis urbanos e os
procedimentos a elas pertinentes. 21 ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
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BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. 21 ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
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diminuição da oferta dos imóveis e o aumento no preço dos aluguéis. Percebeu-se então, que era
necessário o aperfeiçoamento do diploma legal adequando-o ao mercado imobiliário atual, como
ocorreu com a promulgação da lei 12.112/2009, que alterou a lei 8.245/91, tratando do
aperfeiçoamento das regras e procedimentos sobre locação de imóvel urbano.
Essa seria a função constitucional das tutelas provisória: a harmonização de tais direitos fundamentais
(segurança e efetividade) em tensão.5
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DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil. V.2. 10 ed. Salvador: Jus Podivm, 2015, p. 567.
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BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. 21 ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
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Ressalta-se que, o que justifica a tutela provisória de urgência é o perigo de dano, que é
concreto (certo), atual e grave. Além disso, o dano deve ser irreparável ou de difícil reparação.
Quanto à reversibilidade dos efeitos da decisão antecipatória, exige-se que os efeitos da tutela
antecipada sejam reversíveis, ou seja, que seja possível retornar-se ao status quo ante caso se
constate, no curso do processo, que deve ser alterada ou revogada.
A tutela de urgência antecipada pode ser requerida em caráter antecedente, em que é
requerida dentro do processo em que se pretende pedir a tutela definitiva, no intuito de adiantar
seus efeitos, mas antes da formulação do pedido de tutela final. E a sua estabilização requer os
seguintes pressupostos: (i) o requerimento do autor, no sentido de valer-se do benefício da tutela
antecipada antecedente; (ii) a ausência de requerimento, no sentido de dar prosseguimento ao
processo após eventual decisão concessiva de tutela antecipada; (iii) a prolação de decisão
concessiva da tutela antecipada em caráter antecedente; e (iv) a ausência de impugnação do réu.
Enquanto que a tutela de urgência cautelar requerida em caráter antecedente é aquela
requerida dentro do mesmo processo em que se pretende, posteriormente, formular o pedido de
tutela definitiva. Ressalta-se que o seu objetivo é adiantar provisoriamente a eficácia da tutela
definitiva cautelar e assegurar a futura eficácia da tutela definitiva.
Diante das dificuldades que podem surgir na diferenciação da tutela antecipada e da
tutela cautelar o CPC/15 prevê a fungibilidade dessas tutelas, como se pode observar no
parágrafo único do artigo 305, que determina que uma vez requerida a tutela cautelar em caráter
antecedente, caso o juiz entenda que sua natureza é antecipada, poderá assim recebe-la, desde que
seguindo o rito correspondente. 7
Trata-se assim, da hipótese de fungibilidade progressiva, ou
seja, da conversão da medida menos agressiva para a mais agressiva. Portanto, por analogia,
admite-se também, a fungibilidade regressiva, ou seja, da conversão da medida mais agressiva
(cautelar) para a menos agressiva (antecipada).
A tutela provisória de evidência é fundamentada pela demonstração de que as
afirmações de fato estejam comprovadas, tornando o direito evidente, como preconiza o art. 311,
caput, do CPC/15, que aduz que a tutela de evidência será concedida, independentemente da
demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo. 8
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BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. 21 ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
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BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. 21 ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
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A evidência é um fato jurídico processual que autoriza que se conceda uma tutela
jurisdicional mediante técnica de tutela diferenciada; é um pressuposto fático de uma técnica
processual para a obtenção da tutela. A evidência se caracteriza pela conjugação de dois
pressupostos, quais sejam, prova das alegações de fato e probabilidade de acolhimento da
pretensão processual. Na tutela de evidência é dispensada a demonstração de urgência ou perigo;
e tem por objetivo redistribuir o ônus que advém do tempo necessário para transcurso de um
processo e a concessão de tutela definitiva.
Há duas modalidades de tutela provisória de evidência: a punitiva e a documentada. A
punitiva é aquela que caracteriza o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito
protelatório da parte. E a documentada é aquela em que há prova documental das alegações de
fato da parte, que determinam a probabilidade de acolhimento da pretensão processual.
Quanto ao momento da concessão, a tutela provisória pode ser requerida liminarmente
nos casos em que a prova dos fatos e/ou o seu enquadramento normativo tem a consistência
necessária para permitir a providência in limine litis em favor do demandante. Pode ser requerida
na sentença, que neste caso haveria a cognição exauriente, com o objetivo em conferir eficácia
imediata à decisão, quebrando o efeito suspensivo do recurso. E também, pode ser requerida em
grau recursal, quando a sentença já foi proferida e o processo já está no tribunal, para que seja
deferida a imediata eficácia da sentença. Entende-se que a manifestação do requerido ocorrerá
quando não for o caso de concessão liminar, em que o magistrado deverá observar os princípios
do contraditório e ampla defesa. E tendo em vista que a tutela provisória de urgência, em caráter
antecedente, segue rito próprio, não é necessária a instauração de um incidente processual para
que se aprecie o pedido de tutela provisória incidental.
