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24/11/22

Imagem de fundo: Fontanesi, Antonio (1861). Quaerite et invenietis.


https://www.deartibus.it/drupal/content/quaerite-et-invenietis

António Balbino Caldeira

I. Introdução

Plano da cadeira:
I. Introdução.
II. Definir o problema
III. Planeamento da pesquisa
IV. Pesquisa exploratória.
V. Pesquisa descritiva.
VI. Pesquisa causal.
VII. Escalas e medição.
VIII. Questionário.
IX. Amostragem.
X. Recolha de dados.
XI. Análise dos dados.
XII. Ética.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 2/

1
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I. Introdução

I. Introdução
1. Definição de pesquisa de marketing.
2. A informação.
3. Classificação de pesquisa de marketing
4. O processo de pesquisa de marketing.
5. O papel da pesquisa de marketing na
decisão.
6. Ética na pesquisa de marketing.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 3/

I. Introdução

I.1. Definição de pesquisa de marketing

a) A função que liga o consumidor, o cliente e


o público, através da informação.
(American Marketing Association – AMA)

b) A identificação, recolha, análise,


distribuição e uso, da informação para a
determinação e solução de problemas e
oportunidades em marketing.
(Malhotra, 2019)

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I. Introdução

I.2. A informação
Etimologicamente: do latim “informationem”: ideia, conceito,
esboço. Do verbo “informare”: formar, instruir, educar.
Online Etimology Dictionary

Usada para identificar


oportunidades de mercado e
problemas

Informação Gerir, refinar e avaliar o


desempenho de marketing

Monitorizar o desempenho de
marketing

Melhorar o conhecimento do
processo de marketing

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 5/

I. Introdução

I.3. Classificação da pesquisa de marketing

(Malhotra, 2019)

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3
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I. Introdução

I.3. Classificação da pesquisa de marketing (cont.)

Exemplos de pesquisa de marketing para


identificar problemas ocultos
• Exemplos de pesquisa de problemas que não
são visíveis e que podem agravar-se:
potencial de mercado, quota de mercado,
características do mercado, análise de
vendas, tendências e previsões.

(Malhotra, 2019)

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 7/

I. Introdução

I.3. Classificação da pesquisa de marketing (cont.)


Exemplos de pesquisa de marketing para
resolver problemas
Pesquisa do produto Pesquisa da comunicação
Teste de conceito Orçamento ótimo de comunicação
Desenho do produto Eficácia de instrumentos de comunicação
Teste de embalagem Mix ótimo de comunicação
Modificação do produto e variantes de produto Decisões de copy (texto, imagem, animação, e som)
Posicionamento e reposicionamento da marca Decisões de meios
Teste de mercado Testes de publicidade
Decisões de claim (alegação)

Pesquisa do preço Pesquisa da distribuição


Importância do preço na seleção da marca Tipo de distribuição
Políticas de preço Comportamento dos canais de distribuição
Preços da linha de produtos Intensidade da cobertura de grosso e retalho
Elasticidade procura/preço Margens dos canais
Resposta do mercado a mudanças de preço Localização de lojas

(cf. Malhotra, 2019)

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I. Introdução

I.4. O processo de pesquisa de marketing


1. Definição do problema.
2. Abordagem da pesquisa
3. Planeamento da pesquisa.
4. Recolha de dados.
5. Processamento e análise dos dados.
6. Elaboração do relatório.
7. Apresentação.

(Malhotra, 2019)

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 9/

I. Introdução

I.5. O papel da pesquisa de marketing na decisão

(M alhotra, 2019)

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I. Introdução

I.6. A ética na pesquisa de marketing


Comportamentos não éticos na pesquisa de mercado
I. Definição do problema
• Usar pesquisas como pretexto para vender produtos ou recolher fundos
• Servir interesses pessoais do pesquisador ou do cliente
• Conduzir pesquisas desnecessárias
II. Abordagem da pesquisa
• Usar nos projetos trabalhos feitos para outros clientes
• Solicitar propostas para ganhar experiência sem a pagar
III. Planeamento da pesquisa
• Formular um projeto de pesquisa mais adequado às necessidades do
pesquisador do que às necessidades do cliente
• Usar dados secundários não aplicáveis ou recolhidos por meios indecentes
• Esconder ou disfarçar o propósito da pesquisa
• Solicitar concessões injustas do pesquisador (cont.)
(M alhotra, 2019)

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I. Introdução

I.6. A ética na pesquisa de marketing (cont.)


Comportamentos não éticos na pesquisa de mercado (cont.)
III. Planeamento da pesquisa (cont.)
• Não manter o anonimato dos entrevistados
• Desrespeitar a privacidade dos entrevistados
• Enganar entrevistados
• Observação disfarçadas de entrevistados
• Constranger ou provocar ansiedade nos entrevistados
• Usando escalas de medição de confiabilidade e validade
questionáveis
• Fazer questionários excessivamente longos ou sensíveis
• Inadequação de procedimentos de amostragem e do tamanho de
amostra
IV. Trabalho de campo
• Provocar desconforto nos entrevistados
• Seguir procedimentos de trabalho de campo inaceitáveis
(M alhotra, 2019)

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I. Introdução

I.6. A ética na pesquisa de marketing


Comportamentos não éticos na pesquisa de mercado (cont.)
V. Processamento e análise dos dados
• Identificar e descartar respondentes indesejados
• Violar premissas de técnicas estatísticas
• Interpretação incorreta dos resultados
• Conclusões e recomendações incorretas

VI. Apresentação do relatório


• Relatórios incompletos
• Relatórios tendenciosos
• Relatórios imprecisos

(M alhotra, 2019)

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II. Definir o problema

II.
Definir o problema

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II. Definir o problema

II. Definir o problema.


1. O processo de definição do problema.
2. Tarefas.
3. Contexto do problema.
4. O problema de decisão dos gestores e o
problema de pesquisa de marketing.
5. Definir o problema da pesquisa de marketing.
6. Componentes.

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II. Definir o problema

II.1.
O
processo
de
definição
do
problema

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II. Definir o problema

2. Tarefas da definição do problema

1. Contacto com os decisores


2. Contacto com os peritos do setor
3. Análise dos dados secundários
4. Pesquisa qualitativa

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II. Definir o problema

3. Contexto do problema
Compreender a origem e natureza do problema de marketing a
resolver
1. Os eventos que levaram à consciência de que uma ação é
necessária e o histórico do problema
2. Ações alternativas disponíveis ao gestor
3. Os critérios que serão usados para avaliar ações
alternativas
4. As ações potenciais que provavelmente serão sugeridas
com base nos resultados da pesquisa
5. As informações necessárias para responder às perguntas
do gestor
6. A maneira pela qual o gestor usará cada item de
informação para tomar a decisão
7. A cultura da empresa na tomada de decisão.

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II. Definir o problema

Fatores a considerar no contexto do problema

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 19/

II. Definir o problema

Os 7 Cês da interação entre o gestor e o pesquisador

1. Comunicação
2. Cooperação
3. Confiança
4. Candura (sinceridade)
5. Closeness (proximidade)
6. Continuidade
7. Criatividade

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II. Definir o problema

Decisão de gestão vs. pesquisa de marketing

Problema da decisão de gestão Problema da pesquisa de marketing


Pergunta o que o tomador de decisão Pergunta quais informações são
precisa fazer necessárias e como devem ser obtidas

Orientado para a ação Orientado para informação

Concentra-se nos sintomas Concentra-se nas causas subjacentes ao


problema

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II. Definir o problema

Definição correta do problema

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III. Planeamento da pesquisa de mercado

III.
Planeamento
da
pesquisa de mercado

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 23/

III. Planeamento da pesquisa de mercado

Fases do plano de pesquisa de mercado


1. Definir a informação necessária
2. Planear as fases exploratória, descritiva e causal,
da pesquisa
3. Especificar as medidas e escalas
4. Elaborar um questionário e fazer o seu pré-teste
– ou outra forma de recolha de dados
5. Definir o processo de amostragem e o tamanho
da amostra
6. Definir o processo de análise dos dados

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II. Desenho da pesquisa de mercado

Classificação de planos de pesquisa de mercado

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III. Planeamento da pesquisa de mercado

Diferenças entre a pesquisa exploratória e definitiva


Exploratória Definitiva
Objetivo Para fornecer pistas e para Para testar hipóteses e
compreensão. determinar relações.

Características As informações necessárias são As informações necessárias são


definidas apenas vagamente. definidas com precisão.
O processo de pesquisa é flexível e O processo de pesquisa é
não estruturado. formal e estruturado.
A amostra é pequena e não A amostra é grande e
representativa. representativa.
A análise dos dados primários é A análise dos dados é
qualitativa. quantitativa.

Resultados Provisórios. Definitivos

Conclusões Em regra, seguida de mais Os resultados são usados como


pesquisas exploratórias ou contributos para a tomada de
conclusivas. decisão

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III. Planeamento da pesquisa de mercado

Diferenças entre a pesquisa exploratória, descritiva e causal

Exploratória Descritiva Causal


Objetivo Descobrir ideias e Descrever as características Determinar relações de
pistas. do mercado. causa e efeito.

Características Flexível e versátil. Exige a prévbia formulação Manipulação de uma ou


de hipóteses. mais variáveis
independents.

Resultados A parte final da do Plano preliminar e Medir o efeito das


plano de pesquisa. estruturado da pesquisa. variáveis
dependentes
Controlo das variáveis

Conclusões Sondagerns de peritos Dados secundários: análise Experiências.


Estudos-piloto quantitativa
Estudo de casos Sondagens
Pilot surveys Painéis
Dados secundários: Observações e outros.
análise qualitative
Pesquisa qualitative.

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III. Planeamento da pesquisa de mercado

Estudo transversal vs. longitudinal

Estudo Amostra
em T1
transversal

Amostra Mesma
Estudo amostra em T2
em T1
longitudinal

Tempo →

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III. Planeamento da pesquisa de mercado

Fontes potenciais de erro no plano da pesquisa

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III. Planeamento da pesquisa de mercado

Erros na pesquisa de mercado


• Erro total: a variação entre o valor médio verdadeiro na população da
variável de interesse e o valor médio observado no projeto de
pesquisa de marketing.
• Erro de amostragem aleatória: a variação entre o valor médio
verdadeiro da população e o valor médio verdadeiro da amostra
original.
• Erros de não amostragem: de outras causas além da amostragem, e
podem ser aleatórios ou não aleatórios: incluem erros na definição do
problema, na abordagem, nas escalas, no desenho do questionário,
nos métodos de entrevista e na preparação e análise de dados.
Consistem em erros de não resposta e erros de resposta.
• Erro de não resposta: quando alguns dos respondentes incluídos na
amostra não respondem.
• Erro de resposta: quando os entrevistados dão respostas imprecisas
ou as suas respostas são registadas ou analisadas incorretamente.

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III. Planeamento da pesquisa de mercado

Proposta de pesquisa de mercado


1. Sumário
2. Contexto
3. Definição do problema e dos objetivos da pesquisa
4. Abordagem do problema
5. Plano da pesquisa
6. Trabalho de campo / recolha de dados
7. Análise de dados
8. Relatório
9. Custo e prazo
10.Apêndices

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 31/

III. Planeamento da pesquisa de mercado

Tipos de dados
• Dados primários
• Recolhidos pelo pesquisador com o
propósito específico de resolver o problema
em questão.
• Dados secundários
• Dados que já foram recolhidos para fins
diferentes do problema em questão; e que
podem ser obtidos de forma rápida e pouco
custosa.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 32/

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III. Planeamento da pesquisa de mercado

Diferenças na recolha de
dados primários e dados secundários

Dados primários Dados secundários


Motivo da recolha Para o assunto em questão Para outros assuntos
Processo de recolha Demorado e intenso Rápido e fácil
Custo da recolha Alto Baixo
Tempo da recolha Longo Curto

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III. Planeamento da pesquisa de mercado

Classificação dos dados secundários

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 34/

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III. Planeamento da pesquisa de mercado

Critérios para avaliação dos dados secundários

• Especificações: a metodologia usada para a recolha dos dados.


• Erro: precisão dos dados.
• Data: quando os dados foram recolhidos.
• Objetivos: a finalidade para a qual os dados foram recolhidos.
• Natureza: o conteúdo dos dados.
• Confiabilidade: quão confiáveis são os dados?

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III. Planeamento da pesquisa de mercado

Para que são utilizados os dados secundários?

• Identificar o problema.
• Definir melhor o problema
• Desenvolva uma abordagem para o problema.
• Formular um projeto de pesquisa apropriado (por
exemplo, identificar as variáveis-chave).
• Responder a certas perguntas de pesquisa e
testar algumas hipóteses.
• Interpretar os dados primários de forma mais
perspicaz.

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III. Planeamento da pesquisa de mercado


Tipos de serviços periódicos de pesquisa de marketing
prestados por empresas externas

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IV. Pesquisa exploratória

IV.
Pesquisa
exploratória

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IV. Pesquisa exploratória


Tipos de pesquisa
Exploratória Descritiva e causal

Pesquisa qualitativa Pesquisa quantitativa

Fornecer ao pesquisador Quantificar os dados e


maior conhecimento generalizar os resultados
Objetivo sobre o problema da da amostra para a
pesquisa população-alvo

Pequeno número Grande número de


Amostra de casos não casos
representativos representativos

Coleta de dados Não estruturada Estruturada

Predominantemente Predominantemente
Análise de dados qualitativa quantitativa

Desenvolvimento de uma Recomendação para a


Resultados compreensão inicial tomada de decisão

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IV. Pesquisa exploratória

A pesquisa quantitativa precisa de ser


precedida da pesquisa qualitativa apropriada.
• As pesquisas qualitativa e quantitativa são
complementares e não alternativas.

