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Robson Mendanha - 16/05/2020

Conservadorismo

Introdução ao conservadorismo: conceitos gerais de um pensar


conservador

"Conservadorismo significa fidelidade, constância, firmeza. Não é coisa para


homens de geleia". - Olavo de Carvalho

Em primeiro lugar precisamos esclarecer o seguinte: uma ideologia consiste basicamente em


propor metas, propor um modelo de estado, propor uma legislação, um modelo de sociedade e
indicar os caminhos para chegar lá. Um cientista político como Olavo de Carvalho que tanto
pedia para criar um, não poderia fazer isso, além de ele já ter feito muito por nós, revivido a
direita quase extinta no Brasil, o que a única coisa que um cientista político como ele faz é o
seguinte: ele pega as pessoas, vê o que elas querem fazer, sugerindo os meio mais racionais
para chegarem ao resultado que eles querem, vê quais são os meios racionais pelos quais eles
podem chegar e obter o que eles almejam. Por isso quase não encontramos nenhum modelo
sequer nesse sentido e de pensamento conservador.

As pessoas as vezes não entende, que todas as nossas pautas conservadoras(que estarão logo
abaixo), não abrimos mão e são inegociáveis, não estamos aqui pra tá negociando pautas com
esquerdistas ou liberais progressistas, e isso faz com que a nossa tarefa seja mais dura que a
dos demais, porque a nossa tarefa é uma tarefa de persuasão, difícil porque a gente tem que ir
lá e tenta convencer as pessoas do que é correto, então isso dá um certo trabalho, e precisamos
de uma exposição maior, de voz e etc, e muito bem instruídos a respeito disso. E quando eles
as querem barganhar e recusamos por elas serem inegociáveis, eles nos chamam de
extremistas, radicais, nazistas, fascistas e etc.
O nosso projeto será, criar uma entidade sem fins lucrativos, com o objetivo de realizar uma
mudança social, nos preparar com muito estudo, formação, organização, planejamento e ter
uma hierarquia. Serão projetos de curto, médio e longo prazo. Ter uma unidade de propósito,
faremos nossas próprias pautas para não sermos mais pautados pela esquerda, mídia e outros.

O pensamento que nunca esteve tanto em evidência no Brasil como atualmente está; no
entanto, poucos são os casos onde ele foi tratado com seriedade, além de anos de censura,
nunca fomos apresentados a entender as suas constituições históricas e filosóficas mais
íntimas.

Então a intenção do texto, em suma, é o de introduzir aos interessados em estudá-lo e


investigá-lo mais profundamente. Não se trata antes de uma investigação que requer uma
conclusão inconteste, mas sim uma investigação que instigue a pesquisa e abra caminhos para
um novo nicho acadêmico. E será o nosso pensamento primordial na nossa organização. Não
raras vezes, fora deixado de lado ou ignorado pela academia brasileira. A ausência de um
conhecimento sistêmico sobre o conservadorismo tem afetado de maneira negativa aos que se
auto intitulam de direita, e como um profissional da área política se comporta e analisa a
realidade social do atual Brasil.

Entender o que é ser conservador e sua relação com a política é fundamental, para isso,
devemos pesquisar, estudar e investir nossos esforços. Estamos cansados de colher os frutos do
trabalho de maus governos, frutos esses que corrompem e destroem a sociedade.

O resultado de anos de políticas esquerdistas e assistencialistas, corrupção e a péssima


educação, praticamente nenhuma segurança e um povo “doente”. O conservadorismo na
política é a melhor maneira de construir um governo forte e uma sociedade saudável.

Nos propomos a realizar uma introdução indutiva, partindo dos pressupostos mais básicos até
os alicerces mais robustos e visíveis desse pensamento. E desta maneira, esclarecer de forma
sucinta para que fique claro para você, o que é e porquê ele é a melhor resposta para esta
sociedade caída.

Com o intuito de explicar o que ele é, daremos um resumo sobre o pensamento; explicaremos
o que é a sua disposição; do surgimento do conceito político, seu ambiente, condição e
disposições temáticas; e os pilares do pensamento conservador moderno. Nesse patamar
vamos tratar da Lei Natural e Lei do Tempo, e posteriormente sobre o seu ceticismo e a
característica indeterminada e anti-ideológica. E mostrar que os princípios gerais desse
pensamento acabam perpassando, uma hora ou outra, a todos nós.

Oque é “ser um conservador”? Definir uma disposição é, por si mesmo, uma contradição; e
por isso mesmo que sublinhar com certezas máximas o que é ser um se tornou um problema
teórico gigantesco. Ele se identifica em várias frentes sem nunca pertencer de fato a nenhuma,
é um homem com princípios, e não um homem dependente de principados e partidos. Ou seja,
não há uma forma certa de ser, ou uma fórmula para tal; pois é basilar a compreensão de que
esses homens, em toda história, fugiram de padronizações e pautas. Não que eles sejam
homens que odeiam padrões, mas pelo simples fato de que os padrões modernos de
catalogação de pensamentos políticos lhes são inertes.

Mas toda essa maleabilidade e liberdade do conservadorismo, não significa que esses
pensadores não tenham espinhas nas quais se sustentarem. Nós reconhecemos essas pessoas
através dos seus valores de cunho moral e regencial que transcendem a mera política.

E por geralmente se furta de categorizações; o pensamento conservador está entre os


extremos: progressistas e reacionários. E como naturais opositores de ideologias que somos,
não nos interessa nenhuma cartilha definidora ou modelo filosófico pré-definido.

Justamente por sermos a paradoxal simbiose entre valores perenes e pragmatismos urgentes,
não cabe a ninguém definir o pensamento de maneira final, nós nos fazemos na indefinição da
providência e na realidade do agora. No entanto, o conservadorismo também não é nenhuma
seita ultrassecreta, ou um segredo metafísico inexplorável. Temos claros filetes de condução
que unem todos numa coerência; conquanto também somos livres para discordâncias e
debates num território além dos valores gerais em comum.

Por exemplo, nem todo conservador é dócil ao conceito de “Estado mínimo” aos moldes do
liberalismo mais radical, mas todos identificam limites na atuação do Estado, principalmente
quando se trata de sua família. Nem todos concordam entre si quanto ao modelo de
Governo/Estado a ser adotado, mas todos reconhecem o valor inalienável da vida humana em
todos os seus estágios.

Em suma, você não precisa conhecer ideologia alguma para entender que o aborto é um
assassinato e que a liberdade individual é um valor a ser resguardado numa civilização
ordeira. Independentemente de suas escolhas políticas individuais, tais inferências são
verdadeiras e factuais por si mesmas; e é isso o que defende: princípios e valores universais
que antecedem cartilhas e preferências partidárias.

Por isto mesmo, qualquer definição com balizamento do “ser conservador” se revela, a priori,
basbaque. No entanto, como a própria tradição filosófica ocidental nos informa: a mínima
definição conceitual é o princípio de qualquer conhecimento mais ou menos organizado. Por
isso mesmo que determinar esse princípio, sem, todavia, fechá-lo num sistema ideológico
dogmático, é a própria aporia do conservadorismo moderno, o seu desafio maior. É preciso
definir uma silhueta do que é ser um, no entanto, sem determinar o seu porvir.