E quanto à decisão, o juiz deverá conceder a tutela provisória se presentes os
pressupostos de lei, e se ausentes, denegá-la. Trata-se de decisão interlocutória, uma vez que dá
seguimento àquela fase do procedimento em que foi proferida. Mas, pode ser também, um
capítulo de sentença, ou ainda uma decisão de relator ou por acórdão de tribunal. Ressalta-se que,
como preconiza o art. 298 do CPC/2015, na decisão em que o juiz concede, nega, modifica ou
revoga a tutela provisória, deverá justificar as razões do seu convencimento de modo claro e
preciso.9
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BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. 21 ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
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No caso da tutela antecipada há uma grande probabilidade da existência do direito alegado pela
parte, o que autoriza o despejo liminar.
Com a concessão do despejo liminar, há a antecipação dos efeitos da sentença, em
benefício da celeridade dos atos processuais e evitando o prejuízo irreparável ao autor em caso de
demora. Para tanto, faz-se necessário o depósito de caução no valor de três meses de aluguel. O
seu pedido deverá ser feito na inicial, em peça junto a ela ou até a citação do réu. O art. 59,
§1º e seus incisos da lei nº 8.245/91 dispõe os casos em que é permitida a liminar para a
desocupação, quais sejam, descumprimento de mútuo acordo; rescisão do contrato de trabalho;
término do prazo da locação para temporada; morte do locatário sem deixar sucessor;
permanência do sublocatário no imóvel, extinta a locação; reparações urgentes no imóvel,
determinadas pelo poder público; não apresentação de nova garantia locatícia; término do prazo
da locação não residencial; e falta de pagamento de aluguel.
A concessão da liminar, prevista no art. 59 da lei do Inquilinato, constitui uma medida
de proteção do prédio envolvido na ação, bem como adiantamento da execução, uma vez que
antecipa a proteção definitiva. Assim, mesmo que a concessão da liminar não esteja prevista na
generalidade dos casos, o juiz pode conceder a antecipação, contanto que estejam presentes os
requisitos específicos, pois é certo que não pode o legislador prever todas as hipóteses em que a
emergencialidade se faz presente, sendo que nestas hipóteses poderíamos nos valer do pedido de
tutela antecipada, para tentar buscar o direito que se pretende.
Isso não implica afirmar que há confronto entre lei geral, que é o Código de Processo
Civil, e a especial, Lei do Inquilinato, uma vez que somente há a aplicação da primeira nos casos
em que a última for omissa. Ora, verifica-se que a decisão para a concessão da tutela provisória
nas ações de despejo, vai além das hipóteses do art. 59, §1º da Lei 8.245/91. Sendo admitidas
outras hipóteses com fundamento no artigo 300 do CPC/15.
Nesse mesmo sentido pode-se observar o entendimento do Tribunal de Justiça do Estado
do Rio de Janeiro – RJ, que julgou que além das hipóteses previstas na Lei do Inquilinato, para
fins de concessão da medida liminar de despejo, deverão estar presentes os requisitos do artigo
300 do CPC/15, autorizadores da concessão da tutela antecipada, quais sejam, a prova inequívoca
e convencimento da verossimilhança, requisitos específicos, bem como o fundado receio de dano
irreparável ou de difícil reparação. 12
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(TJRJ, 2017)
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Conclui-se então, que com a consolidação produzida pelo CPC/15 no que diz respeito à
tutela provisória, o rol da lei de locação deixa de ser taxativo e deve ser considerado como
exemplificativo. A sistematização do novo Código de Processo Civil não se coaduna com a
morosidade, com procedimentos demasiados lentos, mas com a efetividade de direitos.
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BRASIL. Lei nº 8.245, de 18 de outubro de 1991. Dispõe sobre as locações dos imóveis urbanos e os
procedimentos a elas pertinentes. 21 ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
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(TJRJ, 2015)
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BRASIL. Lei nº 8.245, de 18 de outubro de 1991. Dispõe sobre as locações dos imóveis urbanos e os
procedimentos a elas pertinentes. 21 ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
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3. CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS
DIDIER, Fredie. Curso de direito processual civil. v.2. 10 ed. Salvador: Jus Podvm,
2015.
SANTOS, Adriano Barreto Espíndola. Os princípios que regem a relação locatícia. In:
Âmbito Jurídico, Rio Grande, XVII, n. 130, nov 2014. Disponível em: <http://ambito-
juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=15500>. Acesso em mar 2019.
SILVA, Ana Carolina Paiva e. O despejo sob a ótica das alterações na lei do inquilinato.
In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XV, n. 104, set 2012. Disponível em: <http://www.ambito-
juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=12191>. Acesso em mar 2019.