ESTA014-17 Sistemas CAD/CAM

Planejamento Integrado
Centro de Engenharias e Ciências Sociais Aplicadas (CECS)
Engenharia de Instrumentação, Automação e Robótica
Crhistian Raffaelo Baldo, Prof. Dr. Eng. Mec.
crhistian.baldo@ufabc.edu.br
JIT - Produção no Tempo Exato
A filosofia de produção no tempo exato - just in time - originou-se nos Estados Unidos, mas foi
implementada em larga escala em 1953, na TMC no Japão para eliminar desperdício de materiais,
máquinas, capital, mão de obra e inventário em todo o sistema de manufatura. O conceito tem os
seguintes objetivos:
• Receber suprimentos (materiais) JIT de serem utilizados
• Produzir peças JIT de serem transformados em subconjuntos
• Produzir subconjuntos JIT de serem montados em produtos acabados
• Produzir e entregar produtos acabados JIT de serem comercializados
O conceito constitui um sistema puxado em que as peças são produzidas por pedido (ordem) e a
produção é ajustada à demanda para a montagem final de produtos (inventário/estoque zero). O
conceito exige que operações e recursos que não agregam valor sejam eliminados, assim como
fornecedores confiáveis, cooperação estreita com distribuidores, logística confiável, etc.
JIT - Produção no Tempo Exato
JIT - Benefícios Potenciais
• Inventários reduzidos (fluxo de bens do depósito às prateleiras melhorado)
• Qualidade melhorada
• Requisitos de espaço de estocagem reduzidos
• Tempos de preparação e atravessamento encurtados
• Flexibilidade ampliada
• Custos de produção reduzidos (refugos, defeitos e estoques diminuídos)
• Produtividade ampliada (escalonamento da produção sincronizado com a demanda)
• Taxa de utilização de máquinas ampliada
• Foco nas relações com fornecedores ampliada
• Faturamento da corporação ampliado
• Eficiência da manufatura ampliada (mão de obra qualificada e polivalente)
JIT - Problemas de Implementação
• Suporte da alta direção da corporação deficiente
• Comprometimento de todos os níveis de gestão exigido
• Qualificação formal dos empregados deficiente
• Inércia cultural (resistência à mudança)
• Comunicação na corporação deficiente (sobre os benefícios)

• JIT aplica-se fundamentalmente a operações repetitivas

• JIT depende da cooperação e confiança
JIT - KANBAN
É preciso distinguir a filosofia JIT do sistema de manufatura que lhe é
intrínseco. Como forma de sistema de produção, o JIT é representado pelo
KANBAN, que é, na prática, representado por um conjunto de fichas que
ditam o que produzir em cada posto de trabalho da manufatura.

O leiaute do sistema pode ser do tipo oficina, celular, ou mesmo linha. O que
importa, no caso, é a filosofia de produção, que passa a ser "puxada" pelo
processo cliente (que usa o resultado da produção de determinados postos
que lhe servem).
JIT - KANBAN
Manufatura / Indústria 4.0
Em termos de pesquisa e inovação tecnológica, o conceito de Manufatura 4.0
ou Manufatura Avançada é sem dúvida o próximo ponto de parada da
indústria. A chamada 4ª Revolução Industrial tem o objetivo de criar fábricas
inteligentes utilizando conceitos e tecnologias como: Internet das Coisas (IoT),
big data, sistemas ciberfísicos, entre outros. Altamente necessária para a
implantação deste conceito fabril é a integração da informação através de
sistemas inteligentes, onde as máquinas têm capacidade de se comunicar
com as outras e a informação é disseminada de maneira completa.
Projeto e Manufatura Verde - DfE / DfR
Projeto e Manufatura Verde - Exemplo
• Nos Estados Unidos, 9 milhões de automóveis de passeio, 300 milhões de
pneus, 670 milhões de lâmpadas compactas e 5 bilhões de quilogramas de
produtos (resíduos) plásticos são descartados todos os anos. A cada três
meses, indústrias e consumidores descartam alumínio suficiente para
reconstruir a frota aérea comercial dos Estados Unidos.
• Perceba que o termo “descarte” implica que o produto atingiu o fim de
sua vida útil; mas não necessariamente significa que eles sejam materiais
inúteis destinados a aterros sanitários.
Projeto e Manufatura Verde - Resíduos
• Cavacos provenientes de processos de usinagem (remoção de material)
• Resíduos das operações de conformação de chapas e moldagem
• Escórias provenientes de operações de fundição (aciaria) e soldagem
• Aditivos utilizados em operações de moldagem em areia
• Materiais tóxicos utilizados em vários produtos
• Lubrificantes e líquidos refrigerantes utilizados em operações de usinagem
• Líquidos de processos como tratamento térmico e galvanização
• Solventes utilizados em operações de limpeza
• Poluentes de fornos e gases resultantes da queima de combustíveis fósseis
Projeto e Manufatura Verde - Efeitos

