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PROVA DE FILOSOFIA

1) Qual a importância da esfera micropolítica para as transformações sociais, segundo Suely Rolnik?

R: Para Suely, a micropolítica é sempre reativa e a prioridade dela é sempre de oposição. A partir daí ela se
torna importante, pois, a partir desse sentimento reativo de se impor contra determinados pensamentos
conservadores, pode fazer-se com que se tenha uma grande repercussão e discussão sobre aquela imposição,
e, com isso, ocorrer transformações sociais significativas. Podemos ter como exemplo disso, as lutas sociais
contemporâneas, como o movimento feminista, que luta contra os diversos pensamentos e imposições
machistas conservadoras, se tornando uma micropolítica reativa a fim de causar transformações sociais que
vão de acordo com o viés do movimento. Ademais, ela acredita que essa denominação de micropolítica
relacionada a vida privada, formou um modo subjetivo dominante e com isso, discussões ficaram excluídas
da ação reflexiva na política esquerdista tradicional, como a sexualidade, família, afeto....

2) Apresente o conceito de humanidade a partir da perspectiva crítica abordada por Ailton Krenak

R: Para Ailton Krenak, a humanidade que nos é ensinada e imposta não é a humanidade que ele defende,
para ele, a concepção de humanidade imposta só serve para justificar atos que são violentos, em um ideal de
modelo padrão, como por exemplo, as grandes navegações e a colonização européia, em que a Europa, em
um discurso, considera a colonização como sinônimo de salvação e bondade. Krenak critica a ideia de a
humanidade ser considerada algo natural e universal, além de afirmar que a humanidade não liga apenas
para as relações de exploração, mas, também, de transformar tudo em mercadoria, é uma humanidade que
excluí todos os outros como seres (os índios, africanos...). Os que são considerados humanos são apenas os
civilizados, que estão dentro da cultura de exploração, lucro e mercadoria. Os quase-humanos (considerado
por Krenak assim) são as pessoas que não querem entrar nesse projeto de civilização que explora e que
controla o planeta, e, por serem diferentes, são excluídos pela fome, pobreza e violência, além de não serem
considerados como parte da humanidade.

3) Em que sentido se poder dizer que o capitalismo incide de modo mais brutal sobre as mulheres
segundo Silvia Federici?

R: Para Silvia, o capitalismo foi uma forma muito cruel de perseguição à mulher, a política de cercamento e
o surgimento do próprio capitalismo agrário abrem um plano de fundo social relevante para a compreensão
do nascimento de acusações da contemporaneidade às mulheres. A caça às bruxas foi um fenômeno rural e
como tendência, afetou regiões em que as terras haviam sido cercadas, essa política capitalista fez com que,
por lucro, muitas mulheres depois de terem seus maridos enterrados perdessem seu direito ao fundo deixado
por ele ou parte dele, com isso, elas tinham que se virar para sobreviverem, muitas delas dominavam
especificidades de remédios naturais, em que foram considerados pela sociedade na época como bruxaria,
assim, perseguindo essas mulheres e matando-as. Para se ter um exemplo de como o capitalismo está ligado
fervorosamente à violência contra as mulheres, à caça das bruxas, ocorriam, em sociedades em que as
relações econômicas e sociais eram afetadas pela crescente importância do mercado, e com a alta do preço,
deixou as mulheres sem ter onde tirar seu sustento, e essas mesmas mulheres, por serem pobres, foram
consideradas bruxas. Um último fator, é que muitas mulheres, por medo, denunciavam outras mulheres por
bruxaria, sabendo que com essa ação ficariam protegidas pelos homens, fazendo com que o próprio
capitalismo definisse o lugar e posição da mulher.

4) Como você entende o título do livro de Paul B. Preciado, Manifesto contrassexual?

R: É um manifesto que discute sobre o questionamento do regime heterocentrado, ou seja, da defesa de


achar que apenas a relação de homens e mulheres é considerada como válida. É um manifesto, como o
próprio nome diz, contra a sexualidade hetera, talvez não contra, mas uma crítica a normalização de apenas
essa forma de sexualidade.

Karolayne Cristina Gomes da Fonseca 1º Período

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