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Ministério da Educação

Universidade Federal de Alfenas


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EDITAL PRACE No 005/2019


Prova de Seleção
Caderno de Questões

As Questões de 1 a 4 referem-se ao Decreto No 7.234, 4. Prioritariamente, devem ser atendidos(as) estudan-


de 19 de julho de 2010, que dispõe sobre o Plano Na- tes com as seguintes características:
cional de Assistência Estudantil – PNAES.

1. São contempladas pelo PNAES as seguintes insti-


tuições, exceto

(a) Universidade Federal do Estado do Rio de Ja-


(a) oriundos(as) da rede pública de educação bá-
neiro (UniRio).
sica ou com renda familiar per capita de até um
(b) Universidade Estadual de Campinas (Uni- salário mínimo e meio, sem prejuízo de demais
camp). requisitos fixados pelas instituições federais de
(c) Instituto Federal Sul de Minas Gerais (IFSUL- ensino superior.
DEMINAS).
(d) Centro Federal de Educação Tecnológica de Mi-
(b) oriundos(as) da rede pública de educação básica
nas Gerais (CEFET-MG).
ou com renda familiar per capita de até um sa-
(e) Universidade de Brasília (UnB), lário mínimo e meio, sendo vedada a definição
de requisitos fixados pelas instituições federais
2. São objetivos do PNAES, exceto de ensino superior.

(a) democratizar as condições de permanência de


jovens na educação superior pública federal. (c) apenas oriundos(as) da rede pública de educa-
(b) minimizar os efeitos das desigualdades sociais e ção básica.
regionais na permanência e conclusão da educa-
ção superior.
(c) reduzir as taxas de retenção e evasão. (d) apenas com renda familiar per capita de até um
salário mínimo e meio.
(d) contribuir com políticas de redistribuição de
renda.
(e) contribuir para a promoção da inclusão social (e) oriundos(as) da rede pública de educação básica
pela educação. ou com renda familiar per capita de até dois sa-
lários mínimos, sem prejuízo de demais requisi-
3. As ações de assistência estudantil deverão ser desen- tos fixados pelas instituições federais de ensino
volvidas nas seguintes áreas, exceto superior.

(a) inclusão digital.


(b) apoio pedagógico.
(c) transporte.
(d) acesso, participação e aprendizagem de estudan- As Questões de 5 a 12 referem-se à Resolução No 41
tes com deficiência, transtornos globais do de- do Conselho Universitário, de 19 de julho de 2018, que
senvolvimento e altas habilidades e superdota- aprova o regimento interno da Pró-Reitoria de Assun-
ção. tos Comunitários e Estudantis (Prace) da UNIFAL-
(e) apoio financeiro para atividades de ensino, pes- MG e dá outras providências, e suas aplicações na con-
quisa e extensão. juntura atual.

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5. A Assistência Estudantil no contexto universitário (c) a convocação de reuniões cabe exclusivamente
da UNIFAL-MG é compreendida como ao(à) Pró-Reitor(a).

(a) dever do Estado, inserida em políticas públicas (d) delibera sobre o percentual de orçamento insti-
de desenvolvimento e assistência social. tucional a ser destinado à Prace.
(b) política institucional visando a arraigar gradu- (e) delibera sobre as diretrizes, a política e os pro-
andos para fins de redução no número de vagas gramas de assuntos estudantis de competência
ociosas. da Prace em consonância com a legislação vi-
gente.
(c) dever do Estado e direito do cidadão à educação
consoante Constituição Federal.
9. Constitui a Prace as seguintes unidades, exceto
(d) política de formação de mão de obra qualificada
para o mercado de trabalho.
(a) Conselho Técnico.
(e) todas as anteriores.
(b) Departamento de Educação Nutricional e Die-
6. É princípio da Prace tética.

(a) a corresponsabilidade entre iniciativa pública e (c) Coordenadorias de Assuntos Estudantis (CAE)
privada no financiamento da Educação. dos campi Fora de Sede.
(b) a participação dos(as) estudantes na formula- (d) Secretaria.
ção, monitoramento e avaliação das ações de (e) Departamento de Inclusão e Direitos Humanos.
Assistência Estudantil.
(c) o sigilo na utilização dos recursos públicos e dos 10. Em relação ao Departamento de Assistência Priori-
critérios para acesso à Assistência Estudantil. tária da Prace, é incorreto afirmar que
(d) o reconhecimento do mérito como valor ético
central. (a) é setor responsável pelo planejamento, execução
(e) o poder aristocrático institucional. e avaliação do conjunto de ações e serviços que
visam à redução das desigualdades sociais e a
7. São objetivos da Prace, exceto inclusão social na educação superior.

