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FACULDADE REDENTOR

CURSO DE FONOAUDIOLOGIA

PAOLA FERRAZ SANTOS

A INCLUSÃO DE CRIANÇAS AUTISTAS NA ESCOLA REGULAR

Itaperuna
2016
PAOLA FERRAZ SANTOS

A INCLUSÃO DE CRIANÇAS AUTISTAS NA ESCOLA REGULAR

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Faculdade Redentor,
como parte dos requisitos para a
obtenção do título de bacharel em
Fonoaudiologia.

Orientadora: Renatha Mello

Itaperuna
2016
FOLHA DE APROVAÇÃO

Autor (a): PAOLA FERRAZ SANTOS


Título: A INCLUSÃO DE CRIANÇAS AUTISTAS NA ESCOLA REGULAR
Natureza: Trabalho de Conclusão de Curso
Objetivo: Título de Bacharel em Fonoaudiologia
Instituição: Faculdade Redentor
Área de Concentração: Fonoaudiologia Educacional e Linguagem
Aprovada em:____/_____/______
Banca Examinadora:

___________________________________________
Profª. Renatha de Mello R. Silva
Especializanda em Neuroeducação - FAMOS/CEFAC – SP
Especializanda em Desenvolvimento Infantil - Fac. Redentor
Especializanda em Gestão Educacional - Fac. Redentor
Instituição: Faculdade Redentor

_____________________________________________
ProfªM.Sc. Carolina de Freitas do Carmo

M.Sc. Ciências da Saúde: Saúde da Criança e do Adolescente – UFMG

Instituição: Faculdade Redentor

____________________________________________
Profª.Daianny de Souza Silva

Especializanda Neurociências e suas Fronteiras – UFMG

Instituição: Faculdade Redentor


SUMÁRIO

LISTAS DE SÍMBOLOS ................................................................................................ 4


LISTA DE TABELAS ..................................................................................................... 5
SEÇÃO I ....................................................................................................................... 6
REVISÃO DA LITERATURA ......................................................................................... 6
1 INTRODUÇÂO........................................................................................................... 7
1.2 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 8
1.3 OBJETIVOS ........................................................................................................ 8
1.3.1 Objetivo Geral ............................................................................................... 8
1.3.2 Objetivo Específico ....................................................................................... 8
2 REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................... 10
2.1 TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA....................................................... 10
2.2 INCLUSÃO EDUCACIONAL ............................................................................. 12
2.3 ATUAÇÃO DA FONOAUDIOLOGIA NA ESCOLA ............................................. 15
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 18
APÊNDICES ............................................................................................................... 20
APÊNDICE I ............................................................................................................... 21
APÊNDICE II .............................................................................................................. 22
APÊNDICE III ............................................................................................................. 23
SEÇÃO II .................................................................................................................... 24
ARTIGO CIENTÍCO .................................................................................................... 24
RESUMO .................................................................................................................... 26
INTRODUÇÂO............................................................................................................ 27
APRESENTAÇÃO DO CASO ..................................................................................... 28
O CASO A. F. J .......................................................................................................... 29
DISCUSSÃO E RESULTADOS .................................................................................. 31
COMENTÁRIOS FINAIS ............................................................................................. 36
ABSTRACT ................................................................................................................ 37
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA................................................................................. 38
APÊNDICES ............................................................................................................... 38
ANEXOS..................................................................................................................... 43
ANEXO I ..................................................................................................................... 45
ANEXO II .................................................................................................................... 47
LISTAS DE SÍMBOLOS
DIR/Floortime:D (Niveis de desenvolvimento), I (Diferenças individuais) e (R
relacionamento), Floortime – Tempo de chão – Técnica central do DIR .

TEA: Transtorno do espectro autista


LISTA DE TABELAS
TABELA 1 CARACTERÍSTICAS DO ALUNO...................................................................... 33
SEÇÃO I

REVISÃO DA LITERATURA
7

1 INTRODUÇÂO
O autismo infantil é classificado na categoria dos Transtornos do
Espectro Autista (TEA), que agrega diversas síndromes marcadas por
perturbações no desenvolvimento neurológico. Nos principais manuais de
classificação, tal como, o Diagnostic and Stastical Manual of Mental Disorders,
ele apresenta anormalidades em três especialidades do desenvolvimento: na
comunicação, por deficiência no domínio da linguagem; pela presença de um
padrão comportamental de interesses restritos e estereotipados através da
dificuldade de interação social. O diagnóstico se estabelece a partir de critérios
clínicos e necessita da atuação de uma equipe multidisciplinar. (MECCA, et al
2010)
A Lei n° 12.764, que institui a “Política Nacional de Proteção dos Direitos
da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista” determina que os autistas
passem a serem considerados, oficialmente, como pessoas com deficiência,
tendo direito às políticas de inclusão do país, principalmente à educação
(MEIRELLES, 2013)
A inclusão é um processo que deve atender a todos portadores de
necessidades sem distinção, principalmente no contexto escolar. É
imprescindível que a escola se organize através da necessidade do aluno, ter
novas formas de pensar e fazer educação. (ARRUDA & ALMEIDA, 2014)
Mantoan (2014) afirma que a situação se concretiza como desafio, posto
que a instituição escolar atual não é feita para todos ocorrendo, na maioria dos
casos, a realização de projetos como sala de recursos, classes especiais e
turmas de aceleração, entre outros, para receber estes alunos. Na verdade,
devem ser proporcionadas novas alternativas e práticas pedagógicas, que
beneficiem a todos os discentes, de modo que essas aplicações educacionais
sejam compatíveis com esta grande tarefa a ser desempenhada.
O desafio é fazer com que a escola se atualize, haja vista a grande
necessidade de mudanças para atender a esses alunos. Ao incluir a criança
autista na escola, não se pretende deixar de oferecer um atendimento
educacional especializado. Para eles, deixar de participar do convívio escolar,
é comprometer seu desenvolvimento social. (ARRUDA & ALMEIDA, 2014)
8

A partir desses dados, escolhe-se, como problema norteador do


presente projeto: Como é o processo inclusivo da criança autista na escola
regular, no que se refere aos desafios enfrentados, à falta de suporte e
estrutura da instituição escolar e de que forma a fonoaudiologia educacional
ajuda no processo de aprendizagem da criança?

