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Aula 1 - História da anestesia Conceito: bases fracas e insolúveis em água,

História da anestesia hidrossolúvel quando conjugado com ácido


- Não se limita apenas ao procedimento clorídrico, adm sob a forma de cloridrato.
cirúrgico, engloba períodos de pré e pós
operatórios Anestésicos locais são substâncias que
- Descoberta dos gases: óxido nitroso - gás determinam a perda da sensibilidade em uma área
do riso(1772) circunscrita do corpo, devido a depressão da
- Humphrey Davy: descreveu os efeitos do excitabilidade das terminações nervosas ou a
óxido nitroso: gás e euforia inibição do processo de condução nos terminais
- Morton: pai da anestesia, reconheceu que nervosos periféricos, determinando um estado de
precisava de um agente melhor, começou insensibilidade que é transitória e
a estudar o éter e em 1846 junto com completamente reversível. Os anestésicos
Gilbert Abbott, eles realizaram a anestesia bloqueiam qualquer informação nociceptive de
através do gás éter antes de uma remoção chegar até o sistema nervoso, fazendo com que o
de tumor cervical paciente não interprete o estímulo como dor
Farmacologia
Farmacodinâmica Existem muitos pacientes que podem desenvolver
- Mecanismo e local de ação quadro de choque anafilático quando entre contato
- Efeitos terapêuticos e adversos com os anestésicos locais (normalmente não é
- Descreve o que o fármaco faz com o alergia ao anestésico em si, mas ao metilparabeno,
organismo que é o conservante desse anestésico)

Farmacocinética Mecanismo de ação: bloqueio da entrada de sódio


- Processo de absorção, distribuição, nos canais de sódio na despolarização impedindo a
volume de distribuição, ligação protéica, propagação do potencial de ação do axônio.
transformação e excreção, metabolismo Os anestésicos atuam bloqueando a condução
(reações de fase 1 - oxidação, redução e nervosa, interferindo na condutância deste íon.
hidrólise - reações de fase 2 - conjugação) Os canais de sódio são modulados por variações
- Descreve o que o organismo faz com o de voltagem, que alteram a sua conformação e
fármaco consequentemente a sua permeabilidade a íons
sódio. Estes canais possuem 3 conformações
Reações de fase 1 - oxidação, redução e diferentes:
hidrólise - Repouso - fechada
- Enzima do citocromo P450 são - Ativada - aberta - única forma que
responsáveis pela reações de fase 1 possibilita a condução do estímulo
- Mais de 100 enzimas do citocromo p450 e - Inativada - fechada
CYP3A34 relacionam-se com os
anestésicos O anestésico local pode agir de 2 formas
- Metabolismo dos opióides, benzodia diferentes:
épicos, anestésicos locais - Diretamente no canal de sódio: a molécula
Reações da fase 2 (conjugação): fármacos de anestésico ocupa o canal e impede o
ligam-se em um carboidrato ou aminoácido, fluxo de sódio, impossibilitando a
tornando-o solúvel em água para a excreção condução nervosa. Com o tempo, essa
molécula de anestésico é degradada e
Tempo de meia vida - tempo necessário para que libera normalmente a passagem de íon
a concentração plasmática de um fármaco caia sódio
pela metade do seu valor inicial. Relacionado a - Inativação dos canais de sódio pela
excreção do medicamento incorporação de moléculas da anestesia
local na membrana plasmática (teórica da
Concentração plasmática clinica: concentração expansão da membrana plasmática)
plasmática que ainda age no metabolismo
- Fármacos com baixa concentração Uma vez inativo o canal de sódio somente pode
plasmática clínica perdem o efeito clínico reabrir-se depois de restabelecer o potencial de
mais rápido (ex: propofol) membrana, passando pelo estado de repouso (ou
- Alta concentração plasmática → ATB fechado)

Aula 2 - Anestésicos locais Todos os anestésicos locais são bases fracas e se


apresentam nas formas ionizadas e não ionizadas.