(a) intervir em questões decorrentes de vulnerabili- (b) tem como modus operandi a oferta de condições
dades em razão de condições socioeconômicas, adequadas de alimentação, moradia e trans-
deficiências, transtornos, étnico-raciais, orienta- porte.
ção sexual e identidade de gênero, desigualdades (c) visa a garantir o desenvolvimento de atividades
regionais, dentre outros. acadêmicas, a permanência no curso e a conclu-
(b) estimular a formação integral dos(as) estudan- são deste.
tes mediante ações que possibilitem reflexões (d) visa à igualdade de renda através de distribui-
crítico-criativas nos aspectos acadêmico, cultu- ção equitativa de bolsas estudantis.
ral, esportivo, artístico, político, científico e tec-
nológico. (e) todas as afirmativas acima são incorretas.
(c) articular ações entre os diferentes órgãos e se-
tores da Universidade para políticas de inclu- 11. São ações prioritárias do Departamento de Promo-
são, de garantia da acessibilidade, da igualdade ção e Prevenção
étnico-racial e de gênero, respeito à diversidade
sexual e formação da cidadania. (a) ações de enfrentamento de estereótipos de gê-
nero, étnico-racial, religioso, de origem, de
(d) fortalecer o diálogo com a representação estu-
idade, de orientação sexual, de identidade de
dantil, a área acadêmica e a sociedade civil.
gênero (LGBT), e de situação social, econômica
(e) desenvolver ações de desenvolvimento pedagó- e cultural.
gico para estudantes da rede pública de ensino
médio e básico regional, promovendo a inclusão (b) ações de esporte, cultura, lazer e saúde a fim
social pelo acesso universal ao ensino superior. de garantir qualidade de vida e integração ao
discente.
8. Em relação ao Colegiado de Assuntos Estudantis da
(c) ações que visam à redução das desigualdades
Prace é correto afirmar que
sociais e à inclusão social.
(a) o(a) Pró-Reitor(a) da Prace é seu presidente, (d) ações pedagógicas, acadêmicas e psicossociais
com direito a voz e voto em primeira instância visando à permanência e à conclusão do curso.
a cada pauta.
(e) promover eventos culturais para as comunida-
(b) sua composição é paritária sobre o número de des universitária e externa.
estudantes.