O caso da New Coke, 1985


https://www.history.com/news/why-coca-cola-new-coke-flopped

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IV. Pesquisa exploratória

1- Discussão de grupo (focus group)


n Conversa com um pequeno grupo de pessoas, não estruturada, dirigida
por um moderador treinado.
n Objetivo: obter uma visão aprofundada, ouvindo a interação de um
grupo de pessoas do mercado-alvo, orientada por um moderador,
sobre os problemas e vantagens do objeto da pesquisa.
n O valor da técnica está na informação inesperada que se obtém na
discussão livre.
n Principais aplicações:
• Entender as perceções, preferências e comportamentos do consumidor,
em relação a uma categoria de produto;
• Avaliar e ajudar a desenvolver conceitos de novos produtos;
• Gerar ideias criativas para aprimorar os produtos atuais;
• Gerar ideias criativas para o mix de comunicação;
• Gerar informação para estruturar instrumentos de recolha de dados;
• Ajudar a interpretar informação já obtida na pesquisa quantitativa;
• Gerar hipóteses sobre opiniões, costumes, perceções, crenças, valores,
experiências, atitudes, estilo de vida e intenções ,que poderão ser
futuramente testadas quantitativamente.
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IV. Pesquisa exploratória

Características das discussões de grupo (focus group)


Tamanho do grupo 8 a 12 pessoas
Composição do grupo Pessoas dos mesmos segmentos de mercado-alvo
Ambiente físico Atmosfera descontraída e informal
Duração 1 a 3 horas
Registo Uso de gravadores e filmadoras
Moderador Deve ter empatia e capacidade de observação e de
comunicação.

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IV. Pesquisa exploratória

Tarefas a realizar na pesquisa exploratória


Antes da entrevista Durante a entrevista Após a entrevista

Definir o objetivo, a O moderador deve No final, faça os


duração, os chegar antes dos agradecimentos, e
participantes, participantes, recebê- identifique a
elaborar as questões los, apresentar a oportunidade de
do guião, selecionar o equipa e os objetivos, futuras contribuições
moderador, escolher informar sobre a (via e-mail, telefone),
o local, preparar gravação, explicar como os dados vão
materiais, organizar a como vaiser a ser utilizados,
disposição da sala, o dinâmica, pedir a quando a pesquisa
som, bebidas (ex. cada participante que terminará e onde os
água) e alimentação. se apresente e resultados vão ficar
conduzir o grupo de disponíveis. A seguir,
acordo com o guião. escrever o relatório.

Fonte: Nique, 2014, p. 81

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IV. Pesquisa exploratória


(In)Direta: os objetivos da
Métodos de pesquisa pesquisa (não) são revelados ao
qualitativa exploratória inquiridos ou (não) ficam
evidentes pela própria natureza
da entrevista
Procedimentos da
pesquisa qualitativa

Direto (explícito) Indireto (disfarçada)

Grupos Técnicas
Entrevistas
focais projetivas
aprofundadas

Técnicas de Técnicas de Técnicas de Técnicas


associação conclusão construção expressivas
Fonte: M alhotra, 2012

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IV. Pesquisa exploratória

Conselhos para o sucesso na condução


da entrevista de grupo
1. “Quebrar o gelo”;
2. Certificar-se de que cada participante é escutado;
3. Obter respostas completas;
4. Monitorar o tempo;
5. Manter a discussão;
6. Desviar a discussão de temas individuais (salvo se fizeram
parte do objetivo da pesquisa);
7. Se alguma(s) dominarem a discussão, solicitar que cada um
dos outros responda a questões;
8. Se esse domínio persistir, recorde a importância da
participação de todos e solicite ideias para a concretizar;
9. Após um tema ser discutido por completo, sumarize as
conclusões.
Fonte: Nique, 2014, p. 81

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IV. Pesquisa exploratória

Vantagens das entrevistas de grupo


Sinergia: a discussão em grupo de produz As descobertas inesperadas são mais
uma gama maior de informações e ideias prováveis do que nas entrevistas
do que respostas obtidas individualmente. individuais.
Efeito bola de neve (ou dominó): os Especialização: a vantagem de um
comentários de uma pessoa provocam moderador sagaz.
uma reação em cadeia nos outros.
Estímulo: as pessoas sentem-se cada vez Escrutínio científico: possibilidade de
mais estimuladas a opinar à medida que análise detalhada dos dados a partir das
aumenta o entusiasmo do grupo. notas e da gravação da sessão.
Segurança: como os sentimentos dos Estrutura: permite ao mesmo tempo,
participantes são semelhantes, sentem-se à flexibilidade e profundidade nos tópicos
vontade para expressar as suas ideias e tratados.
sentimentos.
Espontaneidade: não há perguntas Velocidade: recolha e análise mais rápida
específicas que possam travar as do que nas entrevistas individuais.
respostas espontâneas dos participantes

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IV. Pesquisa exploratória

Desvantagens da discussão de grupo


Uso incorreto: quando os resultados são considerados conclusivos e não
exploratórios.
Julgamenton incorreto dos resultados: a discussão de grupo é
suscetível ao viés dos clientes, do moderador e dos pesquisadores.
Moderação: é difícil moderar a discussão de grupo. A qualidade dos
resultados depende essencialmente da competência do moderador.
Confusão: a natureza não-estruturada das respostas torna difíceis a
codificação, a análise e a interpretação.
Representação enganosa: os resultados não são representativos da
população objeto da pesquisa. Portanto, a discussão de grupo não deve
ser a única base para a tomada de decisão.

Marketing político: https://www.youtube.com/watch?v=ihTQPBxZpRs


Teste de smartphones com crianças: http://www.youtube.com/watch?v=1YUJVNRWX9U
Teste de smartphones com modelos: http://www.youtube.com/watch?v=945bDNmBV4g
Teste de smartphones com senhores idosos: http://www.youtube.com/watch?v=BS7MVsNpedk

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IV. Pesquisa exploratória

Discussão de grupo (focus group) online


Conversa de grupo à distância, online, por vídeo (ex. por Zoom ou Ms
Teams) ou conversação escrita (chat).

Vantagens Desvantagens
v Eliminam barreiras geográficas. Ø Pouca dinâmica de grupo (dificuldade de criar
v Têm custos mais baixos, para a sua dinâmica, principalmente quando não há
realização como, eventualmente, para a interação verbal);
observação por parte do cliente que Ø Dificuldade de captar informações não-verbais;
contratou o estudo, pois este não terá Ø Falta de envolvimento do cliente;
necessidade de se deslocar; Ø Segurança (quem está, de facto, a participar na
v Têm resposta mais rápida; discussão através do computador?);
v Eventualmente, maior sinceridade Ø Atenção ao assunto (será que o participante
dos respondentes, pois não se está, mesmo, a prestar atenção?);
sentem constrangidos pessoalmente Ø Dificuldade de exposição a estímulos externos
pelo entrevistador; (ex. dificuldade de confrontar os participantes
v Pode haver uma maior interação entre o com protótipos ou materiais);
moderador e o cliente durante a Ø Exige maior capacidade do moderador (as
discussão online (na entrevista técnicas disponíveis para um moderador à
presencial tradicional o cliente está distância são muito mais limitadas por não
atrás do espelho e não dever aparecer). haver face-a-face com os participantes).

Mcdaniel, C. & Gates, R. (2005). Fundamentos de pesquisa de marketing. LTC, 2005; Zikmund, W (2006). Princípios da pesquisa de marketing. Pioneira.

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IV. Pesquisa exploratória

2- Entrevista aprofundada
nO que é? Entrevista não estruturada, pessoal e
direta, e em que um único respondente é
sondado por um entrevistador altamente treinado,
para descobrir motivações, crenças, atitudes e
sentimentos, sobre um tópico.
n As entrevistas normalmente duram de 30 minutos
a mais de uma hora.
n O objetivo da entrevista aprofundada é descobrir
motivações e atitudes, em relação a questões
delicadas.

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IV. Pesquisa exploratória

Quando se deve usar a entrevista aprofundada?


q Inquirição detalhada do entrevistado (ex.: compra de carro novo)
q Obter informação sobre tópicos confidenciais, delicados ou embaraçosos.
q Situações em que existem normas sociais rígidas constrangedoras dificilmente
relatadas em grupo.
q Compreensão detalhada de um comportamento complicado (ex.: compras por impulso)
q Entrevistas com peritos
q Entrevistas com concorrentes
q Situações em que a experiência de consumo de um produto é sensorial por
natureza, para estudos de emoções (ex.: perfumes, sabonetes)

Para que serve a entrevista aprofundada:

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IV. Pesquisa exploratória

Entrevista de grupo versus entrevista aprofundada Entrevista Entrevista


de grupo aprofundada

Sinergia e dinâmica de grupo V D

Pressão dos pares/influência do grupo D V

Envolvimento do cliente V D

Geração de ideias inovadoras V D

Inquirição profunda dos indivíduos D V

Revelação de motivos ocultos D V

Discussão de tópicos delicados D V

Entrevista de respondentes que são concorrentes D V

Entrevista de respondentes que são profissionais D V

Programação de respondentes D V

Quantidade de informações V D

Tendenciosidade na moderação e na interpretação V D

Custo por respondente V D

Tempo (entrevista e análise) V D

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IV. Pesquisa exploratória

3- Técnicas projetivas
n São formas não-estruturadas e indiretas de inquirição
que instam o entrevistado a projetar as suas
motivações, crenças, atitudes e sentimentos, a respeito
dos assuntos em questão, respondendo às situações
vagas e ambíguas do estímulo (quadros, posições,
cenários) apresentados pelo pesquisador.
n Pede-se aos entrevistados que interpretem o
comportamento de outros, textos ou imagens.
n Ao interpretar o comportamento de outros ou estímulos
abstratos, os entrevistados projetam indiretamente suas
motivações, opiniões, atitudes ou sentimentos, na
situação.
Exemplo: https://www.youtube.com/watch?v=Z87CuSS7_ik

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IV. Pesquisa exploratória

Regras para aplicação das técnicas projetivas


q São usadas quando o assunto é tão sensível que os
entrevistados podem não desejar ou conseguir
responder francamente às questões diretas.
q As técnicas projetivas também são usadas para revelar
motivações, crenças ou valores subconscientes,
fornecendo percepções e compreensões mais profundas
como parte da pesquisa exploratória.
q Dada a sua complexidade, as técnicas projetivas não
devem ser usadas sem conhecimento de causa.

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IV. Pesquisa exploratória

Teste de Rorscharch
v Técnica projetiva pictórica, de autoexpressão, criada pelo
psiquiatra suíço Hermann Rorschach. Consiste em
responder sobre o que parecem dez imagens (apresentadas
sucessivamente) com manchas de tinta simétricas. A partir
das respostas, projeta-se o que o indíviduo sente. Também é
chamado teste do ”borrão de tinta”.

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IV. Pesquisa exploratória

Técnicas Técnicas
de de
associação construção

Técnicas Técnicas
de de
conclusão expressão
Técnicas
projetivas

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IV. Pesquisa exploratória

Técnicas de associação:
n Os entrevistados são confrontados com uma lista sucessiva
de palavras, e devem responder a cada uma delas com a
primeira palavra que lhes vier à cabeça. As palavras de
interesse (ou de teste, são intercaladas por palavras neutras
para disfarçar a finalidade do estudo. Calcula-se:
1. A frequência com que cada palavra é respondida.
2. O tempo de hesitação em cada resposta.

3. O número de entrevistados que não respondem às


palavras de interesse, em tempo razoável.
Exemplo:
Qual é a primeira palavra que lhe vem à mente quando ouve:
Ø Companhia aérea:

Ø TAP:

Ø Viagem:

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IV. Pesquisa exploratória

Técnicas de conclusão
São uma extensão das técnicas de associação. Pede-se ao
participante que complete uma frase, um parágrafo ou uma
história.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 57/234

IV. Pesquisa exploratória

Técnicas de construção
Pede-se aos entrevistados que descrevam por escrito uma
série de imagens de eventos. As interpretações do
entrevistado dão indicações quanto à sua personalidade.
Nos testes de desenho animado, personagens estilizadas
são mostrados numa situação específica relacionada com o
problema. Pede-se que os entrevistados preencham o que
um personagem pode responder ao comentário de outro.

Fonte: M ALHOTRA, 2005; 2012

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 58/234

29
24/11/22

IV. Pesquisa exploratória

Técnicas de Expressão
É apresentada ao entrevistado uma situação, por palavras ou
imagens, e solicita-se que indique não os seus sentimentos e
atitudes, mas os sentimentos e as atitudes de outros, para reduzir
ao entrevistado a pressão de dar uma resposta socialmente
aceitável.Todavia, presume-se que o participante revelará os seus
sentimentos e atitudes, enquanto descreve ou dramatiza as
reações de uma terceira pessoa.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 59/234

IV. Pesquisa exploratória

Vantagens das técnicas projetivas


n Extraem respostas que os inquiridos não estão
dispostos a dar - ou não conseguiriam dar se
soubessem o propósito do estudo.
n Também são úteis quando as motivações, as
crenças e as atitudes, estão num nível
subconsciente.