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Sua porção ionizada atua sobre a membrana de intoxicação e aumentando o tempo de ação);
nervosa, enquanto a sua porção não ionizada depende das características de cada agente
determinada a penetração através dos tecidos
Distribuição: os anestésicos ligam-se às proteínas
Como o pH fisiológico gira em torno de 7,4 todos os plasmáticas. Temos uma maior quantidade de
anestésicos locais apresentam uma maior albumina, mas a maior afinidade aos anestésicos é
proporção da forma ionizada, mas é a forma não com a alfa-1-glicoproteína
ionizada que garante a penetração nas membranas
lipídicas para o meio intracelular. A lidocaína Sequência clínica dos anestésicos locais
apresenta um início de ação mais rápido, visto que 1. Vasodilatação periférica com aumento da
apresenta dado seu pKa, uma maior quantidade de temperatura cutânea
moléculas não ionizadas 2. Perda de sensibilidade térmica e dolorosa
- pH ácido: formação maior de cátions 3. Perda de propriocepção
(forma ionizadas) 4. Perda de sensibilidade ao tato e a pressa
- pH básico: formação maior de base (forma 5. Paralisia completa
não ionizada) 6.
Se o anestésico for injetado em um local de
características ácidas (locais infectados), haverá Características de interesse: potência, duração
uma maior quantidade de moléculas ionizadas e, e velocidade de ação
consequentemente, será observada uma menor Potência
penetração no tecido em questão, dada a reduzida - Relação direta com a lipossolubilidade
penetração - Corresponde a penetração da membrana
lipídica do neurônio.
Classificação: anestésicos locais são classificados - Determina a difusão para outros
com base na ligação entre uma amina intermediária compartimento lipídicos, o que implica na
e um grupo aromático que forma sua molécula latência e duração
1. Amino-amidas:
Possuem ligações mais difíceis de serem Duração da ação
quebradas (são termoestáveis). Podem ser - Está relacionada à ligação dos
autoclaváveis e armazenados por mais tempo. anestésicos às proteínas plasmáticas
Sofrem degradação enzimática no fígado (sistema (glicoproteínas, albuminas e globulinas).
P450) e não formam ácido paraminobenzóico, - Quanto maior a ligação proteica , maior o
diminuindo a taxa de reação anafilática em 90% tempo de duração dos seus efeitos (maior
Maior parte eliminada pelo rim meia-vida) e, consequentemente, maior
Convertida em ácido monocarboxílico por será o tempo de exposição aos efeitos
hidroxilação colaterais da droga → forma livre produz
Ex: Lidocaína, prilocaína, ropivacaína os efeitos farmacológicos
2. Amino-ester - Quanto menos ligante, mais se difunde
Possuem ligações mais fáceis de serem quebradas pela membrana celular
(são mais instáveis). Não podem ser armazenados
por muito tempo. Velocidade de ação:
Não são autoclaváveis e sofrem degradação pela - Relação direta com o grau de ionização (o
enzima colinesterase plasmática, resultando em pKa determina a quantidade do anestésico
ácido paraminobenzóico, que é um importante na forma ionizada - pH em que 50% está
gatilho para o choque anafilático. Atualmente em ionizado)
desuso. - A forma não ionizada se difunde, e a
Ex: procaína, clorprocaína, tetracaína ionizada interage nos sítios de ligação (A
parcela não ionizada determina a
Farmacocinética velocidade de ação)
Absorção: depende do local de injeção, sendo - No pH fisiológico (7,4) todos os
maito em locais muito vascularizados anestésicos locais apresentam sua forma
(principalmente em couro cabeludo); depende da ionizada em maior proporção, pois o pa é
dose (quanto maior a dose, maior a capacidade de maior que 7,4
absorção); depende da associação com - Quanto maior o pka, maior a latência.
vasoconstritores (com maior vasoconstrição, menos Assim:
anestésico segue até a corrente sanguínea, Lidocaína
elevando o tempo de absorção, diminuindo o risco - Rápido início e duração intermediária de
aproximadamente 1 hora (pode ser

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aumentada se administrada com - Ropivacaína: 5 mg/kg (sem
adrenalina). adrenalina) → NÃO SE APLICA
- Dose máxima de 3mg/kg, ou até 7mg/kg COM ADRENALINA
se administrada com adrenalina. - Levobupivacaína: 3 mg/kg (sem
- Pode ser usada como anti-arrítmico. adrenalina), 4 mg/kg com
- Pouco lipossolúvel, logo, menos tóxico. - Mepivacaína 5mg/kg (sem
- Baixa porcentagem de ligação proteica adrenalina) 7mg/kg com
(64%), logo tem duração menor. Atua com
maior rapidez (pKa mais próximo do
Toxicidade
fisiológico, é de 7,9)
- Formigamento de língua e lábios
Prilocaína
- Gosto metálico
- Maior duração, mas início mais lento
- Distúrbios visuais
- Pode ser administrada isoladamente (dose
- Abalos musculares
máxima de 5/mg kg) ou com adrenalina
- Convulsões
(dose máxima 8 mg/kg)
- Inconsciência
- Uso em IV em anestesia regional ou uso
- Coma
tópico em associação com lidocaína
- Parada respiratória
Bupivacaína
- Depressão cardiovascular (absorção
- Início lento e duração maior, duração de
rápida ou erro de aplicação com injeção
4-12 horas
na corrente sanguínea → coração para em
- Maior potência (maior lipossolubilidade),
diástole, fica em assistolia em torno de 45
logo, mais tóxica - maior grau de ligação
minutos
proteica
- Lidocaína é usada como
- Porcentagem de ligação de 95%, por isso
adjuvante na anestesia geral em
tem maior duração
dose baixa de infusão lenta
- Demora mais para agir, visto que o pKa é
Manejo da toxicidade
8,1
1. Cessar a adm
2. Iniciar RCP se não houver pulso
Doses máximas
3. Ventilação com O2 a 100%, considerar
- Podem ser usados com ou sem adrenalina
intubação
- a adrenalina aumenta a dose máxima
4. Cessar crise convulsiva com
tolerada (a adrenalina retarda a liberação
benzodiazepínico (ex: midazolam),
do anestésico e faz vasoconstrição,
evitando uso de propofol na vigência de
reduzindo a absorção sistêmica do
colapso cardiovascular
anestésico)
5. Emulsão lipídica 20% (bolus de 1,5 ml/kg
- A adrenalina não pode ser utilizada nas
em 1 minuto, seguido de infusão contínua
seguintes situações:
de 0,25ml/kg) por 30 minutos
- Extremidades - vasoconstrição
a. Dobrar a taxa de infusão se a PA
pode levar a um processo de
continuar persistente baixa
necrose
6. Tratar bradicardia com atropina 0,5-1mg
- Alergia a adrenalina exógena
em bolus
- Hipertensão descompensada
- Arritmia descontrolada
Reações alérgicas
- Hipertensão + arritmia: muito
- Raras, mais frequentes em amino-ésteres
provavelmente pacientes que apresentam
que são pouco usados (são metabolizados
ambas essas condições estão em crise
em ácido para-aminobenzóico que é
tireotóxica. Nesses casos é totalmente
imunogênico
contraindicado utilizar adrenalina
- Algumas amino-amidas contém
- Depende do local de anestesia - cada
metilparabeno, que é semelhante ao ácido
local tem uma dose máxima
para aminobenzóico
- Procaína: 7 mg/kg (sem
- Reações tipo 1 (IgG) ou tipo 4 (imunidade
adrenalina), 9 mg/kg com
celular)
- Lidocaína: 5 mg/kg (sem
adrenalina), 7 mg/kg com
Medidas preventivas:
- Bupivacaína: 2 mg/kg (sem
- Evitar doses excessivas
adrenalina), 3 mg/kg com
- Evitar absorção rápida (aplicar lentamente
- Prilocaína: 5 mg/kg (sem
para reduzir a velocidade de distribuição
adrenalina), 7 mg/kg com

