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Material Teórico
Competências Organizacionais e Competências Essenciais
Revisão Textual:
Prof. Esp. Claudio Pereira do Nascimento
Competências Organizacionais
e Competências Essenciais
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Objetiva-se que o estudante, ao concluir a unidade de estudo, seja ca-
paz de identificar as diferenças entre Competências Essenciais e Com-
petências Organizacionais, bem como a mútua influência que exercem.
· Pretende-se também, por meio da presente unidade, que o
estudante possa identificar como o estabelecimento das estratégias
organizacionais interferem no desenvolvimento das Competências
Organizacionais e Essenciais.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE Competências Organizacionais e Competências Essenciais
Competências na Empresa:
Organizacionais e Essenciais
Comumente apresentados como sinônimos, as Competências Organizacionais
e as Competências Essenciais apresentam características bastante distintas.
Importante! Importante!
Competências Essenciais
Prahalad e Hamel no artigo, The core competence of the corporation, são
categóricos ao afirmar que os principais executivos de uma empresa da década
de 1990 serão “julgados pela capacidade de identificar, cultivar e explorar as
Competências Essenciais que tornam o crescimento possível” (1990).
A despeito das décadas que nos separam da edição do artigo, este se mostra
atual, e ainda hoje os principais executivos das organizações buscam maneiras de
possibilitar o crescimento de seus negócios e para tanto procuram estratégias para
identificar, cultivar e explorar as Competências Essenciais da empresa.
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Uma organização que possui Competências Essenciais, ou seja, que se diferencia
da concorrência, de acordo com Prahalad e Hamel (1990), atende a três requisitos:
(1) prover acesso a uma ampla variedade de mercados; (2) oferecer benefícios
significativos a seus clientes; e (3) ser difícil de imitar.
Importante! Importante!
“Para possuir Competências Essenciais uma organização deve ser capaz de:
(1) prover acesso a uma ampla variedade de mercados;
(2) oferecer benefícios significativos a seus clientes; e
(3) ser difícil de imitar.”
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UNIDADE Competências Organizacionais e Competências Essenciais
Mas vale destacar que o valor agregado oferecido ao cliente não se relaciona aos
produtos ou serviços, que podem ser imitados, mas à competência essencial, àquele
conhecimento que a empresa domina e que é muito difícil não só de descrever, mas
especialmente difíceis de imitar, ou seja, sua diferenciação perante os concorrentes
estará no conhecimento interno e na forma como tal conhecimento é disseminado.
Para atender a estes três requisitos, uma organização deverá combinar uma
variedade significativa de competência, que lhe possibilitaram planejar, criar e
distribuir produtos e serviços aos clientes em vários mercados.
“A tarefa crítica para a gestão é criar uma organização capaz de infundir
produtos com funcionalidades irresistíveis ou, melhor ainda, a criação de
produtos que os clientes precisam, mas ainda nem sequer imaginadas”
(PRAHALAD e HAMEL, 1990, s.p.)
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Centro de Custos ou Provedor
de Competências Essenciais
Pensar e produzir competências não são tarefas simples, mas a competência é
que fará a diferença no futuro de uma organização.
Por isso mesmo Prahalad e Hamel (1990) afirmam que muitas empresas, ao
deixarem de investir internamente para o desenvolvimento daquilo que compreende
como centro de custos, terceirizando parte daquilo que é o seu produto, perdem a
oportunidade de fazer, nascer e crescer suas Competências Essenciais.
O quanto se deve ser dependente de uma empresa externa em relação aquilo que
é o produto principal de uma organização? E se o fornecedor, ou seja, a tal empresa
externa decidir tornar-se concorrente da organização para a qual prestava serviços?
“Em sua avaliação, o quanto a empresa em que você trabalha, ou qualquer outra que
Explor
conheça com mais profundidade, tem delegado a outras as atividades que poderiam ser
desenvolvidas internamente? Você consegue definir quais as vantagens deste processo e
quais são suas desvantagens? Ao terceirizar estes serviços, você identifica que a empresa
perde oportunidade de desenvolver Competências Essenciais? Refletir sobre tais aspectos
torna-se fundamental quando se trata das chamadas Competências Essenciais.”
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UNIDADE Competências Organizacionais e Competências Essenciais
Competências Organizacionais
As Competências Organizacionais se relacionam a capacidade operacional e
funcional da empresa em mobilizar seus recursos, materiais e humanos, de forma
a agregar valor a si e aos colaboradores.
