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ISSN 2177-3548
[1] Centro Universitário de Brasília – UniCEUB | Título abreviado: Regras e autorregras na clínica comportamental | Endereço para correspondência: Coordenação
do Mestrado em Psicologia, Secretaria da Pós-graduação Stricto Sensu, SEPN 707/907 – bloco 3 – térreo – campus do UniCEUB – Brasília/DF 70790-075 | Email:
medeiros.c.a@gmail.com | doi: 10-18761/PAC.TAC.2019.013 | Notas: Financiamento Próprio. Gostaríamos de agradecer às terapeutizandas que participaram de
estudo. Ao Centro Universitário de Brasília - UniCEUB e ao Centro de Formação Profissional do UniCEUB por fornecerem o apoio institucional para a realização
da pesquisa. Não há conflito de interesses relativos à execução da pesquisa e à submissão do manuscrito à revista Perspectivas em Análise do Comportamento. O
projeto de pesquisa concernente ao manuscrito foi aprovado pelo CEP – UniCEUB, parecer número 608/11, processo: CAAE 0307/11.
Resumen: El presente estudio evaluó relatos de seguimiento reglas y auto reglas en el con-
texto clínico. La investigación se realizó con dos pacientes y un terapeuta en una clínica
escuela en Brasilia. En las sesiones iniciales, el terapeuta emitió tres reglas para cada pa-
ciente y aplicó el procedimiento de cuestionamientos reflexivos para evocar la formulación
de tres auto-reglas por parte de los participantes en contextos específicos de sus vidas. El
procedimiento de cuestionamientos reflexivos consiste en conjuntos de preguntas abiertas
encadenadas de una manera lógica, formuladas por el terapeuta con la función de evocar
auto reglas. Posteriormente, se analizó el contenido de la sesión para identificar qué tipo de
reglas se seguían con más frecuencia durante la terapia según los relatos de los participantes.
Los relatos de seguimiento de las reglas generadas por el cuestionamiento reflexivo fueron
más frecuentes para los dos participantes en todos los contextos de la vida. Con base en los
resultados encontrados en esta investigación, a pesar de las limitaciones del control experi-
mental, se corroboró la hipótesis de que los oyentes tienden a seguir más auto reglas que las
reglas presentadas por otros oradores.
Palabras-clave: Reglas; Auto reglas; Terapia Analítica-Conductual; Procedimiento de
Cuestionamiento Reflexivo.
Na medida em que o terapeuta tem mínimo aces- Diz-se que um comportamento é governado por
so aos eventos que ocorrem fora da terapia, o seu regras, de acordo com Albuquerque e Paracampo
poder de intervenção sobre os comportamentos de (2010), quando demonstra-se que o comportamen-
relevância clínica é limitado (Skinner, 1989). Ainda to está de acordo regra independentemente de suas
que parte dos comportamentos alvo ocorram na re- consequências. Por outro lado, o comportamento é
lação terapêutica (Ferster, 1972; Kohlenberg & Tsai, controlado pela contingência quando sua frequên-
1991), sendo passíveis observação e intervenção cia é controlada pelas suas consequências imediatas.
direta, aqueles comportamentos que ocorrem fora Na maioria dos casos, o comportamento precedido
da sessão são inacessíveis ao terapeuta. Em decor- por uma regra fica sob o controle de uma interação
rência disso, as regras, definidas como descrições entre regras e consequências, a não ser que o segui-
verbais de contingências, as quais podem afetar o mento da regra impeça o contato com a contingên-
comportamento do ouvinte (Baum, 2005/2006; cia como no Experimento 2 de Galizio (1979). Para
Matos, 2001; Skinner, 1969; 1974), adquirem um verificar se o comportamento está sob o controle
papel fundamental na terapia (Medeiros, 2010; de uma regra ou das contingências, testes em expe-
2018; Skinner, 1989). rimentos devem ser conduzidos, modificando-se a
Há toda uma controvérsia acerca da definição contingência mantendo-se a regra constante (e.g.,
de regras e de comportamento governado por re- Galizio, 1979) ou mudando-se a regra e mantendo-
gras em Análise do Comportamento (Hayes & -se a contingência constante (e.g., Albuquerque &
Hayes, 1989; Blakely & Schlinger, 1987; Schlinger Silva, 2006). Quando o comportamento não muda
& Blakely, 1987; Cerutti, 1989; Hayes, Zettle, & quando modifica-se a contingência ou quando o
Rosenfarb, 1989; Zettle & Hayes, 1982). Regras po- comportamento muda a partir de uma nova regra,
dem ser definidas a partir da topografia, se consti- mesmo a contingência sendo mantida constante,
tuindo no produto da resposta verbal de um falante classifica-se tal comportamento como insensível às
que contem explícita ou implicitamente descrições contingências (Albuquerque & Paracampo, 2010).
