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Trabalho de oralidade do 1.

º Período

Apreciação críti ca de uma imagem ou cartoon

a. identi fi cação da imagem:


ti po de imagem; autor; ano de publicação; fonte; tema tratado;

b. descrição objeti va e pormenorizada do seu conteúdo observável:


assunto tratado; elementos representados e sua caracterização (Ao
centro...; à esquerda...; à direita...; em primeiro plano...; ao fundo...);

c. simbologia da imagem e intenção críti ca que através dela se


manifesta
(O que signifi ca a imagem? Que facto, situação ou comportamento se
pretende expor e criti car?)

d. arti culação com o conteúdo programáti co associado à imagem;

e. opinião pessoal sobre a temáti ca explorada na imagem


(A meu ver.…; Na minha perspeti va...; Quanto a mim...).
Trabalho de oralidade do 1.º Período

a. identi fi cação da imagem:


ti po de imagem; autor; ano de publicação; fonte; tema tratado;

A miniatura ou iluminura, têm por objetivo a ilustração de livros.


É conhecida por utilizar um processo de pintura à base de água: guache ou têmpera.
O estudo da pintura da Idade Média permite concluir que a miniatura (ou iluminura)
antecedeu em muitos séculos a pintura a óleo.

Jean Froissart (Valenciennes, 1337 – 1405), foi um grande poeta medieval, épico e também


considerado um dos mais importantes cronistas franceses. As suas crónicas foram consideradas
como as mais significativas expressões de renascimento, decorrido em França e
Inglaterra durante o século XIV. É uma das principais fontes de informação no que toca a primeira
metade da Guerra dos Cem Anos.

Não é conhecida uma data concreta da publicação da iluminura. Apenas é conhecido o ano
em que foi lançada a obra onde se encontra, “Crónicas de Froissart”: em 1369.

Na obra “Crónicas de Froissart” são descritas, em prosa, os acontecimentos mais


marcantes que decorreram na “Guerra dos Cem anos”. Os seus relatos abrangem países da o
Europa Ocidental (Inglaterra, Escócia, França, Península Ibérica) e também outros como: Itália,
Chipre e África do Norte.
Embora considerado extremamente importante para o entendimento do decorrer dos
acontecimentos do século XIV, os historiadores modernos descobrem lacunas nos seus relatos.
As crónicas apresentam uma má referência geográfica, datas erradas, valores imprecisos no
que toca a número de vítimas e aparenta ser tendenciosa a favor do “senhor” do autor.

b. descrição objeti va e pormenorizada do seu conteúdo observável:


assunto tratado; elementos representados e sua caracterização (Ao centro...; à
esquerda...; à direita...; em primeiro plano...; ao fundo...);

Embora, mais tarde, venha a relacionar esta iluminura com acontecimentos portugueses,
ela quer, na verdade, retratar a “Batalha de Neville’s Cross” que ocorreu durante a segunda guerra
da independência escocesa, mais precisamente, dia 17 de outubro de 1346. Conhecido
originalmente como “Battle de Neville’s Cross”, este conflito decorreu nos arredores de Durham,
território inglês.

Um exército de cerca de 12 mil escoceses, liderados pelo rei, David II foi vergonhosamente
derrotado pelo exército inglês, de aproximadamente 6500 soldados sob a liderança de Ralph
Neville, Lord Neville.

Na imagem podem ser identificados elementos como a cavalaria inglesa em profundidade


em relação á escocesa, em primeiro plano. Exércitos esses constituídos por espadachins, arqueiros,
estandartes e cavaleiros em seus cavalos tipicamente e adequadamente adornados.
Trabalho de oralidade do 1.º Período

No canto superior direito é possível identificar uma cidade inglesa, rodeada por uma muralha,
(típico da época para ajudar na proteção da mesma no caso de ameaças externas).

c. simbologia da imagem e intenção críti ca que através dela se


manifesta
(O que signifi ca a imagem? Que facto, situação ou comportamento se pretende
expor e criti car?)

d. arti culação com o conteúdo programáti co associado à imagem;

A esta iluminura, terá de ser feita uma articulação ao programa de Fernão Lopes, a Crónica
de D. João I.
Para esta miniatura, era possível estabelecer uma relação com:
- O capítulo 11, que retrata a revolta da população, dada a ameaça de morte ao Mestre de
Avis (“Acudi ao Mestre que o matam!”);
- O capítulo 148, que descreve a concentração da população na cidade e as consequências
económicas, sociais e psicológicas do cerco castelhano.

Escolhi, no entanto, fazer a articulação entre a iluminura e o capítulo 148:

Como já referi anteriormente na apresentação, e possível identificar na imagem o


género de uma cavalaria em revolta perto de uma muralha citadina. É possível, portanto, fazer
uma pequena relação e identifica-lo como o exército castelhano que cerca Lisboa. Enquanto,
dentro da muralha que rodeia a cidade, ocorre a resistência e o desespero da população
portuguesa que se vê encurralada. (Não implícito na iluminura, mas possível de se imaginar!)
A escassez de alimentos e a abundância de pessoas para alimentar, levam à fome e
consequentemente á morte de muitos.

Tudo isto leva a consequências a diversos níveis, sendo eles:

SOCIAIS: exilio dos mais fracos e incapazes de defender a cidade

ECONÓMICOS: escassez e aumento do preço dos alimentos


Perda do poder de compra da população

PSICOLÓGICOS: o choro
o desespero
o conforto e a solidariedade de alguns

Assim, de forma breve, (e baseando-me em apontamentos meus, tirados na época de


estudo da temática), dou a uma Iluminura que inicialmente retrata uma batalha que consiste
Trabalho de oralidade do 1.º Período

na busca da independência escocesa, uma outra interpretação, relacionando-a com o


programa já estudado por nós, alunos, no âmbito de aprender e interpretar a escrita de Fernão
Lopes – Crónicas de D. João I.
e. opinião pessoal sobre a temáti ca explorada na imagem
(A meu ver.…; Na minha perspeti va...; Quanto a mim...).

A meu ver, embora esta não seja a imagem que melhor representa e explora a
temática de Fernão Lopes, foi um desafio interessante ter de encontrar características,
símbolos e história que me permitissem fazer uma articulação entre esta iluminura presente
nas Crónicas de Froissart e a temática. Durante a pesquisa para o desenvolvimento da
apresentação, foi possível encontrar uma outra iluminura, também presente na obra de Jean
Froissart, que representa especificamente o decorrido no capítulo 148, que acabei por
relacionar com a imagem que me foi atribuída. O que de certa forma, também me ajudou na
elaboração do trabalho e identificação de elementos importantes.
A captação de características importantes de uma obra, articulação e capacidade de a
relaciona com assuntos já lecionados e importantes na vida académica, é um fator importante
para manter a aprendizagem fluida e recorrente.
Assim, sendo Fernão Lopes uma matéria não tão recente, a dinamização desta temática com
uma apresentação oral é uma ótima forma de a manter presente e clara na mente estudantil.

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