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AS FÉRIAS COLETIVAS DEVEM SER CONCEDIDAS A FUNCIONÁRIOS

CUJO PERÍODO AQUISITIVO NÃO ESTEJA COMPLETO?

O que seria o período aquisitivo e o período concessivo de


férias?
O período aquisitivo é período de 12 meses trabalhados que dá ao empregado o
direto de gozar 30 dias de férias, enquanto que o período concessivo é o período
de 12 meses posteriores ao período aquisitivo, período este que o funcionário deve
gozar os seus trinta dias de férias adquiridos.

O que são Férias Coletivas?


As férias coletivas referem-se a um período de descanso remunerado previsto no
Artigo 139 da CLT ( Consolidação das Leis Trabalhistas). A legislação determina
que as férias coletivas podem ser concedidas a todos os empregados de uma
empresa ou de determinados estabelecimentos/setores/departamentos. Sendo
assim, ao contrário do que muitos pensam, legalmente falando, o empregador não tem
obrigatoriedade de conceder férias a todos os funcionários da empresa, ele pode sim,
conceder a alguns setores/ departamentos e a outros não. 

Este cálculo é igual para funcionários cujo período aquisitivo


não estiver completo?
Na verdade, o funcionário que não tiver o período aquisitivo completo,
deverá receber o valor proporcional ao período trabalhado, ou seja,
suponhamos que o empregador concederá 20 dias de férias coletivas para
todos os empregados da organização, entretanto, um funcionário em específico
tem apenas 8 meses trabalhados na empresa (período aquisitivo: 05/04/2018 a
04/12/2019) este receberá 20 dias + 1/3 de férias deduzidos dos devidos
encargos.
Então não há diferença entre o funcionário que tem período
aquisitivo completo e o que não tem, certo?
ERRADO! Veja, um funcionário que tem o período aquisitivo completo, tirou 20
dias de férias coletivas, sobra-lhe 10 dias que deverão ser concedidos dentro do
período concessivo de férias.

Um funcionário que não tem o período aquisitivo completo, tirou os 20 dias


proporcionais ao periodo trabalhado, não tem mais nenhum dia restante, logo,
inicia-se um novo período aquisitivo. O que acontece muito: Gestores de RH ao
visualizarem que o funcionário tirou apenas 20 dias, concedem mais 10 dias
acreditando que o funcionário não gozou completamente as férias referentes ao
periodo aquisitivo inicial. Esta é uma questão muito complicada, uma vez que a
concessão foi realizada indevidamente, o empregador não pode descontar este valor do
funcionário.
Quais são os orgãos que devem ser comunicados referentes as férias coletivas?
De acordo com a CLT, O Ministério do Trabalho deve ser informado ao menos 15
dias antes da concessão das férias através de um comunicado que será
protocolado pelo MTE, o sindicato da categoria tambem deve ser informado com o
mesmo comunicado. Os funcionários tambem devem ser informados ao menos 15
dias antes da concessão das férias ( salvo férias individuais, estas, deverão ser
comunicadas com 30 dias de antecedência).

Com a chegada do E-Social, como devem ser informadas as férias?


Para os grupos obrigados a realizar o envio, faz-se necessário enviar o
afastamento temporário referente a férias ( S – 2230), sendo que o prazo para
envio é até o 7° dia subsequente ao fato gerador, ou seja, suponhamos que as
férias foram gozadas em 12/2018, deverão ser informadas até 07/01/2019. Além
disso, o retorno de férias tambem deve ser enviado através do S-2230, a ausência
do envio, ocasionará transtornos para o envio de eventos posteriores como o S-
1200, S-1210 e consequentemente o S-1299, pois os envios através do E-social
exigem seguir uma ordem cronológica, enviar informações referentes a folha de
pagamento de um funcionário meses subsequentes ao retorno das férias pode
gerar problemas.
Solução quando o colaborador tiver menos de um
ano de trabalho

De acordo com a legislação, o colaborador que estiver há menos de


12 meses na empresa deve gozar de férias proporcionais ao seu
tempo de casa. Assim, inicia-se em seguida, um novo período
aquisitivo de férias (ou seja, o seu tempo de casa “zera” a partir do
momento que gozar do descanso coletivo).

Se o período de férias proporcional for menor que o período de férias


coletivas, a diferença deve ser registrada como licença remunerada. 

Se o período proporcional for maior, o saldo de férias deverá ser


utilizado até o término do novo período aquisitivo de férias.

Vamos a um exemplo prático. 

Imagine que você contratou um novo colaborador no dia 15 de


setembro. Agora, considere que as férias coletivas da empresa
acontecerão entre os dias 22 de dezembro até 5 de janeiro,
totalizando 15 dias. 

Neste caso, o novo funcionário terá direito a 4/12 avos de férias, ou


seja, 10 dias. Se ele não desejar retornar antes ao trabalho, os 5 dias
a mais de férias coletivas são considerados como licença
remunerada. 