• Aquecimento global
• Gases do efeito estufa
• Chuva ácida
• Destruição da camada de ozônio
• Resíduos perigosos
• Poluição do ar e água
• Contaminação do lençóis freáticos
Projeto e Manufatura Verde - Dicas
• Reduzir desperdício de materiais pelo refinamento do projeto, redução da
quantidade de materiais usados nos produtos e seleção de processos de
fabricação que reduzam a quantidade de sucata.
• Reduzir o uso de materiais perigosos em produtos e processos e analisar
tecnologias que produzem produtos e subprodutos seguros e ecológicos.
• Implementar melhorias em métodos de reciclagem, reúso de materiais e
tratamento de resíduos.
• Economizar energia e, sempre que possível, promover o uso de fontes de
energia renováveis.
PERT / CPM - Introdução
Os métodos PERT (Programa de Avaliação e
Técnica de Revisão) e CPM (Método do
Caminho Crítico) foram criados na década
de 1950. O PERT foi desenvolvido pela
marinha norte-americana com o propósito
de controlar o tempo e a execução de
tarefas realizadas pela primeira vez. O CPM
foi criado pela empresa norte-americana
DuPont com o objetivo de realizar paradas
de manutenção no menor prazo possível e
com o nível constante de uso dos recursos.
PERT / CPM - Exemplo
Trocar um pneu furado de um Fiat Uno
• Tirar o paletó
• Abrir o compartimento do motor
• Abrir o compartimento de bagagem
• Tirar o macaco do compartimento de bagagem
• Pegar o jogo de ferramentas
• Pegar a chave e afrouxar os parafusos da roda
• Colocar o macaco
• Levantar o carro
• Retirar os parafusos da roda
• Tirar a roda
• Rodar a roda até o local do capô
• Retirar o estepe do capô
• Colocar o pneu furado no lugar
• Rodar o estepe até a roda
• Colocar o estepe no eixo
• Colocar os parafusos
PERT / CPM - Introdução
Os métodos PERT (Programa de Avaliação e
Técnica de Revisão) e CPM (Método do
Caminho Crítico) foram criados na década
de 1950. O PERT foi desenvolvido pela
marinha norte-americana com o propósito
de controlar o tempo e a execução de
tarefas realizadas pela primeira vez. O CPM
foi criado pela empresa norte-americana
DuPont com o objetivo de realizar paradas
de manutenção no menor prazo possível e
com o nível constante de uso dos recursos.
Exemplo:
Um torno apresenta defeitos na árvore e na
bomba de lubrificação e é preciso corrigir
tais defeitos.
O que fazer?
PERT / CPM - Exemplo Ilustrativo
1) Listam-se as tarefas, dependências e
tempos em uma sequência lógica:
2) Constrói-se o diagrama com base nas
informações listadas:
Caminho Crítico
É um caminho percorrido através dos
eventos cujo o somatório dos tempos
condiciona a duração do trabalho. Por
meio do caminho critico obtém-se a
duração total do trabalho e folga das
tarefas que não controlam o término
do trabalho.
No diagrama há três caminhos que
levam do evento 0 ao evento 5:
a) A B D F duração de 11 h
b) A C E F duração de 09 h
c) A B E F duração de 10 h
Há um caminho com duração superior
aos demais, que condiciona a duração
do projeto: o caminho critico.
PERT / CPM - Programação das Atividades
• A programação das atividades na técnica consiste em determinar em que
tempo uma atividade deve começar e terminar.
• A princípio, o tempo inicial de uma atividade deveria ser igual ao tempo
final da atividade precedente.
• No entanto, atividades que possuem duas ou mais atividades precedentes
necessitam que todas as atividades precedentes estejam concluídas para
então dar início à atividade em questão.
• Já para as atividades não críticas, o tempo inicial não precisa ser igual ao
tempo final da sua atividade precedente, uma vez que esta possui folga.
PERT / CPM - Programação das Atividades
• A técnica PERT / CPM utiliza quatro variáveis para formalizar o raciocínio
descrito, que são:

ES Tempo Inicial Mais Cedo Earliest Start

EF Tempo Final Mais Cedo Earliest Finish
LS Tempo Inicial Mais Tarde Last Start
LF Tempo Final Mais Tarde Last Finish

• De posse dessas variáveis, as seguintes regras podem ser definidas:

PERT / CPM - Programação das Atividades
Regra do ES * tempo inicial mais cedo
O tempo inicial mais cedo ESi de uma atividade i é igual ao maior tempo final mais cedo Efj das atividades precedentes j.