1.2 JUSTIFICATIVA
Este trabalho configura-se numa proposição de estudo de caso, partindo
de referências e temas atualmente existentes na área de autismo e inclusão
escolar. Percebeu-se a necessidade de um olhar da fonoaudiologia a respeito
desses aspectos.
Sua realização justifica-se pelo interesse em verificar quais as
possibilidades de inclusão dos discentes que apresentem esta característica no
ensino regular e a competência de interação relativamente à criança autista.
Amparado nos pressupostos da inclusão, defende-se o direito de uma
educação justa, igualitária e que atenda às necessidades educacionais
especiais de cada indivíduo, aspectos esses previstos em leis do próprio
ordenamento jurídico brasileiro, promovendo seu desenvolvimento acadêmico
e social. (BRASIL, 2003 ; LEITE & MARTINS, 2015).

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

O objetivo geral desse artigo é: verificar os processos utilizados para a


inclusão de uma criança autista na escola regular e, por meio destes, pesquisar
como a fonoaudiologia educacional pode auxiliar nesse campo, bem como, a
escola recebe e prepara esse aluno para o processo educacional.

1.3.2 Objetivo Específico

 Acompanhar os aspectos pesquisados através do estudo de caso


uma criança que se enquadra no espectro autista e está inserida
no ensino regular;
9

 Analisar as barreiras enfrentadas no processo inclusivo escolar de


uma criança autista;
 Realizar análise das medidas tomadas para a inclusão das
crianças autistas na escola regular, junto com a atuação da
fonoaudiologia educacional.
10

2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
O Transtorno do Espectro Autista pode ser diagnosticado nos primeiros
anos de vida. A causa hoje é vista como multifatorial e sabe-se que fatores
genéticos e ambientais contribuem para a sua ocorrência. Consiste em um
transtorno que envolve quadros sintomáticos complexos que dificultam, muitas
vezes, um diagnóstico prévio. O autismo tem levantado muitos estudos e
indagações, permanecendo ainda desconhecido de grande parte da população.
(CUNHA, 2015).
O autismo é transtorno que afeta o desenvolvimento da criança e, por
isso, não pode ser definido como um retardo mental, apesar de muitos casos
de autismo apresentar funcionamento intelectual abaixo da média. Os sintomas
variam e pode estar associado a outras síndromes, sendo por isso considerado
como um transtorno. (ALVES, et al. 2010)
Ainda hoje, as pesquisas são baseadas no estudo do Dr.Kanner,
psiquiatra austríaco que, no ano de 1943, foi o primeiro a descrever a respeito
do autismo. Ele identificou crianças que apresentavam prejuízos nas áreas de
interação social (dificuldade de relacionar-se com outras pessoas); linguagem
(linguagem atrasada, utilização de gestos) e comunicação afetada (sendo
verificada a dificuldade de usar com sentido todos os aspectos da comunicação
verbal e não verbal estereotipias e ecolalia); e comportamento (comportamento
obsessivo, irritabilidade com as mudanças, falhas nos processos criativos,
grande interesse por temas bastante circunscritos e não usuais) e
caracterizou, então, condições como sendo únicas e não inerentes ao grupo
das crianças com Deficiência Mental. (SCHWARTZMAN, 2010).
Um ano após a descrição de Kanner Asperger, psiquiatra e pesquisador
austríaco descreveu crianças semelhantes às anteriormente verificadas por seu
colega, mas que eram, aparentemente, mais inteligentes e sem atraso
significativo no desenvolvimento da linguagem. Esse quadro foi mais tarde
denominado de Síndrome de Asperger. (SCHWARTZMAN, 2010).
Cunha (2015) relata que a atual nomenclatura Transtorno do Espectro
Autista possibilita a abrangência de distintos níveis do transtorno, classificando-
os de leve, moderado e severo.
11