Desvantagens das técnicas projetivas


n Requerem pesquisadores treinados e
intérpretes sagazes na análise das respostas;
n Há o risco de interpretação tendenciosa das
respostas.
António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 60/234

30
24/11/22

IV. Pesquisa exploratória

Discussão de Entrevista Técnicas


Critérios
grupo aprofundada projetivas

Grau de estrutura Relativamente


Relativamente alto Moderado
baixo
Inquirição detalhada Baixa Alta Média
Tendenciosidade do moderador Moderada Relativamente alta Baixa a alta

Viés na interpretação Relativamente baixa Moderada Relativamente alta


Descobrir informações
subconscientes Baixa Média a alta Alta

Descoberta de informações
inovadoras Alto Médio Baixo

Obtenção de
informações delicadas Baixa Média Alta

Comportamento ou
questionamento não usual Não Até certo ponto Sim

Utilidade geral Muito útil Útil Um pouco útil

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 61/234

IV. Pesquisa exploratória

Etnografia
n É uma técnica realizada através do contacto
quotidiano entre pesquisador e participantes,
normalmente através de observação não
participante.
n Requer um pesquisador que interaja(ou viva) com
os indivíduos pesquisados, observando e
registando o que acontece.
n Permite reunir informações sobre o comportamento
em grupo, através da observação do comportamento
dos seus integrantes, avaliando atitudes e valores
comuns.
n Mas implica um tempo longo.

Fonte: NIQUE; LADEIRA, 2014, p. 85

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 62/234

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24/11/22

IV. Pesquisa exploratória


Exemplo de etnografia para marketing
Caso Harley-Davidson: significado da marca em diferentes culturas

http://siaibib01.univali.br/pdf/Cliverson%20Chiarelli.pdf

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 63/234

IV. Pesquisa exploratória

Netnografia
Adaptação da etnografia à cibercultura (Kozinets).

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 64/234

32
24/11/22

V. Pesquisa descritiva

V.
Pesquisa
Descritiva

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 65/234

V. Pesquisa descritiva

Os principais métodos de pesquisa descritiva

Pesquisa descritiva

LEVANTAMENTO OBSERVAÇÃO
Informações obtidas com Informações obtidas através da
questões ao entrevistado observação dos fenómenos

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 66/234

33
24/11/22

V. Pesquisa descritiva

1- Inquérito
n Questionário estruturado aplicado a uma amostra
da população-alvo e destinado a obter
informações As perguntas podem ser feitas
verbalmente, por escrito ou por computador, e
são feitas por ordem predeterminada.
n Pode ser direto (quando o verdadeiro propósito da
pesquisa é conhecido pelo entrevistado) ou
indireto (quando não é evidente ou não se revela).
n O levantamento é o método mais comum de
recolha quantitativa de dados primários na
pesquisa de mercado.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 67/234

V. Pesquisa descritiva

Vantagens do inquérito:
n Sua aplicação é simples.
n Os dados obtidos são confiáveis porque as respostas
limitam-se às alternativas mencionadas nas questões.
n O uso de perguntas de resposta fixa reduz a variabilidade
nos resultados que poderias, de outro modo, ser causada
pelas diferenças entre os entrevistadores.
n A codificação, a análise e a interpretação dos dados,
são relativamente fáceis.

Desvantagens:
n Os entrevistados podem ser incapazes de dar as
informaçõesdesejadas ou ficar relutantes.
n Não é fácil formular adequadamente as perguntas.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 68/234

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24/11/22

V. Pesquisa descritiva

MÉTODOS DE INQUÉRITO

Telefone Pessoal Eletrônico

Em domicílio

Telefone Abordagem em E-mail


tradicional shoppings

Entrevistas telefônicas Entrevista pessoal assistida


assistidas por computador por computador Internet

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 69/234

V. Pesquisa descritiva

Vantagens e desvantagens Telefone Pessoal Eletrônico


Controle de amostragem (habilidade de um método específico em identificar e obter respostas de uma amostra de
entrevistados a partir da população-alvo).
Habilidade de assegurar que a amostra representa a população + -
Habilidade de assegurar o entrevistado correto + + + (por e-mail)
Taxa de resposta + + -
Controle de informação (refere-se ao número e aos tipos de questões que podem ser usadas e ao grau em que os
pesquisadores e/ou entrevistados poderão apresentar erros às respostas ou suas interpretações).

Habilidade de se aprofundar para respostas mais detalhadas + ++ -


Habilidade de lidar com informações complexas - + + (pela web)
Habilidade de explicar perguntas + ++ -
Quantidade de informações obtidas - +
Flexibilidade no sequenciamento de perguntas + + + (pela web)
Proteção contra influência do entrevistador - - +
Habilidade para obter informações pessoais - - - (por e-mail)
Habilidade para mostrar estímulos visuais - + +
Habilidade para oferecer anonimato - - - (por e-mail)
Controle administrativo (tópicos da fonte, como tempo e custos monetários das diferentes abordagens)
Tempo + - ++
Custo - ++
Controle de qualidade/supervisão - - +
Suporte computadorizado + ++

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa


Fonte: Churchill; Brown; Suter. de Mercado
Pesquisa básica de marketing. São Paulo: Cengage, 2011, p.70/234
191

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24/11/22

V. Pesquisa descritiva

Estudos transversais vs. longitudinais:


Estudo transversal
Tipo de pesquisa que envolve a coleta de informações de uma
dada amostra de elementos da população somente uma vez.
Estudo longitudinal
Tipo de pesquisa que envolve uma (ou mais) amostra(s)
fixa(s) de elementos da população que é medida
repetidamente ao longo do tempo. Possibilita a análise da
evolução do comportamento da população-alvo.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 71/234

V. Pesquisa descritiva

Vantagens (V) e desvantagens (D) relativas


dos estudos longitudinais e transversal
Critérios de avaliação Estudo transversal Estudo longitudinal

Detecção de mudança D V

Grande quantidade de
D V
de dados

Precisão D V

Amostra representativa V D

Enviesamento das
V D
respostas

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 72/234

36
24/11/22

V. Pesquisa descritiva

2- Observação
Registo sistemático dos Grau de
Estruturado

padrões de estruturação Não Estruturado

comportamento de

Observação
pessoas, objetos e Grau de
Disfarçado
disfarce
eventos para obter Não Disfarçado

informações sobre o
fenômeno de interesse. Ambiente
Natural

Laboratórios

Pessoal
Modo de
aplicação Mecânica

Auditorial

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 73/234

V. Pesquisa descritiva

OBSERVAÇÃO ESTRUTURADA
– O comportamento a ser observado é previamente definido, assim como as categorias para registo e
análise.
OBSERVAÇÃO NÃO ESTRUTURADA
– O problema não está totalmente definido, havendo maior flexibilidade no que é observado e registado. Útil
para pesquisas qualitativas.
OBSERVAÇÃO DISFARÇADA
– As pessoas não sabem que estão a ser observadas. Usado para observar o seu comportamento
real.
OBSERVAÇÃO NÃO DISFARÇADA
– Entende-se que nestas situações, o comportamento não é influenciado pela presença do observador.
– Para cumprir as regras legais ou éticas que impedem a utilização disfarçada.
AMBIENTE NATURAL
– Observa-se o comportamento no ambiente natural (loja, casa, etc.) em que ocorre.
AMBIENTE ARTIFICIAL (LABORATÓRIO)
– Cria-se uma situação artificial para observar o comportamento dos consumidores.
– Possibilita melhor controle sobre os estímulos, ou variáveis, que se desejam investigar.
MODO DE APLICAÇÃO: HUMANA
– Os pesquisadores registam o fenómeno em análise.
– Exige maior capacidade de interpretação do observador.
MODO DE APLICAÇÃO: MECÂNICA
– Câmaras de vídeo e fotografia, gravador de som, medição de audiências, contadores de tráfego.
https://www.gfk.com/media-measurement

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 74/234

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24/11/22

V. Pesquisa descritiva

Recolha de informação digital para venda de serviços


A informação recolhida por motores de busca e redes sociais é registada para
vender serviços a anunciantes: anúncios dirigidos a segmentos de mercado-alvo.
Através de cookies, os sites também recolhem informação sobre utilizadores.
n O que o Google sabe sobre os utilizadores:
O Google usa as informações do utilizador para lhe oferecer anúncios
direcionados para o seu perfil. Para isso, insere-o categorias de
preferências. https://www.google.com/settings/u/0/ads/authenticated
n Histórico de localização:
O Google mantém um registo detalhado de sua localização,
nomeadamente através do smartphone. A justificação é o acesso ao
Google Maps: https://maps.google.com/locationhistory
n Tudo o que o utilizador pesquisou:
O Google também regista tudo o que o utilizador pesquisa: quais as
páginas, quantas vezes, quanto tempo, etc. - https://www.google.com/history/
e também por voz - https://history.google.com/history/audio
n Histórico no YouTube:
Para recomendar novos vídeos, o YouTube guarda informações sobre o
que o utilizador procura e assiste - https://www.youtube.com/feed/history/search_history e
https://www.youtube.com/feed/history

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 75/234

V. Pesquisa descritiva

Cliente-mistério
n O cliente-mistério realiza uma observação
disfarçada, seguindo um guião estruturado.
n O pesquisador apresenta-se como um cliente
normal
n para analisar diversos aspetos da loja (ex:
atendimento, merchandising, informação, etc.).

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 76/234

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24/11/22

V. Pesquisa descritiva

Vantagens da observação:
Ø Permitem a avaliação do comportamento real, em vez de
relatos do comportamento.
Ø Certos tipos de dados só podem ser recolhidos por
observação. Ex.: preferências das crianças por
produtos.

Desvantagens da observação:
Ø As razões do comportamento observado podem não ser
determinadas porque pouco se sabe dos motivos, das
crenças, das atitudes e das preferências subjacentes.
Ø Pode haver tendenciosidade do pesquisador.
Ø Exigem tempo e são dispendiosos.
Ø Em alguns casos pode ser considerada antiética.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 77/234

V. Pesquisa descritiva

Observação pessoal comparada com observação mecânica

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 78/234

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24/11/22

VI. Pesquisa causal

VI.
Pesquisa
Causal

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 79/234

VI. Pesquisa causal


EXEMPLO

Sugestão: rever slides 62-63-64 Fonte: M ALHOTRA, 2005; 2012

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 80/234

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24/11/22

VI. Pesquisa causal

Causalidade
Uma afirmação tal como "X causa Y ” tem significados diferentes para uma
pessoa comum e para um cientista

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 81/234

VI. Pesquisa causal

Condições para a causalidade


Ordem Ausência de
Variação temporal da outros fatores Papel da
correlacionada ocorrência de causais
possíveis ocorrência
variáveis
•Uma causa X •O evento •Isso significa que •Se as evidências
e um efeito Y causador (a a variável sob forem fortes e
ocorrem ou causa) deve investigação consistentes,
variam em ocorrer antes ou (causa) deve ser pode ser
conjunto, simultaneamente a única razoável
conforme ao efeito; só não explanação concluir que
previsto pela pode ocorrer possível para o existe uma
hipótese em depois efeito relação causal.
estudo

A causalidade ocorre quando a ocorrência de X aumenta a probabilidade da


ocorrência de Y. A confiança nos resultados aumenta se houver evidências
acumuladas em várias investigações e teorias comprovadas.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 82/234

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24/11/22

VI. Pesquisa causal

Definições e conceitos
n Variáveis independentes: são as variáveis manipuladas pelo pesquisador e
cujos efeitos são medidos e comparados.
n Unidades de teste: indivíduos, organizações, etc.
n Variáveis dependentes: são as variáveis que medem o efeito das
variáveis independentes sobre as unidades de teste.
n Exemplo: atendimento na loja (Variável independente); faturação (Variável dependente); loja
(unidade de teste).
n Variáveis extrínsecas/ estranhas: variáveis diferentes da variável
independente que influenciam a resposta das unidades de teste. Podem
invalidar os resultados encontrados.
n Ex.: 5º dia útil do mês; propaganda; mudança no preço de um produto da loja, etc.
n Grupo experimental: grupo exposto à(s) variável(is) independente(s);
n Grupo de controle: grupo que não é exposto à(s) variável(is) independente(s).

Experiência:
Processo de manipulação de uma ou mais variáveis independentes e
medição de seu efeito sobre uma ou mais variáveis dependentes,
controlando ao mesmo tempo as variáveis extrínsecas.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 83/234

VI. Pesquisa causal

Estudo experimental
Devem ser definido:

Unidades de Variável(is)
teste Independente(s)

Controle das Variável(eis)


variáveis
estranhas Dependente(s)

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 84/234

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24/11/22

VI. Pesquisa causal

Experiência
no laboratório versus no campo

Validade interna (laboratório) Validade externa (no campo)

Experiência no laboratório
Aquele em que o pesquisador consegue criar uma situação com as
condições desejadas e na qual ele controla umas variáveis e manipula
outras. Além disso, ele pode observar e medir os efeitos dessa
manipulação das variáveis independentes sobre as variáveis
dependentes, enquanto outros fatores são mantidos constantes.
Experiência no campo
É realizada numa situação real, na qual uma ou mais variáveis
independentes são manipuladas pelo pesquisador, sob condições
possíveis, e medido seu efeito sobre uma ou mais variáveis dependentes.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 85/234

VI. Pesquisa causal

Vantagens e desvantagens da experiência no laboratório e no campo:

Características da procura

n Validade interna: medida de precisão de uma experiência. Avalia


se a manipulação das variáveis independentes foi a causa real
dos efeitos sobre as variáveis independentes.
n Validade externa: determina se a relação de causa e efeito
encontrada na experiência pode ser generalizada.
n Erro de reação: quando os respondentes reagem à própria
situação, mais do que à variável independente.
n Características da procura: os respondentes procuram adivinhar o
propósito da experiência e respondem em conformidade.
M alhotra,, 2012

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 86/234

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24/11/22

VI. Pesquisa causal

Classificação dos estudos experimentais


n Estudos pré-experimentais
n Não há aleatoriedade: as unidades de teste não foram distribuídos aleatoriamente
nos grupos experimentais. Portanto, os grupos experimentais podem não ser
iguais e podem perder validade interna e externa.

n Estudos verdadeiramente experimentais


n Há randomização; ou seja, o pesquisador atribui aleatoriamente tanto unidades
de teste quanto tratamentos (VI) a grupos experimentais. Portanto, há um
controle maior sobre as variáveis extrínsecas.