Para ser sincero, entender esse pensamento é completamente possível caso nos desponhamos a
gastar umas boas porções de neurônios e raciocínios nessa causa; ora, tal silhueta do
conservadorismo é perfeitamente reconhecível através da defesa dos valores centrais da
civilização e através da postura tomada frente aos avanços históricos. Ou seja, reconhecemos
um pelo o que ele defende e através de suas posturas sociais.
A pessoa com essa convicção gera uma coluna elementar de defesas reativas de princípios e
instituições. É, por natureza, um defensor das coisas que foram boas o suficiente para garantir
que as coisas necessárias de nosso tempo subsistissem. Até mesmo pessoas relacionadas a
pensamentos políticos de cunho revolucionário podem ser, intimamente, conservadoras. Não é
raro encontrar um professor totalmente comunista em sala de aula, ou progressistas políticos
que defendem modelos de Estado utópicos e que até desenvolvam ferramentas e métodos
revolucionários para alcançarem seus fins ideológicos; mas dentro de suas casas, e com sua
família, sejam completamente mais conservadores que os próprios confessos conservadores.

Tal característica de disposição a esse pensamento acaba democratizando esse ser,


relacionando-o a posturas e não a aceitações religiosas de estatutos e cartilhas partidárias.
Todavia, não é qualquer um que se diz e que realmente o é. Não é fácil defender princípios em
uma era no qual a matéria se sobrepõe a qualquer tipo de valor que não seja tangível e
imediato. Se opor a multidões de cientificidades, pragmatismos midiáticos e teorias
academicistas, tendo em posse apenas costumes centenários e moralidades largamente
consideradas antiquadas, é uma postura que possui, no mínimo culhão e coragem.

Costumes - Nem todos usam ternos e gravatas borboletas, alguns são skatistas e outros
pagodeiros; mas a maioria tem um apreço grandioso pelo arcabouço moral da civilização
Judaico-Cristã. Isto ocorre, pois, os valores determinantes para um estão além dos
estereótipos, políticas partidárias e ideários de sociedades perfeitas ou questões meramente
pragmáticas — ainda que o pragmatismo o ajude em muitos casos.

Como dito acima, ele é o guardião das coisas que tendem a ser perene. Por exemplo, tanto
ontem, quanto amanhã, a família foi e será o núcleo mais basilar da sociedade humana, onde,
numa junção de determinação biológica, necessidade social e desígnio divino, o homem e a
mulher se unem para formar uma manjedoura pré-social que arregimenta tudo que você
consegue enxergar como construção civilizacional até hoje. Sendo assim, defender a família
não é um fetiche de cristãos, mas um dever dos sensatos, dos conservadores dos pilares da
sociedade.
A pessoa entende que o tempero entre pragmatismo e tradição sempre levou a humanidade a
progredir sem agredir a natural cadência civilizacional; entende que reformar é o único
método eficaz de implementação de inovações, isto é: resguardar o que ainda funciona e
descartar o que não mais serve, sem, no entanto, destruir todo o edifício. Para nós, é muito
possível avançar sem destruir; renovar sem apagar o passado; dar à luz a netos, sem
assassinar os avós.

Quando se levanta para defender a família tradicional, não o faz com o espírito de tirano, não
defende a família com a intenção de atacar grupos, mas sim para resguardar uma instituição
milenar que forjou – a duríssimas penas – quase todos os princípios e preceitos que nos
guiaram para uma sociabilidade geradora de civilizações. Desta maneira, quando atacar a
“família patriarcal e opressora” se tornou moda, o status quo moderno, foi preciso muito
culhão e certo grau de heroísmo para se erguer numa praça ou numa sala de aula a fim de
defender uma instituição tão malquista quanto antiga.

Esse pensamento é a única maneira de observar, aprender e agir sabiamente diante de um


cenário social caótico. Não buscando voltar a viver no passado, ficar estacionado no presente
ou muito menos mudar drasticamente pensando tão somente no futuro; e não é alto preso ao
tempo, mas é algo comprometido com a realidade.

Se baseia naquilo que é estrutural; enquanto ideologias, como o revolucionário, aquele que
confia tanto em sua capacidade mental e criativa, que num devaneio de autoconfiança quer
discutir o formato do telhado, e diz que começará a construir a sua casa por ela, já o
conservador se preocupa em começar pelo alicerce, iniciar pela base, a estrutura das hastes
que sustentam o edifício — e o revolucionário quando não consegue tal feito insano, culpa os
conservadores de serem opressores e retrógrados pelo simples fato desses confiarem mais na
sabedoria que diz ser pelo arrimo que se começa uma construção. — Desta forma, ainda que
partidos conservadores existam ao redor do mundo, o conservadorismo jamais poderá se
resumir num partido qualquer, pois suas pautas transcendem a própria política.

Essa visão de mundo fornece para a política a percepção da realidade, não se faz boa política
com utopias e muito menos com programas assistencialistas. A boa política se faz observando
a realidade – possível e impossível. Não podemos misturar fantasia e política, isso já se
mostrou um desastre nas revoluções e implantações de sociedades socialistas.

Para contribuir com o crescimento em sociedade, de forma orgânica e saudável, não trazendo
calamidades como as ideologias revolucionárias fazem, para não cair no erro dos imobilistas e
reacionários, que assim como os revolucionários encontram-se presos ao tempo. O
conservadorismo se posiciona entre as amarras do tempo e não se deixar enganar pelas
políticas fantasiosas.

Ele contribui com a política de forma atemporal, não reduz sua visão de mundo em uma só
direção. Os esquerdistas revolucionários desejam destruir todas as instituições, família, igreja
e pátria, a fim de instaurar o mundo novo; já os imobilistas não querem nenhum progresso,
desejam parar o crescimento com medo do desconhecido; por último os reacionários, esses
desejam que o passado reine no presente, algo impossível, visto que um homem adulto jamais
pode voltar a usar suas roupas de infância.
Conservadorismo e política é algo que se misturam, não podemos deixar que as ideologias
utópicas, exemplo: socialismo, comunismo, feminismo. Tomem o poder e governem somente
para minorias sacrificando a maioria. Essa disposição impugna responsabilidade no individuo
dentro de seu lar, comunidade e sociedade, não buscando fazer política para minorias, mas
para todos, respeitando a individualidade de cada pessoa sem passar por cima da liberdade de
ninguém.

De forma realista e incisiva, não propondo nenhuma fantasia de mundo perfeito, mas de um
mundo real que pode ser melhorado com a preservação dos valores naturais intrínsecos no
homem, sem estar preso ao tempo, mas livre para transformar o passado em presente, o
presente em realidade e o futuro em possibilidade, para que os malês que procedem do
coração do homem sejam contidos e amenizados, caso o mesmo resolva agir de maneira cruel
e tirânica.

Valores inegociáveis – nós não nos furtamos em afirmar categoricamente que possuímos
valores inegociáveis, questões das quais não abrimos mão porque são basilares e essenciais.
Princípios esses que não servem para barganhas políticas, econômicas ou de qualquer outra
espécie. Valores como a defesa da vida desde a concepção, liberdades individuais (pensamento,
expressão, propriedade, culto e ir-e-vir), o direito natural à autodefesa. Tais são alguns
exemplos desses valores que não estão à venda por nós; você concorda?

São valores de uma ligação natural entre a nossa percepção racional e as leis naturais de Deus
(ou Universo, Natureza, como queiram); — também podemos denominar tal percepção de
“inclinação moral” ou simplesmente “moralidade”.

