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O JOGO DE CARTAS COMO RECURSO AUXILIAR NO ENSINO-

APRENDIZAGEM DE FUNÇÃO POLINOMIAL DE 1º GRAU

Ronaldo Rafael Costa da Silva1


Amanda Gomes Andrade2
Érick Macêdo Carvalho3

Palavras-chave: Jogos matemáticos. Função. Ensino Médio.

INTRODUÇÃO

Tendo em vista o desenvolvimento tecnológico e, consequentemente, o


progresso social, a matemática torna-se algo indispensável na formação humana.
Visto que na sociedade atual existem progressos científicos e considerando o
indivíduo como agente participativo dessa sociedade, surge à necessidade de
compreender tais avanços a partir da Matemática.
A Matemática contribui significativamente na formação do indivíduo, visto que
a mesma é necessária para interpretar criticamente as situações do cotidiano,
visando uma solução viável para os supostos problemas e uma visão mais ampla do
mundo. Para isso o professor deve diversificar seu método de ensino utilizando
novas ferramentas e materiais didáticos.
Assim, existe uma gama de possibilidades que o professor pode estar usando
nas suas aulas tais como: Uso dos jogos, uso dos materiais didáticos de
manipulação, uso das tecnologias de informação e comunicação, Resolução de
problema, investigação matemática, dentre muitos outras.
Dentre essas possibilidades que o professor pode usar em sala de aula,
nesse trabalho nos detemos ao uso dos jogos como meio auxiliar nos estudos da
função afim. O objetivo foi potencializar os conceitos e propriedades do conteúdo de
função polinomial do primeiro grau por meio de um jogo matemático. Essa
perspectiva é defendida por Moura e Viamonte (2006, p. 2), “vários pesquisadores
da área de Educação Matemática têm desenvolvido estudos sobre as
potencialidades do jogo no processo ensino aprendizagem da Matemática e
argumentam sobre a importância deste recurso metodológico na sala de aula”.
Dessa maneira, além de reforçar a concepção de que os materiais didáticos
contribuem no ensino-aprendizagem do aluno, esse trabalho, investigou as
contribuições do Jogo de Cartas de Funções do 1º Grau, a partir da aplicação e
análise do questionário e da vivência do jogo.

1
Bolsista PIBID – Campus Petrolina
2
Bolsista PIBID – Campus Petrolina
3
Coordenador de área do Subprojeto Interdisciplinar de Matemática
IV Seminário de Iniciação à Docência e Formação de Professores –
SEMINID/UPE/2017 Recife 23 e 24 de novembro de 2017.
MATERIAL DIDÁTICO NAS AULAS DE MATEMÁTICA

A utilização do Material Didático nas aulas de Matemática pode ser um


recurso metodológico para potencializar os conceitos ensinados em sala de aula, de
modo a contribuir com o ensino a partir do concreto e motivando de forma positiva
os alunos que apresentam falta de interesse por essa disciplina.
Entende-se como Material Didático (MD) qualquer ferramenta que os
professores utilizam para propiciar a aprendizagem no aluno e que possa servir
como instrumento metodológico de ensino. Há inúmeros recursos que podem ser
trabalhados, desde o quadro negro, lápis, livro didático, até materiais mais
sofisticados tais como sólidos geométricos, calculadoras gráficas, lousa digital
dentre outros (LORENZATO, 2006). No entanto, cabe ao professor analisar quais
materiais didáticos são necessários e adequados para utilizar em sala de aula.
No entanto, somente a utilização do Material Didático para o ensino-
aprendizagem não é suficiente para garantir uma aprendizagem com mais
compreensão, outros fatores são fundamentais por exemplo, o material utilizado e a
relação com o conteúdo que está sendo abordado, isso deve ser feito com
intermédio do professor
Segundo Botas e Moreira (2013, p.18), “os materiais melhoram a
compreensão dos conteúdos (...) permitem concretizar conceitos abstratos (...), bem
como ajudar a compreender e consolidar os conhecimentos matemáticos”. Com
base nisso, percebe-se o quão potencializador o material didático pode ser
considerado, isso porque esse recurso metodológico complementar contribui
significativamente para o ensino-aprendizagem do aluno.
Além de potencializar, o material didático pode contribuir para melhorar a
relação do professor-aluno e aluno-aluno dentro do ambiente escolar. Isso é
explicado por Bomfim e Carvalho (2017, p.10), “o uso do material didático possibilita
maior interação entre os sujeitos do ensino-aprendizagem e melhor familiarização
com conteúdos abordados por meio desse”.
Logo, observa-se o quanto é importante o material didático no processo de
ensino-aprendizagem do aluno, visando melhorar a compreensão e a
potencialização dos conteúdos, mais especificamente, dos conceitos. Tendo em
vista os diversos materiais didáticos para o ensino da matemática, destacam-se
neste trabalho, os jogos.