ESi = max (EFj)

Regra do EF * tempo final mais cedo
EFi = ESj + Di
Di é a duração da atividade i
Regra do LS * tempo inicial mais tarde
LSi = LFj – Di
Regra do LF * tempo final mais tarde
O tempo final mais tarde LFi de uma atividade i é igual ao menor tempo inicial mais tarde LSk das atividades sucessoras k.

LFi = min (LSk)

S (folga) = LFi - EFi = LSi - ESi

I F
I F

0 1
A
I F

1 4
B
0 1
A
I F

1 4
B
0 1
A
1 3
C
I F

1 4 4 7
B D
0 1
A
1 3
C
I F

1 4 4 7
B D
0 1
A
1 3 4 6
C E
I F

1 4 4 7
B D
0 1 7 11

A F
1 3 4 6
C E
 Caminho 1: A – B – D – F 11 h
Caminho 2: A – C – E – F 09 h
Caminho 3: A – B – E – F 10 h

I F

1 4 4 7
B D
0 1 7 11

A F
1 3 4 6
C E
 Caminho 1: A – B – D – F 11 h
Caminho 2: A – C – E – F 09 h
Caminho 3: A – B – E – F 10 h

I F

1 4 4 7
B D
0 1 7 11

A F
1 3 4 6
C E
 Caminho 1: A – B – D – F 11 h
Caminho 2: A – C – E – F 09 h
Caminho 3: A – B – E – F 10 h

I F

1 4 4 7
B D
0 1 7 11
1 4 4 7
A F
1 3 4 6
0 1 7 11
C E
 Caminho 1: A – B – D – F 11 h
Caminho 2: A – C – E – F 09 h
Caminho 3: A – B – E – F 10 h

I F

1 4 4 7
B D
0 1 7 11
1 4 4 7
A F
1 3 4 6
0 1 7 11
C E
5 7
 Caminho 1: A – B – D – F 11 h
Caminho 2: A – C – E – F 09 h
Caminho 3: A – B – E – F 10 h

I F

1 4 4 7
B D
0 1 7 11
1 4 4 7
A F
1 3 4 6
0 1 7 11
C E
3 5 5 7
 I F

1 4 4 7
B D
0 1 7 11
1 4 4 7
A F
1 3 4 6
0 1 7 11
C E
3 5 5 7

ES Duração EF LS LF Folga
A 0 1 1 0 1 0
B 1 3 4 1 4 0
C 1 2 3 3 5 2
D 4 3 7 4 7 0
E 4 2 6 5 7 1
F 7 4 11 7 11 0

Caminho Crítico A – B – D – F = 11 h
PERT / CPM - Incerteza das Atividades
• A duração de cada atividade na prática pode ser distinta daquela prevista
na elaboração do projeto, pois existem muitos fatores que podem adiantar
ou atrasar a duração, como a escassez ou abundância de recursos devido a
variações abruptas de indicadores econômicos, intempéries climáticas...
• A fim de se conseguir um planejamento mais confiável, faz-se necessário
considerar no modelo de incertezas sobre a duração de cada atividade. Na
metodologia PERT, a duração de cada atividade é considera uma variável
aleatória com alguma distribuição de probabilidade (beta).
PERT / CPM - Incerteza das Atividades
m estimativa mais provável da duração de uma atividade most likely estimate
o estimativa otimista da duração de uma atividade optimistic estimate
p estimativa pessimista da duração de uma atividade pessimistic estimate

μ = (o + 4m + p) ÷ 6 -- média (tempo esperado)

σ = (p - o) ÷ 6 -- desvio padrão
 PERT / CPM - Exercício em Sala
Atividade Descrição Precedente Duração Suponha que uma empreiteira
A Escavação - 2 ganhou uma concorrência de R$
B Fundação A 4 5,4 milhões para construir uma
C Paredes B 10
planta industrial. O contrato inclui:
D Telhado C 6
• uma penalidade de R$ 300 mil se
a empreiteira não completar a
E Encanamento exterior C 4
construção em 47 semanas
F Encanamento interior E 5 • um bônus de R$ 150 mil se a
G Muros D 7 empreiteira completar a
H Pintura exterior E,G 9 construção em 40 semanas
I Instalação elétrica C 7 A empreiteira elaborou a lista de
atividades (duração, em semanas)
J Divisórias F,I 8
ilustrada ao lado. A duração para
K Piso J 4 execução linear da obra é 79.
L Pintura interior J 5 Construa o diagrama, determine
M Acabamento exterior H 2 todos os tempos (cedo e tarde) e
N Acabamento interior K,L 6 indique o caminho crítico.