Temos conceitos morais que atravessam o campo da historicidade, culturalidade e


pragamaticidade, atingindo a esfera metafísica e ontológica de cada indivíduo. Acreditamos
que há uma percepção moral que atravessa universalmente a todos nós — como afirmou
Adam Smith em Teoria dos sentimentos morais — fazendo com que cada um de nós, a
despeito de deficiências diversas, respondamos a um código moral comum.

Em suma, eles adotam essa linha de pensamento de que há sim uma moral — seja ela origem
histórica, ou incutida pela natureza em nossas consciências — que a todos nós direcionam.
Você também tem princípios, valores e moralidades inegociáveis?

Lei Natural – assim como o primeiro instinto de um feto é resguardar a sua própria
existência, o primeiro instinto é manter os valores e tradições naturais nos quais os homens
são forjados, a defesa filosófica e, por vezes, teológica, de que há princípios e valores
universais inscritos no próprio homem, uma verdade moral cortante que atravessa a todos,
que se articula naturalmente nas consciências dos homens, e que esses valores, ao serem
observados por uma mente sã e capaz, torna-se um guia natural das posições morais e éticas
para uma reta vivência humana. Dizia Isaiah Berlin: “[…] todo homem tem um senso básico
do bem e do mal, não importa a qual cultura pertença” (BERLIN, 2018, p. 42)”.

Desta maneira, a lei natural, para ele, se dá por duas vias paralelas: aquela que advém da
natureza ou Deus. Ou seja, se trata de um esteio interior, cuja intenção primeva é a de
correção e balizamento de caráter; não algo que necessariamente surja da mente ou da razão
humana, mas sim percebido na própria natureza da realidade. Uma “sabedoria sem reflexão,
pois está acima dela” (2014, p. 55).

Direitos Naturais - através dessas percepções surgem os Direitos Naturais. Ele se opõe
veementemente a um forte intervencionismo estatal na liberdade individual das pessoas.
Acreditam que o cidadão tem o direito de ter liberdade econômica, religiosa, o direito a
propriedade e a liberdade de formar seus valores morais sem que o estado interfira nesses
direitos.

Lei do Tempo - Esta moral universal não se trata, no entanto, de um construto ideário, um
projeto político pensado por um ou mais autores, mas sim de uma percepção moral ou uma
sistematização em conjuntos de leis sociais e regras jurídicas lapidadas pela história. Aquela
moral que nasce da experiência histórica, da forja do “já tentado”; para Roger Scruton e
Russell Kirk, a experiência do legado da história, que se faz pragmática através das
instituições, costumes e mitos, são as principais fontes morais e éticas da sociedade. Aquilo que
mantém o mais basilar arrimo da humanidade (2015, p. 54).

O que Roger Scruton chamou de “ordem social contínua”. Guardar aqueles ganhos
civilizacionais que carregam a arquitetura do tempo como a sabedoria primaz da nossa raça.
Para o conservador há uma sabedoria natural na civilização, que se dá através das naturais
sucessões de erros e acertos através da história, tais sucessões vão lapidando as experiências
humanas, suas éticas, artes, constituições e leis; fazendo com que o tempo seja um mestre
eficaz e verdadeiro consultor dos homens prudentes. Este almoxarifado da história é
guardado como um tesouro construído por mil mãos; Chesterton o chama de “democracia dos
mortos”, ou seja, uma sociedade feita a partir da colaboração inteligente dos que já viveram,
dos que vivem e daqueles que ainda viverão nessa mesma comunidade.

“Esses ‘valores primários’ não apenas se apresentam como a base moral de qualquer
sociedade civilizada; eles são a condição para a existência de um universo pluralista e das
escolhas necessárias que o agente político poderá efetuar. Nenhuma sociedade se poderá
reclamar como civilizada se, anteriormente a qualquer escolha relativa, não existirem valores
mínimos que tornem, desde logo, essa escolha possível” (João Pereira Coutinho, 2014, p. 52).

Reação ao utopismo – Essa mentalidade se opõe a toda mudança que requer da


sociedade sacrifícios transloucados baseados tão somente num utopismo ou em teorias
filosóficas sem empiricidade. O progresso sempre será bem-vindo — já dizia João Camilo de
Oliveira e Torres —, quando ele vier temperado com as benesses já conquistadas pela
humanidade e seguras em valores que não maculem o próprio homem. Quando progredir
significar regredir ao asco, nem que seja por um instante, o conservador repudiará o intento
de imediato e se manterá firme em sua posição de guardião das coisas já feitas.

Ceticismo temperado – Todos os conservadores são céticos na medida em que o


ceticismo se refere à crença de que homens são capazes de levar uma sociedade à perfeição —
ou próxima dela. Ele sabe que o homem carrega em si a marca da queda — da falha —;
apesar da boa intenção e de sermos capazes de bondades e até heroísmos, é certo que a
falibilidade de nossas escolhas, cedo ou tarde, darão as caras. Caso seja um ateu ou agnóstico,
não tem problema, você consegue perceber tal falibilidade humana no mero observar atento
da história.

Toda vez que o homem se propôs a construir uma sociedade perfeita, essa mesma sociedade
ruiu e, não raro, se tornou lar de enormes carnificinas; em exemplos mais corriqueiros e
próximos, temos o nazismo, fascismo e comunismo.

As ideias políticas da Revolução Francesa, tinham caráter de certezas supremas; diziam que
construiriam uma sociedade livre, igual e fraternal, somente porque assim eles queriam,
somente porque assim eles julgavam ser o adequado, não importando os meios utilizados e
nem quantos cadáveres deixariam como espólio; quem negasse seus princípios era
considerado indigno e irracional.

Cada vez mais o homem acreditava que a sua razão não fora feita somente para entender e
contemplar a realidade feita por Deus, mas também para conhecer sem escrúpulos e dominar
sem demora. O homem, por fim, pensou ser possível dominar a Natureza do mundo (cosmos)
e a natureza humana (essência); as ideologias políticas nascem, pois, dessa euforia, dessa
certeza de que o homem pode moldar com as próprias mãos o paraíso aqui na terra. Foi tal
euforia e certeza que catapultaram os jacobinos franceses e tantas outras turbas ao redor do
Globo numa ânsia de revoluções e perfeccionismos sociais. O homem era capaz de tudo, nada
fugia de suas perícias.

A obra que marca o início da postura conservadora sistematizada na política, é também uma
obra de reação às posturas e crimes dos revolucionários franceses, por nascer entre duas
ideologias na França polarizada, já veio da manjedoura com uma característica de reação a
extremos políticos. E assim ele se plasma das abstrações das defesas de valores e instituições,
abre as portas de seus distantes condados e casas, para uma atuação fatídica e politicamente
engajada. Não é raro que definam o conservadorismo, inclusive, como sendo uma “ideologia
de emergência” (COUTINHO, 2014, P. 29),    desta maneira, não nasceu exatamente das ideias
e formulações dos philosophes iluministas, mas da necessidade de ponderação frente a uma
polarização de duas pontas dogmáticas. Isto é, uma contrarrevolução ideológica frente às
revoluções — sejam as ideologias de cunho progressista ou reacionário.