de relações entre um comportamento e suas con- A insensibilidade comportamental tem sido
sequências em determinadas ocasiões, ainda que, um dos fenômenos mais extensamente investiga-
raramente contenha todos os elementos da con- dos e documentados em Análise Experimental
tingência. Por exemplo, a regra, “se você não tem do Comportamento (Abreu-Rodrigues & Sanbio-
dinheiro para pagar terapia, procure uma clínica Heck, 2004; Albuquerque & Paracampo, 2010;
escola”, apenas implicitamente informa o ouvin- Meyer, 2005; Paracampo & Albuquerque, 2005).
te acerca da consequência do comportamento de Alguns fatores que afetam o controle do compor-
procurar uma clínica escola. Daí resulta um desafio tamento por regras foram investigados empiri-
teórico e empírico de explicar como as regras con- camente, como o nível de contato com a discre-
trolam o comportamento do ouvinte. Esse é uma pância entre as regras e a contingência (Galizio,
discussão da definição funcional de regras. Skinner 1979; Paracampo & Albuquerque, 2004), o his-
(1969) define regras como estímulos discriminati- tórico de seguimento de regras congruentes e
vos que especificam uma contingência. Porém, de discrepantes (Albuquerque, Souza, Matos, &
acordo com Zettle e Hayes (1982), Skinner não ex- Paracampo, 2003; Albuquerque, Matos, Souza, &
plicita satisfatoriamente o que quis dizer com “espe- Paracampo, 2004); o esquema de reforçamento em
cificam”, o que abriu o debate acerca de como regras vigor na contingência descrita na regra (Oliveira &
controlam o comportamento do ouvinte. Sendo Albuquerque, 2007); a presença de perguntas so-
assim, a própria função de regras como estímu- bre as contingências (Albuquerque & Silva, 2006;
lo discriminativo tem sido questionada, de modo Albuquerque, Paracampo, Matsuo, & Mescouto,
que as regras, segundo Blakely e Schlinger (1987) 2013; Albuquerque, Silva, & Paracampo, 2014);
e Schlinger e Blakely (1987) poderiam funcionar as propriedades formais da regra (Albuquerque
como estímulos alteradores de função ou mesmo & Ferreira, 2001; Albuquerque, Mescouto, &
operações estabelecedoras mais do que meramente Paracampo, 2011); o monitoramento pelo falante
estímulos discriminativos. do seguimento ou não da regra discrepante (Barret,
Deitz, Gaydos, & Quinn, 1987; Kroger-Costa & (2018), a emissão de regras pelos terapeutas pa-
Abreu-Rodrigues, 2012) e a apresentação de con- rece ser a primeira alternativa como modo de
sequências sociais ao seguimento de regras dis- intervenção em clínica. De fato, como observa-
crepantes (Monteles, Paracampo & Albuquerque, do nos levantamentos feitos por Falcão (2011),
2006), por exemplo. Meyer e Donadone (2002), Donadone e Meyer
Conforme discutido por Abreu-Rodrigues (2005), Donadone e Meyer (2017), Zamignani e
e Sanbio-Heck (2004), Guedes (1993; 1997), Meyer (2017), a emissão de regras por terapeu-
Medeiros (2002a; 2002b; 2010; 2018); Medeiros e tas, em praticamente todas as vertentes de terapia
Medeiros (2012) Meyer (2005) e Poppen (1989), analítica comportamental, experientes ou não, é
uma parcela considerável dos comportamentos corriqueira na TAC. As terapias comportamentais,
alvo do terapeutizando é controlada por regras independentemente da onda a que pertencem, se
que nem sempre descrevem de modo acurado e constituem em modelos diretivos de terapia, prin-
preciso às contingências que serviram de ocasião cipalmente em decorrência da emissão de regras
para a sua formulação. Em decorrência disso, com- pelos terapeutas como forma de intervenção em
portamentos alvo a enfraquecer (i.e., aqueles cuja contraposição às terapias humanistas e psicodinâ-
intervenção tem como objetivo reduzir de frequ- micas (Donadone & Meyer, 2005; 2017).
