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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Colégio Recursal Central da Capital


Fórum João Mendes Júnior - 17º Andar, sala 1721, Centro -
CEP 01501-900, Fone: 2171-6315, São Paulo-SP
Processo nº: 0100899-06.2022.8.26.9000

Registro: 2022.0000061840

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Mandado de Segurança Cível nº


0100899-06.2022.8.26.9000, da Comarca de São Paulo, em que é impetrante BOA VISTA
SERVIÇOS S.A., são impetrados MM. JUIZO DE DIREITO DA 1ª VARA DO JUIZADO
ESPECIAL CÍVEL – VERGUEIRO, e FABIANA LACOMBE ABUUD.

ACORDAM, em sessão permanente e virtual da Primeira Turma Cível do Tribunal


de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão:Deram provimento aos recursos. V. U., de
conformidade com o voto do relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Juizes LUIS FERNANDO CIRILLO


(Presidente sem voto), DANIEL CARNIO COSTA E SWARAI CERVONE DE OLIVEIRA.

São Paulo, 8 de junho de 2022

Vitor Frederico Kümpel


Relator
Assinatura Eletrônica

Mandado de Segurança Cível nº 0100899-06.2022.8.26.9000


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0100899-06.2022.8.26.9000 - Fórum Central Juizado Especial Cível


ImpetranteBoa Vista Serviços S.a.
Impetrado, ImpetradoMM. JUIZO DE DIREITO DA 1ª VARA DO JUIZADO ESPECIAL
CÍVEL – VERGUEIRO,, FABIANA LACOMBE ABUUD

Mandado de Segurança - Decisão que


rejeitou o Agravo de Instrumento em face
de decisão anterior que havia julgado
deserto o Recurso Inominado -
recolhimento incompleto do preparo –
Deserção – Possibilidade de
complementação – Valor insignificante,
especialmente considerado o fim social
da ação, não deve preponderar sobre a
função pública desempenhada pela
Jurisdição – Complementação devida e
que deve ser oportunizada à parte -
Evidenciada intenção da parte em pagar o
preparo, não o fazendo por mero
equívoco. – Segurança Concedida.

BOA VISTA SERVIÇOS S.A


interpôs Mandado de Segurança contra ato da Ex. Senhora Doutora
Juíza Relatora da 1ª Vara do Juizado Especial Cível Vergueiro,

Mandado de Segurança Cível nº 0100899-06.2022.8.26.9000


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ora Dra. Mônica Soares Machado, a qual julgou o Recurso


Inominado interposto como deserto.
Em Mandado de Segurança (fls.
01/15), sustentou que interpôs Recurso Inominado contra a decisão
de Ação Indenizatória, movida pela parte autora, ora Sra. Fabiana
Lacombe Abuud,- aos autos do processo nº
1014043-76.2020.8.26.0006, a qual fora julgada parcialmente
procedente. Dessa forma, discorreu que o recurso fora julgado
deserto por recolhimento incompleto. Logo, diante deste, interpôs
recurso de Agravo de Instrumento nº 012197-67.2021.8.26.9000, o
qual fora negado o provimento, mantendo a decisão de deserção.
Assim, discorreu que a R. Decisão
mostrou-se, evidente em seu erro material, fato o qual fere o
acesso à justiça da Impetrante, visto que a mesma pagou e
comprovou as custas de preparo recursal no importe de R$302,13
(trezentos e dois reais e treze centavos) sob o 1% (um por cento)
do valor da causa e, R$145,45 (cento e quarenta e cinco reais e
quarenta e cinco centavos), sob 4% (quatro por cento) do valor da
condenação). Com isso, aduziu que apenas restou um valor
residual a ser complementado na monta de R$26,00 (vinte e seis
reais). Por fim, requereu que seja concedida a segurança para fins
de assegurar à impetrante o reconhecimento da ilegalidade da
decisão que não reconheceu o Recurso Inominado e, que sejam
determinado ao Agente Coator que conceda à parte impetrante

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prazo para a regularização do preparo, bem como, regular


processamento do Recurso Inominado.

É o relatório.
A segurança deve ser concedida.

Preliminarmente, deve se registrar


que o remédio constitucional do mandado de segurança,
instrumento processual destinado à proteção de direito líquido e
certo violado ou ameaçado de violação por ato ilegal de autoridade,
é admitido para o ataque de decisão judicial apenas em situações
excepcionais, ou seja, na ausência de recurso ou de via processual
adequada, prevista no ordenamento processual.
Logo, in casu, o recurso inominado
interposto pelo impetrante não foi admitido em razão da
inobservância quanto ao correto recolhimento do preparo recursal.
Em assim sendo, valeu-se de via recursal adequada e prevista na
legislação interpondo o agravo de instrumento nº
012197-67.2021.8.26.9000
Contudo, observa-se que o mandado
de segurança é cabível no sistema dos Juizados Especiais Cíveis,
em face da irrecorribilidade das decisões interlocutórias e do não
cabimento, em regra, do agravo de instrumento.
Assim, eis o prelecionado

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entendimento do Colendo Superior Tribunal de Justiça: "Súmula nº


376 - Compete a turma recursal processar e julgar o mandado de
segurança contra ato de juizado especial".