A Recusa do Método - Desta maneira, e por esse mesmo motivo, justamente por essa
percepção de falha no entendimento humano, da inerente incapacidade dos homens, o
conservador, prudente como é, desconfia de populistas, ideólogos e salvadores sociais; nega
qualquer investida social baseada tão somente na pura vontade de evoluir, revolucionar, de
repaginar a história e desconstruir nossas essências em nome de moralidades e éticas
laboratoriais, rechaçamos cartilhas que dizem ter a solução contra o mal do homem, e por ser
imperfeito, uma ordem social perfeita jamais pode ser criada da política, e de quaisquer coisas
mais. Sabemos que o homem é falho e incapaz de oferecer soluções finais para problemas de
caráter metafísico e político; restando a ele, então, apenas o lidar com o fato, tendo a
prudência como guia seguro. Neste sentido, ninguém se torna um em seu sentido primevo, nós
já somos conservadores para além da política, para além dos debates ideológicos.

E aí, concorda com esse princípio? Você já viu algum empreendimento humano perfeito, à
prova de falhas?

“O conservadorismo, convém recordar, não se confunde com o reacionarismo. Não pretende


ele negar o progresso, nem abolir o tempo. Ele aceitas as coisas como estão — e aceitas as
mudanças, sem muita pressa, porém. No fundo, ele não é um homem que quer voltar ao
passado — mas que deseja chegar vivo e em boas condições no futuro” (João Camilo de
Oliveira Torres, 2016, p. 45-46).

Esse princípio numa sociedade sadiamente democrática, é o fim de exprimir a sua ideia de
sociedade e democracia; ou seja, uma democracia onde o passado, o presente e o futuro
estivessem interligados, sendo que nenhum desses tempos fossem preteridos ou preferidos em
relação aos outros. A ideia é fazer com que idealizações passadas (reacionarismo), imobilismos
conformados (estatismo) e progressismos radicais (utopias), não prosperassem numa
mentalidade política sadia. Os conservadores entendem que para uma sociedade funcionar
com harmonia, devemos antes temperar nossas escolhas com a sabedoria do passado, as
condições apresentadas pelo presente, em vista de um futuro melhor e próspero; todavia, sem
jamais quebrar o elo de sustentação, o equilíbrio gerado por esse tripé: passado, presente e
futuro. A sociedade deve ouvir tanto os mortos quanto os nascituros.

Como podemos perceber com este tripé identitário, tais princípios não são escabrosos e
impossíveis de se defender; tais valores, ainda que introdutórios — esse pensamento é
infinitamente mais profundo e instigante — dão certo panorama das bases que fundamentam
as nossas defesas e delineiam as nossas posições.

O conservador, é o cara chato que lembra a todos os viajantes que a realidade é mais forte que
os nossos sonhos; que a terra que pisamos, mesmo sendo ela suja e fétida, é melhor do que
pisar em nuvens de “faz de conta”; que uma hora devemos largar nossos devaneios e olhar
com pragmaticidade para a realidade. Não à toa que é considerado, por muitos, o chato da
turma; mas se ser chato significa estar certo, nós suportamos com felicidade a pecha.

O homem prudente é aquele que vive em um eterno meio-termo, o homem que não quer
voltar para um passado idílico, e nem forçar uma utopia social; sabe que, sempre que o
homem sonhou com paraísos terrenos, muitos corpos foram amontoados em nome de uma
escatologia vadia.

A disposição conservadora - Funciona como uma disposição, uma disposição em


conservar, ser preservador daquilo que é perene e belo. Como conservamos? Conservamos
mantendo em pé o que aprendemos com os nossos antepassados, preferindo o testado ao não
testado, a realidade ao invés da utopia, o crescimento orgânico saudável ao invés do
revolucionário e doentio.

Entendido em seu cerne, é uma disposição natural da alma do homem rumo ao resguardo de
princípios e instituições que são julgadas caras e necessárias. A disposição de conservar esses
princípios e valores antecede qualquer definição ideológica moderna; e não precisa de
nenhum atributo prévio que não seja o anseio em conservar institutos e instituições basilares.
Assim como o instinto mais profundo e primitivo do homem é o da conservação da própria
existência; — agora no âmbito social e político — tende à defesa e à proteção da existência
daqueles valores e fundações morais que são caras à própria comunidade local e, em não
raros casos, à própria civilização.

Ele leva para política a disposição de preservar e manter os acertos de nossos antepassados,
podemos olhar para políticas passadas que foram adotadas e observar quais deram certas e
quais não foram eficazes. Se nossos antepassados políticos tomaram as atitudes corretas, por
que não as preservar? Se erraram em suas decisões ou optaram por revolucionar, trazendo
pânico, morte e caos, por que não aprender com seus erros?

Por isso que o conservador jamais poderá ser defensor de uma ideologia, pois a ideologia
nasce da compreensão de que o homem pode fazer da política um espaço de messianismos e
religiões sociais. Ele valoriza seus princípios, defende seus valores e moralidades sem abrir
mão de coisas que não estão à venda. O paradoxo da modernidade é o próprio pensamento,
que entre extremistas e ideólogos, preferiu ficar com a realidade, com a crueza do que é
factual e verdadeiro. E assim como um bom padre negaria qualquer outra fé que não a no
Cristo, o conservador cético negará qualquer outra crença que não fosse na própria realidade.

Por isso mesmo que, ser de direita ou de esquerda, para nós, só faz sentido quando o que se
busca definir é a posição econômica no espectro retórico; todavia, politicamente dizendo, tal
variação de direita e esquerda é falha e tende a facilmente cair em erros bobos.

Desta maneira, não é uma ideologia, pois não depende da política para existir ou para agir, o
conservadorismo é uma disposição de todos os homens. Talvez você não seja um em âmbito
político e social, mas seja conservador quanto aos deveres de seus filhos, ou ainda quanto à
cultura de sua família; pois conservar é um ato natural, ainda que possa ser politicamente
rechaçada por grupos. A pessoa não precisa de carteiras de identificação, bandeiras e símbolos
que o identifique, basta que na sua casa ele eduque o seu filho para o respeito aos valores
morais e amor à família. Para ser um socialista você precisa defender bandeiras, se encaixar
em grupos e respeitar ideias gerais determinadas por alguém, para ser conservador basta uma
mesa de jantar e ensinamentos virtuosos. As ideologias precisam de ruas e praças, o
conservadorismo precisa apenas de um lar.

E é por essência uma disposição interna e natural, e só de maneira reativa e secundária,


assume um caráter político; desta maneira, ainda que o conservadorismo possa dar nome a
partidos e livros sobre política, seu cerne é naturalmente desarticulado e despreocupado em
participar de sistemas fechados e emoldurados. O ativismo conservador político só é possível
em vista de suas caraterísticas primevas, as defesas de valores naturais, históricos e uma
defesa civilizacional frente a uma destruição de caráter revolucionário ou reacionário.

De tempos em tempos, o conservador surge na história para relembrar a sua geração que o
futuro depende diretamente daquilo que guardamos do passado, que há valores que não
trazem em si mesmos datas de validade, que assim como há 3 mil anos era uma barbaridade
repulsiva matar bebês nos úteros maternos, ainda hoje o é. Que apesar de ser tentador calar
aqueles que discordam de nós, amanhã podemos ser o nós os emudecidos, e caso não
defendamos abertamente a liberdade individual de expressão e pensamento de cada um, uma
hora a tirania também nos alcançará.

E ele é aquele que lembra a todos que o já tentado tem sua dignidade interna, que o novo,
dirigido por afobados revolucionários, inevitavelmente resultará em velhos erros. Ele atua
como um necromante que fala em nome dos mortos em favor dos vivos, é o mensageiro dos
anônimos dos gulags russos, é o carteiro dos campos de concentração alemães, é o porta-voz
do tempo e de sua sabedoria.

