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4ª TAREFA DP II - NOITE

Responda as seguintes questões:

1. Resumidamente disserte sobre os elementos do dolo. (Peso: 0,5)

Os elementos estruturais do dolo são a consciência e a vontade.


Faz-se necessário mencionar que a consciência, elemento cognitivo do dolo, não exige
que o sujeito saiba sobre as particularidade do crime quando o realiza. Isso se dá em
razão da admissão da chamada coconsciência, que é implícita (ou prévia) ao
comportamento do criminoso. Ora, não há necessidade de o sujeito ter conhecimento
sobre o art. 173 do CP para efetivamente abusar de um menor incapaz.

O outro aspecto básico do dolo é o elemento volitivo, ou seja, o que provém da vontade.
Entende-se que vontade não é desejo, pois o sujeito pode desejar, mas não realizar a
ação.
Também é importante destacar que a vontade não se confunde com motivo, já que o
motivo pode ser apenas a explicação da ação.

2. Escolha duas teorias de delimitação do dolo eventual com culpa consciente e


discorra a respeito delas. (Peso: 0,5)

IV. Teoria da Probabilidade (teoria da representação);

Embora o direito não seja uma ciência exata, esta teoria visa a identificar qual seria o
grau de probabilidade necessário para se atingir o dolo eventual.

É importante destacar que, em termos normativos. não existe a possibilidade de


quantificar o dolo eventual. A referida teoria limita-se tão somente a ser um exercício
intelectivo para identificar o grau de probabilidade necessário para se alcançar o dolo.

Entende-se, assim, que o dolo eventual dependerá do grau de probabilidade do resultado


previsto pelo autor. Haverá dolo eventual quando o sujeito considera provável a
produção do resultado; se ele somente considera possível, o que há é culpa consciente.

Portanto, é possível afirmar que estamos tratando de uma teoria mais suscetível à
intuição ou arbitrariedade por parte de quem julga.

VII. Teoria Unitária do Dolo Eventual (Roxin);

Trata-se de teoria que abandona a ênfase psicológica do dolo eventual e foca no campo
normativo. De acordo com o penalista alemão Claus Roxin, o dolo não é consciência e
nem vontade, mas sim a decisão do autor contra o bem jurídico tipicamente protegido.

Neste sentido, conforme preleciona o jurista alemão Winfried Hassemer, o juiz deve
fazer uso de indicadores do dolo para chegar à conclusão, os quais devem ocorrer
cumulativamente. Tais indicadores são: I. existência de uma situação de perigo concreta
e eminente; II. A correta percepção do sujeito sobre a situação de risco, III. A decisão
do sujeito de agir contra o bem jurídico.

Ante o exposto, verifica-se que estamos diante de uma teoria menos suscetível à
intuição ou arbitrariedade por parte de quem julga.

3. Explique as funções dos elementos subjetivos especiais do injusto. (Peso: 0,5)

Delimitação: identifica a finalidade especial da conduta típica para que haja a perfeita
subsunção da conduta ao tipo penal.

Formação de tipos qualificados ou privilegiados: possui a função de agravar ou diminuir


a pena.

Antecipação das barreiras punitivas: diz respeito a uma conduta prévia à barreira
punitiva, mas que, caso identificada na conduta do agente, já é suficiente para punir.
Por exemplo, o art. 291 do CP menciona “possuir ou guardar maquinismo, aparelho,
instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda”.
Basta a posse de petrechos destinados à falsificação de moeda para ocorrer a punição.

INSTRUÇÕES:
PRAZO limite para ENTREGA: Quarta-feira, 15/09, às 23h.
Máximo de 10 LINHAS cada resposta. Se ultrapassar este limite, terá desconto na nota.
Fonte: Arial ou Times New Roman.
Tamanho: 12

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