n Estudos quase experimentais


n Nem pré-experimental nem verdadeiro...

n Estudos estatísticos
n Consistem em uma série de experiências básicos que permitem controle
estatístico. Uma das vantagens é a possibilidade de medir os efeitos de mais do
que uma variável independente.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 87/234

VI. Pesquisa causal

Exemplos de estudos pré-experimentais

Caso
único

Pré-
teste /
pós-
teste

Grupo
estático

M alhotra, 2012

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 88/234

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24/11/22

VI. Pesquisa causal

Exemplo de estudo verdadeiramente experimental

Exemplo:

Exemplo de estudo quase-experimental:

Malhotra, 2012

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 89/234

VI. Pesquisa causal


Exemplo de estudo estatístico

Uma interação acontece quando o efeito simultâneo de duas ou mais variáveis é


diferente da soma de seus efeitos separados. Exemplo: a bebida favorita de um indivíduo
pode ser o café e o nível de temperatura ideal da bebida pode ser frio, mas esse indivíduo
pode não preferir café gelado, o que leva a uma interação.
M alhotra, 2012

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 90/234

45
24/11/22

VI. Pesquisa causal

Limitações das experiências


v As experiências podem ser demoradas, mormente se
o pesquisador quiser medir os efeitos de longo prazo.
v As experiências são caras. Os requisitos do grupo
experimental, do grupo de controle e das múltiplas
medições, aumentam bastante o custo da pesquisa.
v As experiências podem ser difíceis de aplicar. Também
podem ser difíceis de controlar, devido aos efeitos das
variáveis extrínsecas, especialmente em campo.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 91/234

VI. Pesquisa causal

Outros exemplos:
n Teste do Marshmalow:
http://www.youtube.com/watch?v=zu5F_kXyRwk

n Teste da pastilha elástica:

http://www.youtube.com/watch?v=BaC42ly_lO4

n Influência social:
http://www.youtube.com/watch?v=aaAqNXsW9A4

http://www.youtube.com/watch?v=byixtiLfGHc

n Facebook:
https://www.youtube.com/watch?v=r1rOYKhcQlg

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 92/234

46
24/11/22

VII. Escalas e medição

VII.
Escalas e
medição

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 93/234

VII. Escalas e medição

O que é a medição?
n A medição é a atribuição de números, ou outros símbolos, a
características de objetos de acordo com regras predefinidas.
n O que se mede não é o objeto, mas uma das suas características.
Ou seja, não medimos consumidores, mas as suas opiniões,
atitudes, preferências, etc.
Escalas
n As escalas colocam os objetos a medir ao longo de um continuum.
Totalmente desfavorável Totalmente favorável
1 10

8
Escala Medição

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 94/234

47
24/11/22

VII. Escalas e medição

Principais Escalas de Medição

Tipos de
escalas

Nominal Ordinal Intervalo Razão

Uso estatístico da escala

Fonte: NIQUE; LADEIRA, 2014, p. 120

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 95/234

VII. Escalas e medição

n Escala nominal
n Utiliza números apenas como rótulos, ou etiquetas, para identificar e
classificar os objetos.
n Os números não refletem a quantidade dos atributos possuídos pelos
objetos.
n A única operação permitida com os números de uma escala nominal é a
contagem.
n Permite apenas um número limitado de estatísticas, todas elas baseadas
nas contagens de frequência, como percentagens e moda.
n Escala ordinal
n É uma escala de classificação. Nela, os números são atribuídos aos
objetos, o que permite determinar se um objeto tem mais ou menos do
atributos do que outro (estabelecendo assim uma relação ordenada entre
os objetos).
n Servem para determinar se um objeto possui mais ou menos de um atributo
do que outro, mas não quanto mais ou quanto menos.
n Além da operação de contagem permitida para as escalas nominais, as
escalas ordinais também permitem o uso de estatísticas baseadas em centil,
por exemplo, percentil, quartil e mediana.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 96/234

48
24/11/22

VII. Escalas e medição

n Escala de intervalos
n As distâncias numericamente iguais na escala representam
n valores iguais na característica sendo medida.
n Assim, além de ser ordinal, pode-se comparar as diferenças entre objetos.
n A localização do ponto zero não é fixa (arbitrários).
n As técnicas estatísticas que podem ser usadas incluem todas as que
podem ser aplicadas a dados nominais e ordinais, além de média
aritmética, desvio padrão e outras estatísticas normalmente usadas na
pesquisa de mercado.

n Escala de razão (ou proporção ou racional)


n Possui todas as propriedades das demais escalas.
n É especificado um ponto zero absoluto, isto é, a origem da escala é fixa.
n Todas as técnicas estatísticas aplicam-se aos dados
n proporcionais.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 97/234

VII. Escalas e medição

Descrição

Descrição e ordem

Descrição, ordem e
distância

Descrição,
ordem, distância
e origem

Malhotra,2012

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 98/234

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24/11/22

VII. Escalas e medição

Técnicas de ordenação

Escalas comparativas Escalas não comparativas

Soma Escala de Escalas de


Comparação classificação classificação
por pares constante contínua itemizadas

Ordem de
classificação Likert
Stapel
Diferencial
semântico

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 99/234

VII. Escalas e medição

Escalas comparativas
n Os objetos são diretamente comparados uns com os
outros.
n Ex.: pode-se perguntar se os entrevistados preferem Coca-Cola ou Pepsi.

n São chamadas de escalas não-métricas, pois os dados


têm apenas propriedades ordinais.

n Outra desvantagem é a impossibilidade de generalizar


além dos objetos colocados na escala.
n Ex.: para comparar Sumol com Coca-Cola e Pepsi, teria que fazer-se um
novo estudo.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 100/234

50
24/11/22

VII. Escalas e medição

Escala por comparação por pares:


§ São apresentados ao entrevistado dois objetos para que escolha um deles, de acordo
com um critério.
§ São bastante usadas quando os objetos de estímulo são produtos físicos ou marcas
(quando há número limitado de objetos).
§ Como analisar os dados? Com percentagens.
§ Desvantagens: pouca semelhança com a situação real de mercado (com muitas
marcas/produtos de escolha).

Exemplo: Vamos apresentar 10 pares de marcas de champô. Para cada par, indique qual das duas
marcas prefere para o seu uso pessoal.
Seda Dove Clear Head & Shoulders Pert

Seda 0 0 1 0

Dove 1ª 0 1 0

Clear 1 1 1 1

Head & Shoulders 0 0 0 0

Pert 0 1 0 1

Nº de vezes preferido 2b 2 0 4 1

a Em particular, ‘1’ em um quadro específico significa que a marca, nessa coluna, teve preferência sobre a marca
na fileira correspondente. Um ‘0’ significa que a marca da fileira teve preferência sobre a marca da coluna.
bO número de vezes que uma marca teve preferência é obtido pela soma do 1 de cada coluna.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 101/234

VII. Escalas e medição

M alhotra, 2012

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 102/234

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24/11/22

VII. Escalas e medição

Escalas por ordem de classificação (ranking)


q São apresentados simultaneamente vários objetos aos
entrevistados, que devem ordená-los/classificá-los de acordo
com algum critério.

q São bastante usadas para avaliar preferências por marcas e


por atributos e se assemelha mais a uma situação real de
compra.

Marca Ordem de classificação

INSTRUÇÕES
Classifique as várias marcas de pasta dentífrica em ordem de
preferência. Comece por escolher a marca de que mais gosta 1. Crest 1. Sorriso
e atribua- l h e o número ‘1’. Em seguida, encontre a sua
segunda marca preferida e atribua-lhe o número 2. Continue 2. Colgate 2. Colgate
com esse procedimento até que tenha classificado todas as
marcas de pasta dentífrica por ordem de preferência. A marca 3. Kolynos 3. Crest

menos preferida deve receber uma classificação de 5.


4. Sorriso 4. Close Up
5. Duas marcas não devem receber o mesmo número de
classificação. Os critérios de preferência são totalmente seus. 5. Close Up 5. Kolynos
Não existe resposta certa ou errada.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 103/234

VII. Escalas e medição

Fonte: M ALHOTRA, 2005; 2012

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 104/234

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24/11/22

VII. Escalas e medição

Escalas de soma constante


n O entrevistado distribui uma soma constante de unidades, por exemplo, 100
pontos. Os pontos são repartidos para representar a importância dada a cada
atributo.
n Se um atributo não é importante, o entrevistado não atribui nenhum ponto.
n Se for duas vezes mais importante que outro atributo, o entrevistado atribui-
lhe duas vezes mais pontos.
n Todos os pontos que um entrevistado atribui devem totalizar 100. Daí o nome
da escala: soma constante.
Atributo Popular Dia-a-dia Hidratação
INSTRUÇÕES 1. Suavidade 8 2 4
A seguir estão oito atributos de um
sabonete. Reparta 100 pontos 2. Espuma 2 4 17
entre os atributos, de modo a 3. Redução 3 9 7
refletir a importância relativa que
confere a cada atributo. Quanto 4. Preço 53 17 9
mais pontos um atributo receber,
5. Fragrância 9 0 19
mais importante será. Se um
atributo não for importante, não 6. Embalagem 7 5 9
lhe dê nenhum ponto. Se um
atributo for duas vezes mais 7. Hidratante 5 3 20
importante que outro, ele deverá 8. Poder de limpeza 13 60 15
receber duas vezes mais pontos.
Soma 100 100 100

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 105/234

VII. Escalas e medição

Fonte: M ALHOTRA, 2005; 2012

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 106/234

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24/11/22

VII. Escalas e medição

Escalas não-comparativas
n Também são chamadas de escalas métricas: os objetos são
ordenados independentemente dos outros.

n Assim, não se compara o objeto que está a ser avaliado com outro
objeto ou com algum padrão determinado (ex.: “a sua marca
ideal”), mas avalia-se apenas um objeto de cada vez.

n Aqui podem ser utilizadas escalas intervalares e de razão.


n Ex.: sobre a preferência por Coca-Cola ou Pepsi, pode-se pedir que
os entrevistados avaliem a Coca em uma escala de 1 a 5; idem
para Pepsi e Sumol.

n São as escalas mais utilizadas em pesquisas de mercado.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 107/234

VII. Escalas e medição

Escalas
não-comparativas

Escalas
contínuas Escalas por itens

Diferencial
Stapel Likert
semântico

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 108/234

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24/11/22

VII. Escalas e medição

Escalas contínuas
v Solicita aos entrevistados que classifiquem os objetos fazendo uma
marca no local que julgam adequado numa linha contínua. Assim, os
entrevistados não ficam restritos a fazer a seleção entre pontos na
escala previamente fixados.
Exemplo:

As notas de avaliação acima são tratadas como intervalos. Vantagem: são fáceis de
construir. Desvantagem: a atribuição dos escores é trabalhosa.
António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 109/234

VII. Escalas e medição

Escalas de classificação por itens

n Os entrevistados recebem uma escala que contém um número


ou breve descrição associada a cada categoria de resposta.

n As categorias são ordenadas por posição na escala e os


entrevistados devem selecionar a categoria específica que
melhor descreve o objeto.

n As escalas de classificação itemizadas mais comumente


utilizadas são a Likert, a de diferencial semântico e a
Stapel.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 110/234

55
24/11/22

VII. Escalas e medição

Escala de Likert
n Criada por Rensis Likert, é uma dasescalas mais utilizadas.
n Exige que os entrevistados indiquem um grau de concordância com
cada uma de uma série de afirmações sobre objetos de estímulo.
n Os escores são tratados como intervalares. Pode-se analisar item por
item ou um escore total (somatório).
n Vantagens: fácil de construir, de aplicar e de entender.
n Desvantagem: exige mais tempo do entrevistado, pois deve ler e
responder a cada afirmação.

Chegando-se à soma total, as categorias atribuídas às afirmações negativas dos


entrevistados devem ser novamente eordenadas, fazendo-se uma ordem inversa.
Discordo Discordo Não Concordo Concordo
totalm ente discordo totalm ente
e nem
concordo
1. A empresa vende produtos de qualidade. X

2. A empresa não tem um X


atendimento adequado.*
3. A empresa está sem pre bem localizada. X

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 111/234

VII. Escalas e medição

Fonte: M ALHOTRA, 2005; 2012

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 112/234

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24/11/22

VII. Escalas e medição

Escala de Diferencial Semântico


Escala semântica (de palavras) de classificação de 7 pontos, cujos pontos
extremos são adjetivos (ou expressões) opostos.
Pode analisar-se item por item ou a nota total (somatório).
A empresa X é:

Forte --:--:--:--:-X-:--:--: Fraca


Não confiável --:--:--:--:--:-X-:--: Confiável
Moderna --:--:--:--:--:--:-X-: Antiquada

v A colocação na escala dos adjetivos negativos varia: por vezes, no lado


esquerdo; por vezes no lado direito. Para evitar a tendência de entrevistados,
com atitudes são muito positivas ou negativas, de marcar os pontos do lado
direito, ou esquerdo, sem lerem os rótulos.
v Os itens individuais numa escala de diferencial semântico podem ser
classificados em uma escala que vai de -3 a +3 ou de 1 a 7.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 113/234

VII. Escalas e medição

Escala de Stapel
• Criada porJan Stapel, é apresentada com um adjetivo aparecendo no ponto
do meio de uma escala de +X a -X.
• Não é permitido que o entrevistado dê uma resposta neutra, uma vez
que nenhum ponto zero (ou neutro) é fornecido.
• O entrevistado é solicitado a indicar quão precisa ou imprecisamente cada
termo descreve o objeto ao selecionar o número apropriado. Quanto mais
alto o número, mais precisamente o adjetivo descreve o objeto.
• Desvantagem: pode ser confusa e difícil de aplicar.

