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ENGENHARIA QUÍMICA - EQ8M

FÍSICO-QUÍMICA EXPERIMENTAL

HENRIQUE PESSINI LEPPAUS


LUCCA JUFO RIBEIRO
MATHEUS FILIPE DA ROCHA PIAZZAROLLO
MOISÉS FRANCO CAÚS

Termoquímica

Professor(a): Maria Alice Moreno Marques

VILA VELHA
AGOSTO - 2022
1 OBJETIVOS
Determinar o calor de neutralização de um ácido forte e base forte tendo
como base a calorimetria medida experimentalmente de um recipiente de alumínio e
revestido por isopor.

2 RESULTADOS
A capacidade calorífica do calorímetro pôde ser devidamente calculada
através da equação 1 apresentada a seguir:

( ) (
𝑚𝑎 × 𝐶𝑎 × 𝑇𝑓 − 𝑇𝑐 + 𝑚𝑏 × 𝐶𝑏 × 𝑇𝑓 − 𝑇ℎ + 𝐶 × 𝑇𝑓 − 𝑇ℎ = 0 ) ( ) (Eq. 1)

Onde a amostra “a” na fórmula refere-se a água fria, a “b” à água em


temperatura ambiente e C é a capacidade calorífica do calorímetro/da água à
temperatura ambiente. A temperatura final (Tf) descreve a temperatura de equilíbrio
medida, a temperatura inicial da água fria foi representada por Tc e a temperatura
inicial do calorímetro/da água à temperatura ambiente, por Th.
Porém, realizando-se as devidas considerações, como: a densidade da água
sendo igual a 1,0 g.cm-3, o que implica que os valores de massa e volume são iguais
e que a capacidade calorífica para a água é de 1,0 cal.g-1.ºC-1. Permite, então,
adequar a fórmula para encontrarmos a equação 2. O erro referente a capacidade
calorífica, pode ser encontrado mediante a equação 3.

( ) (
𝑉𝑎 × 𝑇𝑓 − 𝑇𝑐 + 𝑉𝑏 × 𝑇𝑓 − 𝑇ℎ + 𝐶 × 𝑇𝑓 − 𝑇ℎ = 0 ) ( )
( )
𝑉𝑎× 𝑇𝑓−𝑇𝑐 +𝑉𝑏× 𝑇𝑓−𝑇ℎ ( )
𝐸𝑛𝑡ã𝑜: 𝐶 = (− 1) × (Eq. 2)
( 𝑇𝑓−𝑇ℎ )
⎡ 𝐸𝑟𝑟𝑜𝑇𝑒𝑞 + 𝐸𝑟𝑟𝑜𝑇á𝑔 + 𝐸𝑟𝑟𝑜𝑉𝑓𝑟𝑖𝑎 ⎤+⎡− 𝐸𝑟𝑟𝑜𝑇𝑒𝑞 + 𝐸𝑟𝑟𝑜𝑇𝑒𝑚 + 𝐸𝑟𝑟𝑜𝑉𝑎𝑚 ⎤
⎢ 𝑇á𝑔 − 𝑇𝑒𝑞 𝑉𝑓𝑟𝑖𝑎 ⎥ ⎢ 𝑇𝑒𝑞 − 𝑇𝑎𝑚 𝑉𝑎𝑚 ⎥ 𝐸𝑟𝑟𝑜𝑇𝑒𝑞+ 𝐸𝑟𝑟𝑜𝑇𝑎𝑚
⎣ ⎦ ⎣ ⎦
𝐸𝑟𝑟𝑜 = − (Eq. 3)
( )
𝑉𝑓𝑟𝑖𝑎× 𝑇𝑒𝑞 − 𝑇á𝑔 −𝑉𝑎𝑚×(𝑇𝑒𝑞−𝑇𝑎𝑚) 𝑇𝑒𝑞− 𝑇𝑎𝑚

Assim sendo o experimento feito em triplicatas, foram encontrados 3


resultados, sendo (10,0 ± 0,2 ) cal/℃,(37,5 ± 0,2 ) cal/℃ e (33,3 ± 0,2 ) cal/℃.
Assim foi feito a média aritmética dos valores e o erro (Eq.4 e Eq.5). Sendo
obtido o valor de (26,9 ± 0,6 ) cal/℃.
𝐶1+𝐶2+𝐶3
𝐶= 3
(Eq. 5)
𝐸𝑟𝑟𝑜𝑐 = 𝐸𝑟𝑟𝑜𝐶1 + 𝐸𝑟𝑟𝑜𝐶2 + 𝐸𝑟𝑟𝑜𝐶3 (Eq. 6)

Posteriormente foi realizado o cálculo da entalpia de neutralização da reação


de um ácido forte e base forte, para tal foi utilizada a equação (Eq.7) e o erro foi
calculado mediante a equação (Eq.8). Desta forma foi calculado uma entalpia de
neutralização de (381 ± 1) cal.