ência, Medeiros & Medeiros, 2012) sob o controle O estudo de Falcão (2011) constatou que a
de regras apresentam frequência elevada mesmo emissão de regras por terapeutas de orientação
resultando em não reforçamento, reforçamento analítico comportamentais e cognitivo comporta-
infrequente e de baixa magnitude, ou mesmo, na mentais é frequente de modo a permitir constatar
apresentação de estímulos aversivos. O mesmo vale que tal prática se constitui uma das características
para os comportamentos a fortalecer, os quais se- dessas duas abordagens clínicas. Falcão (2011) re-
riam passíveis de reforçamento, ainda que intermi- alizou um estudo de meta-análise para verificar as
tente, cuja baixa frequência pode estar relacionada condutas de terapeutas que se intitulavam analíti-
ao controle por regras. co-comportamentais e cognitivos comportamentais
Fora a insensibilidade às contingências, mui- com base em 15 diálogos transcritos de sessões de
tos terapeutizandos não descrevem as variáveis terapia em estudos de caso publicados na literatura
que controlam os seus comportamentos (Poppen, nacional. As categorias utilizadas por Falcão foram:
1989), o que, de acordo com Skinner (1953), di- emissão de regras; solicitação de justificativas para
minui a probabilidade de atuarem sobre o próprio o comportamento com o uso de perguntas inicia-
comportamento ao modificarem diretamente as das por “por que”?; apresentação de reforçadores
variáveis que o determinam. Em outras palavras, positivos naturais e arbitrários; apresentação de es-
há a ausência de autoconhecimento, cujo estabe- tímulos aversivos; uso de perguntas fechadas; uso
lecimento acaba sendo uma das metas da Terapia de perguntas abertas e outras verbalizações. Falcão
Analítico Comportamental – TAC (Rodrigues- identificou que houve a emissão de regras em mais
Ribeiro, 2001). Segundo Medeiros (2010), o au- de 90% dos diálogos analisados e que a emissão
toconhecimento envolve a emissão de autorregras de regras consistiu em 30% das falas apresentadas.
que, de acordo com Meyer (2005), se constituem Também chamou a atenção a frequência elevada de
em descrições verbais de contingências controlado- apresentação de estímulos aversivos e a presença de
ras do próprio comportamento do falante. reforçamento arbitrário em quase 100% dos diálo-
As regras, em decorrência dos fatores listados, gos. Com base nesses resultados, Falcão concluiu
são fundamentais à clínica, seja pela modifica- o caráter diretivo da TAC e da Terapia Cognitivo
ção de regras discrepantes, seja por consistirem Comportamental – TCC praticada no país com
na descrição acurada das variáveis de controle base nos estudos de caso publicados até 2011.
dos comportamentos alvo dos terapeutizando, ou O estudo de Meyer e Donandone (2002) tam-
mesmo, como forma de atuar diretamente sobre bém investigou a frequência de emissão de regras
o ambiente dos terapeutizandos. De acordo com (i.e., orientações) por três terapeuta experientes,
Medeiros (2010; 2018) e Medeiros e Medeiros um intitulando-se behaviorista radical e os outros
à correspondência verbal do terapeutizando, as- Souza et al. (2012) investigaram essa questão,
sim, como ao vínculo terapêutico em si. De acordo realizando um estudo que tinha como objetivo
com Medeiros e Medeiros (2012), ao proporem a verificar se os terapeutizandos relatavam terem
Psicoterapia Comportamental Pragmática como seguido mais as regras emitidas por seus terapeu-
um modelo de TAC menos diretivo, o desenvolvi- tas ou as regras formuladas por eles mesmos, ou
mento do repertório analítico do terapeutizando, seja, autorregras. O estudo foi realizado em uma
além do autoconhecimento em si, é meta primor- clínica escola de um centro universitário privado
dial da terapia de modo a minimizar a dependência de Brasília. Participaram do estudo, três terapeu-
do terapeutizando em relação ao terapeuta. tas estagiários e três terapeutizandos. Durante o
Como procedimento alternativo à emissão estudo, foram gravadas em áudio digital três ses-
de regras, Medeiros e Medeiros (2012) propõem sões de cada terapeutizando que foram posterior-
o procedimento denominado Questionamento mente analisadas para a identificação e registro
Reflexivo. Esse procedimento tem como objetivo das regras emitidas pelos terapeutas e das regras
levar o cliente a emissão de dois tipos de regras: emitidas pelos próprios clientes. Esta segunda ca-
Regras analíticas, que consistem na descrição de tegoria de regras foi dividida entre as autorregras
contingências controladoras dos próprios com- elaboradas dentro das sessões terapêuticas por
portamentos do terapeutizando (i.e., autorregras), meio do questionamento reflexivo (i.e., autorre-
assim como, dos comportamentos de outras pes- gras geradas) e as autorregras elaboradas fora do
soas de seu convívio; e autorregras modificadoras contexto terapêutico (i.e., autorregras trazidas).
de comportamento, que consistem na descrição Posteriormente, os áudios das cinco sessões se-
de modos como intervir sobre as variáveis de guintes foram analisados para verificar que tipo
controle do comportamento do terapeutizando. de regra foi seguida com maior frequência com
O questionamento reflexivo, conforme ilustrado base nos relatos verbais dos clientes.