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12. Em relação ao Departamento de Apoio e Acompa- (e) Mudanças radicais históricas e contextuais de-
nhamento é correto afirmar que vem ser observadas na prevenção e no trata-
mento dos sofrimentos psíquicos.
(a) divulga formulário online de Apoio e Acompa-
nhamento Psicológico e Pedagógico como única 14. Naomar Almeida Filho é psiquiatra, mestre em
estratégia de porta de entrada para usufruto de Saúde Pública e doutor em Epidemiologia. Dentre
serviços de assistência psicológica. suas diversas contribuições para a área da saúde co-
(b) fornece dados psicológicos de estudantes para letiva e afins, encontra-se sua proposição de modelo
fins de se estabelecer critérios para distribuição teórico de modo de vida como determinante de do-
de benefícios financeiros. enças crônicas não transmissíveis (DCNT). O texto
transcrito abaixo apresenta trechos que apresentam
(c) contempla acompanhamento psiquiátrico de es-
tal modelo.
tudantes, prescrevendo medicamentos e outras
terapias individualizadas em nível terciário de Vimos acima como a sociologia funcionalista pro-
prevenção. piciou a estruturação de modelos psicossociais de
saúde, posteriormente incorporando a questão do
(d) estimula a integração do(a) estudante ao con-
"estilo de vida" e das desigualdades sociais e as teo-
texto universitário, levando em consideração os
rias do capital social em saúde. Avaliamos também
aspectos pedagógicos, acadêmicos e psicossoci-
modelos baseados em conceitos-chave do marxismo
ais.
clássico: processo de trabalho e estrutura de classes
(e) estabelece prioridade de atendimento conside- da sociedade. A partir dessa análise, identificamos
rando a demanda por ordem de chegada. importantes lacunas teóricas no que diz respeito aos
domínios simbólico e da cotidianidade que deman-
13. A compreensão do processo de sofrimento psíquico dam uma alternativa conceitual que se pode chamar
deve observar a análise do momento histórico vivido de "teoria do modo de vida e saúde". Como subsí-
pelo sujeito. O caráter social da doença e do adoe- dio para a construção teórica proposta, mostramos
cimento foge à concepção ideológica da classe domi- como o conceito "modo de vida" se articula à teoria
nante que situa a doença no âmbito da biologia in- social marxista e discutimos propostas de conceitua-
dividual que naturaliza o processo de saúde-doença, lização análogas e paralelas à teoria do modo de vida
culpabilizando o sujeito por seu adoecimento e reti- e saúde, especialmente a "teoria dos signos, signi-
rando seu caráter social. O entendimento do cará- ficados e práticas de saúde" de Bibeau e Corin e a
ter biopsicossocial deste processo, compreendendo-o abordagem das "práticas de saúde" de Mário Testa.
na coletividade, engloba a materialidade do sujeito,
seus processos biológicos, a historicidade, uma vez Um modelo teórico da determinação social das Do-
que o desenvolvimento biológico do ser humano é enças Crônicas Não-Transmissíveis com base na re-
mediado pelo social. lação modo de vida e saúde não se constrói pela ne-
gação das contribuições das diferentes teorias soci-
Fonte: ARAÚJO, Crislaine L. Vivências Aca- ais da saúde. Ao contrário, devemos buscar uma
dêmicas e Desenvolvimento Humano. Pro- incorporação dos principais elementos dos quadros
grama de Pós-Graduação em Educação. Alfenas: teóricos aqui revisados para formar uma estrutura
UNIFAL-MG, 2018. explicativa mais avançada. Assim, a partir da ar-
Considerando o exposto pela autora, assinalar a afir- ticulação dos três circuitos dialéticos fundamentais
mativa incorreta. para a compreensão do processo saúde-enfermidade-
atenção nas sociedades concretas (o trabalho, a re-
(a) A intervenção psiquiátrica e farmacológica, sem produção social e o modo de vida) apresentamos a
incutir no sujeito responsabilidade pelo adoeci- seguir uma síntese de elementos dos modelos objeto
mento, é o principal tratamento para a cura e desta revisão crítica. Isso permite lançar as bases
dá resultados capazes de reinserir o sujeito no conceituais de um enfoque teórico certamente mais
convívio social. adequado para a elaboração de modelos epidemioló-
(b) Ações que estimulem as relações sociais do su- gicos de determinação social das Doenças Crônicas
jeito, como cultura, esporte e lazer são essenci- Não Transmissíveis.
ais para a prevenção do adoecimento mental. Assim, (...) mantém-se a concepção original da for-
(c) Ações de defesa social e combate à discrimina- mação econômico social como expressão concreta do
ção, violência e qualquer tipo de marginalização modo de produção, destacando-se os dois processos
do sujeito podem atuar na promoção da saúde fundamentais: o processo de trabalho (ciclos de pro-
e contribuir para a prevenção do adoecimento dução econômica) e o processo de reprodução social.
psíquico. Dessa maneira, preserva-se o papel capital da dinâ-
(d) O acompanhamento psicoterápico individuali- mica das classes sociais e do processo de trabalho
zado e a participação em ações coletivas devem propriamente dito como determinantes das condi-
acompanhar qualquer tratamento farmacológico ções de vida e, indiretamente, como condicionantes
compreendendo os processos biológicos e sociais dos estilos de vida (...).
intrínsecos à saúde do sujeito. Fonte: ALMEIDA FILHO, Naomar. Modelos

