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A presente intervenção designa-se: “Fica Comigo” e tem como finalidade reduzir os

efeitos negativos causados pelo isolamento hospitalar em crianças tanto em domínios


emocionais e cognitivos.

A sua designação remete para o sentimento de solidão sentido pelas crianças. Assim,
este projeto tentará proporcionar mais oportunidades para que as crianças tenham mais
contactos com outras pessoas, garantindo sempre a sua segurança. Será desenvolvido
em hospitais que acomodem crianças nesta situação e a sua duração equivale à duração
em que a criança está em hospitalizada ou que ela e os pais estejam interessados.

Para que haja alguma contextualização é necessário mencionar que diversas crianças se
encontram em situação de isolamento hospitalar devido a problemas de saúde, como por
exemplo, a realização de tratamentos de quimioterapia que enfraquece o sistema
imunitário.

Frequentemente estas têm associados problemas cognitivos como défices no


planeamento, pensamentos de ordem superior e interações sociais, e ainda problemas
emocionais como por exemplo ansiedade e depressão

Esta intervenção destina-se a crianças com idades entre 4-12 anos. Será divida em três
etapas sendo que não existe tempo limite para as cada uma das etapas nem limite de
número de sessões.

Integrará esta intervenção uma equipa multidisciplinar constituída por:

 Um Psicólogo da educação: responsável pela avaliação inicial e contínua das


crianças. Estaria também responsável por informar as crianças do que lhes ia
acontecer durante o seu tratamento visto que muitas crianças relatam ter medo
porque não sabem o que vai acontecer. Os psicólogos deverão ainda estar em
contacto com os médicos responsáveis pela criança e com os seus pais de modo
a fornecer-lhes informação acerca do estado da criança e como o tratamento a
está a afetar.
 Um enfermeiro: Responsável por estar a acompanhar a criança entre 1 a 2h por
dia e a desenvolver atividades com ela como por exemplo desenhos, leituras ou
atividades musicais. Poderá ainda dar indicações à criança de como o seu
tratamento vai decorrer
 Um professor que, em conjunto com o enfermeiro, médicos e pais, seria
responsável por planear atividades que o enfermeiro poderia desenvolver com a
criança para que o seu desenvolvimento cognitivo fosse beneficiado.

Relativamente aos objetivos desta intervenção temos 2 objetivos principais sendo eles:

1. Redução do impacto que o isolamento tem no domínio cognitivo das crianças


2. Redução do impacto que o isolamento tem nos domínios emocionais das
crianças, combatendo a solidão social sentida por elas

Tem ainda um objetivo secundário, sendo este:

3. Dar a conhecer a crianças consideradas saudáveis a situação de outras crianças


de modo a tentar combater eventuais problemas de bullying.

Os materiais necessários para esta intervenção seriam:

1. Equipamentos que permitam a comunicação entre crianças em hospitais e nas


escolas,
2. Materiais escolares como lápis, canetas e livros
3. O questionário de emparelhamento desenvolvido especialmente para esta
intervenção
4. Consentimento informado dos pais, assinado logo no início dando-lhes a
conhecer todo o plano de intervenção.
5. Baterias de Testes para a avaliação das crianças

O financiamento da intervenção seria pedido junto dos administradores de cada hospital


e através de angariações de fundos.

É ainda apresentado o questionário que seria aplicado às crianças de modo que sejam
encontradas as crianças com gostos mais parecidos para facilitar a sua relação.

Relativamente às etapas desta intervenção, em primeiro lugar será apresentada à criança


a equipa multidisciplinar que a irá acompanhar. De seguida, o psicólogo da educação
deverá realizar uma avaliação psicológica da crianças e modo a determinar qual a
situação em termos cognitivos. Esta avaliação poderia ser realizada através da

a. WPPSI-R aplicável a crianças de idade pré-escolar e primária


b. WISC-III aplicável a crianças entre os 6-16 anos de idade
A segunda etapa consiste na familiarização da criança com o enfermeiro que a irá
acompanhar, e quando esta se sentir confortável deverá ser iniciado o desenvolvimento
das atividades de desenvolvimento cognitivo.

A terceira etapa apenas será iniciada quando a criança se sentir confortável. Consiste no
emparelhamento da criança hospitalizada com outra criança numa escola em qualquer
ponto to país. Os pais das crianças nas escolas têm de dar autorização e as escolas terão
de se disponibilizar para 1x por período existir contacto entre as crianças. Caso seja
possível poderão ser designadas 2 crianças em situação escolar para conhecer a criança
em isolamento.

Assim, concluindo, esta intervenção pretende combater a solidão social das crianças em
isolamento hospitalar, garantindo as suas condições de segurança, prevenindo ou
remediando as consequências nos domínios cognitivos e psicológicos destas crianças.
Ao mesmo tempo pretende dar a conhecer a outras crianças a situação de doença e
promover a aceitação e integração das crianças com doença tentando diminuir a
probabilidade de bullying.

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