em Medeiros (2018), se dá por meio de questões Souza et al. (2012) observaram uma incidência
abertas encadeadas nas falas do cliente. As ca- de relatos de seguimento muito maior das autorre-
deias de questões têm por meta fornecer estimu- gras geradas por meio do questionamento reflexivo
lação suplementar (e.g., probes e prompts, Skinner, em comparação às regras emitidas pelo terapeuta,
1957), que favoreçam a emissão das regras pelo sendo que as autorregras trazidas apresentaram ní-
cliente, favorecendo o controle discriminativo das veis intermediários de seguimento. Todavia, apenas
contingências sobre a suas respostas verbais (i.e., um dos três terapeutas do estudo emitiu regras e
autorregras). Desse modo, o questionamento re- não gerou autorregras, enquanto que os outros dois
flexivo vai além de solicitar que os terapeutizan- terapeutas não emitiram regras, utilizando apenas o
dos analisem o próprio comportamento, e sim, questionamento reflexivo. Sendo assim, um mesmo
cria condições, por meio da estimulação suple- terapeuta não emitiu e gerou regras, o que impos-
mentar, para que o terapeutizando tenha condi- sibilitou uma comparação mais fidedigna dos dois
ções de fazê-lo. procedimentos.
Ainda, de acordo com Medeiros (2010), uma O presente trabalho consistiu numa replicação
das justificativas para a preferência por levar o do estudo de Souza et al. (2012), porém, com a emis-
terapeutizando a emitir autorregras ao invés de são de direta de regras e a geração de autorregras via
meramente emiti-las é maior probabilidade de questionamento reflexivo pelo mesmo terapeuta
seguimento de autorregras modeladas que regras para duas terapeutizandas. O objetivo deste traba-
emitidas por outro falante. Por mais que essa as- lho foi investigar que tipos de regras, como forma
serção tenha sido demonstrada em pesquisa básica de intervenção terapêutica, são mais frequentemen-
nos estudos clássicos de Catania e colaboradores te seguidas pelos terapeutizandos em TAC com base
(Catania, Matthews, & Shimoff, 1982; Matthews, em seus relatos em sessões subsequentes.
Catania, & Shimoff, 1985; Shimoff, Matthew, &
Catania, 1986), ainda é necessária à sua verificação
em estudos clínicos.
Tabela 1 - Regras emitidas e geradas nos contextos de vida das participantes do estudo.
Terapeutizanda Contextos de Vida Regras Emitidas Regras Geradas
1 - Telefonemas ex- “Desligue o telefone quando o “Preciso defender o meu ponto de
marido seu ex começar a te xingar” vista”
Nota: Na Tabela 1, são descritos os contextos específicos de vida relativos às queixas e aos comportamentos alvo das parti-
cipantes; as regras emitidas pelo terapeuta e as autorregras geradas durante as sessões preliminares do processo terapêutico.
Caso 2: Cláudia, durante a realização da pesqui- cipal ao procurar terapia está relacionada ao fato
sa, tinha 23 anos, estava solteira e tinha um filho de ter sofrido agressões físicas por parte do ex-
de dois anos de idade. Nasceu e mora em Brasília -namorado, pai do seu filho, eventos que a leva-
com sua mãe, o filho e uma irmã. Cláudia tinha o ram a procurar ajuda policial, desencadeando em
segundo grau completo e estava desempregada no um processo da Lei Maria da Penha. A cliente foi
período que estava em tratamento. A queixa prin- encaminhada à clínica escola pela Juíza que acom-
T: Como assim? T: E aí, de que forma você acha que deve agir com
Aline: Ele não me escuta de jeito nenhum, eu fico relação ao problema das férias de julho?
do outro lado da linha morta de raiva, só escutando Aline: É eu acho que tenho que conversar e explicar
a gritaria dele. como eu tinha me programado, falar da dificulda-
T: Se é assim, porque você fica escutando e não des- de de mudar o meu período de férias..., bem, de-
liga o telefone? (Emissão da regra pelo terapeuta). fender o meu ponto de vista. Não vejo outro jeito!
Aline: Acho que é isso mesmo que eu vou fazer, ele (Emissão de autorregras pela terapeutizanda)
não está interessado no que eu tenho a dizer mesmo! T: Concordo com você, boa sorte!
Como sou eu que convivo no dia-a-dia com meu venciadas pelas terapeutizandas que pudessem ser
filho, então eu sei o que ele realmente está neces- identificadas como pertencentes a um dos contex-
sitando. tos de vida nos quais as regras foram emitidas ou
T: Bom, então vamos pensar juntos, se o seu filho geradas. Por exemplo, se a terapeutizanda Aline
mora com você, certamente você melhor que nin- recebeu um convite para sair para um happy hour
guém sabe do que ele precisa, mas por outro lado, é com os colegas de trabalho, este fato nas análises
o pai do seu filho que muitas vezes tem comprado dos relatos das sessões, foi contabilizado como uma
estas coisas para ele, então vocês dois tem função oportunidade de seguimento de regras dentro do
importante nesta questão, o que você acha disso? contexto melhoria da vida social. Se o convite foi
Cláudia: Eu sei que o papel dele é importante, prin- aceito, o fato também foi contabilizado como se-
cipalmente porque estou desempregada, senão eu guimento da regra emitida “Sair com os colegas de
mesma comprava. O problema é que muitas vezes trabalho”, dentro do mesmo contexto da vida da te-
ele não se lembra de depositar ou trazer o dinheiro, rapeutizanda.
ou então, compra o que não está precisando.