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de determinação social das doenças crônicas não- como se o abandono fosse uma fatalidade mais pro-
transmissíveis. Ciência & Saúde Coletiva, v. 9, vável entre os que “estudam menos” do que entre
n. 4, Rio de Janeiro, 2004 os “que estudam mais”. Abordagens assim ignoram
Considerando a aplicação do modelo acima a políti- as diferenças nas taxas de abandono entre os cursos
cas e programas de assistência estudantil, julgar as e pressupõem que o acesso dos estudantes tenha se
afirmativas de I a III. dado em condições de igualdade e, portanto, todos
estariam nos cursos que gostariam, embora possam
I - O processo saúde-doença é evento complexo apresentar graus de dedicação variados — daí as
que demanda abordagem interdisciplinar para razões do eventual infortúnio pessoal do abandono.
sua compreensão e resolução de problemas. Os fatores que regulam a entrada nos cursos devem
II - Ações de assistência estudantil, cujos objeti- constar na análise, pois, como vimos, são uma bar-
vos permeiam promoção de saúde, devem con- reira que direciona uma massa considerável a cursos
siderar elementos plurais, tais como psicosso- que não queriam — o curso é uma variável funda-
ciais, biológicos, acadêmicos, pedagógicos, e mental. Ingressos diferenciados significam graus de
relacionados a cultura, lazer, alimentação e dedicação e interesse diferenciados e, logo, a taxas
atividade física. de abandono diferenciadas. Não se pode pensar o
abandono fora do curso abandonado.
III - Análises de conjuntura com referencial teórico
marxista são ultrapassadas e não contemplam Assim, procurou-se demonstrar que o abandono
desafios sociopolíticos atuais, em especial os guarda relações com a própria configuração institu-
da área da saúde. cional do acesso ao ensino superior público no Bra-
sil, que embora haja incorporado grupos socialmente
(a) Apenas a afirmativa I está correta. excluídos, segue infenso às condições de permanên-
(b) As afirmativas I e II estão corretas. cia deles. Os que acabaram de chegar predominam
entre os que mais saem, e não por uma incapacidade
(c) As afirmativas II e III estão corretas.
incorrigível, mas por ponderar que uma vaga resi-
(d) As afirmativas I e III estão corretas. dual não corresponde às suas expectativas e desejos.
(e) Todas as afirmativas estão corretas. Cremos que os próximos desafios para as políticas
públicas, agora, devam ser nessa direção: desenvol-
15. Os trechos transcritos em sequência foram extraídos ver mecanismos institucionais diversos aos que hoje
de resultados de pesquisa conduzida observando-se regulam o acesso às universidades federais, que re-
estudantes evadidos da UNIFAL-MG em 2013. produzem desigualdades e predispõem ao abandono.
O aumento da oferta [de vagas] tem uma dimensão Contra essa estrutura de ingresso ainda elitista e
democratizante, mas não significa democratização excludente, cabe cuidar para que as universidades
porque nem todas as categorias sociais se beneficiam federais não sejam meras fornecedoras de oportuni-
da mesma forma e, além disso, a estrutura geral do dades descartáveis.
sistema educacional tende a desenvolver meritocra- Fonte: CAÑAVERAL, Inmaculada Cristina Puer-
cias acadêmicas que contribuem para a reprodução tas; SÁ, Thiago Antônio de Oliveira. REUNI: Ex-
de hierarquias sociais (...). Mesmo massivas, aque- pansão, segmentação e a determinação institucional
las conquistas não significam, efetivamente, demo- do abandono. Estudo de caso na Unifal-MG. EccoS
cratização do ensino superior, pois a estrutura de – Revista Científica, n. 44, São Paulo, 2017.
ingresso na universidade [que] reproduz desigualda-
des de acesso se mantêm inalteradas. O REUNI Adotando como referencial teórico as inferências dos
intervém no volume de ingressantes, sim, mas não autores, julgar as afirmativas de I a IV, conside-
na ocupação das vagas. (...) rando as responsabilidades legais institucionais da
Prace.
Tampouco afirmamos que todos os abandonos se de-
vem a uma desistência calculada diante de um curso I - O problema na democratização institucional
que não vale a pena. Há outras motivações para a alegado pelo autor, no que se refere ao modelo
interrupção dos estudos (decepção com a área, re- de ingresso, é competência de setores propo-
provação nas disciplinas, incompatibilidade de ho- sitores de políticas de asistência estudantil.
rários etc.), cujas causas particulares cabe investi-
II - Incorporar princípios de equidade socioeconô-
gar. Apontamos aqui que os níveis de seletividade
mica para a correção de notas de corte no in-
e concorrência, pela nota de corte e pela relação de
gresso deve ser iniciativa da Prace.
candidatos por vaga, estimulam a renúncia porque,
limitando o acesso, conduzem os estudantes realis- III - Quando solicitada, a Prace deve analisar da-
tas e rechaçados a vagas desencontradas das suas dos de evasão associados ao perfil socioeconô-
aspirações. mico considerando estratos de cursos.
Destacamos também que, metodologicamente, não IV - A ampliação de vagas não significa garantia de
se pode examinar o abandono simplesmente pela acesso universal ao ensino superior: a demo-
mera comparação do desempenho acadêmico indi- cratização deste nível de educação demanda
vidual dos estudantes, independentemente do curso, políticas de prevenção à evasão.

