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SEMINÁRIO PRESBITERIANO DO SUL

FLÁVIO CARDOSO DE PÁDUA

HISTÓRIA DA IGREJA I – FICHAMENTO (CAPÍTULO 10)

Campinas
2022
CAPÍTULO X – A PERSEGUIÇÃO NO SÉCULO III

- Houve paz no final do segundo século (Roma estava preocupada com seu território);
- O princípio de Trajano ainda estava em vigor;
- Durante o terceiro século houve mais perseguição em vários lugares do Império.

A Perseguição Sob Sétimo Severo

- Início do terceiro século: Sétimo Severo chega ao poder (buscava neutralizar as ameaças
internas e externas);
- Severo propôs adoração ao “Sol Invicto” (fusão das religiões);
- O cristianismo e o judaísmo eram barreiras que Severo almejava derrubar;
- Em 202 d. C., decretou pena de morte para novos convertidos – ainda com o princípio
de Trajano em vigor (ano do martírio de Ireneu – segundo a tradição);
- Foi nessa mesma época que Clemente fugiu para a Capadócia, e o pai de Orígenes foi
capturado;
- Em 203 d. C., aproximadamente, ocorre os famosos martírios de Perpétua e Felicidade
(junto de Saturino, Secúndulo e Revocato);
- Todos morreram de forma fiel e admirável;
- Tempo depois a perseguição diminuiu e ela ocorria apenas de maneira esporádica em
algumas partes do Império;
- Em 211 d. C. Caracala se tornou imperador;
- Ele tentou ganhar o povo livre lhes dando a cidadania romana;
- Promoveu uma perseguição de curto prazo no norte da África;
- Sucessores: Heliogábalo (218 d. C.) e Alexandre Severo (222 d. C.) agiram conforme
Severo, mas sem obrigar sincretismo aos cristãos e aos judeus;
- Existe a possibilidade de Alexandre Severo, e sua mãe, terem sido simpatizantes com o
cristianismo;
- No governo de Máximo, a perseguição se iniciava mais uma vez;
- No governo de Filipe (considerado cristão, por alguns), porém, houve período de paz;
- O cristianismo ia crescendo muito por esse período (poucos eram os que criam nos
boatos pejorativos a respeito dos cristãos).

A Perseguição Sob Décio


- Em 249 d. C., Décio chegou ao poder;
- Décio, descrito como perverso, era só mais um clássico imperador disposto a resgatar a
glória romana;
- A economia do Império ia de mal a pior (devido ao Império ter deixado de cultuar os
seus deuses);
- Voltar aos deuses, na mente do imperador, seria o motivo de Roma ser abençoada
novamente;
- Apenas por essa razão, a perseguição é reiniciada;
- Como o martírio favorecia o crescimento do cristianismo (pela graça de Deus) o foco
do Império era a apostasia do povo e não o martírio;
- Quem sacrificasse aos deuses, receberia um certificado e, quem não tivesse esse
certificado, era tido por criminoso;
- A nova geração de cristãos não havia presenciado outros martírios, por isso não estavam
preparados para o sofrimento;
- Então, muitos chegaram a apostatar imediatamente e outros, apostataram quando não
mais conseguiram resistir;
- Alguns até compraram certificados falsos e outros resistiram até mesmo às torturas
cruéis;
- Poucos morreram, a tortura era mais comum nessa perseguição;
- Essa perseguição foi integral e em todo Império;
- Nessa perseguição surgiu a classe dos confessores (os que resistiram às torturas);
- Essa perseguição diminuiu apenas quando Galo sucedeu Décio, em 251 d. C. e retornou
com Valeriano seis anos depois;
- Em 260 d. C., Valeriano é preso pelos persas e o cristianismo desfrutou, então, de
quarenta anos de paz;
- Um novo problema na igreja surgiu com a perseguição: como tratar os traidores?;
- Alguns haviam sacrificado aos deuses, e houve outros, ainda, que compraram um
certificado falso;
- Houve ainda alguns, que tendo negado a fé, a princípio, quiseram retornar à igreja ainda
durante à perseguição;
- Quem poderia julgar a causa desses? Os confessores (heróis da fé) ou os líderes das
igrejas?
- Alguns queriam que os traidores fossem julgados com mais rigor.
A Questão dos Traidores: Cipriano e Novaciano

- A perseguição contra a Igreja aumentou grandemente quando Tiago, irmão de João, foi
executado por sentença de Herodes Agripa;
- Cipriano (admirador de Tertuliano) se converteu aos 40 anos e foi eleito bispo de
Cartago (produziu documentos valiosos até para os dias de hoje);
- Quando a perseguição se iniciou, Cipriano fugiu junto de alguns irmãos, e foram
pastoreando por onde passavam;
- Clero de Roma pediu contas de sua postura (Roma havia perdido seu bispo na
perseguição);
- Cipriano insistia que tomou a decisão mais sábia para o bem de sua grei (comprovando
que não havia sido covardia, no futuro, se entrega como mártir), mas a sua autoridade foi
colocada em dúvida;
- Foi exigido, por alguns confessores, um arrependimento dos que desejavam ser
readmitidos, incluindo Cipriano (gerando cisma na igreja de Cartago);
- Cipriano convocou um sínodo;
- O Sínodo decidiu o que fazer com os apóstatas;
- Os que compraram o certificado de sacrifício e se arrependeram poderiam voltar a fé
cristã
- Os que sacrificaram aos deuses, poderiam voltar somente em seu leito de morte ou
aprovados em outra perseguição futura (sem arrependimento, não havia volta a fé);
- Para os membros do clero que apostataram não havia volta;
- Para Cipriano, readmiti-los era fundamental, pois igreja é o corpo vitorioso apenas
devido a cabeça (Cristo);
- Fora do corpo, não há salvação (se a igreja não fosse mãe, Deus não poderia ser Pai)!;
- Cipriano lutou firmemente pela unidade da Igreja;
- Ele, porém, não admitia facilidade na admissão daqueles que necessitavam ser
readmitidos;
- Novaciano também não admitia a facilidade na readmissão dos apóstatas;
- O cisma de Novaciano, contra Cornélio (que beneficiava a readmissão) foi maior que o
cisma de Hipólito;
- Isso serviu para mostrar a importância que a Igreja tratou essa questão a restauração dos
apóstatas (dividiu muito o pensamento da Igreja em muitas ocasiões);
- Foi dessa preocupação que surgiu o sistema penitencial (algo que a Reforma combateu).

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