Cláudia: Estou entendendo que se você tivesse o Fidedignidade
dinheiro, em sua opinião, você seria mais capaz de Um observador independente ignorante quanto
comprar o que seu filho está realmente precisando. aos objetivos da pesquisa foi treinado no registro
Cláudia: É isso mesmo, só que o dinheiro não po- de frequência das categorias do estudo (regras emi-
deria faltar, porque as coisas acabam e tem que tidas; autorregras geradas; relatos de oportunidades
comprar tudo de novo. de seguimento e relatos de seguimento de regras e
T: Considerando que você não tem uma renda fixa autorregras). Este observador analisou três sessões
atualmente, como você poderia resolver isto? transcritas de Aline e duas de Cláudia. Foram com-
Cláudia: Eu teria que pedir o dinheiro para o meu parados os registros do experimentador e do ob-
ex-namorado, mas ele tinha que ter o compromisso servador independente quanto a essas cinco sessões
de não faltar com este dinheiro. Só que ele não é transcritas. O índice de fidedignidade foi calculado
organizado com dinheiro, quando nós estávamos dividindo-se as concordâncias multiplicadas por
juntos, eu que cuidava do dinheiro dele. 100 pelas discordâncias adicionadas às concordân-
T: Pense em uma forma para que você pudesse ga- cias. Os índices variaram entre 72,5% e 98% para
rantir que este dinheiro estivesse disponível todos Cláudia e 70% e 91,25% para Aline.
os meses?
Cláudia: Não vejo outra maneira, vou ter que falar Resultados
com ele sobre pagamento da pensão alimentícia, As análises das sessões 4, 5 e 6 de Aline e 4 e 5 de
penso que só assim a coisa poderia ser resolvida. Cláudia revelaram que as autorregras geradas fo-
(Emissão de autorregras pela terapeutizanda) ram emitidas após o questionamento reflexivo.
As transcrições dos áudios das sessões subse- Nessas sessões também foi possível constatar as re-
quentes para as duas terapeutizandas (Sessões de 7 gras emitidas pelo terapeuta.
à 11 para Aline; 6 à 10 para Cláudia) foram analisa- A Figura 1 mostra as frequências de relatos de
das, contabilizando-se os relatos de seguimento das seguimento das regras geradas e autorregras emiti-
regras em função das oportunidades de seguimen- das nos contextos de vida específicos de Aline, além
to, ou seja, a partir dos relatos de exposição às con- da frequência de oportunidades de seguimento das
tingências descritas pelas regras. Foi feita a compa- mesmas regras. Com base na Figura 1, ainda é pos-
ração da quantidade de relatos de seguimento em sível visualizar as porcentagens de seguimento em
função das oportunidades de seguimento dos dois função da frequência de oportunidades.
tipos de regra, as autorregras geradas via questiona- Por meio da Figura 1, é possível verificar que
mento reflexivo e as regras emitidas pelo terapeuta. houve mais oportunidade de seguimento de regras
Durante as análises das sessões foram consi- quanto �����������������������������������������
ao contexto Vida Social. Houve mais opor-
deradas como seguimento ou oportunidades de tunidade de seguimento das autorregras geradas
seguimento das regras, situações corriqueiras vi- que das regras emitidas nos três contextos, sendo
Figura 1. Frequência de relatos de seguimento de regras emitidas, de autorregras geradas e de oportunidades de seguimento
para Aline em função dos contextos de vida. As colunas representam o total de oportunidades de seguimento, sendo as suas
partes claras relativas à frequência de relatos de seguimento, as quais contêm numericamente as porcentagens.
que a menor diferença quanto às oportunidades em Público não foi seguida em nenhuma das cinco
de emissão ocorreu no Contexto 3 – Exposição em oportunidades.
Público. Com base na Figura 1, as autorregras gera- A Figura 2 contém as frequências de segui-
das foram seguidas com uma frequência maior que mento das autorregras geradas e emitidas nos três
as regras emitidas, apresentando assim, maiores contextos de vida para participante Cláudia, assim
porcentagens de relatos de seguimento. Vale des- como as porcentagens de relatos de seguimento em
tacar que a regra emitida no contexto Exposição função das oportunidades.
Figura 2. Frequência de relatos de seguimento de regras emitidas, de autorregras geradas e de oportunidades de seguimento
para Cláudia em função dos contextos de vida. As colunas representam o total de oportunidades de seguimento, sendo as
suas partes claras relativas à frequência de relatos de seguimento, as quais contêm numericamente as porcentagens.