+5 +5
+4 +4
+3 +3
+2 +2
+1 +1
ALTA QUALIDADE SERVIÇO RUIM
-1 -1
-2 -2
-3 -3
-4 -4
-5 -5

n Os dados obtidos pelo uso da escala Stapel podem ser analisados do


mesmo modo que os da escala de diferencial semântico.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 114/234

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24/11/22

VII. Escalas e medição

Características
Escala Básicas Exemplos Vantagens Desvantagens
Escala de Marque uma posição Reação a Fácil de construir A pontuação pode
Classificação em uma linha contínua anúncios de TV ser trabalhosa, a
Contínua não ser que se use
um computador

Escalas de Classificação Itemizadas

Escala de Likert Grau de concordância Medição Fácil de Consome


em uma escala de 1 de construir, mais tempo
(discordo totalmente) a 5 atitudes administrar
(concordo totalmente) e entender

Diferencial Escala de sete Imagem de Versátil É difícil construir


semântico
pontos com rótulos marcas, produtos adjetivos
opostos e empresas bipolares

Escala de Escala unipolar de Medição de Fácil de Confusa e difícil


Stapel dez pontos, de -5 a +5 atitudes e construir, de aplicar
sem um ponto neutro imagens aplicada
(zero) por
telefone

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 115/234

VIII. Questionário

VIII.
Questionário

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 116/234

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24/11/22

VIII. Questionário

Questionário
v Técnica estruturada para recolha de dados que consiste
numa série de perguntas, escritas ou orais, a que um
entrevistado deve responder.
v Tem três princípios:
Ø Deve transformar as informações desejadas num conjunto
de perguntas específicas que os entrevistados tenham
condições de responder.
Ø Deve motivar e encorajar o respondente a se envolver
com a entrevista e cooperar para completar a entrevista
Ø Deve minimizar erro de resposta (quando os
entrevistados dão respostas imprecisas ou quando elas
são registadas ou analisadas incorretamente).

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 117/234

VIII. Questionário

Perguntas

Abertas Fechadas
(não-estruturadas) (estruturadas)

Escolha
Dicotómica Escala
múltipla

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 118/234

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VIII. Questionário

Perguntas abertas (ou não-estruturadas)


Perguntas em que os entrevistados respondem com suas palavras.

Perguntas fechadas (ou estruturadas)


Perguntas com um conjunto de respostas alternativas e um formato pré-definido de resposta.

Com que frequência acede à Internet?


Resposta 1. Diariamente
única 2. Semanalmente
3. Mensalmente

Pretende instalar fibra ótica


para Internet em sua casa Quais os motores
nos próximos seis meses? de busca que
Resposta costuma utilizar?
1. Com certeza que sim Escala Fechada
múltipla
2. Provavelmente sim 1. Bing
3. Provavelmente não 2. Google
4. Com certeza que não. 3. Yahoo

Dicotómica Qual o seu sexo:


1. Feminino 2. Masculino

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 119/234

VIII. Questionário

Formato do questionário
Questões amplas ou gerais
Questões de abertura
•As questões de abertura devem ser interessantes,
simples e não constrangedoras.

Tipo de informação
•Como regra geral, as informações básicas devem ser
obtidas primeiro, seguidas das de classificação e, por
Questões específicas
último, informações de identificação do inquirido. ou focadas

Questões difíceis
•As questões difíceis, embaraçosas, complexas ou
cansativas, devem ser colocadas no final da sequência..

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 120/234

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24/11/22

VIII. Questionário

Validação

A validação consiste na submisso do questionário a um ou


mais peritos para a sua aferição e eventual correção.
q Um questionário não deve ser usado na pesquisa de campo sem
validação por peritos (mesmo que o autor do questionário também
seja perito é útil que o apresente a colegas).
q Todos o questionário deve ser testados, incluindo o conteúdo das
perguntas, o enunciado, a sequência, o formato, o lay-out, a
dificuldade das questões e as instruções.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 121/234

VIII. Questionário

Pré-teste
O pré-teste consiste na aplicação do questionário a uma
pequena amostra de entrevistados para identificar e resolver
possíveis problemas.
q Um questionário não deve ser usado na pesquisa de campo sem pelo
menos um pré-teste adequado.
q Todos os aspectos do questionário devem ser testados, incluindo o
conteúdo das perguntas, o enunciado, a sequência, o formato, o lay-
out, a dificuldade das questões e as instruções.
q Os entrevistados do pré-teste e da pesquisa em si devem ser
selecionados na mesma população.
q Os pré-testes são melhores na forma de entrevistas pessoais, mesmo
que a pesquisa em si venha a ser conduzida por correio, telefone ou
meios eletrónicos, pois os entrevistadores podem observar as reações
e atitudes dos entrevistados.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 122/234

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24/11/22

VIII. Questionário
Checklist de preparação de questionário

Churchill; Brown; Suter, 2011,

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 123/234

VIII. Questionário

Fonte: Churchill; Brown; Suter. Pesquisa básica de marketing. São Paulo:

António Balbino Caldeira


Cengage, 2011, p.274
Lições de Pesquisa de Mercado 124/234

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24/11/22

VIII. Questionário

António Balbino
Fonte:Caldeira Lições
Churchill; Brown; Suter. Pesquisa básica de Pesquisa
de marketing. deCengage,
São Paulo: Mercado2011, p.274-275 125/234

VIII. Questionário

Formulário de observação
O pesquisador deve decidir claramente o que deve ser observado e as categorias e
unidades que serão utilizadas para registrar o comportamento.

Exemplo
Quem
• Quem: Compradores, curiosos, homens, mulheres, pais com
filhos ou apenas crianças.
Como O quê
• O quê: Produtos/marcas considerados, produtos/marcas
• comprados, tamanho, preço das embalagens, influência
sobre os filhos ou outros membros da família.
• Quando: Dia, hora, data de observação.
Porquê Quando • Onde: Dentro da loja, caixa ou departamento dentro da loja.
• Porquê: Influência do preço, marca, tamanho da embalagem,
membros da família presentes no ato da compra.
Onde • Como: Observador disfarçado de vendedor, observador não
disfarçado, câmara escondida ou dispositivo eletrónico.

Fonte: Churchill; Brown; Suter. Pesquisa básica de marketing. São Paulo: Cengage, 2011, p.273

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 126/234

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24/11/22

VIII. Questionário
Exemplo de formulário para avaliar o serviço prestado por funcionários de um banco.

Fonte: Churchill; Brown; Suter. Pesquisa básica de marketing. São Paulo: Cengage, 2011, p.276-277
António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 127/234

IX. Amostragem

IX.
Amostragem

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 128/234

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24/11/22

IX. Amostragem

Conceitos básicos

n População: soma de todos as pessoas que


compartilham um conjunto comum de
características; compreende o universo para o
problema de pesquisa de mercado.
n Como obter informações sobre uma população?
n Censo: conjunto completo de uma população ou do objeto
de estudo.
n Amostra: subgrupo de elementos da população
selecionado para participação no estudo.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 129/234

IX. Amostragem

Condições que favorecem o uso de:


Amostra Censo Variância da
Orçamento Pequeno Grande característica:
Se for grande, usa-
Tempo disponível Curto Longo se o Censo.

Tamanho da Grande Pequeno Custo de erros de


população amostragem:
Se for alto, usa-se
Variância da Pequena Grande Censo.
característica
Custo de erros de Baixo Alto
amostragem
Custo de erros não Alto Baixo
amostrais
Atenção a casos Sim Não
individuais

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 130/234

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24/11/22

IX. Amostragem

Processo de elaboração da amostragem

Definir a população-alvo

Determinar a composição (estrutura) da


amostra

Escolher a(s) técnica(s) de amostragem

Determinar o tamanho da amostra

Executar o processo de amostragem

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 131/234

IX. Amostragem

Definir a população-alvo:
O conjunto de pessoas ou objetos que possuem as informações procuradas
pelo pesquisador e sobre a qual devem-se fazer inferências. A população-alvo
deve ser definida por elementos, unidades amostrais, extensão e período.

• Elemento: é o objeto ou a pessoa sobre o qual se deseja a informação


• Unidade de amostragem: pode ser o elemento em si ou uma entidade
mais disponível que contenha o elemento.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 132/234

66
24/11/22

IX. Amostragem

Técnicas de
amostragem

Escolher a(s)
técnica(s) de
amostragem

Probabilística Não-probabilística
(aleatória) (não-aleatória)

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 133/234

IX. Amostragem

Probabilística Não
Probabilística

Conveniência Aleatória Simples

Critério do
Sistemática
pesquisador

Quotas Estratificada

Bola de
neve/autogerada Por grupos

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 134/234

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24/11/22

IX. Amostragem

Não-probabilística (não-aleatória)
n Técnica de amostragem que não utiliza seleção aleatória.
Pelo contrário, assenta no critério pessoal do pesquisador na
escolha dos elementos da amostra.

n Portanto, podem oferecer boas estimativas das


características da população, mas não representa a
população (não há garantia de que a amostra represente
corretamente a população).

n Ou seja, os resultados não são estatisticamente


generalizáveis para a população.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 135/234

IX. Amostragem

Amostra por conveniência


Obtém por oportunidade uma amostra de elementos convenientes.
A seleção dos elementos da amostra é feita pelo entrevistador.

n Os entrevistados são escolhidos por oportunidade, porque se


encontram naquele lugar e momento.
Exemplos: entrevistas em centros comerciais sem qualificar os
entrevistados, entrevistas com o “povo na rua”, etc.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 136/234

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24/11/22

IX. Amostragem

Amostra por critério do pesquisador (ou intencional)


Técnica de amostragem por conveniência em que os elementos da
população são selecionados com base na ponderação do pesquisador.
O pesquisador deve fazer uma avaliação dos fatores de escolha para
tomar uma decisão fundamentada.

n Exemplos: peritos, mercados-teste selecionados para determinar o


potencial de um novo produto, testemunhas qualificadas usadas em
tribunal, etc.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 137/234

IX. Amostragem

Amostra por quotas


Na amostragem por quotas divide-se a população em grupos e
depois escolhem-se os elementos da amostra por conveniência ou por
critério do pesquisador.

População Amostra

% % n

Masculino 48 48 480

Feminino 52 52 520

100 100 1000

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 138/234

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24/11/22

IX. Amostragem

Amostra Bola de neve/Autogerada


Um grupo inicial de entrevistados é selecionado (de modo aleatório
ou não). Após serem entrevistados, os indivíduos devem identificar
outros que pertençam à população-alvo. Os entrevistados seguintes
são selecionados com base nessas referências.
n Exemplo: Pesquisas sobre utilizadores de programas sociais, SIDA, skaters,
surfistas, etc.

Malhotra, 2012

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 139/234

IX. Amostragem

Técnica Pontos Fortes Pontos Fracos

A menos cara; a que consome Viés de seleção; amostra não


Amostragem por
menos tempo; a mais representativa; não recomendada para
conveniência
conveniente pesquisas descritivas ou causais.

Amostragem por Baixo custo; conveniente; não


critério do consome muito tempo. Não há generalização; subjetiva.
pesquisador

A amostra pode ser controlada Viés de seleção; não há garantia de


Amostragem por quotas para certas características. representatividade.

Amostragem bola-de-neve Pode estimar caracterísicas


Consome muito tempo.
raras.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 140/234

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24/11/22

IX. Amostragem

Técnicas de amostragem probabilística (aleatória)

n Processo de amostragem em que cada elemento da população


tem uma possibilidade fixa de ser incluído na amostra. Ou
seja, são escolhidas aleatoriamente.
n Portanto, o pesquisador poderá fazer inferências ou projeções
(generalizações) sobre a população-alvo da qual se extraiu a
amostra.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 141/234

IX. Amostragem

Amostragem aleatória simples


Cada elemento da população tem uma probabilidade igual e
conhecida de ser selecionado.
Cada elemento é selecionado independentemente de qualquer
outro, e a amostra é extraída à sorte.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 142/234

71
24/11/22

IX. Amostragem

Amostragem sistemática (AS):

A amostra é escolhida selecionando-se um ponto de partida


aleatório e depois selecionando-se cada elemento seguinte
em um determinado intervalo sucessivo dentro da
composição da amostragem.

Por exemplo, há 100.000 elementos na população e uma


amostra de 1.000 seria desejável. Nesse caso, o intervalo de
amostragem, i, é 100. Um número aleatório entre 1 e 100
deve ser selecionado. Se, por exemplo, esse número for 23,
a amostra consistirá dos elementos 23, 123, 223, 323, 423,
523 e assim por diante.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 143/234

IX. Amostragem

Principal diferença entre AmostragemAleatória Simples e Amostragem


Sistemática:
AmostragemAleatória Simples: Sorteio dos elementos
Amostragem Sistemática: Sorteio do primeiro e após segue-se uma
sistemática previamente estabelecida

Fonte: M ALHOTRA, 2005; 2012

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 144/234

72
24/11/22

IX. Amostragem

Amostragem estratificada (AE):

É um processo de duas fases: (1) a população é dividida em estratos


mutuamente exclusivos e completos (cada elemento da população se
encaixa em um – e somente um – estrato); (2) as amostras são escolhidas
a partir de cada um os estratos através de um procedimento aleatório,
normalmente semelhante à amostragem aleatória simples.

