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Ao educador compete criar na escola e na sala um clima de amor fraterno semelhante ao que
a criança tem no seu lar.
O educador não educa, mas cria as condições propícias, ajuda, incentiva, estimula e motiva a
criança para que se auto eduque, através de “atividades educativas” (técnicas educativas de
faz-de-conta, participação, ajuda, cooperação, experimentação, exploração, pesquisa, ensaio-
e-erro, imaginação, invenção e criação), sempre num clima de amor, de fraternidade, amizade
e felicidade.
Por exemplo, quando o educador propõe uma brincadeira em que a criança embala e trata da
sua boneca, pretende que a criança estimule o desenvolvimento daquele sentimento que mais
tarde lhe é tão fundamental no equilíbrio da sua personalidade – o amor maternal.
Em vez de ensinar regras de “boa educação”, o educador promove um jogo de faz-de-conta em que
uma família (“pai”, “mãe” e boneca) vai fazer uma visita a casa de outra família, cumprimentando-
se, apresentando-se, lanchando, etc. A cooperação, a amizade, a delicadeza e as relações sociais são
por este modo apreendidas pela criança, de modo inconsciente e automaticamente incorporadas no
seu sistema pessoal de valores (Hogan, 1973; Malrieu, 1979).
Na sua vivência quotidiana com o educador, a criança estabelece com ele uma forte e íntima
reciprocidade de amor, que a leva inconscientemente procurar imitá-lo em tudo (vestuário,
penteado, modos, comportamento, atitudes, pensamentos, crenças, opiniões, valores, etc.),
identificando-se com ele, interiorizando e incorporando na sua personalidade aqueles traços
do caráter do educador, de modo involuntário e inconsciente.