Os relatos de oportunidades de seguimento nos reflexivo (Medeiros, 2018; Medeiros & Medeiros,
três contextos de vida de Cláudia foram variaram 2012). Assim, foi possível comparar as frequências
entre quatro e seis (Figura 2). As frequências de de relatos de seguimento dos dois tipos de regras,
oportunidades de seguimento nos três contextos apontando para a maior eficácia da geração de no-
de vida foram similares entre regras emitidas e au- vas regras por meio do questionamento reflexivo.
torregras geradas, com exceção do contexto Pensão O questionamento reflexivo, procedimento des-
Alimentícia, no qual, cinco das seis oportunidades crito por Medeiros e Medeiros (2012) e Medeiros
de seguimento foram para a autorregra gerada. De (2018), se mostrou, mais uma vez, um instrumento
modo similar ao observado com Aline, Cláudia eficaz no estabelecimento de autorregras. O mes-
apresentou maiores porcentagens de relatos de se- mo foi demonstrado nos estudos de R. M. Medeiros
guimento das autorregras geradas em relação às (2016) e Lettieri (2017), em pesquisa básica. Em R.
emitidas, sendo que a regra emitida no contexto M. Medeiros (2016), o questionamento reflexivo foi
Pensão Alimentícia não foi seguida e a autorregra eficaz em gerar autorregras descritivas do reforça-
gerada no Contexto 3 - Qualificação Profissional foi mento diferencial aplicado às respostas verbais dos
seguida em todas as oportunidades com base no re- participantes acerca de temas de menor e maior in-
lato da terapeutizanda. teresse. Todavia, como o reforçamento diferencial
em Moraes já havia modificado a frequência das
Discussão respostas verbais acerca temas específicos, não foi
Na presente pesquisa, foi comparado o número possível avaliar o efeito do questionamento refle-
de relatos de seguimento em função das oportu- xivo e das autorregras geradas sobre os temas dos
nidades de seguimento de regras emitidas pelo episódios verbais nas fases subsequentes do estudo.
terapeuta com as autorregras geradas no processo Já em Lettieri (2017), o questionamento reflexi-
terapêutico via questionamento reflexivo. Os resul- vo foi eficaz em levar os participantes a identificar
tados apresentados nesta pesquisa permitem que a maior probabilidade de reforçamento para rela-
sejam feitas considerações importantes sobre a uti- tos distorcidos em um jogo de cartas. Para os seis
lização de regras e autorregras na TAC. A despeito dos nove participantes que emitiram a autorregra
de todas as limitações metodológicas como as ob- após o questionamento reflexivo, foi possível veri-
servadas na presente pesquisa, ficou evidente, com ficar um aumento na frequência de relatos distor-
base nos resultados das duas terapeutizandas, que cidos após o questionamento reflexivo. O presente
as autorregras geradas foram seguidas com frequ- estudo, não avaliou, todavia, a eficácia do questio-
ências e porcentagens superiores às emitidas pelo namento reflexivo em gerar autorregras e sim, se
terapeuta. Em outras palavras, pode ser observado, aquelas geradas por esse procedimento tiveram
nas Figuras 1 e 2, que os relatos de seguimento de mais relatos de seguimento que as emitidas pelo te-
regras emitidas, considerando as oportunidades de rapeuta. Novas pesquisas poderiam ser conduzidas
seguimento foram baixos em comparação com as para avaliar a eficácia do questionamento reflexivo
autorregras geradas nas mesmas situações. na emissão de autorregras no contexto aplicado. A
O baixo número de relatos de seguimento de despeito disso, com base nas análises das sessões
regras emitidas pelo terapeuta na presente pesqui- 4, 5 e 6 de Aline e 4 e 5 de Cláudia, foi possível
sa também foi reportado no estudo Souza et al. observar que elas emitiram as autorregras geradas
(2012), ainda que a emissão de regras por parte do mediante o questionamento reflexivo.
terapeuta tenha sido mínima em seu estudo. Em A regra “desligue o telefone quando o seu mari-
Souza e cols. a emissão de regras e a geração de au- do começar a xingá-la” foi aquela seguida com maior
torregras não foi manipulada diretamente, e sim, frequência (66,7%) dentre as emitidas pelo terapeu-
apenas medida pelas observações dos registros de ta. Uma possibilidade de explicação incidência de
áudio das sessões. Já no presente trabalho, foi rea- seguimento dessa regra em porcentagem similar a
lizada a manipulação direta da emissão de regras das autorregras geradas pode ter sido o fato de que
pelo terapeuta e geração de autorregras emitidas Aline já havia emitido essa regra espontaneamente
pela terapeutizanda por meio do questionamento antes da sua emissão pelo terapeuta. Nesse caso, é
possível supor que, na realidade, já se tratava de uma 1. Em pesquisa básica, a maior probabilidade de
autorregra, porém, não gerada devido à aplicação do seguimento de autorregras modeladas em relação
questionamento reflexivo. Esse tido de autorregra às emitidas pelo experimentador foi demonstra-
foi frequente no estudo de Souza et al. (2012), sendo da num conjunto de estudos clássicos conduzidos
denominado de “autorregra trazida” ou seja, aquelas por Catania e colaboradores (Catania et al., 1982;
que as terapeutizandas já emitiam antes da terapia. Matthews et al.., 1985; Shimoff et al., 1986).