[ ( )] [ (
∆𝐻 = 𝑉𝐻𝐶𝑙 × 𝑇𝑓 − 𝑇𝐻𝐶𝑙 + 𝑉𝑁𝑎𝑂𝐻 × 𝑇𝑓 − 𝑇𝑁𝑎𝑂𝐻 + 𝐶𝑚é𝑑𝑖𝑜 × 𝑇𝑓 − 𝑇𝐻𝐶𝑙 )] [ ( )] (𝐸𝑞. 7)

(𝐸𝑟𝑟𝑜𝑇𝐹+𝐸𝑟𝑟𝑜𝑇𝐻𝐶𝑙) 𝐸𝑟𝑟𝑜𝑉𝐻𝐶𝑙
⎤ + ⎡ (𝐸𝑟𝑟𝑜𝑇𝐹+𝐸𝑟𝑟𝑜𝑇𝑁𝑎𝑂𝐻) + 𝐸𝑟𝑟𝑜𝑉𝑁𝑎𝑂𝐻
⎤ + ⎡ (𝐸𝑟𝑟𝑜𝑇𝐹+𝐸𝑟𝑟𝑜𝑇𝑁𝑎𝑂𝐻𝑙) + 𝐸𝑟𝑟𝑜𝐶𝑚é𝑑𝑖𝑜
𝐸𝑟𝑟𝑜∆𝐻 = ⎡⎢ + ⎥ ⎢ ⎥ ⎢


⎣ (𝑇𝑓−𝑇𝐻𝐶𝑙) 𝑉𝐻𝐶𝑙
⎦ ⎣ (𝑇𝑓−𝑇𝑁𝑎𝑂𝐻) 𝑉𝑁𝑎𝑂𝐻
⎦ ⎣ (𝑇𝑓−𝑇𝑁𝑎𝑂𝐻) 𝐶𝑚é𝑑𝑖𝑜

(Eq. 8)

A fim de se obter a entalpia molar de neutralização, foi então calculada a


quantidade de mols presentes (Eq. 9). Desta forma obtendo uma quantidade de
mols de (0,0125 ± 0,5) mol.

𝑛 = 𝑀 * 𝑉𝑁𝑎𝑜ℎ (Eq. 9)

Assim, a partir da quantidade mols e da relação 1 cal = 4,18 J, foi calculado a


entalpia molar de neutralização (Eq.10) e o erro mediante a equação (Eq. 11).
Assim foi obtido o valor de (127 ± 40) KJ/mol

𝐻
𝐻𝑚 = 𝑛
(Eq. 10)

