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ARACAJU
2021
BIANCA AQUINO SANTOS
ARACAJU
2021
Normalmente a sociedade têm a visão do sistema prisional brasileiro como um meio
de punição para as pessoas que cometem crime, o que não deixa de ser verdade,
no entanto existem Leis que asseguram o direito dessas pessoas aos estudos e a
reinserção a sociedade, como a Lei de Execução Penal nº 7.210/1984 que prevê a
educação escolar no sistema prisional. Partindo do pressuposto que a educação é
um direito Constitucional, torna-se necessário analisar de que forma vem sendo
aplicada a modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA) nas instituições
penais, conhecer o processo de normatização, a demanda e a oferta, assim como
investigar quais são os desafios enfrentados pelos profissionais da educação que
lecionam para adultos privados da liberdade. A Educação de Jovens e Adultos
(EJA) é uma modalidade de ensino que compreende a formação desses jovens e
adultos, que não tiveram oportunidade de concluir seus estudos básicos na idade
adequada, e tem como principal finalidade integrá-los a sociedade, garantido seu
acesso à escolarização. A Lei de Execução Penal (1984), prevê em seu art. 83, que
o estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em suas
dependências com áreas e serviços destinados a dar assistência, educação,
trabalho, recreação e prática esportiva. Já com a publicação da Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional- LDB nº 9394/96 garante a escolarização básica, no
nível fundamental e médio, na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA)
e a educação profissional às pessoas em privação de liberdade. Sendo seu
financiamento feito pelas secretarias de estados, do Distrito Federal e municípios a
partir dos recursos públicos aplicados na educação básica, quais sejam a soma dos
impostos vinculados, que são responsáveis pelas despesas de Manutenção e
Desenvolvimento de Ensino (MDE). Portanto, devemos destacar que os indivíduos
aqui abordados estão privados de liberdade, mas não de seus direitos, tais como
saúde e alimentação e principalmente da educação, já que boa parte da sociedade
tem em mente a ideia equivocada de que o acesso ao ensino sistematizado para
pessoas privadas de liberdade é um benefício e não um direito. No entanto, a
educação é um direito social garantido pela Constituição (BRASIL, 1988, art. 6º e
205) e não um privilégio como algumas pessoas acreditam, a educação no sistema
prisional não pode ser vista como um gasto do governo, regalias a preso, redutor de
pena ou privilégios, e sim, um investimento e a certeza de um indivíduo consciente
de seus atos, apto a viver em harmonia e em sociedade amparado pelo Estado. O
objetivo da educação é de sempre formar cidadãos que assumam compromissos na
sociedade como profissionais e cidadãos ativos. Sendo assim, a privação da
liberdade única exclusivamente não favorece a ressocialização, mas a educação
prisional favorece a reintegração do indivíduo na sociedade, nesse sentido, a EJA
vem contribuindo no processo educacional da população carcerária dos presídios
brasileiros. Quanto a dificuldade dos professores nessa área, o sistema é de real
perigo e para Prestes (2014) “o sistema carcerário brasileiro possui várias
problemáticas, como rebeliões, fuga de presos, fragilidades dos agentes
penitenciários, de modo que tudo que produz conflitos ou dificulta a proteção de
direito é motivo para gerar insegurança”, nesse sentido a EJA como ensino não é de
total aproveito, onde se tem perigo não tem progresso, pois o medo dificulta.
REFERÊNCIAS