“No caso de um a pesquisa eleitoral para governador, por exemplo, podem os esperar que a opinião deva ser
diferente dependendo da idade, classe social e m esm o profissão dos entrevistados. Contudo podemos supor que
haja certa homogeneidade de opinião dentro de cada grupo. Então se supõe que haja heterogeneidade entre os
estratos, m as homogeneidade dentro dos estratos, e que eles sejam mutuamente exclusivos (cada elemento da
população pode pertencer a apenas um estrato). Para garantir que a am ostra seja representativa da população
precisam os garantir que os diferentes estratos sejam nela representados”
http://www.inf.ufsc.br/~marcelo.menezes.reis/Cap7.pdf

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 145/234

IX. Amostragem

“A grande dificuldade em implementar [uma amostragem estratificada] deve-se ao grau


de conhecimento necessário sobre a população, que geralmente não existe ou é
impraticável de ser obtido”.
Uma forma alternativa de amostragem consiste no uso de conglomerados, a seguir:
http://www.inf.ufsc.br/~marcelo.menezes.reis/Cap7.pdf

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 146/234

73
24/11/22

IX. Amostragem

Amostragem por conglomerado/por grupo/por cluster:

É semelhante à estratificada no sentido de que a população é dividida


em subpopulações mutuamente exclusivos e completos.
Mas: depois, uma amostra aleatória de grupos é escolhida com base
em uma técnica de amostragem probabilística. Para cada grupo
escolhido, todos os elementos são incluídos na amostra ou é tirada, de
forma probabilística, uma amostra dos elementos. Se todos os
elementos em cada grupo escolhido forem incluídos na amostra,
chama-se amostragem por grupo de um estágio. Se for tirada uma
amostra de elementos de forma probabilística de cada grupo
selecionado, chama-se amostragem por grupo de dois estágios.

Exemplo: Amostragem por área


Ela depende de agrupamentos baseados em áreas
geográficas (municípios, bairros ou quarteirões). A
amostra pode ser obtida usando um ou mais estágios:
- A de um único estágio envolve uma amostragem de
todos os elementos dentro de um grupo específico
(ex.: se os bairros fossem usados como os grupos,
então todos os domicílios dentro dos bairros
selecionados seriam incluídos em uma amostragem
de um único estágio);
- Na de dois estágios, uma amostra seria tirada de
somente uma porcentagem dos domicílios dentro de
cada bairro.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 147/234

IX. Amostragem

Exemplos:
n Como se mede o número de pessoas em uma manifestação (Datafolha):
http://mais.uol.com.br/view/e0qbgxid79uv/entenda-como-o-datafolha-mede-publico-em-manifestacoes-
04020E19326ECCA15326?types=A&
n Avaliação do(a) presidente da República (Datafolha - 2015) - Estratificado:
http://media.folha.uol.com.br/datafolha/2015/08/06/avaliacao_dilma_agosto_2015.pdf
n Intenção de voto para prefeito de SP (Datafolha -2015) - Estratificado:
http://media.folha.uol.com.br/datafolha/2015/11/03/intencao-de-voto-prefeito-sp.pdf
n Time de futebol de preferência (Datafolha – 2012) - Estratificado:
http://media.folha.uol.com.br/datafolha/2013/05/02/time_preferencia_mundial_fifa_14122012.pdf
n Audiência rádio: http://www4.ibope.com.br/easymedia4/
n Consumo de Internet: http://www.ibope.com.br/pt-br/solucoes/consumodosmeios/internet/Paginas/Mobile-
Report.aspx

-Seleção da amostra: estratificada, selecionada em pontos de fluxo de frequência do


público-alvo (‘intercept’), com base em cotas proporcionais à composição do universo
segundo: mesorregião (IBGE), gênero, faixa etária, escolaridade e condição de atividade
(população economicamente ativa).
-Amostra desse universo de público: 1.000 entrevistas finais completas, distribuídas em 25
municípios nas seis mesorregiões (definição IBGE) do estado de Santa Catarina, que são os
representativos do maior índice de potencial de consumo (IPC) dessas regiões.
-Margem de erro amostral máxima: 3,1 pontos percentuais para os resultados pelo total do
estado (1000 entrevistas), dentro de intervalo de confiança de 95%.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 148/234

74
24/11/22

IX. Amostragem

Escolho probabilístico ou não


probabilístico?
Condições que favorecem o uso de:
Fatores Amostragem Amostragem
Não Probabilística Probabilística
Natureza da pesquisa Exploratória Conclusiva
Magnitude relativa dos Erros não-amostrais Erros amostrais
erros não amostrais são maiores são maiores
versus erros amostrais
Variabilidade na população Homogênea (baixa) Heterogênea (alta)

Considerações estatísticas Desfavoráveis Favoráveis

Considerações Favoráveis Desfavoráveis


operacionais:
tempo
Considerações Favoráveis Desfavoráveis
operacionais: custo

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 149/234

IX. Amostragem

Técnica Pontos fortes Pontos fracos


(NP) por Baixo custo, conveniente, Vieses de seleção, amostra
conveniên consome menos tempo não representativa
cia
(NP) por Baixo custo, conveniente, não Não permite generalizações; subjetiva
julgamento consome tempo
(NP) por quotas Amostra pode ser controlada Vieses de seleção, não há garantias de
para certas características representatividade
(NP) bola de neve Pode estimar características raras Demanda tempo

(P) Facilmente compreendida; os A amostra pode ser de difícil


Amostragem resultados podem ser construção; é cara, e não há
aleatória projetados garantias de representatividade
simples
(P) Pode aumentar a representatividade, Pode reduzir a representatividade
Amostragem é mais fácil de implementar do que a se houver padrões cíclicos
sistemática ASS.
(P) Inclui todas as Difícil de selecionar variáveis
Amostragem subpopulações de estratificação relevantes, é
estratificada importantes; precisão cara.
(P) Amostragem
Imprecisa, difícil de computar e
conglomerado/ Fácil de implementar, eficaz no custo de interpretar os resultados
por grupo

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 150/234

75
24/11/22

IX. Amostragem

Amostragem na
Internet
n A população-alvo da sua pesquisa tem acesso à Internet?
(= Representatividade).
n Amostras irrestritas da Internet em que qualquer visitante
pode participar são amostras por conveniência e sofrem
de tendenciosidade de autosseleção, em que os
respondentes selecionam a si próprios.
n Usar internautas que estão navegando na Internet só faz
sentido quando a amostra gerada é representativa da
população-alvo.
n A fim de evitar erros de amostragem, o pesquisador
precisa controlar o grupo do qual seleciona os
entrevistados, bem como garantir que o mesmo
entrevistado não participe mais de uma vez da pesquisa.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 151/234

IX. Amostragem

Técnicas de amostragem
pela Internet
n Interceptação online (aleatório ou não): os visitantes de um
site são interceptados e têm a oportunidade de participar
do levantamento; A escolha pode ser de forma aleatória (o
software pode selecionar a amostra conforme técnicas
probabilísticas vistas antes) ou todos são abordados (por
conveniência).

n Recrutamento online: pessoas são recrutadas ou optam


por participar, mas são recrutados segundo características
prévias decididas pelo pesquisador. Pode-se usar qualquer
técnica antes vista.

n Outras: listas de e-mail que foram oferecidas a


fornecedores, etc

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 152/234

76
24/11/22

IX. Amostragem

Determinar o tamanho da amostra

Fatores Importância da decisão: como regra


Qualitativos & geral, quanto mais importante for a
Quantitativos decisão, mais precisas as informações
devem ser.
Importância da decisão Natureza da pesquisa: é exploratória? É
conclusiva?
Natureza da pesquisa Número de variáveis: com o seu
aumento, o tamanho da amostra precisa
Número de variáveis crescer proporcionalmente.
Natureza da análise: o tipo de análise
Natureza da análise influencia os requisitos de tamanho da
Tamanhos amostrais amostra.
Taxa de incidência: estabelece quantos
utilizados em estudos contatos devem ser selecionados para
similares determinar o tamanho da amostra
Taxas de conclusão: % de respondentes
Taxas de incidência qualificados que completaram a
entrevista.
Taxas de conclusão
Restrições de
recursos – tempo,
dinheiro, etc

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 153/234

IX. Amostragem

n Para definir o tamanho de uma amostra aleatória


simples pode-se utilizar uma das seguintes fórmulas
estatísticas: Finita: é aquela população
cujo número de elementos
Populações n = Z2PQ/e2 de um grupo não é muito
Infinitas
grande, possibilitando a
contagem;
Populações
Finitas
n = NZ2PQ/e2(N-1)+Z2PQ Infinita: é aquela que tem o
número de elementos
elevado, sendo
considerado difícil a
contagem.
em que:
n = número de elementos da amostra
N = número de elementos da população (para populações finitas)
Z = valor da variável z para o nível de confiabilidade adotado (quando i.c =95%, z=1.96)
P = proporção de ocorrência da variável em estudo na população (quando não é conhecido
usa-se 0.5)
Q = proporção de não-ocorrência da variável em estudo na população. Q=(1-P)
e = precisão da amostra ou erro máximo admitido (quando i.c.=95%, i=0.05).

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 154/234

77
24/11/22

IX. Amostragem

Exemplo: imagine que você precisa coletar uma amostragem


aleatória simples de uma cidade de 10.000 habitantes (N). Para isso,
você decidiu ter uma margem de erro de 5% (e) e um intervalo de
confiança de 95,5% (Z=2). O critério de probabilidade do evento será
dado pelo sexo dos respondentes. Estimou-se que a população de
homens era de 50% (p=0,5); logo, a população de não homens
(mulheres) é de 50% (q=0,5)

z2.p.q.N 42.0,5.0,5.10000
n = -------------------------- n = ---------------------------------- = 385
e2(N-1) + z2.p.q 0,052(10000-1) + 42.0,5.0,5

Resultado: A amostra será de 385 pessoas de uma população de 10.000 habitantes da


cidade X com 95,5% de confiança, ou seja, em 100 casos, 95,5% vão seguir o padrão
desejado e 4,5% podem estar equivocados. Os resultados terão margem de erro de 5%
(para mais ou para menos).
Fonte: NIQUE, LADEIRA, 2014

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 155/234

IX. Amostragem

Como uma amostra pequena pode representar uma


população?

Você tira uma laranja e abre-a =


não está podre!
Faz o mesmo procedimento com Princípio da probabilidade
mais 4 laranjas.
Nenhuma delas está estragada! Populações homogêneas
(indivíduos com grandes
Sendo assim, você não precisa semelhanças) devem ter
abrir todas as laranjas para dizer pequenas amostras e
que o saco estava bom. populações heterogêneas
(indivíduos com grandes
Através de uma pequena diferenças) devem ter
amostra você pode esperar que amostras grandes.
o restante das laranjas esteja em
boas condições.

Fonte: NIQUE, LADEIRA, 2014

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 156/234

78
24/11/22

IX. Amostragem

Por que nunca conheci uma pessoa que foi entrevistada em uma
pesquisa que teve uma amostragem probabilística aleatória?
Ou por que nunca fui sorteado?
Princípio do acaso: isso significa que a probabilidade de cada pessoa fazer parte da amostra é a mesma. Para
não ser tendencioso, sugere-se que a escolha seja ao acaso. Isso significa dizer que se você não foi escolhido
para uma pesquisa é tão somente fruto do acaso, pois todas as pessoas têm a mesma chance de serem
escolhidas.

Qual margem de erro devo usar em uma pesquisa?

Conhecimento e custo da pesquisa: deve ser respondida tendo um profundo conhecimento do problema de
pesquisa, do objeto de estudo que está sendo investigado e do custo envolvido na coleta de dados. Ex.: Censo
(margem de erro = 0)…e o custo? Por não coletarmos de toda a população, não teremos o mesmo resultado. A
margem de erro é a diferença entre os resultados da amostra com a de toda a população. Como não
conseguimos realizar a amostra igual à população, não podemos afirmar corretamente qual é a margem de erro.
Para isso, utilizamos a oscilação de mais e menos da margem de erro.
Qual o valor da margem de erro? Depende do problema, do objeto de estudo e do custo (= risco percebido de
não errar). Ex.: margem de erro para cirurgia médica deve ser bem menor do que em uma pesquisa de marketing
(<1% vs 2%, 3%, 5%).
Fonte: NIQUE, LADEIRA,
2014

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 157/234

X. Recolha de dados

X.
Recolha de
dados

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 158/234

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24/11/22

X. Recolha de dados

Seleção dos trabalhadores de


campo/entrevistadores

Treinamento dos trabalhadores


de campo e coleta

Supervisão dos trabalhadores


de campo

Validação do trabalho de
campo

Avaliação dos trabalhadores de


campo

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 159/234

X. Recolha de dados

Seleção dos trabalhadores


de campo/entrevistadores

• Funções do pesquisador/coordenador:
Definir requisitos para os entrevistadores
Recrutar entrevistadores

• Características desejáveis dos entrevistadores:


•Extrovertidos:
Os entrevistadores precisam ser capazes de estabelecer uma
atmosfera de harmonia com os entrevistados.

•Comunicativos: Um valor importante é saber falar bem e ser bom ouvinte.


•Aparência Amigável: Se a aparência física do trabalhador de campo for
desagradável ou excêntrica, os dados coletados podem resultar tendenciosos.
•Boa Escolaridade: Os entrevistadores precisam saber ler e escrever bem.

•Experientes: Os entrevistadores experientes tendem a fazer um trabalho melhor.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 160/234

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24/11/22

X. Recolha de dados

Treinamento dos
trabalhadores de campo
• Objetivo: apresentar o questionário da mesma forma; coleta padronizada

Coleta

•Contato inicial: apresentação pessoal, da pesquisa, sigilo, tempo da pesquisa, diminuir a r esistência,
etc.

• Esteja bem familiarizado com o questionário.

• Faça as perguntas na ordem em que aparecem no questionário.

• Use os enunciados exatos constantes do questionário.


• Leia cada pergunta devagar.

• Repita as questões que não foram compreendidas.

• Faça todas as perguntas pertinentes.