Por fim, é preciso ser mais que um moleque para enfrentar as doces e românticas novidades
revolucionárias; é preciso ser muito homem para ser portador de obviedades quando o
mundo quer sandices teóricas; é preciso ser extremamente valoroso para defender o feto que
ninguém quer, contra a multidão que quer matá-lo; é preciso ser muito audacioso para
apontar o dedo na cara de tiranos em nome da liberdade de desconhecidos; é preciso ser
valente para ser a favor de um projeto econômico que não prioriza populismos e nem
filantropias com dinheiros de terceiros; é preciso muita audácia para querer uma família
quando o mundo quer sufocá-la, quando ela se tornou sinônimo de atraso e malefício social; é
preciso ser tenaz para defender o Criador num mundo onde cada um constrói seu próprio
trono e pede adorações em suas redes sociais.

Moleques não podem ser conservadores, é preciso brio, sabedoria e coragem para conservar
valores onde todos querem destruí-los e trocá-los por suas próprias bugigangas filosóficas e
mundinhos perfeitos.

A conclusão ficará por conta de uma revisitação às teses e pressupostos abordados, por
característica única do intento assumido na introdução do trabalho, será uma “conclusão
aberta”, isto é, deixará como finalização textual a tarefa de introduzir adequadamente e
municiar estudos que daqui se iniciarão sobre o tema abordado. Desta maneira, a introdução
assumiu seu caráter primordial e trouxe o sulco desse pensamento ao debate; e assim sendo,
logrando êxito naquilo a que primeiramente se propôs a fazer.

Ainda que o tenhamos apresentado de maneira sucinta e resumida — percebe-se possuir um


robusto e inédito arcabouço sócio-político a oferecer à sociedade caso estudem-no com o
devido respeito e isenção que ela exige às almas intelectuais. Após seguidos e retumbantes
fracassos ideológicos no século XX e XXI, se atentar a uma proposta política que se pretende
anti-ideológica, deve ser algo a se prezar e ser examinado com maior seriedade e cuidado.

O que é conservadorismo?
O conservadorismo pode ser entendido como uma filosofia de vida que orienta a
ação política, econômica e social de determinados indivíduos ou grupos. Está
intimamente ligado aos valores tradicionais. Opõe-se às mudanças radicais ou
violentas e defende a permanência de instituições que geraram bons frutos ao
longo do tempo.

Exemplos de instituições tradicionais que os conservadores em geral defendem: a


família, a Igreja e a comunidade local, além de seus usos e costumes.

 Descubra detalhes sobre os três pilares que construíram a Civilização


Ocidental.
A estabilidade, continuidade e liberdade dessas instituições é um ponto essencial
para o conservadorismo.

O pensamento conservador se define como realista por se basear na observação,


na indução e na experiência. Isso contrapõe o idealismo e utopismo de
progressistas ou reacionários.

Os valores conservadores estão ligados às tradições locais. Portanto, não são um


conjunto fechado de ideias. Eles variam de acordo com o lugar e com o tempo.

Por exemplo: o conservadorismo francês pode ser diferente do brasileiro, ou do


indiano, uma vez que cada sociedade possui suas tradições e costumes próprios.

É importante distinguir o conservadorismo da postura conservadora.


Conservadorismo é um modo de encarar a realidade social, como está sendo
exposto neste artigo. Já a postura conservadora é exclusivamente uma resistência
às mudanças, podendo ser uma característica atribuída a qualquer lado político.

De acordo com Quintin Hogg, presidente do Partido Conservador britânico em


1959:

“o conservadorismo não é tanto uma filosofia, mas uma atitude, uma


força constante, que desempenha função atemporal no desenvolvimento
de uma sociedade livre e correspondente a uma exigência profunda e
permanente da própria natureza humana”.
Alguns valores e algumas instituições são universais dentro do pensamento
conservador.

Características e princípios do
conservadorismo
As principais características e princípios do conservadorismo são a defesa das
seguintes pautas:

 liberdade política e econômica;

 individualidade;

 nacionalismo;

 desigualdade social;

 ordem e moral;

 racionalidade e tradição;

Liberdade política e econômica


Templo de Atenas.
É comum que os conservadores ocidentais valorizem as instituições mais antigas
de sua própria cultura e que conseguiram produzir sociedades sólidas.

Nesse caso, valorizam uma ordem social e moral baseadas no transcendente,


representadas principalmente por 3 tradições principais:

 filosofia grega;

 direito romano;

 cristianismo;
Estes são os pilares do conservadorismo.

Em cada exemplo desses, nota-se que a liberdade do indivíduo é essencial para o


funcionamento das instituições econômicas.
Ainda nesses exemplos, os corpos intermédios da sociedade são a família, a
Igreja e as comunidades locais, que se juntam de modo autônomo.

Em um determinado modelo de construção política e econômica, a liberdade


desses grupos é essencial, além de dever pautar-se nos valores corretos.

O ataque aos corpos intermédios e à liberdade irrestrita pode ser visto como o
caminho para o autoritarismo, estatismo e totalitarismo.

Individualidade e nacionalismo, igualdade e


desigualdade
Observando a constituição física e psíquica e as aptidões de cada pessoa, nota-se
uma diferença natural entre cada um. Também seus interesses, escolhas e
decisões contribuem para essa diferença.

Estudando o que é conservadorismo, não raro encontra-se a explicação de que o


individualismo permite as diferentes expressões de cada ser humano. Nesse caso,
somente é necessário ter igualdade jurídica para oferecer a mesma chance a
todos.

O coletivo é visto como a expressão natural dos indivíduos, não como uma
tentativa de controlar convicções políticas, sociais, econômicas e morais. Esse
controle feriria a liberdade individual.

Os conservadores típicos valorizam a cultura nacional, desde que respeite o


conjunto de valores conhecidos como lei natural.

Outro ponto importante para entender o que é conservadorismo é a ideia de que


não existe bom selvagem. Considerando o homem com uma natureza inclinada ao
mal, não fará sentido projetar sociedades ideais e utópicas.

Se no estudo da tradição é patente que o homem comete um conjunto de crimes


típicos, o pensamento sobre o que é justiça e ordem social devem se basear
nisso, e não na possibilidade de o homem mudar a própria natureza.

Ordem e moral
O conservadorismo político é visto como sinônimo de política da prudência. Nem
as mudanças e nem o progresso são descartados. Embora entendidos como
elementos necessários, espera-se que ocorram de forma lenta, pensada e
trabalhada.

Outro aspecto dessa visão é o racionalismo político. As mudanças e reformas vêm


após uma comparação com os valores fundamentais, com um estudo do que a
tradição oferece de experiência.

O desejo de manutenção do essencial e do que funciona permanece. A política é a


arte do possível, não um laboratório de testes para alcançar as projeções do
pensamento humano.

Racionalidade e tradição
Os conservadores buscam guardar a lei natural e tudo o que é duradouro. Esta lei
significa que há princípios e valores universais inscritos no próprio homem.

Quando a lei natural é entendida como universal para todos os homens, isso
significa que estes valores devem se tornar guias naturais das posições morais e
éticas para uma boa vivência humana.

No Ocidente, por exemplo, a lei natural está firmada na tradição da filosofia grega,
do direito romano e da religião cristã. A experiência ao longo da história humana
também contribuiu para essa concepção.