O JOGO COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO

Os jogos educativos revelam sua importância no ensino-aprendizagem,


podendo melhorar a construção do conhecimento. Além disso, introduz propriedades
por meio do lúdico a partir de uma matemática atrativa. Além do aspecto interativo,
os jogos matemáticos possibilitam:

Os estudantes não fiquem na posição de meros observadores, tomando


conhecimentos de novos fatos, mas se transformam em elementos ativos,
na tentativa de ganhar a partida ou na busca de um caminho para a solução
do problema posto a sua frente. (PERNAMBUCO, 2012).

Sendo assim, esse material permite que o protagonista, no âmbito da


educação, seja o próprio aluno, e o professor como mediador desse ensino.

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Dessa maneira, podem-se definir os jogos educativos como uma atividade
natural no desenvolvimento dos processos psicológicos. É uma atividade que
trabalha de forma lúdica na matemática, e por ser representado a partir de um
desafio, desperta interesse e prazer, permitindo com que os alunos desenvolvam
características construtivas como, por exemplo, a curiosidade e a criatividade, a
capacidade de concentração e raciocínio, e proporciona uma maneira de aprender
mais prazerosa. Bomfim e Carvalho (2017) afirmaram a respeito da interação em
sala de aula.
Acredita-se que o uso de jogos matemáticos em sala de aula além de
abordar determinado conteúdo de maneira lúdica, proporciona situações de
conflito, conquista, derrota, cooperação, socialização e auxilia no
desenvolvimento intelectual (BOMFIM, CARVALHO, 2017)

Com isso, os jogos educativos auxiliam na compreensão dos conceitos


matemáticos, permitindo que a matemática abstrata tenha mais significado para o
aluno. No entanto, há vários tipos de jogos que o professor pode utilizar em
determinadas aulas, podendo escolher quais deles são mais compatíveis com o
conteúdo em que deseja ensinar.
Há vários tipos de jogos educativos que o professor pode utilizar na sala de
aula como, por exemplo, o jogo de construção, o jogo de treinamento, o jogo de
aprofundamento e o jogo de estratégia (LARA, 2011, p. 20).
Os jogos de construção são aqueles que o aluno precisa traçar caminhos a
partir de um assunto desconhecido, precisando desenvolver novos conhecimentos
para resolver as questões proposta pelo jogo. “Jogos desse tipo permitem a
construção do aprendizado, despertando a curiosidade e levando o educando a
procura de novos conhecimentos”. (GRUBEL; BEZ, 2006, p. 5).
Os jogos de treinamento consistem em exercícios repetitivos para que os
alunos entendam os caminhos alternativos que esse material didático pode
proporcionar, esse tipo de jogo pode identificar se o aluno conseguiu construir novos
conhecimentos ou não.
Os jogos de aprofundamento caracterizam-se em aperfeiçoar o conhecimento
já adquirido. Podem ser explorados, depois de se ter construído ou trabalhados
determinados assuntos, para que os educandos apliquem em situações por meio
dos jogos educativos. Um exemplo desse tipo de jogo são as atividades baseadas
em resolução de problemas, pois tais problemas podem ser trabalhados em forma
de jogo.
Por último, sãos os jogos estratégicos, na qual o aluno deve criar estratégicas
para melhorar sua ação, proporcionando criar hipóteses e desenvolver um
pensamento coerente e sistemático para resolver a questão do jogo.
Portanto, “O jogo na sala de aula pode ser um rico recurso de aprendizagem,
explorado de maneiras diferenciadas de acordo com as situações e objetivos
almejados, favorecendo os processos de ensino-aprendizagem”. (GRUBEL; BEZ,
2006, p.5). Dessa forma, percebe-se a importância de trabalhar com os materiais
didáticos, mais especificamente os jogos educativos, no ambiente escolar. Um dos
jogos educativos que será enfatizado nessa pesquisa é o Jogo de Cartas de
Funções Polinomiais do 1º (Primeiro) Grau.