Segundo o DSM V, o grau leve “exige apoio”, pois na comunicação


social apresenta dificuldade para iniciar interações sociais e interesse reduzido.
No comportamento, inflexibilidade, dificuldade em um ou mais tipos de
atividades, problemas para organização e planejamento. O grau moderado
“exige apoio substancial”, podendo apresentar dificuldade tanto na linguagem
verbal como na modalidade não-verbal, ou seja, em todas as etapas da
comunicação, mesmo com ajuda de outra pessoa, vai apresentar dificuldade
na interação social. No comportamento, não consegue lidar com mudanças,
apresentando respostas inflexíveis, restritas/repetitivas. Por fim, o grau severo,
o qual exige “apoio muito substancial” nas habilidades de comunicação social,
apresentando graves déficits, em todas as etapas do funcionamento da
linguagem (verbal/não-verbal), limitação para dar início a interação social, e na
esfera comportamental, é verificada extrema dificuldade em todas as etapas,
com comportamentos restritos/repetitivos e associados à grande sofrimento.
(APA, 2014)
Como já foi mencionado, as principais alterações encontradas nas
crianças com transtorno do espectro autista frequentemente envolvem atraso
no desenvolvimento da linguagem, associado à ausência de interesse social ou
interações sociais incomuns. As crianças, muitas vezes, puxam as pessoas
pelas mãos e nem tentam olhar para elas. Apresentam formas estranhas de
brincadeiras, como carregar algum objeto e não brincar com ele. A
comunicação também pode apresentar padrões incomuns de comunicação (a
criança conhece letras, porém quando é chamada pelo nome, não responde.)
O transtorno do espectro autista não é degenerativo, a criança consegue
desenvolver a aprendizagem ao longo da vida. Nos primeiros anos de vida e no
início da vida escolar, os sintomas são mais acentuados, mas se a criança tiver
o apoio de um mediador e estratégias bem direcionadas, essas alterações
podem ser amenizadas com o decorrer do tempo. (APA, 2014)
A prevalência de pessoas com transtorno do espectro autista tanto nos
Estados Unidos como em outros países é de 1% da população, sendo quatro
vezes mais comum em meninos que em meninas. Esse transtorno,
normalmente, é encontrado em todo mundo e em famílias de qualquer raça,
etnia e classe social. O TEA é notado nos primeiros meses de vida, entre os 4
e 8 meses de idade, em decorrência do atraso no desenvolvimento da
12

motricidade e da fala mas, no geral, os sintomas tornam-se aparentes por volta


da idade de dois anos. (CUNHA, 2015; ROCHA, 2006 & GUERREIRO, 2006;
ALVES, et al, 2010; APA, 2014)
No Brasil, a Lei nº 12.764/12 instituiu a Política Nacional de Proteção
dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista e estabeleceu
diretrizes para sua consecução. Dentre elas, estão o direito assegurado à
educação e ao ensino profissionalizante. As pessoas com TEA incluídas nas
escolas de ensino regular, têm direito a acompanhante especializado e o gestor
escolar, ou autoridade competente, que recusar a matrícula de aluno com
transtorno do espectro autista, ou qualquer outro tipo de deficiência, será
punido com multa de 3 (três) a 20 (vinte) salários-mínimos. (CUNHA, 2015)
O tratamento ou intervenção das crianças com autismo estão ligados às
concepções clínicas e educacionais de profissionais como médicos,
professores, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e psicólogos. Os
familiares que lidam com este transtorno dependem do trabalho conjunto para
o estabelecimento de uma educação inclusiva e a abordagem de tratamento
adequada. (CUNHA, 2015)
Na maior parte dos casos, o autismo é percebido quando a criança
chega ao âmbito educacional e a atuação de profissionais como o
fonoaudiólogo é imprescindível. Este tem o conhecimento necessário para
determinar as melhores estratégias e abordagens na escola, deve-se ser
realizada uma entrevista coma família da criança, a fim de saber como é a
criança em casa, se tem sensibilidade a certos estímulos como sonoros,
visuais e táteis, entre outros e, através desses dados, traçar métodos para
conduzir o aluno ao aprendizado. A observação é extremamente relevante na
avaliação do grau do autismo, sem dúvidas é o primeiro passo para uma
educação com resultados. (CUNHA, 2015)

2.2 INCLUSÃO EDUCACIONAL


A inclusão é um processo que deve atender a todos portadores de
necessidades sem distinção, principalmente no contexto escolar. A escola deve
se organizar através da necessidade do aluno, ter novas formas de pensar e
fazer educação. (ARRUDA & ALMEIDA, 2014)
13

Sabe-se que a participação familiar na formação educacional da criança


é de extrema importância. É no âmbito familiar que tem início o processo de
ensino-aprendizagem, muito antes da inserção da criança na escola. É a
família que estimula a formação de aspectos fundamentais da personalidade e
influencia a maneira pela qual se percebe e compreende o mundo. Em relação
a uma criança autista, as questões inerentes ao processo educacional
mostram-se mais acirradas (SERRA, 2010).
Alguns autores afirmam que, independentemente do nível de dificuldade,
todas as crianças devem ser incluídas na rede regular de ensino, mesmo que
em sala especiais. Já outros defendem que a inclusão deve ser realizada na
escola regular, a qualquer custo. (MARTINS, 2010)
Quando se alude à inclusão social e educacional, portanto, deve-se
estar atento para o fato de que esse processo se inicia na própria família.
Primeiramente, enfrentando a desilusão decorrente da percepção do problema
e, em seguida, por meio da elaboração de estratégias realísticas, as quais
envolvem o encaminhamento da criança às instituições especializadas e a
permanente defesa de seus direitos civis. (SERRA,2010)
Em Salamanca, na Espanha, no ano de 1994 ocorreu a Conferência
Mundial de Educação Especial, realizada pela a UNESCO. Seu objetivo foi o
de gerar um documento baseado em princípios, políticas e práticas a serem
desenvolvidas com pessoas que apresentam necessidades educativas
especiais, para integrá-las ao sistema educacional. Esse importante documento
teve grande influência nas políticas de educação especial em vigor no Brasil.
Os regulamentos do Ministério da Educação (MEC) voltados para a Educação
Especial receberam forte influência da Declaração de Salamanca em 1994.
(MACEDO, et al, 2014)
Assim, desde a Declaração de Salamanca em 1994, a inclusão dos
alunos especiais passou a ser considerada a forma mais avançada de
democratização das oportunidades educacionais. Porém, para incluir, é
necessário romper com os pensamentos de “socialização” que marcaram a
relação da escola com os alunos especiais e, com isso, proporcionar práticas
de inclusão realmente efetivas. Mas é um processo complexo porque envolve a
desconstrução do vínculo já estabelecido entre a escola e o aluno conforme já
sabemos. (SUPLINO, 2009)
14