Em Souza et al. (2012), as regras trazidas foram se- 2. A emissão de autorregras, de acordo com
guidas com uma frequência intermediária entre as Skinner (1974), já pressupõe, em alguma medi-
emitidas pelos terapeutas e as geradas via questiona- da, o controle pela contingência, ainda que esta
mento reflexivo. De qualquer forma, a escolha dessa possa controlar apenas a descrição verbal da con-
regra para a emissão pelo terapeuta se constituiu em tingência e não o se comportar de acordo com
um erro de aplicação do procedimento, que pode ela. Quando outra pessoa emite a regra, no caso,
ser justificado pelo caráter dinâmico do processo te- um terapeuta, a contingência ainda não contro-
rapêutico que dificulta a manipulação das variáveis la, de forma acurada, a emissão de sua descrição
com a precisão de pesquisas básicas. por parte do ouvinte. Não há garantias de que a
Segundo Medeiros (2010), não há garantias descrição da contingência�����������������������
emitida por outra pes-
do seguimento de regras emitidas nas formas soa favoreça que o ouvinte passe a emitir tatos
de conselhos, ordens, orientações, sugestões ou (i.e., respostas verbais sob o controle discrimina-
instruções em situações cotidianas. Ainda que tivo de estímulos não verbais; Perterson, 1978)
Albuquerque et al. (2012) tenham demonstrado sob o controle discriminativo da contingência em
que regras emitidas em formato de ordem tem si. As repetições das regras pelo ouvinte podem
uma probabilidade maior de serem seguidas do se constituir em intraverbais (i.e., resposta ver-
quem em formato de sugestões em pesquisa bási- bais sobre controle discriminativo de estímulos
ca. Para o Medeiros (2010), o seguimento de regras não verbais sem correspondência ponto-a-ponto
em situações cotidianas usualmente ocorre quan- entre o estímulo e a resposta verbais, Peterson,
do a regra coincide com aquilo que ouvinte já faria 1978) e não em tatos, o que indica o controle ver-
em função de outras variáveis. O relato do ouvinte bal da regra sobre o comportamento verbal do
de que concorda com o conselho e de que o se- ouvinte e não o controle da contingência sobre
guirá é pouco preciso, como discutem Medeiros a sua resposta verbal. Ou seja, a emissão de re-
e Medeiros (2018). Para os autores, dizer que gras por um terapeuta pode não favorecer o con-
concorda com a regra e que irá segui-la está sob trole pela contingência descrita na regra sobre o
o controle das consequências providas pelo ouvin- comportamento verbal do ouvinte e nem sobre o
te, no caso, o terapeuta. Porém, o comportamento comportamento descrito na regra. Isso explicaria
descrito na regra está sob o controle de variáveis a ausência de correspondência dizer-fazer diante
externas ao processo terapêutico que acontecem da emissão de regras por outras pessoas, como re-
no dia-a-dia dos terapeutizandos. Como afirmam portado nos estudos de Catania e colaboradores
Chamati e Pergher (2009), Pergher (2002), LIoyd na década de 80. Quando Cláudia diz que deveria
(2002), Beckert (2005), Medeiros (2002a; 2002b), exigir que o ex-namorado pague pensão alimen-
Medeiros e Medeiros (2018), a diferença nas vari- tícia para poder administrar melhor o dinheiro
áveis de controle entre o dizer (relatar que seguirá para atender as necessidades do filho após o te-
a regra) e o fazer (agir de acordo com a regra) é rapeuta emitir a regra de que ela deve fazê-lo, é
responsável pela ausência de correspondência en- mais provável que a sua resposta verbal seja um
tre os dois comportamentos. intraverbal e não um tato. Ou seja, a sua respos-
O seguimento de regras emitidas pela própria ta verbal estaria mais sob o controle do estímulo
pessoa, de acordo com Medeiros (2010) e como o verbal apresentado pelo terapeuta (i.e., regra) do
observado no presente estudo, é mais provável de que sob o controle da contingência como estímu-
ocorrer que o seguimento de regras emitidas por lo discriminativo não verbal.