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JOGO DE CARTAS DE FUNÇÕES POLINOMIAIS DO 1º GRAU 4 .

O jogo tem como finalidade trabalhar as representações algébricas, tabulares,


gráficas e as contextualizas, com o uso um baralho de funções polinomiais do
primeiro grau, bem como algumas características das funções (Anexo A). Segundo
Bomfim e Carvalho (2017).

O jogo de cartas tem características de um jogo de treinamento e/ou


aprofundamento e que pode ser trabalhado em uma turma que já tenha
estudado o conteúdo de Funções, ele objetiva formar famílias de três cartas,
reconhecendo as diferentes formas de representação de uma Função
Polinomial do 1º grau, podendo essas serem algébricas, características,
esboço dos gráficos, tabelas ou contextualizações. Composto por 45 cartas,
onde 15 são expressões algébricas e as outras sendo formas diferentes de
expressar as mesmas funções ou características (BOMFIM; CARVALHO,
2017, p.14)

O jogo assemelha-se ao baralho comum, pois são necessários no mínimo


dois jogadores, distribuem-se três cartas para cada jogador e o restante é colocado
virado no centro da mesa. Ao iniciar o jogo, os indivíduos podem pegar cartas do
monte ou a última carta descartada pelo oponente, verificando assim se a carta
pertence a alguma função já presente em seu baralho, assim opta por descartá-la ou
retirar uma das cartas que já tinha em mãos, e seguindo esta regra o próximo
jogador dará continuidade. Vence aquele que primeiro formar uma “família” de três
cartas da mesma função com diferentes representações.

Figura 1. Jogo de Cartas de Funções do 1º Grau

Fonte: Arquivo pessoal

As funções expressas nas cartas possuem graus variados, dando aos


jogadores opções como esperar uma carta com uma expressão de mais praticidade
na interpretação ou explorar um pouco mais no cálculo. No entanto, o jogo torna-se
mais dinâmico quando o aluno possui uma maior compreensão do assunto tratado.
Por exemplo, se ele possui a informação de que se igualar x a 0 (x=0) irá descobrir o
ponto em que a reta a toca o eixo y (eixo das ordenadas) e que se igualar y a 0 (y=0)
será possível encontrar o ponto em que a reta toca o eixo x (eixo das abscissas),
identificando com maior facilidade e rapidez o gráfico correspondente a cada função,

4
Adaptado do caderno do Mathema Vol. 3.
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o mesmo acontece se ele lembrar que funções onde calcula-se distância, tempo,
perímetro a reta encontra-se somente no primeiro quadrante, ou seja, para qualquer
valor de y ou x, sempre será positivo.