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- Evitar injeção IV (sempre aspirar antes de - É usado como adjuvante e não como
injetar) anestésico único (potencializa a ação de
outros gases, reduzindo a CAM)
Aula 3 - Anestésicos inalatório
- Indução e manutenção da anestesia geral, Concentração alveolar mínima (CAM)
dependendo da dose podem ser - Concentração alveolar do anestésico que
analgésicos produz imobilidade em 50% dos indivíduos
- Indução da hipnose, impedindo a expostos a estímulo dolorosos
conscientização dos estímulos de dor supramáximo
- Padrão-ouro para medir a potência de um
Mecanismo de ação: bloqueio das sinapses do anestésico inalatório
lemnisco medial com sistema reticular ativador - Quanto maior a CAM, maior a potência e
ascendente, e as sinapses deste com o tálamo e o menor a concentração necessária para
córtex cerebral sedação (CAM é a quantidade necessária
para colocar na mistura
Teoria dos hidratos/cristais - Em óxido nitroso 70%, ;e reduzida a CAM
- Anestésicos em contato com a água de outros anestésicos inalatórios -
podem formar hidratos em forma de aumenta a potência
cristais que ocluem os poros da
membrana , inibindo trocas iônicas Biotransformação
Inalatório ideal: não inflamável, baixo coeficiente - O fígado pode metabolizar todos os
de solubilidade com indução e recuperação rápida, anestésicos inalatórios voláteis - a
não irritável nas vias aéreas, sem magnitude da biodegradação é
hepatonefrotoxicidade, não arritmogênico relacionada ao coeficiente de partição
- O mais próximo disso é o xenônio (alto sangue/tecido (quanto maior a
custo, não muito usado) permanência, maior a biotransformação)
Baixa solubilidade no sangue e nos tecidos → - Desflurano: coeficiente de
elevação mais rápida da concentração alveolar na participação baixo → baixa
direção da inspiração durante a administração, biodegradação
declínio mais rápido da concentração alveolar - Halotano: alto coeficiente de
durante a eliminação partição → alta biodegradação →
hepatotoxicidade, degradação em
Captação pelo alvéolo → troca gasosa em direção tricloroacético e fluoretos,
aos vasos (depende da perfusão sanguínea do podendo fazer hepatites
alvéolo e da solubilidade do agente no sangue, fulminantes
expressa pelo coeficiente da participação Mecanismo de ação
sangue/gás - Agem no SNC aumentando os sinais para
- Quanto menor for o coeficiente de canais de cloro via receptores GABA e
participação, mais rapidamente faz efeito e canais de potássio, deprimindo rotas de
mais rapidamente sai do sistema neurotransmissão (incluindo as de
acetilcolina, glutamato e serotonina
A distribuição do anestésico depende da perfusão - Podem ser voláteis ou não
sanguínea e solubilidade do agente. - Voláteis: halotano, isoflurano, desflurano e
A captação do anestésico pelos tecidos depende sevoflurano
da solubilidade - Isoflurano, desflurano e
sevoflurano reduzem a pressão
Desflurano arterial por reduzirem a
Anestésico que entra mais rápido do alvéolo para o resistência vascular periférica, e
sangue (menor coeficiente de partição sangue/gás) podem causar depressão
Halotano cardíaca se combinados com
- Demora para entrar no alvéolo demora pra outros agentes IV ou em
sair (pouco usado) pacientes com choque
- Tem alta concentração na gordura cardiogênicos. Desflurano pode
Óxido nitroso causar hipertensão e taquicardia
- Não tem potência pela CAM se administrado rapidamente
(concentração alveolar mínima) - Não voláteis: óxido nitroso →
pode causar depressão
miocárdica, mas esse efeito é