Pois bem.

Revendo posicionamento
anteriormente adotado, a Lei nº. 9.099/95 não prevê expressamente
a deserção em caso de preparo incompleto, e, ao caso concreto,
parece aplicável o constante no art. 1.007, § 2º do Código de
Processo Civil, na medida em que o Juizados Especiais Cíveis é
formado pela concentração dos atos processuais em claro prestígio
à celeridade.
"Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o
recorrente comprovará, quando exigido pela
legislação pertinente, o respectivo preparo,
inclusive porte de remessa e de retorno, sob
pena de deserção.
§2º A insuficiência no valor do preparo, inclusive
porte de remessa e de retorno, implicará
deserção se o recorrente, intimado na pessoa de
seu advogado, não vier a supri-lo no prazo de 5
(cinco) dias".

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De outro turno, de acordo com o


Enunciado nº 80, do FONAJE: "O recurso inominado será julgado
deserto quando não houver o recolhimento integral do preparo e
sua respectiva comprovação pela parte, no prazo de 48 horas, não
admitida a complementação intempestiva".

No entanto, o entendimento firmado


pelo enunciado supracitado não se merece prosperar.

Eis que, de fato, a Impetrante


depositou quantia menor. Contudo, ocorre que a deserção do
recurso pelo recolhimento insuficiente das custas postais, ainda que
devida, se torna ínfima, visto que o valor insuficiente é de apenas
R$26,00 (vinte e seis reais). Logo, a ausência de preparo de
recurso correspondente a valor insignificante, especialmente
considerado o fim social da ação, não deve preponderar sobre a
função pública desempenhada pela Jurisdição (REsp n. 89.151/SP,
Rel. Min. Gilson Dipp, DJ de 10.05.1999 p. 199)

Note-se ademais, que resta


evidenciado pelos documentos acostados aos autos que a
ausência do recolhimento das custas postais decorre da
inobservância do item 12, alínea "c" do Comunicado 1530/2021 da
Egrégia Corregedoria Geral de Justiça que passou a prever que

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"No sistema dosJuizados Especiais, em caso de interposição do


Recurso Inominado, [...] o preparo corresponderá: [...] c) às
despesas processuais referentes a todos os serviços forenses
eventualmente utilizados (despesas postais, diligências do Oficial
de Justiça, taxas para pesquisas de endereço nos sistemas
conveniados, custas para publicação de editais, etc)"

Não se discute nestes autos a


necessidade do recolhimento integral das custas devidas, haja vista
tratar-se de matéria de direito público que por seu turno não pode
ser afastada. Todavia, considerado que o comunicado em tela é
datado de 16/07/2021, parece de bom alvitre afastar a aplicação do
enunciado 80 do FONAJE, ao caso concreto, para autorizar apenas
o complemento das custas atinentes às despesas inseridas pelo
item 12, alínea c do comunicado 1530/2021 da ECGJ.
A complementação das despesas
judiciais fora do prazo legal deve ser autorizada, para efeito de
descaracterizar a deserção, quando o recorrente apresentar
justificativa plausível para pagamento a menor, quando o valor total
devido for, por si só, insignificante ou quando diferença faltante for
considerada ínfima em relação ao total devido a titulo de preparo.
(AgR-Ag n. 137.548/SP, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito,
DJ de 13.10.1997 p. 51584).

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Por tudo, diante do entendimento


do C. STJ, admitia-se a complementação do preparo em hipóteses
de mera insuficiência, sobretudo nas quais a diferença entre o valor
devido e o efetivamente recorrido fosse irrisório ou insignificante,
fato o qual ocorreu e se deu motivo para esta discussão. Nesse
sentido:

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO


ESPECIAL. PRELIMINAR DE DESERÇÃO.
RECOLHIMENTO DO PORTE DE REMESSA E
RETORNO E AUSÊNCIA DE PAGAMENTO DAS
CUSTAS LOCAIS. COMPLEMENTAÇÃO DE
PREPARO EFETUADA. EXECUÇÃO POR
TÍTULO EXTRAJUDICIAL. SISTEMÁTICA
ANTERIOR À LEI N. 11.382/2006.
CONVERSÃO DA EXECUÇÃO PARA ENTREGA
DE COISA EM EXECUÇÃO DE QUANTIA
CERTA. EXECUÇÃO DA OBRIGAÇÃO
SUBSTITUTIVA. NECESSIDADE DE NOVA
CITAÇÃO DO EXECUTADO, SENDO-LHE
FACULTADA, APÓS A GARANTIA DO JUÍZO, O
OFERECIMENTO DE EMBARGOS, OS QUAIS
PODEM DISCUTIR INCLUSIVE A ORIGEM DA
DÍVIDA (ART. 745 DO CPC, NA REDAÇÃO

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ANTERIOR). RECURSO ESPECIAL PROVIDO.