outras pessoas. Isso ocorre por algumas razões:
3. A emissão de regras pode resultar no que seguimento. Segundo Medeiros (2010), a mudança
Baum (2005/2006) denomina diminuição da sen- no comportamento verbal dos clientes nem sempre
sação de liberdade. A emissão de regras demonstra é acompanhada pela mudança do comportamento
de modo ostensivo a tentativa de controle por um não verbal correspondente. Para Beckert (2005),
agente controlador, no caso o terapeuta (Skinner, comportamentos verbais e comportamentos não
1953). Por mais que muitos terapeutizandos de- verbais são operantes distintos, mantidos por con-
mandem conselhos e orientações de seus terapeu- tingências diversas. De acordo com Medeiros e
tas, a sua apresentação pode ter funções aversivas Medeiros (2018), dizer que agirá de determinada
para outros, principalmente quando contrariam maneira pode estar sob o controle das consequên-
aquilo que tenderiam a fazer (Medeiros, 2010). cias apresentada pelo terapeuta e o agir, em si, está
Os conselhos do terapeuta, por mais que sejam sob o controle de variáveis fora da terapia. De acor-
embasados em análises funcionais, raramente di- do com os autores, os terapeutas devem ter muito
ferem daquilo que outras pessoas do convívio do cuidado ao evocar e consequenciar a emissão de
terapeutizando já disseram. Fora o efeito da figura autorregras de modo a não comprometer a corres-
de autoridade do terapeuta (Skinner, 1974), não há pondência verbal. O uso de perguntas fechadas, a
razões para supor que terapeutizando seguiria as liberação de reforçadores arbitrários contingentes
regras emitidas pelo terapeuta, uma vez que já não ao dizer e a emissão de regras são apontados por
está seguindo as mesmas regras emitidas por ami- Medeiros e Medeiros (2018) como práticas do tera-
gos e familiares. peuta mais correlacionadas com a ausência de cor-
4. O seguimento de regras pode envolver duas respondência verbal. O presente trabalho corrobo-
contingências, como descreve Baum (2005/2006). rou a baixa correspondência dizer-fazer quanto as
Uma é a contingência próxima, isto é, a que diz regras eram emitidas pelo terapeuta.
respeito aos efeitos do seguimento ou não da regra O seguimento ou não das regras no presente es-
sobre o falante que proverá consequências diferen- tudo foi aferido com base no relato verbal das tera-
ciais que afetarão o seguimento da regra por par- peutizandas nas sessões subsequentes à emissão ou
te do ouvinte. A outra é a contingência última, ou à geração
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de regras. Essa é uma limitação metodoló-
seja, a descrita na regra. Zettle e Hayes (1982) de- gica relevante, uma vez que o pesquisador não tem
nominam o controle pela contingência próxima de instrumentos para a verificação da correspondên-
aquiescência e o controle pela contingência última cia verbal dos relatos de seguimento de regras ou
de rastreamento. Para Skinner (1974), as consequ- autorregras. Como discutem Medeiros e Medeiros
ências apresentadas pelo falante ao seguimento da (2018) e demonstram Medeiros, Oliveira, e Silva
regra são fundamentais para o controle por regras. (2013), a ausência de checagem está correlacionada
Por outro lado, para que a contingência próxima com a ausência de correspondência verbal. Sendo
vigore, é fundamental que o falante tenha acesso assim, não é possível afirmar que as regras foram
ao seguimento ou não da regra, o que raramen- seguidas ou não, e sim, que tipo de regra teve mais
te ocorre no contexto terapêutico. Com exceção relatos de seguimento em função das oportunida-
dos comportamentos alvo que ocorrem na sessão des de seguimento também relatadas. Uma alter-
(Kohlenberg & Tsai, 1991), quando o terapeutizan- nativa para minimizar essa limitação seria utilizar
do se depara com a contingência descrita na regra, apenas comportamentos alvo emitidos (Kohenberg
o terapeuta não está presente. Ou seja, o controle & Tsai, 1991; Medeiros & Medeiros, 2012), isto é,
pela contingência próxima é enfraquecido. Todavia, aqueles que ocorrem na sessão, sendo passíveis de
quando se tratam de autorregras, o falante e o ou- observação direta por parte do terapeuta.
vinte são a mesma pessoa, de modo que o controle Houve mais relatos de oportunidades de segui-
pela contingência próxima pode se manter, pres- mento das regras geradas em relação às emitidas. A
cindindo do controle social externo, como sugerem despeito da possibilidade de esse resultado se dever
Donadone e Meyer (2005). a casualidade das ocorrências de oportunidades no
Mesmo as regras geradas no presente trabalho dia-a-dia das terapeutizandas, pode-se hipotetizar
não foram seguidas em todas as oportunidades de que estas se expuseram mais às situações nas quais
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SP: ESETec Editores Associados. portamento verbal na clínica comportamen-
Informações do Artigo
Histórico do artigo:
Submetido em: 18/09/2018
Primeira decisão editorial: 06/03/2019
Versão definitiva aceita em: 11/04/2019
Editor Associado: Denis Roberto Zamignani