Mas o que isso quer dizer? Para que a empresa mantenha seu negócio
funcionando, conquiste lucratividade e atenda às exigências do mercado é necessário
que desenvolva Competências Organizacionais compatíveis com sua estratégia
operacional, ou seja, é preciso que a organização adquira, aprimore e desenvolva
competências compatíveis com seu negócio.
Fleury e Fleury esclarecem o assunto da seguinte forma “pode-se dizer que a
organização possui diversas Competências Organizacionais localizadas em di-
versas áreas” e, dentre essas diversas Competências Organizacionais, “apenas
algumas são as Competências Essenciais, aquelas que a diferenciam e que lhe
garantem uma vantagem competitiva sustentável perante as demais organiza-
ções.” (2004, p. 47).
Prahalad e Hamel (2005) comentam acerca de duas Competências Organiza-
cionais da Honda, que cabem como exemplo, para distinção de Competências
Organizacionais e Competências Essenciais.
Dentre as Competências Organizacionais da Honda está a excelência de seus
motores, já comentada nesta unidade. Essa competência pode ser considerada
a competência essencial da Honda, considerando os comentários de Prahalad e
Hamel (2005). Já a outra competência organizacional, o processo de vendas e/ou
a rede de revendedores, é apontada pelos autores como uma competência básica.
Ambas as competências apresentadas, quer a competência na produção dos
motores quer a competência no processo de vendas, são algumas das Competências
Organizacionais da Honda, no entanto, como comentam Prahalad e Hamel, os
clientes não procuram a Honda em função de terem uma experiência melhor em
sua rede de vendas quando comparado ao atendimento nas redes de vendas de
seus concorrentes, mas sim em função do produto oferecido pela empresa.
Acerca da variedade de competências nas organizações, Zarifian (2001)
propõem cinco formas: (1) competências sobre processos; (2) competências
técnicas; (3) competências sobre a organização; (4) competências de serviços; e (5)
competências sociais.
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Importante! Importante!
Por fim, as chamadas competências sociais são definidas por Zarifian como
o saber ser relacionado às atitudes que mantém o comportamento do indivíduo
na organização. As competências sociais incluem a autonomia nas ações, a
responsabilidade na execução das atividades e a forma de comunicação. Em uma
organização competente, com um líder competente, o colaborador é levado ao
aumento progressivo de autonomia e de responsabilidade em suas ações que
resultam no comprometimento na vida social, pessoal e nas mudanças internas
da organização. Como comunicação entende-se em reciprocidade, uma vez que
comunicar é compreender o outro.
Estratégias Organizacionais
Definir estratégias organizacionais permitirá à organização determinar quais as
Competências Organizacionais necessárias para cada etapa do projeto estabelecido,
ou seja, quais as Competências Organizacionais necessárias à empresa e,
especialmente, quais Competências Essenciais à estratégia de negócio (FLEURY,
2002; FLEURY E FLEURY, 2004).
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UNIDADE Competências Organizacionais e Competências Essenciais
Fleury (2002) comenta que, como um “círculo virtuoso” (2002, p. 58), no qual
não há ordem pré-estabelecida, a definição da estratégia operacional alimentará
e permitirá desenvolver as Competências Organizacionais e estas por sua vez,
alimentarão e permitirão desenvolver as estratégias operacionais, ou seja, o
desenvolvimento das Competências Organizacionais depende da aprendizagem
e da estratégia operacional, que depende da aprendizagem e do quantum de
Competências Organizacionais uma empresa possui, conforme ilustra a Figura
proposta por Fleury.
Estratégia
Aprendizagem
Competência
Considerando a proposta de Treacy e Wiersema, Fleury e Fleury consideram três
tipos de estratégias organizacionais: (1) Excelência Operacional; (2) Liderança em
Produtos; e (3) Orientação para Clientes (FLEURY, 2002; FLEURY E FLEURY, 2004).
Importante! Importante!
“Treacy e Wiersema, citados por Fleury e Fleury (2005), apresentam três formas de
estratégias organizacionais que podem ser escolhidos pelas empresas:
(1) Excelência Operacional;
(2) Liderança em Produtos; e
(3) Orientação para Clientes.”