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balanceado pelo estímulo - Contraindicações: indivíduos
simpático com contraindicações genéticas
Administração (ex: histórico familiar de
Inalação por máscara facial, via aérea de máscara hipertermia maligna), pacientes
laríngea ou tubo traqueal. Podem ser úteis na com hipovolemia severa e
sedação pré-operatória em combinação com hipertensão intracraniana severa
drogas IV (ex: midazolam e propofol) no - Contraindicado em craniotomias
perioperatório e intraoperatório e cirurgias de orelha média, olho
- Padrão-ouro para medir potência é a e intestino (causa aumento de
concentração alveolar mínima do pressão nessas cavidades).
anestésico, na qual 50% das pessoas Também não é recomendado em
não se movem em resposta a estímulos pneumotórax e hipertensão
nocivos. Quanto maior a CAM menor a pulmonar
potência do gás necessária para sedação
(criança de 6 meses requerem maior Monitoramento
CAM, e idoso menor CAM) - Padrão 1: presença de anestesia
- CAM do isoflurano:1,2% reduzida qualificado
em casos de idade avançada, - Padrão 2: monitoramento de ventilação
intoxicação por sedativos e (ETCO2), oxigenação (oximetria de pulso),
hipotermia, aumentada em temperatura e circulação (ECG,
hipertermia, abuso crônico de monitorização cardíaca e aferição de PA a
cocaína e álcool cada 5 minutos)
- CAM do sevoflurano: 2,6% - Índice bispectral (BIS): monitora atividade
- CAM do óxido nitroso ("gás do cerebral em resposta a diversas
riso"): 104% → opção para combinações de anestésicos - para
paciente obstétrico calcular requerem ECG, digitalização →
- Velocidade de indução é determinada valores abaixo de 40 indicam sedação
pela razão FA (concentração alveolar) / F1 profunda
(concentração inspirada). A velocidade em - Monitoração da MAC
que a razão se aproxima de 1 é a
velocidade de indução Toxicidade
- Overdose: terapia de suporte, ventilação
Efeitos adversos - Toxicidade aguda: intoxicação por CO2,
Os mais comuns são náusea e vômitos nefrotoxicidade e hepatotoxicidade
pós-operatórios (o uso de anestesia IV reduz esse - Toxicidade crônica: hematotoxicidade,
risco). Ondansetrona, metoclopramida e/ou teratogenia, cardiotoxicidade
dexametasona podem ser usados de maneira - Dose habitual de óxido nitroso pode
profilática e sintomática causar hipóxia disfuncional, que pode ser
- Hipertermia maligna: mais comum com aliviada com suplementação de oxigênio
halotano, ocorre por liberação excessiva - Hepatotoxicidade e falência hepática
de cálcio no músculo estriado esquelético, associadas ao halotano
causando hipertermia, taquicardia, rigidez - Nefrotoxicidade é mais comum no
muscular, hipercalemia e desequilíbrios sevoflurano (metabolismo mais rápido que
metabólicos. Pode ser revertida com os outros gases, causa altos níveis de
dantroleno e correção de distúrbios, bem fluoreto)
como correção da temperatura. Avaliar - Intoxicação por CO2 ocorre mais
histórico familiar comumente com desflurano
- Podem causar irritação de vias aéreas em - Hematotoxicidade: exposição prolongada
pacientes com asma severa e induzir ao óxido nitroso, ocorre devido a
broncoespasmo devido ao cheiro reciclagem de vitaminas B12. Em
(especialmente desflurano e isoflurano). pacientes com deficiência de vitamina B12
Sevoflurano pode ser usado em asmático prolongadas, neuropatias e anemia
- Isoflurano, sevoflurano e desflurano megaloblástica podem ocorrer. Podem
reduzem a RVP, causando queda de PA - haver complicações teratogênicas em
mais comum em pacientes hipovolêmicos gestantes
- Óxido nitroso pode causar hipóxia após - Halotano produz redução débito cardíaco
parada de administração com aumento da dose (cuidado em
pacientes com fração de ejeção reduzida)

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Aula 4 - Opióide Ligação com receptor
Atividade principal Síntese
- Produzem analgesia potente e supressão - Naturais - opiáceos: morfina
de resposta cardiovasculares ao estímulo - Semisintéticos - direitos da morfina:
cirúrgico, com farmacodinâmica e cinetica codeína, heroína, hidromorfona, oxicodona
previsível y oximorfona
- Sintéticos: meperidina, fentanil, fentanil,
Uso clínicos dos opióides sufentanil e remifentanil
- Medicação pré-anestésica
- Indução da anestesia Potência: todos tem grande potencial para produzir
- Analgesia perioperatória efeitos colaterais sérios como sedação, depressão
- Alívio da dor pós operatória respiratória, hipotensão ou bradicardia
- Adjuvante para facilitar a intubação - Fracos: codeína, dextropropoxifeno,
- Aumento da tolerância ao tubo traqueal tramadol e hidrocodona
- Médios: morfina, metadona, oxicodona e
Aplica-se o termo opióide aos hidromorfona
- Peptídeos opióides endógenos - Fortes: fentanil, sufentanil, alfentanil e
- Alcalóides opioides naturais remifentanil
- Opióides semissintéticos
- Opióides sintéticos Início e término da ação
- Rápido: remifentanil e alfentanil
Sistema opioide endógeno - Lento: morfina e buprenorfina
- Descoberta dos receptores opióide e
peptídeos opióides endógenos (ficam Efeitos nos receptores opióides
ligados aos receptores opióides) - Agonista plenos: morfina e metadona
- Agonista parcial: buprenorfina
Receptores dos opióides - Antagonistas: naloxona e naltrexona
Mu
- Mu1: analgesia Mecanismo de ação
- Mu2: depressão respiratória - Modificam a nocicepção (recepção de
Delta: regulação da atividade dos receptores Mu sinais no SNC) e a percepção de
Kappa: analgesia, sedação, disforia, efeitos estímulos nóxicos (percepção emocional
psicomiméticos, diurese e não produz depressão da dor)
respiratória - Na periférica, atuam nos neurônios
Sigma: disforia, hipertonia, miose (pupila sensoriais inibindo a transmissão de sinais
puntiforme - tratamento = naloxona), taquicardia e dolorosos (importantes na dor inflamatória)
taquipneia - Envolvimento do sistema imune na
Peptídeos alcaloides opioides endógenos analgesia (receptores em células imunes
- Endorfinas como os leucócitos)
- Encefalinas
- Dinorfinas Farmacocinética e farmacodinâmica
Afinidades - Variação do efeito relacionada ao peso
- Endorfinas-B → Mu (massa corporal gorda), função hepática e
- Metionina-encefalina → kappa renal, e débito cardíaco
- Leucina-encefalina → kappa - Após o pico inicial na concentração
- Dinorfina-alfa → delta plasmática, penetram órgãos com fluxo
sanguíneo intenso (cérebro, fígado e rins)
Ações no sistema imune - Segue-se de uma redistribuição aos
- Mecanismo não neuronais sobre o sistema músculos e, mais tarde em tecidos com
imune teor elevado de adiposidade
- Ligam-se às proteínas G na membrana - A meia vida do fentanil aumenta com o
celular tempo de duração da infusão, mas
- Medeiam a cascaya de vias sinalizadoras independe para o remifentanil
descendentes
Maioria do metabolismo no fígado
Opioides exógenos Reações
Classificação - Fase 1: oxidativa e redutoras pelo
Estrutura química citocromo P450