• Siga as instruções, fuja dos chavões, investigue cuidadosamente

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 161/234

X. Recolha de dados

Coleta

Algumas técnicas de investigação comumente


utilizadas:
• Repetir a questão.
• Repetir a resposta do entrevistado.
• Usar uma pausa ou fazer uma investigação
silenciosa.
• Encorajar ou tranquilizar o entrevistado.
• Pedir esclarecimentos.
• Fazer perguntas ou comentários objetivos/neutros.
• Encerramento da entrevista: Fazer todas as
perguntas; agradecer; perguntar se tem interesse
em receber os resultados da pesquisa;despedir.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 162/234

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24/11/22

X. Recolha de dados

Supervisão dos
trabalhadores de campo

Controle de Qualidade e Edição – Exige uma verificação para


ver se os procedimentos de campo estão sendo implementados
corretamente.

Controle da Amostragem – O supervisor tenta assegurar-se de


que os entrevistadores estejam seguindo rigorosamente o plano
de amostragem.

Controle de Fraude – É possível minimizar as fraudes através de


um treinamento adequado, de supervisão e validação.

Controle do Escritório Central – Os supervisores devem


fornecer informações de controle de qualidade e custo ao
escritório central.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 163/234

X. Recolha de dados

Avaliação dos trabalhadores


de campo

Critérios de avaliação

Quantidade Qualidade

Qualidade da
Custo e tempo
entrevista
Taxas de Qualidade dos
respostas dados

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 164/234

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24/11/22

XI. Análise dos dados

XI.
Análise de
dados

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 165/234

XI. Análise dos dados

XI. A.
Análise de dados
da pesquisa
qualitativa

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 166/234

83
24/11/22

XI. Análise dos dados

Análise de dados qualitativos


Ø Produz um grande volume de informações
(transcrições e notas de campo);
Ø A preparação e análise destes dados exigem
muito tempo e trabalho;
Ø Parte da análise dos dados pode ocorrer ao mesmo
tempo que a recolha de dados, de forma a redefinir
questões;
Ø Programas informáticos podem ser usados, mas não
podem ser vistos como meros atalhos;
Ø Uma análise de dados qualitativos de alta qualidade
depende da técnica e capacidade do pesquisador.
António Balbino Fonte: Pope, C.;Ziebland, S. Mays, N. (2000) Analysing qualitative data. British Medical Journal, 320, 114-116
Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 167/234

XI. Análise dos dados

Análise de
Conteúdo
• Definição à É uma técnica de investigação que
tem por finalidade a descrição qualitativa e ou
quantitativa do conteúdo manifesto
• Âmbito à Aplicável a todos os meios de
comunicação e tipos de conteúdos
• Instrumentos à Analíticos qualitativos; suporte
informático e estatístico
• Objetivos básicos à reconstruir representações
(sintáticas – como algo é dito ou escrito - e
semânticas – o que é dito num texto).

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 168/234

84
24/11/22

XI. Análise dos dados

Codificação e Categorização
Ø OBJETIVO DA CATEGORIZAÇÃO: fornecer, por condensação,
uma representação simplificada dos dados brutos.
Ø A codificação irá gerar uma reapresentação dos dados.
Ø Assim,a análise de conteúdo interpreta o texto
apenas à luz do referencial de codificação.
Formou
-se uma
categori
a

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 169/234

XI. Análise dos dados

Código

Análise
qualitativa Categoria

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 170/234

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24/11/22

XI. Análise dos dados

Exemplo: Primeiro programa eleitoral dos candidatos à presidência da República (19/08/2014)

Análise
quantitativa

brasil (11) brasileiros (6) casa (4) ciclo (5)


coisas (4) coracao (3) criou (3) crise (4)
bem-vinda (4) bem-vindo (3) bem-
dilma (12) emprego (3) empregos (3)
gente (5) governo (3) historia (4) vindos (4)brasil (18) brasileiro (3) brasil
eiros (3) dando (3)diferente (3) eduardo
infraestrutura (3) lula (3) mandato (5)
(4) estao (3) governo (6) hora (3)melhor
maos (3) melhor (4) milhoes (10) mim (3)
(3) mudar (6) nao (6) pais (4) pessoas (
miseria (4) muita (7) mulher (5) mundo (4)
5)problema (5) problemas (4) verdade (
pais (8) pessoa (3) povo (4) programas (3)
pronatec (3) qualquer (4) social (3) 3) vida (3) vira (3)
tambem (8) valente (3) vida (4) voce (18)
Fonte: http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/eleicoes-2014/noticia/2014/08/quais-as-palavras-mais-usadas-na-
programa-eleitoral-de-dilma-e-aecio-4578714.html

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 171/234

XI. Análise dos dados

Resultado da análise
quantitativa:
n Elas dão a mensagem, é possível resumir a ideia geral do governo
nesta frase: "A Dilma investiu milhões para melhorar o Brasil para
você". Ela está dizendo algo relativamente simples, mas que vai ter
que ser repetido o tempo todo, porque é um governo que está há 12
anos no poder e precisa passar a mensagem de que, como o Lula,
ela também fez.

n No programa de Aécio Neves, que teve quase três vezes menos


tempo do que sua adversária política, a palavra "Brasil" também
apareceu com destaque: 18 vezes. São quatro vezes por minuto,
bem mais que a frequência de Dilma (uma vez por minuto, mais ou
menos). Em seguida, três termos aparecem empatados: "não",
"mudar" e "governo". Mendonça destaca que as duas primeiras são
palavras que representam negação, necessidade de alterar algo.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 172/234

86
24/11/22

XI. Análise dos dados

IX. B.
Análise de dados
da pesquisa
descritiva e causal
António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 173/234

XI. Análise dos dados

Coletei os
dados, e
agora?

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 174/234

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24/11/22

XI. Análise dos dados

Preparação do plano
preliminar de análise de dados

Verificação do questionário

Processo da Edição

preparação de
dados Codificação

Transcrição

Depuração dos dados

Ajuste estatístico

Seleção de uma estratégia de


análise de dados

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 175/234

XI. Análise dos dados

Verificação dos
Questionários
1) O questionário foi preenchido por completo?
2) O encadeamento das questões foi respeitado?
- Ex.: o entrevistado seguiu as instruções?
3) Houve variância relevante nas respostas?
- Ex.: …ou o entrevistado assinalou apenas o valor 3 (de 1-
5) em todas as questões?
4) O questionário está fisicamente completo?
5) O prazo de entrega do questionário foi respeitado?
6) Os respondentes estão de acordo com o perfil desejado
para a pesquisa?

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 176/234

88
24/11/22

XI. Análise dos dados


Editoração
Verificar os questionários em busca de
respostas ilegíveis, inconsistentes,
incompletas ou ambíguas. •Atribuição de
Como lidar com valores que
respostas estão faltando:
insatisfatórias? É aconselhável
se (1) o número
de entrevistados
com respostas
insatisfatórias for
pequeno; (2) se
a proporção de
respostas
Fonte: M ALHOTRA, 2005; 2012

insatisfatórias
para cada um
desses
António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado
entrevistados for
177/234

pequena; ou (3)
se as variáveis
com respostas
insatisfatórias
XI. Análise dos dados não forem as
variáveis-chave.
• Descarte de
Exemplo:
entrevistados
insatisfatórios:
É adequada
quando (1) a
proporção de
entrevistados
insatisfatórios for
pequena
(<10%); (2) o
tamanho da
Fonte: M ALHOTRA, 2005; 2012

amostra for
grande;
(3)os
António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado entrevistados178/234
insatisfatórios
não diferirem
de forma óbvia
dos
entrevistados
satisfatórios 89
(ex.:
demografia,
24/11/22

XI. Análise dos dados

Codificação
Atribuir um código numérico que represente uma
resposta possível de cada questão.

Exemplo:
–DadosGerais:
1 2
7.1-Sexo:qMasculino qFeminin
o
7.2 - Idade:
1 2 3
q menos de 20 q de 20 a 25 q de 26 a 30
4 anos 5 anos anos 6
q de 31 a 35 q de 36 a 40 q acima de
anos anos 41 anos

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 179/234

XI. Análise dos dados

Em questões que admitem muitas respostas, a cada opção de resposta possível


deve ser destinada uma coluna separada.
n Exemplo: Que contas você tem neste banco? Assinale “x” na(s) questão(ões)
correspondente(s).
n ( ) poupança ( ) conta corrente ( ) habitação

Entrevistado Poupança CC Habitação 0 (zero) = “Não”;


1 0 1 1 1 = “Sim”
2 0 1 0
3 1 1 0
4 0 0 1
Semelhante para questões ordinais.
n Exemplo: Coloque em ordem de uso (de 1 – mais usado a 3 – menos usado) blá blá blá

Uso Ex.:
Entrevistado Poupança CC Habitação Entrevistado Maior uso Menor uso 1=poup
moderado
2= CC
1 1 2 3 1 1 2 3 3= Habit
4= Seg
2 3 2 1 2 6 2 1 Vida
3 1 4 2 5…
3 1 3 2
6…
4 1 2 3 4 2 2 3

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 180/234

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24/11/22

XI. Análise dos dados

E quanto às perguntas abertas?


n Insira todas as palavras escritas pelos respondentes
na planilha; É interessante codificá-las?

Pg. 305 - Malhotra

Fonte: M ALHOTRA, 2005; 2012

n Se encontrar respostas semelhantes, codifique-as (em


uma nova coluna). Elas devem ser mutuamente
exclusivas (cada resposta se encaixa em somente um
código de categoria) e sem sobreposição
(coletivamente exaustivos).
n Exemplo: 20 pessoas escreveram a palavra “paz”; 10
escreveram a palavra “férias”, etc.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 181/234

XI. Análise dos dados

Transcriç
ão
Digitar os dados coletados em um programa de computador.
Sugestão: Excel ou SPSS.
É imprescindível a conferência dos dados por no mínimo dois
integrantes do grupo para evitar erros de digitação!
SPSS: Teve a sua primeira versão em 1968 e é um dos programas de análise
estatística mais usados nas ciências sociais; é também usado por pesquisadores de
mercado, na pesquisa relacionada com a saúde, no governo, educação e outros
setores.

Foi inventado por Norman H. Nie, C. Hadlai (Tex) Hull e Dale H. Bent.
Recentemente foi adquirido pela IBM e passou a se chamar IBM SPSS.

Como programa estatístico é muito popular também pela capacidade de trabalhar com
bases de dados de grande dimensão. São possíveis mais de 2 milhões de registros e
250 000 variáveis.
http://www-01.ibm.com/software/analytics/spss/

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 182/234

91
24/11/22

XI. Análise dos dados

Depuração dos
dados Verificar a consistência e tratamento das respostas faltantes.
Como verifico a consistência? Basta identificar os dados que:

- …estão fora do intervalo (ex.: escala de 1 a 5 e foi colocado o


valor 6);

- …são inconsistentes logicamente (ex.: um entrevistado assinalou


que debita em seu cartão de crédito, mas ele informou antes que
não tinha cartão de crédito);

- …apresentam valores extremos (ex.: a avaliação


demasiadamente baixa de uma marca pode decorrer do fato de o
entrevistado ter assinalado indiscriminadamente 1 (de 1 a 7) em
todos os atributos da marca.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 183/234

XI. Análise dos dados

Como lidar com respostas faltantes?


1) Substituir por um valor neutro
- Normalmente pela resposta média da variável, pois
assim a média de todos permanece inalterada.
Entrevistado Atendimento Produto Pós-venda Entrevistado Atendimento Produto Pós-
venda
1 4 5 1 4 5 2,25
2 5 4 2 5 3,5 4
3 3 2 2 3 3 2 2
4 3 3 2 4 3 3 2
2)5 Substituir por uma4resposta 1já 5
imputada 3,75 4 1
Média: 3,75 3,50 2,25 Média: 3,75 3,50 2,25
- O pesquisador procura inferir, a partir dos dados
disponíveis, as respostas que teriam sido dadas se os
entrevistados tivessem respondido as questões. Tomar
cuidado com a tendenciosidade
3) Supressão (eliminação).

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 184/234

92
24/11/22

XI. Análise dos dados

…e antes de analisar os dados…


Você se lembra do “caso IPEA”: O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)
publicou no dia 4/4/2014 um pedido de desculpas no qual admite erros na pesquisa
sobre violência contra a mulher divulgada no fim de março e que gerou grandes
debates no País, envolvendo até mesmo a presidenta da República, Dilma Rousseff.

http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/SIPS/140327_sips_violenc
ia_mulheres_antigo.pdf

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 185/234

XI. Análise dos dados

Os dados originais da pesquisa continham dois erros, provocados, segundo o instituto,


por uma troca de gráficos em duas das perguntas. As imagens com as porcentagens
de respostas estavam invertidas

http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&id=21971&Itemid=9
http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/SIPS/140327_sips_violencia_mulheres_novo.pdf

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 186/234

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24/11/22

XI. Análise dos dados

Análises básicas de
dados
Distribuição de frequência:

n Objetivo: obter uma contagem do número de respostas


associadas a diferentes valores de uma variável e
expressar essas contagens em termos de porcentagens.

n Exemplo: Uso e atitude em relação à marca NIKE.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 187/234

XI. Análise dos dados

Grupo de usuários: 1=esporádicos; 2=médios; 3=assíduos


Atitude: 1=muito desfavorável; 7=muito favorável Fonte: M ALHOTRA, 2005; 2012

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 188/234

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24/11/22

XI. Análise dos dados

H
Média: 4,11 I
Moda: 6 S
Mediana: 4 (o valor T M
central é a média da OA
22ª e 23ª G
observações) R
A
Fonte: M ALHOTRA, 2005; 2012

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 189/234

XI. Análise dos dados

Estatísticas associadas a
distribuições de frequências
n Medidas de posição (ou localização): estatísticas que descrevem uma posição dentro de um
conjunto de dados. As medidas de tendência central descrevem o centro da distribuição:
n Média;
n Moda: é o valor que mais ocorre na distribuição (é o pico da distribuição).
n Mediana: é o valor do meio quando os dados se apresentam ordenados de forma crescente ou
decrescente.