Para chegar neste cálculo, a conta é simples. A cada 12 meses de


trabalho, o funcionário tem direito a 30 dias de férias. Para saber qual
é a proporcionalidade, basta fazer 30/12 e depois multiplicar o
resultado pela quantidade de meses trabalhados. 

Quando a proporcionalidade for maior do que o período de descanso


coletivo, os dias que sobrarem devem ser gozados pelo colaborador.
Neste caso, o período deve ser posterior às férias coletivas e é
definido pelo empregador. 
O colaborador pode recusar férias coletivas?

Não. A legislação afirma que o empregador tem o direito de


determinar quando acontecerá o descanso coletivo e o colaborador
não pode recusar. 

Para tornar o processo transparente, a empresa poderá conversar


com cada setor para entender qual o melhor momento para a
aplicação do benefício. Geralmente, elas acontecem no final do ano,
para que o colaborador possa aproveitar as festas.  

Dias de gozo de férias Faltas injustificadas no período aquisitivo

30 dias Até 5 faltas

24 dias De 6 a 14 faltas

18 dias De 15 a 23 faltas

12 dias De 24 a 32 faltas

Férias 30 dias (até 24 dias (de 6 18 dias (de 15 12 dias (de 24


Proporcionais 5 faltas) a 14 faltas) a 23 faltas) a 32 faltas)
1/12 2,5 dias 2 dias 1,5 dia 1 dia
2/12 5 dias 4 dias 3 dias 2 dias
3/12 7,5 dias 6 dias 4,5 dias 3 dias
4/12 10 dias 8 dias 6 dias 4 dias
5/12 12,5 dias 10 dias 7,5 dias 5 dias
6/12 15 dias 12 dias 9 dias 6 dias
7/12 17,5 dias 14 dias 10,5 dias 7 dias
8/12 20 dias 16 dias 12 dias 8 dias
9/12 22,5 dias 18 dias 13,5 dias 9 dias
10/12 25 dias 20 dias 15 dias 10 dias
11/12 27,5 dias 22 dias 16,5 dias 11 dias
12/12 30 dias 24 dias 18 dias 12 dias
Férias coletivas proporcionais
Como falamos anteriormente, muitas pessoas têm dúvidas sobre o
que fazer no caso dos funcionários que possuem menos de 1 ano de
empresa. 

Afinal, para quem tem mais de um ano é fácil, uma vez que a dúvida
sobre ela ser ou não proporcional acaba por não existir. 

Mas para quem tem menos de 12 meses, sempre surgem aquelas


perguntas: “Posso deixar ele no posto, e dar férias apenas aos outros”
ou  “Como devo contar as férias proporcionais?”
Essas dúvidas são comuns, e algumas coisas a serem esclarecidas é
que se as férias coletivas forem concedidas a um setor completo e o
funcionário estiver trabalhando na empresa há menos de 12 meses,
ele deverá se ausentar do seu posto de trabalho junto aos demais
colaboradores. 

E para ele, que não possui dias de férias suficientes, o restante dos
dias deverá ser concedido como licença remunerada.

Exemplo, se ele tem direito a férias proporcionais de apenas 10 dias, e


a empresa quer conceder 15 dias de férias coletivas, nesse caso
serão 10 dias de férias coletivas e 5 dias de licença remunerada. E, o
adicional de ⅓ de férias será contemplado apenas nos dias em que
ele tiver direito.
E como fazer para descobrir os dias em que ele terá direito? 
Simples, basta realizar uma conta do tempo que o funcionário tem na
empresa. Vamos usar um exemplo de alguém que tenha 4 meses de
empresa. 

A fórmula para saber quantos dias de férias ele teria direito após cinco
meses de trabalho é a seguinte: 

30/12 * 4 = 10 
Essa conta é feita a partir de cada mês completo que o colaborador
tem na empresa, lembrando que, nesse quesito, acima de 15 dias
trabalhados já é considerado um mês completo.

O que é o abono de férias e como funciona?


Apesar de muitos sonharem com a época em que podem finalmente
ter uns dias de descanso após meses trabalhando, é comum que
alguns funcionários queiram realizar a troca de parte desses dias por
um plus em sua remuneração.

O abono pecuniário, como é chamado, é um direito de todos os


colabores previsto na CLT, e se caracteriza por ser a venda de até ⅓
(10 dias) de suas férias em troca de remuneração.
Apesar de ser um direito, todo trabalhador que decidir fazer essa
troca, deve fazer uma solicitação escrita ao RH até 15 dias antes do
fim do período aquisitivo.

Como exemplo, se o funcionário começou a trabalhar no dia 1° de


janeiro, ele pode solicitar a conversão até o 15 de dezembro do
mesmo ano.

Contudo, as regras para colaboradores que tiveram férias coletivas


divergem um pouco, veja o que diz o artigo 143 da CLT:

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