Não há fórmula nem forma certa para ser conservador. Coisas essenciais devem
ser preservadas, mas se, vez por outra, alguma mudança não trouxer riscos para
a sociedade como um todo, ela pode ser analisada e discutida.

Roger Scruton, pensador conservador contemporâneo, chama isso de “ordem


social contínua”, que é uma sabedoria natural da civilização humana, construída
através de erros e acertos.

Essas sucessões vão aprimorando as experiências humanas, suas éticas, artes,


constituições e leis; fazendo com que o tempo seja um mestre eficaz e verdadeiro
consultor dos homens prudentes.

Para Gilbert Keith Chesterton, jornalista inglês, o nome dessa experiência é


“democracia dos mortos”. Essa continuidade é a construção de uma sociedade
inteligente, onde colaboram aqueles que viveram, que vivem e que viverão.
A tradição não é algo estático e inalterável, mas formou-se ao longo dos anos e
permaneceu através das mudanças.

As origens do conservadorismo

Mosaico da Basílica de São Vital, em Ravena Itália. Ao centro está o imperador Maximiano
com seus guerreiros, burocratas e clérigos.
Alguns conservadores associam seus pensamentos aos escritos de Cícero
e Aristóteles. Todavia, o conservadorismo, enquanto doutrina política, surgiu nos
séculos XVII e XVIII, período de rápidas transformações na Europa, das grandes
revoluções burguesas, do surgimento de novas doutrinas, ideologias e políticas.
O termo vem da palavra francesa “conservateur”, que apareceu durante a
Revolução Francesa. Esta expressão designava: os opositores dos jacobinos, de
Napoleão e os que defendiam o Antigo Regime.

 Você sabia que o surgimento da direita e esquerda política tem a ver com a


Revolução Francesa?
O primeiro uso estabelecido do termo originou-se com François-René de
Chateaubriand em 1818, durante o período de restauração de Bourbon que
procurou reverter as políticas da Revolução Francesa.

O pai do conservadorismo
O primeiro grande teórico do conservadorismo, considerado o pai da organização
do pensamento conservador, é o inglês Edmund Burke.

Em 1790, ele previu que a Revolução decairia em terror e ditadura.

Por ter jogado fora instituições testadas pela experiência humana em troca de
promessas e esperanças humanas sem garantia de algo melhor, David Hume,
criador da teoria do ceticismo político, é também considerado um dos mais
importantes teóricos do conservadorismo.

Desde então, o termo passou a descrever uma ampla gama de experiências


políticas. É uma postura pautada em valores e crenças, e não uma ideologia.

O termo é historicamente associado à política da direita, mas compreende


diversas experiências e pensamentos.

O próprio Burke criticou veementemente a Revolução Francesa, embora apoiasse


a Revolução Americana.

Conservadorismo político
Estátua representando o grande político romano Cícero.
Na política, o conservador procura conservar as instituições políticas e sociais que
se desenvolveram ao longo do tempo. Eles entendem que elas são frutos dos
usos, costumes e tradições daquele povo.

Uma sociedade saudável está aberta a mudanças, contanto que sejam cautelosas
e graduais.

A política do conservador é a política da prudência, preferindo manter e melhorar


as instituições estáveis e testadas; e recusando tentar rupturas para implantar
modelos de sociedade e instituições que foram imaginadas, frutos de ideias não
provadas pelo tempo.

E como os valores conservadores se relacionam com a economia?


O conservadorismo na economia
A economia é o principal ponto onde não há consenso entre as distintas correntes
do pensamento conservador. Porém, como na política, há alguns pontos que são
comuns.

A economia deve também ser pautada nos valores imutáveis da lei natural.
Portanto, há uma moralidade a ser respeitada também no campo econômico.

Os principais aspectos que defendem são:

 propriedade privada;

 protecionismo alfandegário;
 desenvolvimentismo;

 nacionalismo.
Há grupos conservadores que defendem o livre mercado junto com os liberais.
Mas nem todos encaram bem a abertura dos mercados e a globalização
econômica.

Deste assunto fica a pergunta, é possível ser conservador e liberal ao mesmo


tempo?

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Existe um conservadorismo liberal?


Como anteriormente se disse, algumas correntes veem com bons olhos o
mercado à moda liberal, denominando-se conservadores liberais. Já outras não
compactuam com a abertura dos mercados e com a globalização econômica.

Alguns conservadores rejeitam a ideia de Estado mínimo. O ponto central do


debate entre liberalismo e conservadorismo é o valor da liberdade.

Para o conservador, a liberdade é algo essencial e que se constrói com o tempo.


Para o liberal, é um valor absoluto e o ponto de partida de qualquer regime.

Assim, é possível compactuar com ideais conservadores e defender o liberalismo


de mercado, mas é impossível juntar plenamente as duas correntes de
pensamento.

 Entenda de fato o que é o sistema econômico capitalista

Autores conservadores
Dentre as referências dos autores conservadores, destacam-se:
 Edmund Burke (inglês, 1729-1797): grande crítico da Revolução Francesa,
lutou pela república e pela preservação do cristianismo;

 Joseph de Maistre (francês, 1753-1821): defensor da monarquia e opositor


do movimento revolucionário francês;

 Louis de Bonald (francês, 1754-1840): defendeu o Antigo Regime, a Igreja


Católica, a restauração da tradição e a monarquia;

 Alexis de Tocqueville (francês 1805-1959): era defensor da


descentralização do poder, da liberdade ordenada e dos costumes locais;

 Russell Kirk (americano, 1918-1994): considerava a política como um meio


de preservar a ordem natural, não como um aparelho ideológico para
transformar a natureza humana. Opunha-se à violência das revoluções;

 Roger Scruton (britânico, 1944-2020): é este uma das referências


contemporâneas, foi um grande escritor propagador das ideias
conservadoras;

 Jordan Peterson (canadense, 1962-…): psicólogo clínico, professor e


ensaísta.

O que é conservadorismo no Brasil?


O conservadorismo no Brasil usualmente associa-se ao cristianismo e a tradição
ibérica, devido a sua tradição histórica, mas no geral, não existe representação ou
união formal. Não há representação partidária do conservadorismo, cujas pautas
se identificam em alguns partidos de direita. Há uma grande quantidade de grupos
da sociedade civil, de diferentes vertentes cristãs e religiosas, que assumem a
postura conservadora.

De acordo com o professor Olavo de Carvalho, não há partido, revista, jornal


diário, estação de rádio ou universidade conservadora no Brasil. Isso significa que
o povo, majoritariamente conservador e cristão, não tem representação.

Ele explica que a esquerda entende que isso é a democracia. Essa é a razão para
que Olavo afirme que o problema não é a esquerdização, mas a exclusão das
alternativas. Isso o motivou a escrever O Imbecil Coletivo, 1996.
Na ausência de uma única identidade conservadorista brasileira, alguns liberais
econômicos defendem o conservadorismo, também monarquistas, grupos
religiosos, etc.

As pautas estão distribuídas entre diversas influências do conservadorismo inglês


e francês. Assim, o uso deste termo no Brasil geralmente se refere a defensores
das tradições culturais do direito romano, da filosofia grega, do cristianismo e dos
valores ibéricos.