METODOLOGIA

A presente pesquisa foi desenvolvida a partir de uma das atividades


desenvolvidas pelos bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à
Docência (PIBID), do Subprojeto Interdisciplinar de Matemática na Universidade de
Pernambuco - Campus Petrolina, mais especificamente, na inauguração do
Laboratório de Matemática e Física (LEMF) da escola de referência da rede estadual
de Petrolina-PE.
Esse diagnóstico consiste em uma investigação com caráter qualitativo, pois
“essa pesquisa possui, como fonte de dados, o próprio ambiente natural onde os
fenômenos se mostram, ou seja, não necessita da criação de ambientes
experimentais e manipuláveis” (BARALDI, 1999, p. 17). Isso porque, preocupou-se
com a interpretação e compreensão do fenômeno, considerando o maior número de
aspectos relevantes presentes na situação estudada.
Quanto aos dados, foram coletados por meio de uma aplicação em uma
Escola de Referência em Ensino Médio, localizada em Petrolina-PE. Foram
pesquisados 8 (oito) alunos, escolhidos de forma aleatório e que cursam o primeiro
ano do Ensino Médio.
A investigação aconteceu em 2 momentos na escola, sendo que o 1º
(primeiro) aconteceu no turno vespertino no Laboratório de Ensino de Matemática e
Física, durante 1 (uma) hora aula. Já o 2º momento, foi realizado na biblioteca da
escola, no entanto o turno ao qual os pesquisadores escolheram foi o matutino, com
duração de 120 minutos.
No primeiro momento, foi aplicado um questionário aberto com 6 perguntas.
Segundo Nogueira (2002, p. 2), “os questionários têm como vantagem a
característica de explorar todas as possíveis respostas a respeito de um item (...)”.
Com base nisso, a importância desse método de coleta de dados foi crucial para
análise inicial dos alunos, permitindo a compreensão dos mesmos acerca das
respostas do questionário.
Tais perguntas foram: O que você entende por Função Polinomial do Primeiro
Grau?; Onde podemos encontrar aplicações de Função Polinomial do Primeiro
Grau?; Você utiliza a Função Polinomial do Primeiro Grau no cotidiano?; Um
motorista de táxi cobra R$ 4,00 de bandeirada (valor fixo) mais R$ 3,00 por
quilômetros rodado (valor variável). Esboce duas representações para essa
situação; Dada a função polinomial do primeiro grau 𝑓(𝑥) = 3x-3, liste algumas
características de 𝑓(𝑥); Construa, num sistema de coordenadas cartesianas, o
gráfico da seguinte função: 𝑓(𝑥) = 2x+1.
Após a entrega do questionário, o pesquisador não interviu em nenhum
momento, posicionando-se sempre como observador e registrando todo o processo
de resolução das questões pelos alunos.
No segundo momento os alunos responderam o questionário e em seguida foi
feita uma análise dos questionários. Os oito alunos foram divididos em dois grupos
de quatro pessoas. Em seguida, aconteceram várias partidas, onde alguns alunos
ganharam e outros perderam, sendo que todos não demonstravam o instinto de
competição ou rivalidade, uma vez que foi observada a interação entre os jogadores

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da partida, ou seja, que os próprios competidores estavam ajudando uns as outros,
possibilitando o compartilhamento de conhecimento. Mas foi percebido o desejo de
potencializar os conceitos de função polinomial do 1º grau por meio de uma
brincadeira educativa.
Finalizando, os pesquisadores reforçaram alguns conceitos de função
polinomial do 1º grau no andamento das partidas. Ao término do jogo, foi perguntada
oralmente a importância do material didático no ensino-aprendizagem e as
concepções deles em usar os recursos didáticos nas aulas de Matemática.

DISCUSSÕES DOS RESULTADOS

Ao aplicar o questionário com seis questões abertas aos 8 alunos da primeiro


ano do Ensino Médio. O primeiro questionamento visava saber o conceito de função
polinomial do primeiro grau, e a partir desta foi possível notar que dentre os alunos
nenhum compreendia o conceito exato da função. Na figura 2, o aluno G
compreende que uma função trata valores variáveis, no entanto não compreende o
conceito correto de função do primeiro grau.

Figura 2: Resposta do aluno G a primeira questão

Fonte: Arquivo pessoal

Já os alunos D e E compreendiam a função como sempre crescente,


enquanto o aluno B relatou que entende muito pouco e acabou confundindo função
de primeiro grau com equação de primeiro grau, como é possível visualizar na figura
3.

Figura 3: Resposta do aluno B a primeira questão

Fonte: Arquivo pessoal

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Por fim o aluno C compreendia a relação de funções com conjuntos, no
entanto não soube explicar o conceito por completo como mostra a figura 4.