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- Fase 2: conjugação - Produção a depressão dose-dependente
no sistema nervoso central
Aspectos clínicos do metabolismo - Administração em bolus, infusão contínua
- Fármacos que inibem ou induzem o e em infusão alvo-controlada
complexo P450 podem aumentar ou
diminuir o efeito Mecanismo de ação
- Metabólitos opióides são ativos ou inativos - Barbitúricos, benzodiazepínicos,
e podem interferir na analgesia e nos etomidato e propofol: ligam-se aos
efeitos colaterais receptores do ácido-gama aminobutírico
- Implicações de variabilidade genética no (GABA), um neurotransmissor inibitório,
P450 acoplando-se a canais iônicos com
Morfina aumento da passagem do íon cloreto,
- Analgesia em 15 a 30 minutos após a adm determinando hiperpolarização da célula e
IV reduzindo sua excitabilidade
- Defasagem de horas entre a concentração - Cetamina: atividade antagônica no
plasmática máxima e o efeito analgéisco receptor do N-metil-d-aspartato (NMDA),
máximo inibe canais neuronais de sódio (atividade
- Administrar em bolus durante 20 a 45 anestésica local) e os canais de cálcio
minutos antes do término de uma cirurgia (vasodilatação cerebral)
- Utilizar PCA (analgesia controlada pelo
paciente) Metabolismo
Fentanil - A maioria é eliminada através do
- 100 vezes mais potente que a morfina metabolismo hepático (alguns metabólitos
- Modesta a resposta cardiovascular a são ativos) e, a seguir pela excreção renal
estímulos nóxicos da laringoscopia e do metabólitos
estresse cirúrgico
- 1,5 a 3mg/kg de fentanil reduz 50% a Farmacocinética
necessidade de inalatórios e propofol - Caracteriza-se pela rapidez na
- Infusões contínuas e doses repetidas distribuição, na redistribuição para vários
provocam o acúmulo corporal e aumento compartimentos e eliminação. São
da meia vida chamados braço-cérebro → injeta no
- Tratamento de dor crônica (patch de braço, e o tempo de chegar no cérebro o
fentanil, transcutâneo e transdérmico paciente dorme
- Risco alto de adicção - O mecanismo responsável pelo término da
Remifentanil ação no SNC é a redistribuição a partir do
- 100 a 200 vezes mais potente que a compartimento central
morfina
- Rápido início e término de todos os efeitos Farmacodinâmica
clínicos - Producao dose-dependente de depressão
- Como outros opióides, apresentam grande do SNC que manifesta como sedação e
variabilidade no efeito entre os pacientes hipnose
- Hiperalgesia pós-operatória pelo declínio - Hipnóticos provocam redução no
rápido da concentração do opióide-mu metabolismo cerebral e depressão
respiratória exceto a cetamina.
Depressão respiratória
Os efeitos depressores dividem-se em dois Eficácia: associa-se ao efeito máximo em relação
componentes a função do SNC
- Perda da atividade de neurônios - Benzodiazepínicos são menos eficazes
respiratórios no tronco encefálico que os barbitúricos para diminuir a
- Perda da atividade de neurônios no tronco atividade elétrica cerebral
encefálico que mantém tonicidade
muscular das vias aéreas superiores Potência: relaciona-se a quantidade para obter o
- Importante: O2 reduz a incidência de efeito máximo no SNC
eventos hipóxicos. mas pode mascarar a Hipnótico ideal
hipoventilação ou a detecção de obstrução - Solução estável
respiratória - Ausência de dor na injeção (vendo
Aula 5 - Hipnóticos irritação) ou de danos teciduais
Conceito provenientes de extravasamento