Alguns importantes autores conservadores brasileiros são:

 João Camillo de Oliveira Torres (1915-1973): escritor, historiador e


jornalista;

 Mário Ferreira dos Santos (1907-1968): filósofo;

 Olavo de Carvalho (1947-2022): filósofo, professor, ensaísta, escritor e


jornalista;

 Otto Maria Carpeaux (1900-1978): jornalista, crítico literário, crítico artístico,


ensaísta;

 Gustavo Corção (1896-1978): escritor, engenheiro, ensaísta e jornalista;

 Miguel Reale (1910-2006): filósofo, jurista, professor e poeta;

 Plínio Corrêa de Oliveira (1908-1995): escritor, conferencista e professor;

 Gilberto Freyre (1900-1987): ensaísta, escritor, poeta e jornalista;

 José Bonifácio (1763-1838): poeta, estadista e Patriarca da Independência;

 Oliveira Lima (1867-1928): escritor, crítico literário, historiador, diplomata e


jornalista.

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Críticas ao conservadorismo
As principais críticas às propostas conservadoras são as seguintes:

 Pautar os valores em uma lei universal barraria a possibilidade do


multiculturalismo nas sociedades;

 A igualdade jurídica é incapaz de atender todas as demandas sociais,


especificamente as das minorias, para garantir plena igualdade;

 Sua política é um fator limitante ao assistencialismo do Estado.


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“O conservador pensa na política como um meio de preservar a ordem, a


justiça e a liberdade. O ideólogo, pelo contrário, pensa na política como um
instrumento revolucionário para transformar a sociedade e até mesmo
transformar a natureza humana. Na sua marcha em direção à Utopia, o
ideólogo é impiedoso.” Russell Kirk (1918 – 1994), teórico político
americano
O conservadorismo é um pensamento político que defende a manutenção das
instituições sociais tradicionais – como a família, a comunidade local e a
religião -, além dos usos, costumes, tradições e convenções. O conservadorismo
enfatiza a continuidade e a estabilidade das instituições, opondo-se a qualquer
tipo de movimentos revolucionários e de políticas progressistas. Mas é importante
entender que o conservadorismo não é um conjunto de ideias políticas definidas,
pois os valores conservadores variam enormemente de acordo com os lugares e
com o tempo. Por exemplo, conservadores chineses, indianos, russos, africanos,
latino-americanos e europeus podem defender conjuntos de ideias e valores
bastante diferentes, mas que estão sempre de acordo as tradições de suas
respectivas sociedades.
Se você preferir, também pode conferir este conteúdo em formato de vídeo:

CONSERVADORISMO X POSTURA
CONSERVADORA: CONFUSÃO SEMÂNTICA
É importante não confundir o pensamento político conservador com a atitude em
relação às mudanças políticas chamada de conservadora (junto com outras como
reacionários, progressistas e radicais). O conservador neste último sentido
busca manter a situação política do jeito que está, independentemente do
conjunto de ideias a que se aplica. É um termo normalmente aplicável a qualquer
pensamento político que esteja no poder. Um socialista ou um liberal que esteja
governando pode ser conservador nesse sentido, pois deseja manter-se no poder
e almeja a continuação de suas políticas. Um revolucionário torna-se um
conservador depois do sucesso de sua revolução.
O conservadorismo que será abordado aqui é aquele que existe no Brasil e tem
diversas semelhanças com o conservadorismo ocidental existente na América
Latina, na América do Norte e na Europa, pois todos eles têm como base a
doutrina cristã e a adoção, em maior ou menor grau, das ideias políticas liberais.
Mas é importante entender que mesmo o conservadorismo ocidental possui
muitas variantes e é difícil identificar um posicionamento político específico.
Partidos políticos conservadores podem até ter opiniões divergentes entre si sobre
algumas questões.

VALORES CONSERVADORES
De todo modo, é possível determinar algumas características fundamentais do
pensamento conservador ocidental. O conservadorismo tem como seus principais
valores a liberdade e a ordem, especialmente a liberdade política e econômica e
a ordem social e moral.
O conservador acredita que há uma ordem moral duradoura e transcendente, que
no caso do conservadorismo ocidental é baseada na doutrina cristã e tem na
religião a sua base. O conservadorismo valoriza a diversidade típica do
individualismo e rejeita a igualdade como um objetivo da política.
O conservador, assim como o libertário, entende que a igualdade político-
jurídica é suficiente para garantir a igualdade necessária entre as pessoas.
Qualquer desigualdade material ou de resultado é consequência inevitável das
diferenças naturais entre os indivíduos, de seus esforços e de suas decisões.
Na esfera política, o conservador procura preservar as instituições políticas e
sociais que se desenvolveram ao longo do tempo e são fruto dos usos, costumes
e tradições. O conservadorismo entende que as mudanças e o progresso são
necessários para manter uma sociedade saudável, mas essas mudanças devem
ser cautelosas e graduais.
Assim, a política do conservador é a política da prudência, sempre preferindo
manter e melhorar as instituições estáveis e testadas do que tentar rupturas para
implantar modelos de sociedade e instituições advindas da razão humana.
Essa postura coloca o pensamento conservador em conflito com ideologias
essencialmente reformistas, que almejam criar uma sociedade “perfeita” pelo uso
da política. Para o conservador, a política é a “arte do possível” e não um meio
para se chegar a uma sociedade utópica.
Nas esferas social e moral, o conservador defende a manutenção dos usos,
costumes e convenções, além de uma estrutura social e hierárquica tradicional.
Na cultura, o conservadorismo valoriza as manifestações locais e uma identidade
nacional.
Nessas esferas, os conservadores são coletivistas, pois entendem que toda a
comunidade deve adotar certos padrões de comportamento e certos valores para
garantir uma coesão social e a identificação dos indivíduos com a comunidade.
Assista ao nosso vídeo sobre o Conservadorismo no Brasil

