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ODONTOLOGIA

Anestesiologia
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ANESTESIOLOGIA

NEUROFISIOLOGIA

• Definição: “perda da sensação em uma área circunscrita do corpo causada pela


depressão da excitação nas terminações nervosas ou pela inibição do processo de
condução nos nervos periféricos.”

Na anestesia local, a perda de sensação não envolve perda de consciência, enquanto na


anestesia geral há a perda de consciência.

Propriedades desejáveis dos anestésicos locais:

• Não deve ser irritante para o tecido no qual é aplicado.


• Não deve causar qualquer alteração permanente na estrutura dos nervos.

A transitoriedade é uma das características do anestésico local, tendo em vista que não
há uma alteração nervosa permanente e sim temporária.

• Sua toxicidade sistêmica deve ser baixa.


• Deve ser eficaz, independentemente de ser infiltrado no tecido ou aplicado localmente
nas membranas mucosas.

Observa-se que nem todo o anestésico local será bom para uma anestesia infiltrativa.
Ex.: A benzocaína só possui utilidade para uso tópico, ou seja, não pode ser injetada.
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• O tempo de início da anestesia deve ser o mais breve possível.

O PKA é a constante de dissociação de uma molécula, portanto, quanto mais próximo o


PKA estiver do PH do tecido em que está sendo injetada a substância, mais breve será o seu
início de ação.

• A duração de ação deve ser longa o suficiente para possibilitar que se complete o pro-
cedimento, porém não tão longa que exija uma recuperação prolongada.
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Outras propriedades desejáveis dos anestésicos locais:

• Deve ter potência suficiente para proporcionar anestesia completa sem o uso de solu-
ções em concentrações nocivas.
• Deve ser relativamente isento quanto à produção de reações alérgicas.

Observa-se que os anestésicos locais do tipo éster são mais alergênicos do que os do
tipo amida.

• Deve ser estável em solução e prontamente submetido à biotransformação no corpo.


• Deve ser estéril ou capaz de ser esterilizado pelo calor sem deterioração.
• NENHUM anestésico local atualmente disponível preenche todos os critérios conside-
rados desejáveis.

ELETROFISIOLOGIA DA CONDUÇÃO NERVOSA

Etapa 1. Um estímulo excita o nervo:

a.Despolarização lenta. O potencial elétrico no interior do nervo torna-se discretamente


menos negativo.
Observa-se que em um estado normal, a membrana nervosa apresenta um potencial
elétrico de -70 Mv.
No entanto, quando ocorre um estímulo, há um fluxo de íons sódio que caracteriza a
menor negatividade do limiar de repouso.
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Nesse caso, a membrana nervosa passa a apresentar um potencial elétrico entre -50 e
-60, representando, portanto, a limiar de potencial de limiar ou potencial de descarga.
b. Quando o potencial elétrico em declínio atinge um nível crítico, resulta em uma fase
extremamente rápida de despolarização. Isso é denominado potencial de limiar ou potencial
de descarga.

• Despolarização rápida – ocorre quando o potencial atinge o -50/-60 mV, ou seja, o


potencial de descarga.

c. Essa fase de despolarização rápida resulta em uma inversão do potencial elétrico atra-
vés da membrana nervosa.

Etapa 2.

d. Após essas etapas de despolarização, ocorre a repolarização. O potencial elétrico


gradualmente se torna mais negativo no interior da célula nervosa em relação ao exterior, até
que o potencial em repouso original de –70 MinV seja atingido novamente.
A repolarização ocorre quando para de entrar sódio e começa a sair potássio de dentro
da célula, fazendo com que a célula volte, gradualmente, para o estado de repouso (-70 MV)
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ELETROFISIOLOGIA DA CONDUÇÃO NERVOSA

Observa-se que na célula mielinizada o impulso estará ocorrendo de forma unidirecional,


enquanto na célula não mielinizada isso ocorre de forma mais lenta.
A bainha de mielina é considerada como um isolante elétrico, portanto, a propagação do
impulso nervoso é mais rápida.
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• Período refratário absoluto: ocorre logo após o início de um potencial de ação; o nervo
é incapaz, temporariamente, de responder a outro estímulo, independentemente de
sua força;
• Período refratário relativo: ocorre após o período absoluto; um novo impulso pode ser
iniciado, mas somente por um estímulo mais forte do que o normal.
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ELETROQUÍMICA DA CONDUÇÃO NERVOSA

• Em seu Estado de Repouso, a membrana nervosa se mostra:


– Discretamente permeável aos íons sódio (Na+);
– Livremente permeável aos íons potássio (K+);
– Livremente permeável aos íons cloreto (Cl–);

Observa-se que a concentração no meio intracelular de potássio é maior do que a con-


centração no meio extracelular.
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MODO E LOCAL DE AÇÃO DOS ANESTÉSICOS LOCAIS

• Os anestésicos locais interferem no processo de excitação da membrana nervosa por


uma ou mais das seguintes maneiras:

1. Alterando o potencial de repouso básico da membrana do nervo;


2. Alterando o potencial de limiar (nível de descarga);
3. Diminuindo a taxa de despolarização;
4. Prolongando a taxa de repolarização.