A inclusão da criança autista deve ser realizada de modo criterioso e


bem orientada. Sua realização varia de acordo com as possibilidades
individuais de cada aluno. Para realizá-la no que se refere ao ensino, além de
contar com a sala regular, é necessário que existam salas de apoio e
professores especializados, para que seja realizada com sucesso a inclusão
desses alunos. (CUNHA, 2015)
Segundo Vasques (2003), a escolarização da criança autista era de
responsabilidade de instituições de educação especial. O atendimento delas
era baseado no modelo clínico médico, no qual o trabalho educativo estava
centrado na deficiência do aluno, visando corrigir ou amenizar déficits,
cristalizando a imagem da criança autista ao seu diagnóstico e determinando
uma incapacidade de aprender e se desenvolver. (SANTOS & CAIXETA, 2011)
A partir das características apresentadas pelas crianças com transtorno
do espectro autistas, foi possível que houvesse mudanças no fazer
pedagógico. Essas alterações não ficavam centradas no transtorno em si, mas
nos contextos sociais de produção, manutenção e de reforço das
incapacidades dessas crianças, não saber falar, não conseguir se comunicar e
interagir. (SANTOS & CAIXETA, 2011)
Sabe-se da importância das interações no processo de formação das
crianças com transtorno do espectro autista e destaca-se que isso não pode
ser ignorado no espaço educacional, o qual deve criar momentos variados de
experiências sociais ricas e estimulantes para as crianças. (SANTOS &
CAIXETA, 2011)
Acredita-se que a inclusão escolar pode oferecer a crianças com
transtorno do espectro autista momentos de convivência com outras da mesma
faixa etária, possibilita estímulo às suas capacidades interativas, impedindo o
isolamento contínuo. Os alunos precisam de liberdade para aprender do seu
modo, de acordo com as suas condições. Segundo Mantoan apud Camargo
(2007), na escola inclusiva, professores e alunos aprendem uma lição que,
dificilmente, a vida ensina: respeitar as diferenças. Esse é o primeiro passo
para construir uma sociedade mais justa e, assim, constituindo um espaço de
aprendizagem e de desenvolvimento da competência social.
A criança com transtorno do espectro autista não é incapaz de aprender,
muitas vezes precisam de mediações e estas devem respeitar suas
15

características individuais e história de vida. A educação representa uma


experiência tanto pessoal, como social e política. Com isso, as oportunidades
educacionais têm um papel muito importante para o desenvolvimento e a
inclusão social do autista em vários contextos, contribuindo para o
reconhecimento de si com sujeito no seu ambiente sociocultural. (SANTOS &
CAIXETA, 2011)

2.3 ATUAÇÃO DA FONOAUDIOLOGIA NA ESCOLA


A Lei Federal nº 6.965/1981 regulamenta a profissão de fonoaudiólogo,
definindo-o como:

“o profissional com graduação plena em Fonoaudiologia, que


atua em pesquisa, prevenção, avaliação e terapia
fonoaudiológica na área da comunicação oral e escrita, voz e
audição, bem como em aperfeiçoamento dos padrões de fala e
da voz” (LEITE et al, 2015).

As primeiras atuações fonoaudiológicas na escola eram baseadas no


modelo clínico. Por isso, foi muito criticado por diferentes profissionais da
época. Com o passar do tempo, o fonoaudiólogo educacional passou a
prevenir as questões relacionadas à comunicação. Atualmente, a
fonoaudiologia educacional diferencia-se da clínica, pois a educacional tem seu
foco na prevenção e na atuação planejada em equipes. O clínico em trabalhar
com indivíduos com patologias de comunicação, tanto individualmente como
em grupos. (TENOR, 2014)
Hoje, a atuação fonoaudiológica na escola não se trata em fazer práticas
clínicas, mas sim em ações que forneçam suporte para os professores
trabalharem em salas de aulas, atuando na verdade como um assessoramento,
junto à equipe destes, além de diretores e gestores da escola. O fonoaudiólogo
vai entrar com sua formação eclética e com técnica adequada a todo esse
processo. As práticas fonoaudiológicas nas escolas vêm avançando muito,
principalmente ao encontro da educação inclusiva.(ZABOROSKI, 2013 &
OLIVEIRA, 2013).
O fonoaudiólogo, ao trabalhar junto com a equipe de professores,
diretores e gestores da escola, atua participando dos planejamentos e
16