Figura 4: Resposta do aluno C à primeira questão

Fonte: Arquivo pessoal

A segunda questão possuía o seguinte enunciado “Onde podemos encontrar


aplicações de função polinomial do primeiro grau? ” E visava compreender se os
alunos viam a função trabalhada com algo de uso frequente fora da escola, no
entanto a maioria respondeu que esse conteúdo se restringia dentro da escola, em
livros ou na internet, no entanto os alunos A e B responderam relatando os lugares
onde compreendem sua utilização como mostram a figura 5.

Figura 5: Respostas dos alunos A e B respectivamente à segunda questão

Fonte: Arquivo pessoal

Com base na pergunta anterior, foi desenvolvida a seguinte questão, “Você


utiliza a função polinomial do primeiro grau no cotidiano?” maior parte dos alunos
respondeu que não utilizava ou que somente quando estudava o assunto. A quarta
pergunta, mostrava uma situação-problema a qual deveriam ser desenvolvidas duas
representações da função. Somente o aluno F mostrou uma construção gráfica, no
entanto, determinou a reta com apenas um ponto que havia encontrado através de
um cálculo feito de forma errônea, conforme a figura 7, todos os demais mostraram a
construção algébrica.

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Figura 7: Resposta do aluno F à quarta questão

Fonte: Arquivo pessoal

Ao responderem a quinta questão que solicitava características de


determinada função, alguns alunos mostraram o valor fixo e a variável da função,
enquanto outros falaram sobre a função ser crescente ou decrescente, justificando
que isso ocorre devido ao coeficiente “a” ser negativo. O aluno A, no entanto
respondeu somente descrevendo a função como crescente e nomeando o valor -3
como o coeficiente “b”.
A última questão solicitava que eles construíssem o gráfico de determinada
função no plano cartesiano, alguns alunos novamente construíram o gráfico a partir
de um único ponto, demonstrando assim desconhecerem o conceito do “Postulado
de determinação: Dois pontos distintos determinam uma única reta que passa por
eles”, desconhecendo também que por um único ponto passam infinitas retas em
infinitas direções. Outros alunos desenharam o plano e fizeram uma reta de forma
aleatória, não determinando nenhum valor a ela, já o aluno H mostrou compreender
a formação do gráfico fazendo três cálculos visando encontrar os pontos, no entanto
não traçou a reta referente a este como mostra a figura 8.

Figura 8: Resposta do aluno H à quarta questão

Fonte: Arquivo pessoal

Com base nas dificuldades observadas nos questionários, percebe-se a


necessidade da melhor compreensão dos conceitos da Função Polinomial do

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Primeiro Grau. Logo, foi aplicado o jogo com intuito de suprir essas dificuldades dos
alunos.

APLICAÇÃO DO JOGO

Durante o primeiro momento da aplicação do jogo, foi decido iniciar apenas


com o conhecimento prévio dos alunos, mas foi notada a dificuldade destes,
principalmente na compreensão das tabelas e gráficos, visto que não recordavam do
assunto, pois havia sido estudado no bimestre anterior.
No segundo momento, quando foram revisados alguns conceitos, bem como
algumas dicas e explicações sobre os gráficos, eles começaram a desenvolver com
maior facilidade as estratégias do jogo, bem como a reconhecer os gráficos e
funções no momento em que eram lançadas no jogo (Figura 9).

Figura 9 – Aplicação do Jogo de Cartas de Função polinomial do 1º


Grau

Fonte: Arquivo Pessoal

Ao final, quando oralmente foi perguntada importância do material didático no


ensino-aprendizagem e as concepções deles em usar os recursos didáticos nas
aulas de Matemática, eles relataram achar muito interessante, pois tornam as aulas
mais divertidas e descontraídas, complementaram também que um jogo como o que
foi trabalhado pode ser um modo muito divertido de estudar para as provas, pois não
é tedioso revisar o assunto enquanto divertem-se com seus amigos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Mediante a presente pesquisa, percebe-se o quanto contribuem os materiais


didáticos, mais especificamente os jogos educativos, no ensino-aprendizagem do
aluno, proporcionando conhecimento mais significativo para os mesmos. Além disso,
o Jogo de Cartas de Função do 1º Grau permitiu, de forma didática, ampliar os
saberes a respeito do conteúdo de Função polinomial do 1º grau.
A partir disso, é possível afirmar que esse jogo educativo se trata de um
material didático de ótima qualidade, visto que não é de difícil manuseio ou
fabricação, na falta de recursos para impressão o professor pode utilizar de qualquer
papel que tenha uma espessura parcialmente alta a ponto de ser firme e de fácil