Se a distribuição é assimétrica, que medida deve ser usada?


- Escala nominal: MODA; - escala ordinal: MEDIANA; - escala intervalar ou de
razão: TODOS, MAS DE PREFERÊNCIAA MÉDIA

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 190/234

95
24/11/22

XI. Análise dos dados

n Medidas de dispersão (ou variabilidade): estatística


que indica a dispersão de uma distribuição.
n Intervalo (ou amplitude): é a diferença entre o maior e menor
valor de uma distribuição;
n Exemplo anterior: 7-1 = 6
n Intervalo interquartil: intervalo de uma distribuição que abrange
os 50% intermediários das observações.
I.– Ordena-se o conjunto;
II.– Divide-se a tabela em quatro partes, cada uma delas contendo 25%
(ou seja ¼) dos valores tabelados.
III.- Para a análise dos dados, pode-se desprezar os 1º e 4º quartis.
n Percentil: semelhante ao interquartil, só que divide-se em 100
partes.
n Desvio-padrão. Exemplo anterior: 1,90
n Coeficiente de variação (d-p / média) %
n O desvio-padrão calculado é grande
ou pequeno? Ou seja, o CV é interpretado como a
variabilidade dos dados em relação à média.
Quanto menor o CV mais homogêneo é o conjunto
de dados

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 191/234

Média
XI.
20 Análise dos dados 16,0 DISTRIBUIÇÃO
15 SIMÉTRICA
10 Mediana

n Medidas de forma: 5
16,0
Média=Mediana=
n Assimetria:
0
Moda
característica de Moda
uma distribuição que 0 4 8 12 16 20 24 28 32
16,0
mede sua simetria
em relação à média. Média
n Simétrico: os 20 13,1 DISTRIBUIÇÃO
valores de
ambos os lados 15 ASSIMÉTRICA
do centro da POSITIVA
Mediana
distribuição são 10
os mesmos e a 12,4
média, a moda 5
e a mediana Média>=Mediana
são iguais.
n Assimétrico:
0
0 4 8 12 16 20 24 28 32
Moda >=Moda
11,3
…tendência de
os desvios (a
contar da Média
média) serem
maiores em
20 18,9 DISTRIBUIÇÃO
uma direção do 15 ASSIMÉTRICA
que na outra
direção 10 Mediana NEGATIVA
19,6
5
Média<=Mediana
0
0 4 8 12 16 20 24 28 32
Moda <=Moda
20,7

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 192/234

96
24/11/22

XI. Análise dos dados

n Curtose/Achatamento: medida do achatamento relativo da


curva definida pela distribuição de frequência.
n Pode ser de valor 0 (zero), positiva (com pico mais
acentuado do que a distribuição normal) ou negativa
(mais achatada do que a distribuição normal).

nMedidas de forma são importantes porque se uma


distribuição for altamente assimétrica ou tiver um pico ou
baixa muito marcados, os procedimentos estatísticos que
supõem normalidade deverão ser usados com cautela.
No Excel:
Assimetria: Função DISTORÇÃO(núm1;núm2; ...)
Curtose: Função CURT(núm1;núm2;...)

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 193/234

XI. Análise dos dados

Teste de
Hipóteses
Etapas (simplificado):
1 Estabelecer a hipótese nula (H0) e a hipótese alternativa
(H1);
2Estabelecer um nível de significância (normalmente 95%);
3- Definir a região de rejeição da hipótese nula (H0);
4 Calcular o valor da prova estatística a partir dos dados da(s)
amostra(s);
5Tomar a decisão quanto à não-rejeição da hipótese nula (H0)
e, consequentemente, a adoção (aceitação) ou não da hipótese
alternativa (H1)
Fonte: adaptado de Mattar, 2011

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 194/234

97
24/11/22

XI. Análise dos dados

Estabelecer a hipótese nula (H0) e a hipótese alternativa (H1)

Hipótese nula: é uma afirmação do status quo; ou seja, uma afirmação em que não se espera
qualquer diferença ou efeito. Assim, se a H0 não for rejeitada, não se fará modificação alguma.

Hipótese alternativa: é uma afirmação de que se espera alguma diferença ou efeito. A aceitação da
Ha conduz à modificação de opiniões ou de atitudes.
n Exemplo: A empresa X está considerando o lançamento de um novo plano de serviço. O
plano será lançado se ele for preferido por mais de 40% dos clientes.
n H0: média <= 0,40 ; H1: média > 0,40 --- Teste de uma cauda (unicaudal)

n Exemplo: e se quiser saber se o novo plano é diferente (superior ou inferior) do plano


atual, o qual é preferido por 40% dos clientes.
n H0: média = 0,40 ; H1: média = 0,40 --- Teste de duas caudas (bicaudal)

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 195/234

XI. Análise dos dados

3- Determinar a região de rejeição:


H1: “uma população
é maior (ou menor)
que a outra em
relação a certa
variável”

H1: “uma população


é diferente da outra
em relação a certa
variável”

4 Calcular o valor da prova estatística (ou valor calculado)


5Tomar a decisão: Tendo o valor tabelado, o valor calculado e a região de
rejeição, pode-se facilmente decidir pela rejeição ou não de H0 e,
consequentemente, pela aceitação ou não de H1.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 196/234

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24/11/22

XI. Análise dos dados

Exemplo: Consumo de combustível de um carro da marca X


n H0: média = 28mpg vs H1: média = 28mpg
30,9
24,5 Encontre:
31,2
28,7
a) O tamanho da amostra (contagem de todos os casos). Ex.: 25
35,1 casos
29 b) A média. Ex.: 28,172mpg
28,8 c) O desvio padrão. Ex.: 3,034mpg
23,1
31
30,2 E depois?
28,4 d) Ache o erro padrão (é o desvio-padrão da distribuição amostral da
29,3
média ou da proporção) e seu cálculo é o seguinte: erro padrão =
24,2
27
desvio padrão / √n (n=tamanho da amostra
26,7 e) Ache o limite inferior e o limite superior do intervalo de confiança.
31 As fórmulas são:
23,5
- Limite inferior: média – INVT(1-0,95;n)*erro padrão
29,4
26,3
- Limite superior: média + INVT(1-0,95;n)*erro padrão
27,5
28,2
28,4
29,1
21,9
30,9

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 197/234

XI. Análise dos dados


No
30,9
Excel
24,5
31,2
28,7 n (tamanho da amostra) 25
35,1
29
28,8 média 28,172
23,1
31
30,2 desvpad 3,033908
28,4
29,3 desvpad raiz n
24,2 erro padrão (s.e) 3,033908 5 0,60678
2
27
26,7
31 Eu quero 95% confiança
23,5
29,4
26,3 limite inferior 26,92231
27,5 fórmula: média – INVT(1-0,95;n)*erro padrão
28,2
28,4 limite superior 29,42169
29,1 fórmula: média + INVT(1-0,95;n)*erro padrão
21,9
30,9

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 198/234

99
24/11/22

XI. Análise dos dados

26,92 28 28,17 29,42


limite inferior valor de referência (H0) média limite superior

Em outras palavras…
Teste bicaudal

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 199/234

XI. Análise dos dados

Decisões a tomar:
A)se o valor de referência (ex.: 28mpg) estiver dentro do
intervalo de confiança (ex.: entre 26,92 e 29,42), aceite a
hipótese nula;
B)se o valor de referência estiver fora do intervalo de confiança,
rejeite a hipótese nula e aceite a hipótese alternativa;

Conclusão: O consumo de combustível de um carro da marca X


é de 28mpg (com 95% de certeza).
n Demais fontes:
n http://www.youtube.com/watch?v=fNDxiFhelNA
n http://www.youtube.com/results?search_query=teste+t+no+excel&sm
=3
n http://office.microsoft.com/pt-br/excel-help/carregar-as-ferramentas-
de-analise-HP010021569.aspx
n http://sistemas.eeferp.usp.br/myron/arquivos/2540410/e8fc3b723474
00901a2750cb214bf4e0.pdf
n http://support.office.microsoft.com/client/Introduction-to-what-if-
analysis-8b832128-bae9-434a-a124-
625755e97c07?NS=EXCEL&Version=14

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 200/234

100
24/11/22

XI. Análise dos dados

Se for para um teste unicaudal, o cálculo vai depender da


formulação da hipótese nula:
Exemplo:
1) H0: X <= 40 vs H1: X > 40. Calcule o limite superior

2) H0: X >= 40 vs H1: X < 40. Calcule o limite inferior

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 201/234

XI. Análise dos dados

Tabulação
cruzadaTécnica estatística que descreve duas ou mais variáveis simultaneamente
e origina tabelas que refletem a distribuição conjunta de duas ou mais
variáveis com um número limitado de categorias ou valores distintos.
Ou seja, ajuda-nos a entender como uma variável pode estar relacionada
com outra variável.
Fonte: MALHOTRA, 2005; 2012

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 202/234

101
24/11/22

XII. Ética

XII.
Ética

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 203/234

XII. Ética

“A ética é considerada um ramo do campo da filosofia e do pensamento cotidiano que


lida com atitudes e questões relacionadas com o que é moralmente certo ou errado”
(Nique e Ladeira, 2014, p. 216).

Ética
Pesquisa
de
Marketing
Marketing

“A ética na pesquisa de marketing é conhecida como o conjunto de padrões e


princípios em relação ao que é aceitável ou certo ou o que é errado ou inaceitável
durante a realização de uma pesquisa” (NIQUE; LADEIRA, 2014, p. 216).

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 204/234

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XII. Ética

Dilemas éticos

Fonte: M ALHOTRA, 2005; 2012

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 205/234

XII. Ética

Problemas éticos Sugestões


Interesses dos agentes envolvidos Os contratantes da pesquisa não podem modificar os dados
encontrados e os pesquisadores devem garantir que os
procedimentos de pesquisa ocorram naturalmente, sem
restrições
Disfarce para aumentar venda ou captar O objetivo de uma pesquisa deve ser solucionar problemas
recursos
Definição do problema de pesquisa Não se deve projetar resultados predeterminados
Seleção de dados secundários Deve-se empregar o uso de dados secundários só quando estes
responderem o problema de pesquisa
Avisar as pessoas que estão participando de Em caso de etnografias, observações sistemáticas e focus group
técnicas indiretas comunicar ou não aos participantes é uma questão de ordem
ética. Existem abordagens em que não poderá ser dito aos
respondentes o que acontecerá
Utilização de câmeras e gravadores Devem-se informar os procedimentos aos entrevistados e
solicitar preenchimento de liberação da imagem

Amostras influenciadas Informar e explicar aos participantes da pesquisa o que será feito
e disponibilizar ajuda caso tenham dúvidas

Fatores que afetam amostras probabilísticas Deve-se apresentar e discutir com os contratantes de uma
pesquisa o tamanho e as características da população, intervalo
de confiança e margem de erro.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 206/234

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24/11/22

XII. Ética

Problemas éticos Sugestões


Características dos questionários Evitar questionários cansativos, não
induzir respostas através de perguntas e
evitar constranger o entrevistado com
perguntas indiscretas

Desconforto emocional nos Contratar pesquisadores capacitados para


pesquisados conduzir a coleta de dados

Anonimato e privacidade das Manter e respeitar o anonimato e a


pessoas privacidade das pessoas que participam da
pesquisa
Comportamento dos entrevistados Sugere-se que quando for feita a análise
de comportamentos esta seja feita em
locais públicos, como lojas,
supermercados ou shopping.

Eliminação de outliers Devem ser mantidos, a menos que


existam provas razoáveis, de que estão
fora dos padrões da amostra
Fonte: NIQUE; LADEIRA, 2014, p. 221.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 207/234

XII. Ética

Dilemas éticos

Fonte: M ALHOTRA, 2005; 2012

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 208/234

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24/11/22

XII. Ética

ICC/ESOMAR International Code on Market and Social Research


https://iccwbo.org/content/uploads/sites/3/2008/01/ESOMAR-INTERNATIONAL-CODE-ON-MARKET-AND-SOCIAL-RESEARCH.pdf

Key fundamentals:
1. Market researchers shall conform to all relevant national and international laws.
2. Market researchers shall behave ethically and shall not do anything which might damage
the reputation of market research.
3. Market researchers shall take special care when carrying out research among children
and young people.
4. Respondents’ cooperation is voluntary and must be based on adequate, and not
misleading, information about the general purpose and nature of the project when their
agreement to participate is being obtained and all such statements shall be honoured.
5. The rights of respondents as private individuals shall be respected by market researchers
and they shall not be harmed or adversely affected as the direct result of cooperating in a
market research project.
6. Market researchers shall never allow personal data they collect in a market research
project to be used for any purpose other than market research.
7. Market researchers shall ensure that projects and activities are designed, carried out,
reported and documented accurately, transparently and objectively.
8. Market researchers shall conform to the accepted principles of fair competition.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 209/234

XII. Ética

CÓDIGO PORTUGUÊS PARA ESTUDOS DE MERCADO E OPINIÃO (CODEMO)

https://www.apodemo.pt/codemo

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 210/234

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XII. Ética

Legislação portuguesa (inclui a da União Europeia)


• Regulamento (UE) 2016/679 de 27 de abril, relativo à proteção das pessoas singulares no
que diz respeito ao tratamento de dados pessoais e à livre circulação desses dados -
https://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/HTML/?uri=CELEX:32016R0679&from=PT - Lei n.º 58/2019, de 08 de agosto,

• Retificação do Regulamento (UE) 2016/679 do Parlamento Europeu e do


Conselho, de 27 de abril.

António Balbino Caldeira Lições de Pesquisa de Mercado 211/234

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