conselhos de classes, no trabalho com educadores, pais e familiares. Sua


atuação dá-se através de orientações sobre prevenção e promoção de saúde,
elaboração e adaptação de materiais, reuniões de discussões com a equipe
sobre a evolução dos alunos, tanto sobre o desenvolvimento, como suas
dificuldades. (TENOR, 2014)
Abordar a respeito das crianças que apresentam transtorno do espectro
autista é um grande desafio, bem como, tratar sobre inclusão, devido às
características que essas crianças apresentam, tanto no comportamento como
na linguagem/comunicação. Este é um dos aspectos que mais assumem
preocupação no âmbito escolar e social, visto representar um entrave
significativo para o estabelecimento de relações entre as crianças com TEA e
seu ambiente. (SUPLINO, 2009)
As crianças com TEA apresentam todas as variações possíveis de
inteligência, porém nem todas estão preparadas para a inclusão na escola
regular, vai depender muito do suporte da escola; das condições que esta
apresenta, de seus profissionais e da capacidade da criança. Ao falar em
práticas inclusivas, é de suma importância a formação do professor que atuará
em salas inclusivas, para a inclusão ser realizada com sucesso. ( ALVES, et al,
2010)
Não há como falar em inclusão sem mencionar o papel do professor.
Para incluir, é necessário que ele tenha condições efetivas de promover a
inclusão da criança. Ou seja, não adianta ele aprender sobre as dificuldades de
um discente com transtorno do espectro autista e modos de intervenção
escolar se não consegue incluir esse aluno. Não existe um rótulo a ser seguido
para incluir: deve-se olhar para a criança, perceber as barreiras enfrentadas e,
juntos, ultrapassá-las. Acreditando no potencial da criança TEA e na sua
capacidade de construir seu futuro, atua-se de modo a incluir e esta atitude
torna-se importante na vida desta, pois é o movimento que dará início ao seu
processo de tornar-se livre. (CUNHA, 2015)
As condições da inclusão apoiam-se também na forma de construir um
currículo escolar, de olhar para a escola, aluno e professor. Muitos docentes
ainda estão condicionados a práticas de ensino desde quando eram “alunos”,
essa maneira de aprender e ensinar é transmitida de geração em geração e,
com isso, não dão conta da diversidade que há nas salas de aulas. Muitos
17

professores ficam preocupados com o seu conteúdo a ser transmitido, mas


esquecem de como, realmente, devem agir dentro de sala. É essencial na
educação um pensamento aberto que dê conta da complexidade da escola nos
dias atuais. Deve-se olhar a criança como um todo, não se pode educar sem
atentar para o aluno na sua individualidade, no seu papel social na conquista
da sua autonomia. (CUNHA, 2015)
Dessa maneira, o profissional da fonoaudiologia se torna, assim, um
parceiro da equipe escolar, um facilitador, e sua ação reflete sobre o
desenvolvimento dos alunos e também em outras relações como, por exemplo,
aos familiares. Ele pode proporcionar maior eficácia às ações, validando-se
como um profissional de fundamental importância que acrescenta qualidade ao
processo educacional, sendo um diferencial na escola em que atua.
(TRENCHE, et al, 2008).
18

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ESCOLAR IV Colóquio Internacional Educação e Contemporaneidade ISSN
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2004 FONOAUDIOLOGIA & EDUCAÇÃO: UMA REVISÃO DA PRÁTICA
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CIANTELLI, et al2003 O TRANSTORNO GLOBAL DO DESENVOLVIMENTO


NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA: ESCOLA COMUM OU ESCOLA
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http://periodicos.uesb.br/index.php/praxis/article/viewFile/2892/2574

CUNHA, Eugênio AUTISMO E INCLUSÃO PSICOPEDAGOGIA PRÁTICAS


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LEITE, Adriano Luiz, et al 2015 CONTRIBUIÇÕES FONOAUDIÓLOGO
EDUCACIONAL PARA SEU MUNÍCIPIO E SUA ESCOLA, páginas 6, 7, 13 e
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MACEDO, MaraselladelCármen Silva Rodrigues, et al, 2014 HISTÓRICO DA


INCLUSÃO ESCOLAR: UMA DISCUSSÃO ENTRE TEXTO E CONTEXTO
Psicologia em Estudo, Maringá, v. 19,n. 2p. 179-189, abri/jun. 2014
M294, MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTATPISTICO DE TRANSTORNO
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Nascimento ... et al.]; revisão técnica: Aristides VolpatoCordioli... [et al.]. - .e .
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MANTOAN, Maria Tereza Eglér. Caminhos pedagógicos da inclusão: como


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TENOR, Ana Claudia FONOAUDIOLOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL: UMA


PROSPOSTA DE FORMAÇÃO A PROFESSORES. II Congresso Nacional de
Formação de Professores XII Congresso Estadual Paulista sobre Formação de
Educadores 2014

TRENCHE, Maria Cecília Bonini, BARZAGHI Luisa e PUPO, Altair Cardrobbi


2008 Mudança curricular: construção de um novo projeto pedagógico de
formação na área da Fonoaudiologia. Interface - Comunic., Saúde, Educ.,
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ZABOROSKI, A.P. Reflexões sobre os avanços da atuação do fonoaudiólogo


na escola. In: ZABOROSKI, A.P.; OLIVEIRA, J.P. (Orgs.). Atuação da
Fonoaudiologia na escola: reflexões e práticas. Rio de Janeiro: Wak Editora,
2013,
20

APÊNDICES

Apêndice I – TERMO DE ANUÊNCIA


Apêndice II – TERMO DE AUTORIA
Apêndice III – TERMO DE INSERÇÃO ORCAMENTÁRIA
21

APÊNDICE I
22

APÊNDICE II

DECLARAÇÃO DE AUTORIA
PAOLA FERRAZ SANTOS, identidade nº 16023322, declaro para os
devidos fins sob as penas previstas pela lei, de acordo com o Código Penal
Brasileiro, e na lei 9610/1998, que o trabalho que versa sobre: A
INCLUSÃO DA CRIANÇA AUTISTA NA ESCOLA REGULARé de
minha única e exclusiva autoria, estando a FACULDDE REDENTOR
autorizada a divulga-lo, mantendo cópia em biblioteca, sem ônus referentes
a direitos autorais, por se tratar de exigência parcial para certificado do
CURSO DE GRADUAÇÃO EM FONOAUDIOLOGIA.