𝐸𝑟𝑟𝑜𝐻 𝐸𝑟𝑟𝑜𝑛
𝐸𝑟𝑟𝑜𝐻 = 𝐻
+ 𝑛
(Eq.11)
𝑚

Assim, após obtermos o valor experimental da entalpia de neutralização


molar, o valor encontrado foi comparado ao valor existente na literatura, sendo
segundo Moore (1976) a entalpia de neutralização corresponde a 57,7 KJ/mol ,
assim foi posteriormente calculado o erro percentual (Eq. 12), obtendo-se assim o
erro de 120,16%.
| 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟𝑙𝑖𝑡𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎−𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 |
𝐸𝑟𝑟𝑜𝑝𝑒𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑢𝑎𝑙 = || 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟𝑙𝑖𝑡𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎
| × 100
| (Eq. 12)
| |
3 DISCUSSÃO
Os dados colhidos experimentalmente resultaram em uma capacidade
calorífica para o recipiente de (26,9 ± 0,6 ) cal/℃ e uma entalpia de neutralização
para um ácido forte e base forte de (127 ± 40) KJ/mol.
A capacidade calorífica de um corpo segundo Lage (2019) é a quantidade de
calor que um corpo precisa receber a fim de que o mesmo sofra um aumento de
temperatura, ou seja se a capacidade calorífica de um corpo é 1 cal/℃, a fim de que
o mesmo aumente em 1℃ a sua temperatura, o corpo deve receber 1 cal. Assim o
valor encontrado no experimento foi de (26,9 ± 0,6 ) cal/℃, ou seja considerando o
recipiente em questão seriam necessários 26,9 cal para que o mesmo tivesse um
aumento de temperatura de 1 ℃.
O valor encontrado para a capacidade térmica do recipiente foi oriundo da
média dos valores encontrados, tendo em vista que o experimento foi feito em três
repetições. No primeiro experimento foi encontrado um valor de (10,0 ± 0,2 ) cal/℃ e
nos dois seguintes foi encontrado um valor de (37,5 ± 0,2 ) cal/℃ e (33,3 ± 0,2 )
cal/℃. O motivo para a distância entre o primeiro valor encontrado e os dois últimos
está relacionado ao erro acidental durante o experimento, onde para o primeiro valor
foi utilizado água fria de um recipiente e nas duas últimas repetições a água fria
utilizada foi oriunda de um segundo recipiente. Um outro fator para a discrepância
entre os resultados está relacionado a um erro metodológico do experimento onde
devido a limitações temporais a superfície do recipiente onde era medido a
capacidade calorífica não estava a exata temperatura ambiente, uma vez que a
mesma se encontrava mais fria a cada repetição feita. Um outro fator de erro
metodológico está nas considerações feitas para o cálculo da capacidade calorífica,
onde foi considerado a densidade da água como 1 g.cm-3 , embora nas condições
experimentais a água estava em temperaturas distintas o que significa valores de
densidade distintos e diferentes de 1 g.cm-3.
A entalpia de neutralização entre uma base forte e um ácido forte, foi feita
utilizando-se NaOH e HCl em concentração de 0,25 mol/L. No experimento foi
encontrado inicialmente a energia total liberada na reação que foi de (381 ± 1) cal,
este valor foi baseado na capacidade calorífica do recipiente, que foi calculado no
experimento anterior, desta forma sendo assim um dos motivos de erros
metodológicos e acidentais já citados anteriormente. Um outro erro metodológico
que pode ter ocorrido durante o cálculo da entalpia de neutralização está
relacionado a medição da temperatura da solução de Hidróxido de Sódio, uma vez
que a temperatura do mesmo foi considerada a mesma do recipiente e para tal a
medição da temperatura foi realizada com a solução imersa no recipiente, entretanto
a superfície do recipiente é constituída em parte por alumínio, é sabido que NaOH
reage com o alumínio liberando calor segundo a seguinte equação estequiométrica
(Eq. 13).

2NaOH + 6Al → Na3AlO3 + 3H2 (Eq. 13)

Assim, desta forma pode ter ocorrido um aumento de temperatura que trouxe
imprecisão aos resultados obtidos.
Posteriormente foi calculado a entalpia de neutralização molar, sendo obtido
uma quantidade de (127 ± 40) KJ/mol, uma vez que quantidade de mols presentes
foi feita tendo como base o volume utilizado de (50 ± 0,5) mL, o erro experimental
calculado aumentou, tendo em vista as grandezas de unidades utilizadas. Assim o
valor encontrado foi comparado com o valor da literatura de 57,7 KJ/mol tendo um
erro percentual médio de 120,16%.
Tendo em vista a discrepância entre os resultados de capacidade calorífica
encontrados para os recipientes, foi calculado também a entalpia de neutralização
molar utilizando a média apenas dos valores mais próximos, sendo os mesmos os
últimos colhidos e também utilizando apenas o valor isolado encontrado, primeiro
valor colhido. Assim utilizando apenas a média dos dois últimos valores de
capacidade térmica do recipiente foi encontrando uma entalpia de neutralização
molar de (136 ± 40) KJ/mol e um erro de 134,85%, desta forma um erro superior ao
encontrado com a média de todos os valores. E utilizando apenas o primeiro valor
colhido foi encontrado uma entalpia de neutralização molar de (110 ± 40) KJ/mol e
um erro de 90,77%, assim obtendo um erro inferior aos obtidos anteriormente,
indicando assim o possível erro temporal mencionado anteriormente, onde com as
repetições a temperatura do recipiente estava sendo cada vez menor.
Em base dos erros percentuais encontrados e dos erros sistemáticos e
acidentais, pode-se entender que a metodologia em questão não obteve êxito de
calcular o valor de entalpia de neutralização molar com precisão, mesmo
considerando o desvio obtido o valor encontrado não está na faixa do valor
registrado na literatura. As maiores limitações ao método estão no material do
recipiente e no tempo em que foi realizado o experimento, onde esses fatores
podem ter contribuído significativamente na imprecisão dos resultados.
4 REFERÊNCIAS

LAGE, E, 2019. Capacidades Caloríficas. Revista Ciência Elementar, vol. 7, no. 2,


pp. 32.

MOORE, W.J. Físico-Química. Vol. 2, Trad. Tibor Rabockai, São Paulo, Edgard
Blucher, 1976, p. 391-392.
5 ANEXOS

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