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PRODUÇÃO ESCRITA: BLOCO 1

Bruno Marcelo de Oliveira Chaves1

1. CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA E PERIODIZAÇÃO

Ao conceituar a liberdade encontramos aqueles que tem capacidade de


agir sem restrições, por vontade própria com autonomia e independência. Sendo
assim, para estabelecer a liberdade historicamente é preciso estabelecer quando
essas capacidades foram ou não restringidas, assim o processo em que levou
ou não a tais restrições.
Preliminarmente é possível reconhecer que as relações humanas existem
a milhares de anos, tendo em vista que o ser humano vive coletivamente desde
a pré-história em um primeiro momento em que a liberdade existia em tese. No
entanto, nesse período a humanidade era nômade se deslocando para encontrar
comida, logo existia liberdade nas relações humanas da época, mas não existia
no próprio modo de produção em um primeiro momento da humanidade. Cenário
que mudou com a Revolução Agropastoril, que restringia a produção em um
único local tornando o homem sedentário, favorecendo o desenvolvimento dos
povos e cidades, fazendo com que existissem mais estabilidade produtiva, mas
restringindo o homem a um local só.
Com o desenvolvimento das civilizações, começassem a surgir relações
de poder entre os indivíduos de uma mesma sociedade restringindo direitos e
deveres de determinado individuo de acordo com seu papel dentro daquela
sociedade. Além disso, as relações entre os próprios povos começaram a
estabelecer limites sobre a liberdade, seja liberdade territorial baseada pelas
conquistas econômicas, seja a liberdade social abalada pelo surgimento da
escravidão motivada pelas guerras.
Já na Idade Média, as liberdades individuais em um contexto ocidental
foram mais afetadas ainda devido o surgimento de instituições sociais que se
utilizavam das relações de poder para controlar o povo e atingir seus interesses
políticos e econômicos, como por exemplo a exploração da Igreja Católica sobre

1 Acadêmico da 3ª fase de Arquitetura e Urbanismo / UFFS Campus Erechim.


os feudos europeus, manipulando a plebe e até mesmo a realeza que agia sob
os comandos da igreja.
Com o surgimento do pensamento moderno, as relações de poder se
entram em debates mais amplos como consequência do enfraquecimento da
influência religiosa. Dessa forma, novos regimes políticos e econômicos surgem
criando relações entre os indivíduos, criando a relações de dependência
econômica dos indivíduos seja com o Estado ou com a própria cadeia produtiva.
Assim, mesmo que o indivíduo tenha “liberdade” para ascender socialmente, ele
está preso em um modelo produtivo onde o excesso de horas trabalhadas não
são suficientes para garantir essa ascensão, revelando as falhas desses meios
produtivos, que ainda tentaram ser concertadas durante o início do século XX
não atingindo seus objetivos.
Assim, é possível estabelecer que em momento algum na história o ser
humano foi realmente livre, sempre sendo restringido sobre suas liberdades pelo
sistema produtivo, político e econômico em que ele estava inserido. Dessa
forma, o homem nunca esteve inserido de verdade em um contexto em que suas
liberdades sociais, econômicas ou políticas não fossem restringidas de alguma
forma. A compreensão disso se faz necessária para compreender e estudar a
liberdade e a própria sociedade onde os indivíduos estão inseridos.

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