Itapeuna, __________ de __________________ de ______________

________________________________________
Assinatura

_________ / _________ / __________

_______________________________
Ciente
23

APÊNDICE III
24

SEÇÃO II

ARTIGO CIENTÍCO
25

Este manuscrito foi redigido de acordo com as normas do periódico


da Revista Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. Disponível em:
http://www.sbfa.org.br/portal/pdf/instrucoesaosautores.pdf Acesso
em: 06 de Setembro de 2015.

A inclusão da criança autista na escola regular

The inclusion of the autistic child in regular school

Paola Ferraz Santos¹, Renatha de Mello Reis Silva²

¹ Acadêmica em Fonoaudiologia; Faculdade Redentor, Itaperuna, Rio de


Janeiro, Brasil.

² Fonoaudióloga, Professora do Curso de Graduação em Fonoaudiologia,


Faculdade Redentor, Itaperuna, Rio de Janeiro (RJ), Brasil; Especialista em
Neuroeducação

Trabalho realizado no curso de Fonoaudiologia, Faculdade Redentor –


Itaperuna (RJ), Brasil.

Endereço para correspondência:

Renatha de Mello Reis Silva

Rua Lindolpho Duarte Coutinho, 483, bairro, Cidade Nova, Itaperuna (RJ),
Brasil, CEP: 28300-000.

E-mail: renathamello.fono@gamail.com

Área: Fonoaudiologia Educacional

Tipo de manuscrito: Relato de caso clínico.

Fonte de auxilio de pesquisa: Não

Conflito de interesses: Não.


26

RESUMO

Este artigo trata-se de um Estudo de Caso, por meio de uma abordagem

exploratória com análise e orientações fonoaudiológicas no ambiente escolar.

Foi acompanhado o dia a dia de uma criança autista na escola regular, durante

um período de quatro meses, buscou- se compreender os processos utilizados

para a inclusão. O objetivo principal foi descrever a inclusão da criança autista

na escola regular e por meio deste mostrar como a escola recebeu e preparou

esse aluno para o processo educacional. Ao final desta pesquisa foi possível

comprovar que a fonoaudiologia no âmbito escolar, no aspecto da inclusão, é

imprescindível. É importante inferir a carência de referências associadas a

fonoaudiologia educacional no processo de inclusão da criança com transtorno

do espectro autista na literatura brasileira. Assim sendo esse estudo contribui

como uma nova pesquisa, mostrando a relevância da intervenção

fonoaudiológica na inclusão escolar da criança com autismo.

Descritores: Transtorno do Espectro Autista, Inclusão Educacional,

Fonoaudiologia, Comportamento.
27

INTRODUÇÂO
O autismo infantil é classificado na categoria dos Transtornos do

Espectro Autista (TEA), marcado por perturbações no desenvolvimento

neurológico. No principal manual de classificação, o Diagnostic and Stastical

Manual of Mental Disorders (DSM)1, apresenta como característica

anormalidades em três aspectos do desenvolvimento: déficits persistentes na

comunicação social e na interação social em múltiplos contextos, padrões

restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades. O

diagnóstico se estabelece a partir de critérios clínicos e necessita da atuação

de uma equipe multidisciplinar2.

A Lei n° 12.764, que institui a “Política Nacional de Proteção dos Direitos

da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista” determina que os autistas

passem a ser considerados, oficialmente, pessoas com deficiência, com direito

às políticas de inclusão do país, principalmente à de educação3.

A inclusão é um processo que deve atender a todos portadores de

necessidades sem distinção, principalmente no contexto escolar. É

imprescindível que a escola se organize através da necessidade do aluno, e

desenvolva novas formas de pensar e de fazer educação 4.

De acordo com a literatura5a situação se concretiza como desafio, posto

que a instituição escolar atual não é “feita para todos” ocorrendo, na maioria

dos casos, apenas a realização de projetos como sala de recursos, classes

especiais e turmas de aceleração, entre outros, para receber esses alunos. Na

verdade, devem ser proporcionadas novas alternativas e práticas pedagógicas,

que beneficiem a todos os discentes, de modo que essas aplicações

educacionais sejam compatíveis com a grande tarefa de promover a inclusão.


28

O desafio é fazer com que a escola se atualize, tendo em vista a grande

necessidade de mudanças para atender a esses alunos. Ao incluir a criança

autista na escola, não se pode permitir a ausência de um atendimento

educacional especializado. Para eles, deixar de participar do convívio escolar,

é comprometer seu desenvolvimento social4.

A partir desses dados, escolhe-se, como problema norteador da

presente pesquisa: Como é o processo inclusivo da criança autista na escola

regular, no que se refere aos desafios enfrentados, à falta de suporte e

estrutura da instituição escolar e de que forma a fonoaudiologia educacional

ajuda no processo de aprendizagem da criança.

APRESENTAÇÃO DO CASO
O presente artigo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

Faculdade Redentor com número CAAE 55651716.6.0000.5648. A responsável

da criança foi informada sobre os propósitos do estudo e ao concordar com a

pesquisa, assinou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

A pesquisa foi realizada através de uma abordagem exploratória de

análise e orientações fonoaudiológicas no ambiente escolar. Com a pretensão

de acompanhar o dia a dia de uma criança autista na escola regular, durante

um período de quatro meses, e compreender os processos utilizados para a

inclusão da mesma. Assim sendo, a fonoaudiologia educacional encontra seu

caminho no auxilio à escola, recebendo e preparando essa criança para o

processo educacional.
29

Participou do estudo uma criança com diagnóstico médico de TEA, do

sexo masculino, quatro anos e quatro meses de idade. A mesma frequenta

uma classe regular de educação infantil, em uma escola privada do Município

de Natividade-RJ.