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- Baixo potencial para liberar histamina - Único disponível para uso clínico
- Início rápido - Composto por duas moléculas de ACH
- Metabolismo imediato de metabólitos ligadas entre si
inativos - Agem como agonista do receptor
- Mecanismos eficientes de eliminação e nicotínico
redistribuição - Mimetizam a ACH gerando despolarização
- Efeitos cardiovasculares e ventilatórios e contração muscular (o paciente
benignos apresenta fasciculação antes de haver o
- Redução no metabolismo e no fluxo relaxamento)
sanguíneo cerebral - Observada clinicamente como
- Retorno imediato e completo do estado de fasciculações
consciência - Resulta em um bloqueio de fase 1 -
- Ausência de efeitos pós-operatórios ausência de fadiga e de potencialização
adversos (ex: náusea, vômito, delirium, pós tetania a estimulação de nervo
cefaleia) periférico
- Relaxamento até o restabelecimento do
Pode-se associar opióides e hipnóticos, desde que potencial de membrana
tenham mecanismos de ação diferentes. - Hidrolisada pela colinesterases
- Início de ação rápido e curta duração (até
Aula 6 - Bloqueadores Neuromusculares 5 minutos)
Fisiologia - Indução em sequência rápida, quando há
Ocorre pela liberação de Acetilcolina (ACH) das risco de bronco aspiração (intubação
terminações nervosas da fenda sináptica, as quais rápida sem ventilar o paciente)
se ligam aos receptores nicotínicos da placa - Reações adversas
terminal da membrana muscular. - Bradicardia (estimulação de
Relaxam a musculatura estriada receptores muscarínicos e nó
sinoatrial)
Ciclo da ACH - Mialgia - por conta da contração
ACH promove o influxo de sódio pelos canais de inicial
sódio ao músculo determinando despolarização e - Hipercalemia (sobe 0,5) - não
contração muscular, que se encerra pela ação da fazer no grande queimado
acetilcolinesterase. - Aumento da PIO (pressão
intraocular)
Atividades esperadas do BNM - Anafilaxia - 50% das reações
Bloqueio da transmissão colinérgica. entre o anafiláticas dos BNM
terminal nervoso e o receptor nicotínico do músculo - Hipertermia maligna - contexto
esquelético, promovendo seu relaxamento genético - a associação com
O relaxamento muscular: alguns inalatórios pode levar a
- Facilita a intubação orotraqueal esse quadro
- Permite a ventilação mecânica (não é - Bloqueios prolongados -
obrigatório, mas facilita) deficiência da síntese
- Promove condições operatórias ótimas pseudocolinesterase
(cirurgias onde não pode haver movimento (hepatopatias), perda excessiva
do paciente) da pseudocolinesterase
(queimaduras), sobredose do
Só pode usar o bloqueador neuromuscular depois relaxante, inativação da enzima
que o paciente já estiver totalmente inconsciente (organofosforados) e hidrólise
Sequência de medicamentos para intubação → o inadequada da succinilcolina por
BNM são sempre os últimos a serem aplicados + pseudo linestera plasmática
usar com hipinóticos e analgéiscos atípica: a succinilcolina é
hidrolisada pelas colinesterases.
BNM são compostos amônios quaternários
análogos estruturais da ACH, que atuam como Não despolarizante - antagonista
- Antagonistas (não despolarizantes) Antagonistas competitivos da ACH no receptor
- Agonistas (despolarizante) nicotínico pós sináptico.
Ligam-se a uma ou ambas as subunidades alfa do
Despolarizante - agonista receptor, impedindo a ligação da ACH que
Succinilcolina ocasionaria a despolarização

Amanda Terra
Anestesiologia - 2022.2 - 67
Bloqueio de fase 2 - presença de fadiga a Aula 5 - Ventilação mecânica
estimulação em sequência de quatro estímulos e Assistência respiratória
potencialização pós tetânica) 1. Insuficiência respiratória ou procedimentos
Não são metabolizados na junção neuromuscular 2. Decisão
3. Capacidade técnica
Benzilisoquinolínicos 4. Equipamentos
Dois grupamentos amônios quaternários ligados 5. Obtenção das vias aéreas
entre si por uma cadeia de grupos metil 6. Ventilação protetora
Hidrólise no plasma Insuficiencia respiratoria
Podem liberar histamina - Glasgow < 9 (proteção)
Tubocurarina: libera histamina. Excretada - Choque (O2 celular inadequado
inalterada na urina e bile - Dispneia (sofrimento)
Atracúrio: libera histamina. Metabolismo de - Hiperventilação (PaCo2 > 60)
Hoffman e esterase plasmática - Hipoxemia (oximetria < 85% ou PaO2 <
Cisatracúrio: não libera histamina. Metabolismo de 60)
Hoffmann → mais usado. Pode ser usado de forma Hipoventilação
contínua - Centro respiratória (DRIVE) - infarto
Mivacúrio: libera histamina. Hidrolisada pela cerebral
colinesterase plasmática - Função muscular - ELA, Guillain-Barré,
miastenia
Compostos aminoesteróides - Aumento do trabalho - asma, DPOC
Pelo menos um grupamento amônio quaternário agudizado
ligado a um anel esteróide Hipoxemia
Metabolismo em um órgão-alvo antes da excreção - SARA
Não liberam histamina - Edema agudo pulmonar cardiogénico
Pancurônio, Vecurônio e Rocurônio (mais - Pneumonia
usado) - Embolia pulmonar
Não liberam histamina. Metabolismo hepático em
metabólitos ativos, excretado inalterado na urina Decisão
Se houver insuficiência renal vai ter duração ainda A intubação deve ser realizada eletivamente para
maior realização de um procedimento cirúrgico. ou assim
que se constate a insuficiência respiratória
Para indução de sequência rápida o succinilcolina e Deterioração orgânica configura uma intubação
o rocurônio em dose suplicada, tem uma condição tardia
para intubação em uma velocidade alta. Todos os Hipóxia e hipercapnia podem gerar parada cardíaca
outros são de atividades prolongadas, e leva em
torno de 5 minutos, Um bloqueio em torno de 5 Capacidade técnica
minutos precisará cintilar até que o TOF esteja Todos os médicos devem estar aptos para:
com zero estímulo muscular. Se duplicar a dose do - Oxigenação adequada
rocurônio, em menos de um minuto consegue essa - Obtenção das vias aéreas
ação ideal. - Ventilação mecânica
Rocurônio tem reversos → curamadez, em que
diminui a ação do rocurônio É importante sempre pré-oxigenar o paciente,
sendo importante para pressão parcial de oxigênio
Anticolinesterásico
Reversão dos efeitos dos adespolarizantes ao final Equipamentos
da cirurgia - Aspirador a vácuo
Inibem a ação acetilcolinesterase na JNM com - preparado com suas conexões
redução da degradação da ACH para remover repressões,
A reversão do bloqueio se detecta pelo índice de conteúdo gástrico, sangue,
sequência de quatro estímulos (OF )> 0.9 alimentos
Testes clínicos como sustentar a cabeça elevada - Ambu + O2
por 5 segundos (menos confiável) - Airway maintenance breathing
Neostigmina ev (0,05mf/Kg) em conjunto com unit + O2 5L/ min
glicopirrolato ou atropina (efeitos muscarínicos) - Laringoscópio
- Iluminação: lâmpadas quentes;
Anticolinesterásicos aumentam o bloqueio de fase fibra óptica
1 causado por BNM adespolarizantes