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Nesse sentido, Cuatrecasas (2002) lista atividades que resultam em desperdício
nos processos, são elas: (1) excesso de produção; (2) defeitos; (3) atraso ou espe-
ra; (4) transporte; (5) movimentação desnecessária; (6) processos inadequados; e
(7) estoque.
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UNIDADE Competências Organizacionais e Competências Essenciais
Função /
Estratégia
Operações Desenvolvimento Vendas / Marketing
Competitiva de Produto
Convencer o mercado de
Manufatura classe mundial/ que a relação qualidade/
Excelência Operacional Inovações incrementais
produção enxuta preço dos produtos/serviços
oferecidos é ótima
Preparar o mercado e educar
Inovações radicais
Liderança em Produtos Scale up e produção primária os clientes potenciais para a
(breakthrough)
adoção da inovação
Desenvolver relações com
Desenvolvimento de
Orientação clientes específicos para
Manufatura ágil sistemas (produtos/serviços)
para o Cliente compreender necessidades
específicos
e vender soluções
“Para definir Scale up vamos definir primeiro Start up. Uma das definições de Start up -
Explor
existem outras - é um modelo de negócio com custos de manutenção baixo e potencial para
crescer rapidamente, ainda que em condições de incerteza. A Scale up pode ser definida
como uma Start up amadurecida, ou seja, um modelo de negócio, com grande potencial de
crescimento, mas que já está mais estruturado.
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Enfim, embora Competências Essenciais e Competências Organizacionais se-
jam conceitos distintos, ambos se integram na busca das organizações por manter-
-se competitiva no ambiente empresarial.
Para encerrar a unidade, convido-o a refletir sobre uma das famosas frases
do professor Michael Porter, autor de diversos livros que tratam estratégias e de
vantagem competitiva, “uma empresa sem estratégia faz qualquer negócio”. Como
vimos, para desenvolver, manter e fortalecer competências, uma empresa deve ter
como base seus objetivos organizacionais e estabelecer estratégias para atingi-los,
do contrário, alcançar suas metas será impossível.
“uma empresa sem estratégia faz qualquer negócio” (PORTER, 2004, s.p.).
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UNIDADE Competências Organizacionais e Competências Essenciais
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Leitura
Estratégias Competitivas e Competências Essenciais: perspectivas para a internacionalização da indústria no Brasil
FLEURY, Maria Tereza Leme; FLEURY, Afonso Carlos Correa. (2003). Estratégias com-
petitivas e competências essenciais: perspectivas para a internacionalização da indústria
no Brasil. G&P – Gestão & Produção. São Carlos/SP, v 10, n 2, p. 129-144, ago. 2003.
https://goo.gl/p148dt
Alinhando Estratégias e Competências
________. (2004) Alinhando estratégias e competências. RAE – Revista de Administração
de Empresas. São Paulo, v 44, n 1, pp 44-57.
https://goo.gl/j5S5iY
Competências Essenciais: proposta de um modelo de concepção
PACHECO, Ana Paula Reusing. (2010). Competências Essenciais: proposta de um
modelo de concepção. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Engenha-
ria e Gestão do Conhecimento. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis.
https://goo.gl/foSv9x
The Core Competence of de Corporation
Prahalad, C. K. e Hamel, G. (1990). The core competence of de corporation. Harvard
Business Review. May-Jun 1990.
https://goo.gl/ZgaRRv
Competências Organizacionais alinhadas à Estratégia e aos Processos Empresariais.
SCOLA, Roberto. (2003). Competências Organizacionais alinhadas à estratégia e aos
processos empresariais. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-graduação em
Administração. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
https://goo.gl/RfzgSf
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Referências
CUATRECASAS, L. (2002) – Design of a rapid response and High Efficiency
service by Lean Production Principles: methodology and evaluation of variability of
performance. International Journal of Production Economics. Vol. 80, p.169-183.
FLEURY, Maria Tereza Leme; FLEURY, Afonso Carlos Correa. (2003). Estratégias
Competitivas e Competências Essenciais: perspectivas para a internacionalização
da indústria no Brasil. G&P – Gestão & Produção. São Carlos/SP, v 10, n 2,
p. 129-144, ago. 2003. Disponível on-line em: <http://www.scielo.br/pdf/gp/
v10n2/a02v10n2>, acessado on-line em julho de 2017.
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