Para realizar a análise do caso, foram utilizados um questionário e uma

avaliação básica do aluno, adaptado a partir do protocolo de CUNHA (2015)

existente na literatura6. O questionário contemplava seis perguntas a respeito

das características do aluno sobre interação, comunicação, imaginação,

padrões repetitivos, linguagem verbal e movimentos. A avaliação pontuou

quesitos voltados para as áreas: cognitivas, sensorial, social, motora,

pedagógica, comunicação e linguagem. Tudo isso com o objetivo de levantar

as habilidades individuais e orientar o acompanhamento da criança durante as

atividades educativas.

No que concerne às visitas realizadas a escola foram observados: o

momento em que a criança chega à escola; as atividades realizadas antes do

intervalo (roda de música, atividades de pintura e colagem, hora do lanche);

atividades realizadas após o intervalo (recreação, tempo de relaxamento,

atividade de coordenação motora global e fina) e o término da aula.

O CASO A. F. J
A criança em que se baseia esse estudo de caso é do sexo masculino

e tem quatro anos e quatro meses de idade, está cursando o G3 (sala para

crianças de três anos) em uma escola regular. Mora com os genitores. Foi

diagnosticado pela neuropediatra aos dois anos de idade com o TEA


30

(Transtorno Espectro Autista). A fim de proteger a identidade do sujeito, foram

empregadas as letras A. F. J, para sua identificação.

Com um ano e oito meses de idade entrou na escola, datado em março

de 2014, porém em maio do mesmo ano saiu, pois apresentou muita “rejeição”

aos estímulos que lhe eram oferecidos, isso porque ele não havia se adaptado

à sala de aula. Chorava no momento de entrar na escola, apresentava

movimentação constante, não prestava atenção na professora e rejeitava as

brincadeiras propostas. A psicopedagoga da escola preocupada com a criança

orientou aos pais que procurassem a ajuda de um profissional de saúde o

quanto antes, foi então que a busca da família pelo diagnóstico começou.

Foi indicado aos pais que procurassem a clínica B e então conheceram

a fonoaudióloga e especialista no modelo DIR/floortime 7 (D – níveis de

desenvolvimento, I – Diferenças individuais, R – relacionamento, Floortime -

Tempo de chão – Técnica central do DIR) desenvolvido para crianças com

transtorno do espectro autista. Durante primeira avaliação da criança

observaram que ele apresentava autismo. Porém, para que fosse possível

eliminar a suspeita de existir outras patologias, o mesmo também foi

acompanhado por uma médica neuropediatra que confirmou o diagnóstico

definitivo de autismo aos 3 anos de idade.

Na época, em que A. F. J iniciou tratamento na clínica B, realizava três

atendimentos semanais com uma equipe multidisciplinar que fazia atividades

táteis, motoras e de linguagem, além de atendimento individual (home care)

com a fonoaudióloga cinco vezes por semana. Ao decorrer do tratamento

apresentou desenvolvimento satisfatório, com evolução aparente, já conseguia


31

se regular, era atento, tinha interesse pelo mundo, apresentava engajamento e

círculos de comunicação, porém com algumas restrições relacionadas ao novo

(medo do desconhecido). Atualmente apresenta ótimo desenvolvimento e

interage muito bem com outras crianças e faz uso de linguagem receptiva e

expressiva (Verbal). Após um ano A. F. J. passou a frequentar a clínica B duas

vezes por semana dentro de um nova estrutura de atendimento que envolve

não só estratégias terapêuticas que favorecem o desenvolvimento tátil, motor e

de linguagem, mas é também acompanhado também por profissionais de

psicopedagogia e musicoterapia, e suas consultas individuais com a

fonoaudióloga estão inseridas no mesmo horário de tratamento duas vezes por

semana.

Em agosto de 2015, A. F. J retornou a escola, não chorava mais no

momento de chegada, respondia aos estímulos feitos pela a professora,

participava das atividades e brincadeiras propostas. A partir desse momento,

foram observadas as barreiras que a criança poderia enfrentar e como a

fonoaudiologia educacional iria auxiliar a escola para receber e preparar esse

aluno. Os resultados obtidos serão descritos a seguir .

DISCUSSÃO E RESULTADOS
Segundo dados fornecidos pela responsável, A. F. J não expressava

linguagem receptiva e linguagem não verbal, não apresentava interesse pelo

mundo, mostrando-se indiferente no ambiente escolar, no início em 2014.

A inclusão é um direito de todos portadores de necessidades especiais e

a escola deve se organizar de acordo com a característica de cada aluno para

que haja uma educação eficaz4. Inicialmente a professora foi orientada pela

fonoaudióloga para diminuir a quantidade das atividades (aumentar a fonte da


32

letra das tarefas e a trabalhar com uma atividade de cada vez). Ao oferecer

atividades alternadas, nesse período foi proposto que a criança fizesse uso de

um objeto de transição. Quando não conseguia realizar as atividades na escola

as levava para serem realizadas com a ajuda da mãe em casa. Foi criada uma

rotina a ser seguida, pois a criança com TEA necessita de um roteiro para se

programar, como por exemplo, chegar depois do horário de entrada habitual,

devido ao excesso de ruído e de informação visual.

Com A. F. J foram realizadas avaliações (anexo I, pág. 45) na escola

com a criança a fim de avaliar as habilidades cognitivas, sensoriais, sociais,

motoras, pedagógicas, comunicação e linguagem, com o intuito de entender

suas limitações e incorporar uma programação voltada as suas necessidades.