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Respectivamente, as afirmativas são preta ou parda. Estes resultados reforçam a impor-
tância dos debates raciais no seio das universidades.
(a) errada, errada, correta, correta. Considerar a cor da pele deve ser balizador em to-
(b) correta, errada, correta, correta. madas de decisão institucionais, ou em debates da
comunidade de forma geral. Este é um indicador de
(c) errada, correta, correta, correta.
origem científica que sustenta uma pauta que não
(d) errada, errada, errada, correta. pode ser debatida à luz de preconceitos de qualquer
(e) errada, errada, correta, errada. ordem, mas sob uma racional contemplação da di-
versidade fundamentando políticas públicas. A uni-
As Questões de 16 a 20 referem-se ao excerto em versidade tem cores, e a saúde-doença também.
sequência, transcrito de conclusões inferidas a partir Apesar de haver leis e consensos sobre a necessidade
de estudo que observou 1723 estudantes da Universi- de um Estado — e consequentemente universida-
dade Federal de Lavras (Ufla). des públicas — laico, a religiosidade se apresenta
Se a partir destes resultados é contestável afirmar nesta tese como importante elemento na rede de
que a universidade adoece seus estudantes, é plena- causalidades estudada. É importante, no entanto,
mente verdadeiro dizer que os universitários torna- que não seja confundida a laicidade com a inevitá-
se população de maior risco para doenças crônicas vel condição de religiosos de segmentos representa-
não transmissíveis durante sua permanência na ins- tivos da população estudada. Não se trata da de-
tituição. (...) fesa de uma religião específica, ou mesmo de qual-
quer religiosidade: o que se pretende aqui ressaltar
É possível organizar os componentes dos modos de
é que esta religiosidade é presente na universidade
vida por ordem de precocidade da ocorrência entre
(mesmo quando declarada como ausente pelos estu-
os estudantes. Assim, é razoável afirmar que o estu-
dantes, pois sua negação também remete à pauta) e
dante que se matricula na Ufla sem portar nenhum
deve ser levada em consideração em diálogos institu-
dos componentes dos maus modos de vida, e com
cionais sobre as condições de saúde dos estudantes.
as características socioeconômicas potencializadoras
da exposição à sua aquiescência, primeiramente (36 (...) os resultados desta tese podem tornar-se ra-
dias) adota uma má alimentação, em seguida inicia- sos sob o ponto de vista da gestão se não servi-
se no uso do álcool (38 dias) e ao final do primeiro rem de instrumento de empoderamento dos diver-
semestre provavelmente torna-se fumante. No se- sos segmentos envolvidos com a assistência estu-
gundo período de curso ele está acima do peso e ao dantil. As conclusões e proposições desta tese, para
iniciar o quarto semestre ele torna-se inativo fisica- que se tornem um mediador para tomada de deci-
mente. Este olhar baseia-se nos momentos em que a sões, requer diálogos que envolvam a comunidade
incidência de cada componente atinge 5%, conforme acadêmica (entendida aqui como um complexo so-
análise de sobrevivência. (...) cial constituído por docentes, estudantes, trabalha-
dores técnico-administrativos em educação e traba-
Fica nítido com esta tese que as condições soci-
lhadores terceirizados), sociedade lavrense organi-
oeconômicas dos estudantes são importantes com-
zada, administração institucional e poder público de
ponentes na causalidade de fatores de risco para
esferas mais altas (secretarias municipais e estadu-
DCNT. De uma forma geral, piores condições so-
ais, e Ministério da Educação)
cioeconômicas potencializam a ocorrência de maus
modos de vida. (...) Fonte. BISSOLI, Marcos Coelho. Modos de vida
de estudantes em uma universidade pública:
A análise dos modos de vida de estudantes expli-
um estudo epidemiológico seccional. Lavras: Ufla,
cados por variáveis socioeconômicas nesta tese vão
2017.
além de uma simples descrição frente a renda ou
idade, tão comuns em relatórios epidemiológicos 16. A conclusão em relação ao objetivo primário do au-
desta natureza. Ela convida para serem vislumbra- tor é
dos aspectos sociais dos estudantes de forma ho-
lística, propondo pautas transversais que, de certa (a) a universidade é causa única para adoecimento
forma, já são evidentes entre movimentos sociais e de universitários.
alguns setores governamentais, como diferenças de (b) a universidade é uma das causas para adoeci-
gênero e étnicas. (...) mento de universitários.
Os resultados evidenciam na maioria das vezes di- (c) universitários adquirem doenças crônicas não
ferenças entre os sexos. Isto realça a necessidade transmissíveis principalmente durante a pri-
das pautas de gêneros para diálogos sobre decisões meira metade de seus cursos.
de ordem política e social.
(d) universitários adquirem doenças crônicas não
Estudantes de cor preta e parda apresentam-se como transmissíveis principalmente durante a se-
evidentes maiores expostos a adquirir maus modos gunda metade de seus cursos.
de vida. O grupo C é branco, é o de maior renda e (e) universitários compõem população de alto risco
é o menos suscetível a riscos. Os grupos A e B são para doenças crônicas não transmissíveis.
predominantemente compostos por indivíduos de cor