Amanda Terra
Anestesiologia - 2022.2 - 67
- Lâminas: curva (Macintosh), reta 2. Introduzir a lâmina em 90º pelo lado direito
(Miller), ponta articulada (McCoy) da boca
- Tubos traqueais 3. Afastar a língua para o lado esquerdo
- Numeração de acordo com o 4. Despreza os lábios dos dentes
diâmetro interno 5. Não bascular o laringoscópio em direção a
- Decrescimo de um milimetro arcada dentária
aumenta em 25% a resistencia 6. Procurar a epiglote e avançar a
- Em crianças: 4+ idade/ 4 extremidade da lâmina em direção a
- Respiradores valécula
- Aparelhos que suportam a 7. Vetor de força para frente e para cima em
ventilação artificial por tempo 45º
indeterminado A lâmina reta ultrapassa a epiglote
- Determina-se a modalidade de
ventilação menos lesiva e mais Manobras
eficiente BURP: pressão na tireoide para visualização
- Respiradores de anestesia: no Manobra de Sellick: compressao do esofago para
princípio, a adm dos anestésicos evitar broncoaspiracao
inalatórios se realiza pela
embebição de tecidos. Os Equipamentos avançados
respiradores de anestesia - Máscara laríngea - não precisa de laringo
possuem um fluxômetros, para introduzir
vaporizadores, válvulas - Tubo esofago-traqueal
inspiratórias e expiratórias que - Fastrach
permitem a utilização dos - Máscara para vias aéreas difíceis
agentes inalatórios líquidos - Não utiliza laringoscopia
voláteis durante a ventilação - Inserção do tubo traqueal por
mecânica dentro da máscara
- Guia introdutores
Obtenção das vias aéreas - Estilete luminoso
Avaliação preditiva da dificuldade - Fibroendoscopia
Escolha da técnica Ventilação protetora
Posicionamento - Volume corrente 4-8ml/Kg - peso predito
Laringoscopia - Homem: altura - 100
Equipamentos avançados - Mulher: altura - 110
- Pulmão com SARA: deve ser um volume
Teste de Mallampati corrente menor, para não distender e
Avaliação preditiva da dificuldade tentar ventilar um pulmão que não tem
1. Palato mole, úvula e pilares visíveis - muita área de ventilação - 4-6ml/kg
Paciente fácil de intubar - Pressão de Plateau < 30 cm H2O
2. Palato mole e vírgula visíveis. Paciente de - Driving pressure <15cm H2O
difícil intubação, devendo esta ser feita - PEEP: pressão estática para manter os
somente pelo anestesista alvéolos estáveis. quanto de pressão
3. Palato mole e base da língua visits. precisa para evitar atelectasia e
Somente intubado por alguns fechamento dos alvéolos. A PEEP
anestesistas, requer treinamento fisiológica ;e em torno de 4-5.
4. Palato mole parcialmente visível ou não - 5 a 8 cmH2O (SDRA precisa
visível. Extremamente difícil de intubar, fazer a titulação)
quase não é feito o procedimento - FR 12-35 (volume minuto = volume
corrente x a frequência respiratória.
Laringoscopia Enquanto o paciente está ventilando, o
Cabeça do paciente posicionada no nível do volume minuto é o responsável pela
apêndice xifóide do executor hiper/hipoventilação)
Colocação do coxim de 10 cm sob o occipital e - Hipercapnia permissiva 40 a 60 com Ph
extensão da articulação atlanto-occipital 7,25 (SDRA)
Posição de Sniffing alinhar os eixos oral, faríngeo e - FIO2 < 65%
laríngeo.
1. Abrir a boca

Amanda Terra
Anestesiologia - 2022.2 - 67
Anestesiologia 2 concentração de hemoglobina, podem afetar a
Monitorização anestésica detecção da cianose
É essencial monitorizar as variáveis fisiológicas do
paciente e o equipamento de anestesia → detectar Oximetria de pulso
os problemas e corrigir antes que o paciente sofra É um método quantitativo de avaliação da
dano oxigenação que deve ser utilizado durante toda
anestesia e participa da verificação de cirurgia
Monitoramento clínico segura da OMS
Monitoramento clínico pela inspeção visual,
ausculta e palpacao → primário da segurança do Analisador de oxigênio inspirado
paciente Garantem que a mistura administrada não seja
Mudanças nos sinais clínicos podem ser sutis e hipoxêmica. A maioria dos analisadores de gases
muitas vezes precedem anormalidades nos anestésicos modernos incorporam métodos que
parâmetros medidos por dispositivos de permitem a medição simultânea de concentração
monitoramento de pelo menos O2, CO2 e o agente inalatório