Conservadorismo na economia
O conservadorismo defende o individualismo na esfera econômica. A defesa da
propriedade privada também é vista como uma questão intimamente ligada à
liberdade, pois não é possível ser livre se os meios de sobrevivência de um
indivíduo estão nas mãos de outros, dos quais acaba se tornando dependente.
Entretanto, a defesa de uma economia de livre mercado não é assunto de
consenso entre os conservadores de vários países do mundo, inclusive os
brasileiros. Mesmo os conservadores que defendem a globalização e a abertura
dos mercados ao capital internacional tentam manter essa integração somente no
âmbito econômico e financeiro, protegendo a cultura e a identidade nacionais de
influências externas. Mas, como o conservadorismo costuma ter fortes traços
de nacionalismo, as ideias econômicas acabam sendo influenciadas e, assim,
boa parte dos conservadores nacionais prefere políticas econômicas
desenvolvimentistas, nacionalistas e protecionistas. Esse fato não impede que
políticos conservadores sejam até hoje chamados de neoliberais na América
Latina, o que não é uma designação correta na maioria dos casos, visto que
muitos conservadores advogam políticas intervencionistas no âmbito econômico.
Críticas ao conservadorismo
A crítica mais comum ao conservadorismo é a sua ideia de que toda a sociedade
deve acatar o código moral e a estrutura social tradicionais, o que é uma visão
conflituosa com as ideias progressistas. Para os seus críticos, é uma contradição
o conservadorismo defender indivíduos autônomos na esfera econômica enquanto
defende a aceitação de padrões na esfera social e moral.
Outra crítica comum ao conservadorismo é sua rejeição ao multiculturalismo e
ao cosmopolismo cultural, comuns nos grandes centros urbanos. Para o
conservador, uma cultura local ou nacional compartilhada por todos os membros
da sociedade é uma condição necessária para criar coesão social e espírito de
comunidade.
Para entender: multiculturalismo normalmente se refere a casos em que culturas
distintas convivem no mesmo espaço, o que é diferente das culturas formadas
pelo sincretismo de diversas fontes, como a cultura brasileira, e que costuma ser
designado como um interculturalismo. Como o Brasil sempre teve um
sincretismo cultural e religioso muito forte, o multiculturalismo – culturas muito
diferentes convivendo no mesmo espaço – não é muito comum por aqui. No
Brasil, são mais comuns as culturas formadas pela mistura de diversas influências
e que acabam originando a cultura local e os usos e costumes da sociedade, que
são, portanto, parte do que os conservadores defendem como a cultura da
sociedade brasileira.
Na esfera política, o principal embate entre os conservadores e seus adversários
ocorre em torno do valor da igualdade. Os conservadores, assim como os
liberais, elogiam a diversidade e entendem que não é papel do Estado promover
políticas igualitárias para além da igualdade político-jurídica. Mas os seus
opositores argumentam que não basta promover uma igualdade político-jurídica
de cunho formal se esta não se concretiza pela igualdade material e de resultados.
Na mesma linha de pensamento, os conservadores entendem que a assistência
estatal deve limitar-se somente aos que realmente precisam dela e não deve se
estender a toda a vida das pessoas, como é proposto pelo Estado do Bem-Estar
Social, o que atrai as críticas daqueles que entendem que o Estado deve prover
uma rede de segurança aos cidadãos durante todas as fases da vida e que cubra
um grande leque de situações.
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O conservadorismo não é uma ideologia, ela é uma visão de mundo. A mentalidade


conservadora é você acreditar que ninguém, tem o direito nenhum, individúo ou grupo, de
reformar a sociedade inteira a sua imagem e semelhança. É preciso sempre respeitar a
variedade das iniciativas e a ação do tempo, não estamos falando de 10 ou 40 anos, mas o
tempo de séculos. Quais são os paises que tem mais ordem, lei,    justiça e democracia? São os
que tem leis mais antigas, como Estados Unidos e Inglaterra. Que consolidaram pensamentos
de vários séculos que vinham desde Aristoteles e Platão e foram reunindo com muita
prudência e sabedoria. Não inventaram nada como na revolução francesa. Não temos nada
contra o inovar mais sim contra "o destruir". As leis não podem ser inventadas, elas tem que
ir gradativamente, de pouquinho a pouquinho, que depende dos custumes e assim vão se
consolidando, como do rádio de pilha á SmartTV. Ser conservador é respeitar a ação do
custome á ação espontânea da sociedade, é recusar a autaridade aos que querem mandar na
sociedade inteira, ninguém pode mandar na sociedade inteira e ninguém pode reformar a
humanidade e muito menos a natureza humana.

Como Enéas Caneiro falou: "Conservador respeita aquilo que é clássico, não oque é velho e
sim aquilo que é eterno."

Lembrando que um verdadeiro conservador é um liberal na econômia.

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Conservadorismo, Filosofia

A DISPOSIÇÃO CONSERVADORA:

O CONSERVADORISMO POLÍTICO:

“Onde os revolucionários falavam de ‘direitos’ e ‘razão’, Burke invocava ‘virtude’ e


‘sabedoria” (HIMMELFARB, 2011, p. 116).
Como pudemos acompanhar, o pensamento conservador ultrapassa as nomenclaturas
diminutivas que geralmente lhe são tachadas no âmbito nacional após 1964. Confundindo,
não poucas vezes, autoritarismos diversos com o conservadorismo (pensamento e filosofia
política).

O pensamento conservador é como uma grande árvore cuja as raízes são muito maiores que o
caule e os galhos; nos atentamos propositalmente nas raízes, nas constituições e definições
basilares ao pensamento conservador. A mais profunda raiz se trata da disposição
conservadora, um impulso natural e não articulado por forças sociais, que nos levam a tomar
uma atitude de resguardo e prudência diante da vida pessoal e comunitária; posteriormente
estudamos o conservadorismo em sua materialização política, entendemos como a disposição
natural se torna atuação política. Após isso começamos a estudar as estruturas mais basilares,
aquilo que fundamenta o pensamento conservador; entendemos as leis naturais e as leis do
tempo em suas respectivas atuações e coerções na alma conservadora; entendemos o que seria
um ceticismo conservador diante das intempéries e utopias intelectuais revolucionárias e
reacionárias; e por fim investigamos a inarticulada característica do ser conservador, como a
liberdade de não ser emoldurado e a disposição reativa, dispensam a articulação dogmática e
ideológica do conservadorismo.

O pensamento conservador, por fim, se apresenta como uma característica política


extremamente diferente da política ideológica; ao não pedir filiação e nem obediência
ideológica, o conservadorismo transcende a política do século XX, mesmo sendo mais antigo
que as próprias ideologias aplicadas e tão ferrenhamente defendidas naquele tempo. Pela
degradação desse tipo de política ideológica e identitária, e o retorno da preocupação com o
destino moral e histórico da civilização, o interesse por uma posição política que trate
diretamente com essas questões estão levando jovens e intelectuais a buscar as opiniões
conservadoras.

Por fim, diante do apresentado, a pergunta que ronda calada entre as posições e opiniões
diversas na sociedade brasileira é a seguinte: o pensamento conservador é importante e possui
bases filosóficas e históricas de sustentação? Para nós a resposta surge como assertiva. O
pensamento conservador, para amantes e detratores, é uma realidade na política mundial e,
principalmente, nacional após findadas as eleições de 2018. Afastando as posições infundadas
e impressões politicas enviesadas, conhecer a fundo e explorar o pensamento conservador
para além do senso comum, das opiniões favoráveis ou contrárias, é algo pelo qual a academia
clama e a sociedade urge.

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esse estilo de vida

Em suma, o cristianismo é o guarda-roupa da imaginação moral. Não se trata apenas de algo


“importante” a ser conservado, algo que “faz parte” do conservadorismo etc., mas do próprio
fundamento de toda e qualquer coisa que vale a pena ser conservada. Por isso, talvez um
cristão não precise ser um conservador, mas um conservador que não seja cristão nem
conservador é!

introdutoriamente

Enfim, essa primeira coluna já se estende mais do que deveria e só queria, no fim das contas,
apresentar-me ao leitor. Espero que tenha conseguido me fazer entender, do por que nem
advogado, professor, escritor ou qualquer outro ofício seriam suficientes para me definir,
tampouco ser conservador, de direita ou coisa que o valha. Tudo isso me apresenta e
representa em alguma medida, mas nada disso dá conta de quem sou. Só Jesus Cristo pode me
definir por inteiro, ainda que seja um imenso bom combate permitir que Ele me defina. Em
outras palavras, só me interessa conservar aquilo que é Jesus Cristo em mim. Assim como
também me interessa tudo o que me faz progredir ainda mais à Ele. Talvez ainda não seja um
sujeito que defenda ferozmente a sua solidão, mas ao menos sei que essa solidão só vale a pena
ser defendida se for a ocasião para encontrá-Lo. Fora Dele somos todos canalhas.

pesquisar: https://articulacaoconservadora.org/para-onde-vai-o-conservadorismo-brasileiro/

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