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17. Ordenando-se prioridades no enfrentamento de fa- 19. O proposto pelo autor em relação à aplicação de di-
tores de risco para doenças crônicas não transmis- mensões relacionadas à religião e à religiosidade no
síveis, do fator mais precoce para o menos precoce, âmbito da assistência estudantil é
uma política de assistência estudantil na Ufla pode-
ria priorizar (a) considerar a religião de cada estudante como cri-
tério diferenciador para a distribuição de recur-
sos financeiros diretos e assistência à saúde.
(a) educação alimentar e nutricional; combate ao
consumo de álcool, tabaco, drogas e outras subs- (b) estimular institucionalmente a religiosidade en-
tâncias; e programas de incentivo à prática de tre estudantes.
atividade física. (c) estabelecer diálogos entre equipes institucionais
(b) programas de incentivo à prática de atividade gestoras e executoras de políticas e programas
física; combate ao consumo de álcool, tabaco, de assistência estudantil com coletividades reli-
drogas e outras substâncias; e educação alimen- giosas visando a identificar parcerias.
tar e nutricional. (d) desconsiderar qualquer aspecto religioso no pla-
nejamento e execução institucional de políticas
(c) prevenção de excesso de peso; prevenção do uso
e programas de assistência estudantil.
abusivo de álcool; combate ao tabagismo; e pro-
gramas de incentivo à prática de atividade fí- (e) desconsiderar aspectos religiosos nos diagnósti-
sica. cos coletivos sobre fatores de risco para doenças
crônicas não transmissíveis.
(d) programas de incentivo à prática de atividade
física; combate ao tabagismo; prevenção do uso 20. De acordo com o autor, no que diz respeito às pos-
abusivo de álcool; e educação alimentar e nutri- sibilidades de aplicações na elaboração de políticas
cional. de assistência estudantil respaldadas por suas infe-
rências, é correto afirmar que
(e) educação alimentar e nutricional; prevenção do
uso abusivo de álcool; combate ao tabagismo; e (a) o conhecimento sobre diagnósticos coletivos de
programas de incentivo à prática de atividade saúde estudantil é assunto sigiloso de competên-
física. cia exclusiva das equipes de gestão universitária.
(b) o conhecimento sobre diagnósticos coletivos de
18. Visando a respeitar princípios de equidade na elabo-
saúde estudantil deve ser divulgado exclusiva-
ração de políticas de saúde no cenário da assistência
mente entre diversos segmentos da comunidade
estudantil, é correto considerar
universitária.
(c) o conhecimento sobre diagnósticos coletivos de
(a) renda, cor de pele e sexo do(a) estudante.
saúde estudantil deve ser dialogado entre seg-
(b) apenas renda do(a) estudante. mentos internos e externos à universidade.
(c) apenas cor de pele e sexo do(a) estudante. (d) o conhecimento sobre diagnósticos coletivos de
saúde estudantil deve ser divulgado exclusiva-
(d) religião, renda, cor de pele e sexo do(a) estu- mente entre gestores universitários e equipes
dante. componentes de órgãos vinculados ao Ministério
(e) que fatores socioeconômicos não devem balisar da Educação.
tais princípios. (e) todas as afirmativas anteriores são incorretas.

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