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manuseio, após o recorte é necessário escrever as funções, os gráficos e os
problemas.
Além disso, também se torna acessível aos alunos que queiram continuar
praticando em casa, podendo ser um incentivo para que este estude um pouco mais.
Percebe-se também nesse trabalho, o que Lara (2011, p.19) afirma, “o jogo passa a
ser visto como um agente cognitivo que auxilia o aluno a agir livremente sobre suas
ações e decisões fazendo com que ele desenvolva além do conhecimento também a
linguagem matemática”.
Portanto, os jogos educativos possibilita uma visão mais coerente do mundo,
permitindo compreender aspectos da Matemática que possa ser utilizado no
cotidiano. Assim, a presente pesquisa obteve êxito em potencializar os conceitos do
conteúdo trabalhado nessa investigação com o auxílio dos jogos educativos.

REFERÊNCIAS

BARALDI, I. M. A Pesquisa Qualitativa em Educação. In: Matemática na escola:


que ciência é esta? Bauru: EDUSC, 1999. Cap. I, p. 17-32.

BOMFIM, C. S.; CARVALHO, E. M. O jogo de cartas como estratégia para a


revisão e aprofundamento de função polinomial do 1º grau no ensino médio.
Universidade de Pernambuco-Campus Petrolina. Colegiado de Matemática, 2017.

BOTAS, D.; MOREIRA, D. A Utilização dos Materiais Didáticos nas Aulas de


Matemática – Um Estudo do 1º Ciclo. Universidade de Minho, Portugal. Vol. 26.
Núm. 1. P. 252-286, Out. de 2013. Disponível em:
<http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=37428913010>. Acesso em: 10 out. 2017.

GRUBEL, J. M.; BEZ, M. R Jogos Educativos. Instituto de Ciências Exatas e


Tecnológicas – Centro Universitário Feevale. Novo Hamburgo, RS. V.4 N. 2.
Dezembro, 2006. Disponível em: <
http://www.seer.ufrgs.br/renote/article/view/14270>. Acesso em: 10 out. 2017.

LARA, I. C. M. Jogando com a matemática na educação infantil e séries iniciais.


Ed.1, 2011. 200p.

LORENZATO, S. Laboratório de Ensino de Matemática na Formação de


Professores. 2º edição. Campinas-SP: Editora Autores Associados Ltda, 2006.
(Coleção formação de professores).

MOURA, P. C.; VIAMONTE, A. J. Jogos matemáticos como recurso


didáctico. Revista da Associação de Professores de Matemática, Lisboa, 2006.
Disponível em: <
http://www.apm.pt/files/_CO_Moura_Viamonte_4a4de07e84113.pdf>. Acesso em: 12
Out. 2017.

NOGUEIRA, R. Elaboração e análise de questionários: uma revisão da literatura


básica e a aplicação dos conceitos a um caso real. Rio de Janeiro:

IV Seminário de Iniciação à Docência e Formação de Professores –


SEMINID/UPE/2017 Recife 23 e 24 de novembro de 2017.
UFRJ/COPPEAD, 2002. Disponível em: <
http://www.coppead.ufrj.br/upload/publicacoes/350.pdf>. Acesso em: 21 Set. 2017.

PERNAMBUCO, Secretaria de Educação. Parâmetros Curriculares de Matemática


para o Ensino Fundamental e Médio. Recife: SE, 2012.

ANEXO A - JOGO DE CARTAS DE FUNÇÃO POLINOMIAL DO 1º GRAU

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