• Teorias:

1. Teoria da acetilcolina;
2. Teoria do deslocamento do cálcio;
3. Teoria das cargas de superfície;
4. Teoria da expansão da membrana;
5. Teoria do receptor específico: “os anestésicos locais agem ligando-se a receptores
específicos nos canais de sódio”.
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Na despolarização ocorre um influxo de sódio, ou seja, se o anestésico local está agindo


no canal de sódio, irá alterar a conformação do canal e o sódio não vai entrar na célula.

MECANISMO DE AÇÃO DOS ANESTÉSICOS LOCAIS

Deslocamento de íons cálcio dos sítios receptores dos canais de sódio → Ligação da
molécula de anestésico local a esse sítio receptor → Bloqueio do canal de sódio → Diminui-
ção na condutância de sódio → Depressão da taxa de despolarização elétrica → Falha em
obter o nível do potência de limiar → Falta de desenvolvimento dos potenciais de ação pro-
pagados → BLOQUEIO DA CONDUÇÃO
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O anestésico local é administrado no sítio que precisa da anestesia, sendo que ele irá se
difundir naquele tecido e as moléculas do anestésico local irão entrar dentro das células e
após entrar nas células, ela vai chegar no receptor da canal de sódio.
Quando o receptor chega ao canal de sódio, irá provocar um deslocamento de íons cálcio
dos sítios receptores dos canais de sódio, após isso, haverá a ligação da molécula de anes-
tésico local a esse sítio receptor e o bloqueio do canal de sódio.
Logo após o bloqueio do canal de sódio, haverá a diminuição na condutância de sódio e
não haverá a despolarização elétrica.
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BARREIRAS

As principais barreiras à difusão do anestésico são o perineuro e a perilema.

DIRETO DO CONCURSO
1. (VUNESP/2020/Prefeitura de Morro Agudo/SP/Dentista) A membrana nervosa é o lugar
em que os anestésicos locais exercem suas ações farmacológicas, interferindo no pro-
cesso de excitação da membrana de uma ou mais formas. Assinale a alternativa que
indica duas formas corretas para que os anestésicos locais promovam excitação nas
membranas.
a. Alterando o potencial de repouso básico da membrana nervosa e aumentando a taxa
de despolarização.
b. Alterando o potencial de limiar (nível de descarga) e diminuindo a taxa de repolarização.
c. Alterando o potencial de repouso básico da membrana do nervo e diminuindo a taxa
de repolarização.
d. Aumentando a taxa de despolarização e diminuindo a taxa de repolarização.
e. Diminuindo a taxa de despolarização e prolongando a taxa de repolarização.
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COMENTÁRIO
As quatro maneiras de interferir na condução da membrana nervosa são:
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1. Alterando o potencial de repouso básico da membrana do nervo;


2. Alterando o potencial de limiar (nível de descarga);
3. Diminuindo a taxa de despolarização;
4. Prolongando a taxa de repolarização.

2. (CESPE/2018/STJ/Analista Judiciário/Odontologia/Periodontia) Com relação à aneste-


sia local em odontologia, julgue o item a seguir.

Na recuperação anestésica, as fibras do feixe central do nervo permanecem anestesia-


das por mais tempo que as fibras do manto.

 (  ) Certo
 (  ) Errado

COMENTÁRIO
No momento em que o anestésico local entra na célula, os feixes do manto, que são as
mais periféricas, irão ser anestesiadas mais rapidamente e as do centro, mais lentamente,
sendo que permanecem anestesiadas por menos tempo.

3. (CEPUERJ/2019/Residências/Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial) Os agentes


que atuam num sítio receptor, na superfície externa da membrana nervosa, recebem a
seguinte classificação:
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a. A
b. B
c. C
d. D

COMENTÁRIO
A superfície interna corresponde a classe A, enquanto a superfície externa corresponde
a classe B.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
4. São consideradas propriedades desejáveis para um anestésico local todas as abai-
xo, exceto:
a. Não deve causar qualquer alteração permanente da estrutura nervosa.
b. Sua toxicidade sistêmica deve ser baixa.
c. A duração de ação deve ser a mais breve possível, para minimizar toxicidade.
d. O tempo de latência deve ser o menor possível.
e. O efeito clínico deve ser suficiente para permitir que se complete o procedimento.

COMENTÁRIO
A duração de ação do anestésico deverá ser o mais prolongada possível ou de acordo com
a necessidade do procedimento.
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GABARITO
1. e
2. E
3. a
4. c

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Daniel Miranda.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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