Dispositivos de monitoramento não substituem Ventilação: relacao direta com CO2 e trocas
a observação clínica, mas amplificam e gasosas
quantificam as informações clínicas Clínico: excursao torácica, ausculta de sons
respiratórios (precordial ou esofágico)
Monitores fisiológicos básicos recomendados pela Deve ser monitorada continuamente sinais
sociedade americana de anestesiologistas clínicos como: excursão torácica e ausculta de
- Oxímetro de pulso - avalia saturação da sons respiratórios (estetoscópio precordial ou
hemoglobina + FC esofágico)
- Eletrocardiograma: somente uma Os pacientes que respiram espontaneamente
derivação não dá diagnóstico de isquemia. devem ser observados quanto a sinais de
Deve ser regular, com ondas P, complexos obstrução das vias aéreas e movimentos paradoxal
QRS similares, sem extrassístoles do tórax.
(supraventriculares quando ainda tem
onda P) Capnografia
- D2 e V1 Trata-se de um gráfico que mostra a frequência
- Irregularidades → confirmar por respiratória e a concentração expirada de dióxido
ECG de 12 derivações, enzimas, de carbono (ETCO2). A capnografia deve ser
ou ecocardiograma trans usada para avaliar a adequação da ventilação para
operatório todos os pacientes submetidos a sedação ou
- Dispositivo de pressão arterial não anestesia geral
invasivo A capnografia confirma a colocação correta de um
- Pressão invasiva: artéria radial, tubo endotraqueal
femoral, pediosa - feita em
grandes cirurgias ou predição de Mensuração da mecânica pulmonar
uso de droga vasoativa Monitorar continuamente os volumes, pressões e
(noradrenalina, dopamina, fluxo inspiratórios e expiratórios, além dos loops de
vasopressina) volume de pressão e loops de volume de fluxo
- PA não invasiva: manguito Asma: dificuldade expiratória - aumenta o tempo
- As PÁs devem estar iguais expiratório
- Monitor de temperatura
- Capnografia Monitoramento do sistema circulatório
- Concentração inspirada de oxigênio Avaliação clínica e por monitores fisiológicos
- Alarmes de concentração de O2 e Avaliação pela palpação do pulso e da ausculta
desconexão do ventilador cardíaca
Monitoramento pela mensuração intermitente da
Monitoramento do sistema respiratório pressão arterial, frequência cardíaca e ECG
Oxigenação Pressão arterial invasiva
Cianose: a avaliação clínica de hipoxemia julgada
pela cianose perioral é sabidamente não confiável. Cateteres venosos centrais
Muitos fatores, como pigmento natural da pele, Cateter venoso central para mensurar a pressão
iluminação da sala, variação interobservador e venosa central (PVC), que é um substituto

Amanda Terra
Anestesiologia - 2022.2 - 67
impreciso da pré-carga. Punção da veia central - No US: artéria/veia são escuros, nervo é
como a subclávia ou jugular mais claro
Cateteres de artéria pulmonar fornecem - Localizar a artéria a partir da pulsação
informações dinâmicas sobre pressão de artéria - Nervo tem aspecto em "cachos", mais
pulmonar e débito cardíaco (DC) irregular e heterogêneo
- Avalia contratilidade e força do coração, - Injeção do anestésico afasta os vasos, e
controle de performance e pós carga infiltra a região ao redor do nervo (torna-se
- Restrito a situações muito específicas - mais escuro, semelhante ao sangue)
nao muda a mortalidade Bloquear separadamente o mediano, ulnar, radial e
Choque: avaliar pré-carga, pós-carga e musculocutâneo no membros superior
performance cardíaca (aproximadamente 5ml por nervo)
Bloqueio do nervo femoral: nervo é mais lateral em
Monitores hemodinâmicos relação a artéria e veia
EcoDoppler: consegue detectar dinamicamente o Nervo safeno: abaixo do músculo sartório, fica
estado do coração, inclusive logo após a troca de entre a artéria femoral superficial e o músculo
válvulas sobre o funcionamento da nova Nervo fibular comum e nervo tibial (ramos do nervo
ciático)
Monitorização do bloqueio neuromuscular
TOF: valor indica a porcentagem de células da
musculatura bloqueada. Valores altos ao final da
cirurgia precisam de reversos para permitir a
respiração (ex: neostigmina, sugamadex)

Monitorização da hipnose
Índice bispectral (BIS): paciente pode estar
acordado ou suprimido

Bloqueio de nervos periféricos guiados por


ultrassonografia
Infiltração de nervo periférico com anestésicos
locais para atenuar a resposta motora e estímulos
sensoriais, permitindo anestesia cirúrgica e
analgesia
Anestesia localizada duradoura + redução de
morbimortalidade, permanência e de nausea e
vomitos + analgesia pós operatória prolongada
Qualidade da analgesia e segurança dependem de
técnicas correta, anestésico local adequado,
volume e concentrações coerentes
Alta incidência para correção de fraturas
Variedade de bloqueios
- Plexo braquial: interescalênico (entre
escalenos anterior e médio),
supraclavicular, infraclavicular, aximar
- Plexo lombar
- Plexo sacral
- Bloqueio de nervos periféricos: nervo
radial, mediano, cubital e musculocutâneo,
nervo femoral ou safeno (canal dos
adutores), nervo ciático ou fibular
comum/tibial
USG: permite que o procedimento seja visualizado
em tempo real, define a anatomia regional e
localiza o plexo nervoso, orientando o avanço da
agulha com precisão. Permite a visualização da
distribuição do anestésico local. Aumento da
eficácia e segurança, redução de injeção
intravascular e toxicidade sistêmica

Amanda Terra
Anestesiologia - 2022.2 - 67

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