PRECEDENTES. 1. O preparo recursal
compreende o recolhimento de todas as verbas
previstas em norma legal, indispensáveis ao
processamento do recurso (custas, taxas, porte
de remessa e retorno etc.). Nesse contexto,
admite-se a "complementação do preparo",
mesmo em período anterior à edição da
Lei n. 9.756/1998 - que acrescentou o § 2º ao art.
511 do CPC -, quando recolhida, ainda que
parcialmente, alguma das verbas que compõem
o preparo e não recolhidas integralmente as
demais. 2. No caso concreto, recolhido
integralmente o "porte de remessa e retorno" e
ausente o pagamento das "custas judiciais"
devidas na origem para o processamento
do recurso especial, tem-se como correto o
posterior recolhimento das referidas custas a
título de complementação de preparo, na forma
do art. 511, § 2º, do CPC, o qual se aplica,
também, aos recursos dirigidos ao Superior
Tribunal de Justiça.
Precedentes do STJ e do STF. 3. Anteriormente
à Lei n. 11.382/2006, que alterou o art. 736 e

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revogou o art. 737, II, do CPC, os embargos à


execução de entrega de coisa certa ou incerta
eram cabíveis apenas depois de efetuado o
depósito da coisa pelo executado. 4. Na
execução por título extrajudicial para a entrega
de coisa, uma vez frustrada a entrega ou o
depósito do bem, podia o exequente requerer sua
conversão em execução por quantia certa,
caracterizando o que a doutrina denomina de
"execução de obrigação substitutiva", na forma
do art. 627, caput, do CPC. 5. Após garantido o
juízo na execução por quantia certa (execução de
obrigação substitutiva), permite-se o
oferecimento de embargos de devedor, nos quais
é possível discutir qualquer matéria que seria
lícito ao executado deduzir como defesa,
inclusive a origem do débito do qual decorreu a
frustrada execução para a entrega de coisa.
Inteligência do art. 745 do CPC, na redação
anterior à Lei n. 11.382/2006. 6. O Tribunal a quo,
ao limitar a amplitude dos embargos apenas ao
excesso de execução, cerceou o exercício do
contraditório e da ampla defesa. 7. Preliminar de
deserção afastada e recurso especial provido.

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(STJ - REsp: 844440 MS


2006/0091787-6, Relator: Ministro ANTONIO
CARLOS FERREIRA, Data de Julgamento:
06/05/2015, CE - CORTE ESPECIAL, Data de
Publicação: DJe 11/06/2015)

"Preparo insuficiente. Possibilidade de


complementação. Valor irrisório. Admite-se
seja dada oportunidade à parte para
completar o preparo quando a quantia for
irrisória ou insignificante" (REsp n.
243.760/SP, Rel. Ministro EDUARDO RIBEIRO,
TERCEIRA TURMA, DJ de 15.5.2000). (grifei).

"Recurso (apelação). Preparo (porte de retorno).


Falta (insignificância). Deserção (inocorrência). 1.
Há, nos registros do Superior Tribunal,
precedentes segundo os quais 'a insuficiência do
preparo não conduz à deserção' (por todos,
REsp-196.988, DJ de 3.5.99). 2. Também há
precedentes nos quais, tratando-se de falta
insignificante (em caso de porte de retorno), não
se reconheceu a deserção (por todos,
REsp-211.614, DJ de 23.8.99). 'A insuficiência no

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valor do preparo implicará deserção, se o


recorrente, intimado não vier a supri-lo no prazo
de cinco dias' (§ 2º do art. 511 do Cód. de Pr.
Civil, introduzido pela Lei nº 9.756/98). 3. Em
decorrência, entendeu a 3ª Turma, por maioria de
votos, que o recolhimento a destempo do porte
de retorno (equivalente a R$ 9,83) 'é insuficiente
para determinar a deserção do apelo'
(REsp-211.614). 4. Recurso especial conhecido e
provido, a fim de que na origem se retome o
julgamento da apelação" (REsp n. 202.682/RJ,
Rel. Ministro NILSON NAVES, TERCEIRA
TURMA, DJ de 28.8.2000).

Por esses motivos, pelo meu voto,


CONCEDO A SEGURANÇA para o fim autorizar a
complementação do preparo, nos autos do processo
nº1014043-76.2020.8.26.0006.

VITOR KÜMPEL
Juiz Relator

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