Para avaliação das habilidades cognitivas realizou-se com a criança a

torre de Hanói (é uma série de 10 esferas de madeira, com cores e tamanhos

que variam), em que foi solicitada a discriminação das cores e montagem da

torre de acordo com os tamanhos. Quanto as Habilidades sensoriais, foi

contada para criança a história de um vulcão e em seguida realizada a

construção do mesmo, utilizando massa de modelar, vinagre, bicarbonato de

sódio e corante.

As habilidades sociais foram observadas através do relacionamento

com outras crianças e com professores no momento do intervalo e na sala de

aula. No que concernem as habilidades motoras: foram observados pontos

como: cortar papel, modelar massinha, correr e pular. Já para analisar as

habilidades de comunicação e linguagem da criança foi solicitado que o mesmo

nomeasse figuras e observado o discurso informal, em ambiente escolar. Ao


33

saber, que a criança está aprendendo escrever, para avaliar as habilidades de

escrita ela foi instruída a escrever o próprio nome em uma ficha.

Com relação às atividades aplicadas, a criança apresentou um

desempenho satisfatório, com dificuldades apenas nas habilidades de escrita e

motoras. O aluno soube diferenciar as cores, montar a torre do maior para o

menor, nomear as figuras, construir o vulcão. Porém apresentou dificuldade em

correr em linha reta e usou a mesa como objeto de apoio, correu em círculos. A

criança se relaciona muito bem com os colegas, participa das rodinhas de

músicas, conta histórias. Podendo-se dizer que a interação social é positiva

quando é lhe dado o suporte necessário.

Foi oferecido à docente um questionário sobre as características do

aluno, o que está destacado em amarelo foi as resposta de acordo com a

professora.

TABELA 1 CARACTERÍSTICAS DO ALUNO (Fonte: Cunha, 2015, p.135)


Interação Indiferente Somente para Incomum Procura interagir
Necessidades Algumas vezes
básicas
Comunicação Ausente Somente para Responde à Comunica-se
Necessidades comunicação espontaneamente
Imaginação Não Apenas Não há Simboliza
simboliza repetitiva criatividade

Padrões Bem Acentuados Preso a Preso a algumas


Repetitivos acentuados, com rotinas, com rotinas, sem
Com Poucas Algumas estereotipias
estereotipias estereotipias estereotipias
Linguagem Ausente Limitada e Limitada e Normal
verbal Com ecolalia com
34

Troca de
pronomes
Movimentos Pouca Algumas Algumas Normal
habilidade Dificuldades habilidades
Motora e
dificuldades
motoras

No caso acima descrito pode se constatar que a evolução e os

benefícios alcançados por A. F. J, incluso em ambiente escolar, são notórios e

perceptíveis através das avaliações aplicadas e citadas acima.

Atuação fonoaudiológica na escola não se dá por meio de práticas

clínicas, mas sim através de ações que forneçam suporte para os professores

trabalharem nas salas de aulas, atuando na verdade com assessoria,

consultoria e gerenciamento junto à equipe destes8. Foram realizadas também

orientações à escola quanto as estratégias para receber a criança que possui o

transtorno do espectro autista. A professora foi orientada a se planejar com

uma rotina, adaptar as atividades de acordo com perfil da criança, já que o TEA

é um transtorno individualizado, embora com características parecidas. Foi

indicado que a criança realizasse as atividades no seu tempo, além de

antecipar o que seria realizado como, por exemplo, mostrar fotos e falar

previamente sobre as atividades que seriam realizadas no dia seguinte. É

importante ressaltar que a escola deve se adaptar à criança e não a criança à

escola para que a inclusão aconteça de fato.

Foi indicado à professora, pela pesquisadora, que usasse setas no

chão para sinalizar a criança durante as atividades motoras movimentos de ida


35

e volta. A professora foi orientada também a respeito da utilização de

atividades em forma de alinhavo a fim de favorecer a coordenação motora fina

e a ofertar as atividades associadas à escrita sempre de forma lúdica.


36

COMENTÁRIOS FINAIS
O trabalho científico aqui apresentado aponta para a necessidade de

novas pesquisas relacionadas ao tema, devido a pouquíssima descrição

detalhada sobre a proposta fonoaudiológica em âmbito de inclusão escolar

associada ao TEA.

De acordo com a literatura a inclusão é um processo que deve atender

a todos portadores de necessidades sem distinção, principalmente no contexto

escolar. Como foi possível analisar, A. F. J., se tornou uma criança adaptada

capaz de acompanhar todo conteúdo pedagógico apresentado em aula, assim

como qualquer outro indivíduo da classe. Confirmando a importância do

trabalho voltado para a inclusão com o suporte da fonoaudiologia, que através

de adaptações específicas ao caso tornou possível a inclusão de forma positiva

do aluno no contexto escolar.

Acredita-se que, com o passar dos anos, a inclusão da criança com

transtorno do espectro autista no ensino regular tende a aumentar. De uma

forma geral, é importante salientar que quanto maior for a divulgação a respeito

desse assunto, principalmente em meio aos profissionais ligados à educação,

maior será a probabilidade de realizar uma real inclusão e adaptação na escola

regular.
37

ABSTRACT
This article is a case study through an exploratory analysis and guidance

speech-language pathology in school environment. It was observed the daily

routine of an autistic child in preschool during a period of four months to

understand the processes used to include it. The purpose was to describe the

inclusion of the autistic child in regular classroom showing how the school

received and prepared this student for the educational process. At the end of

this research, it was possible to prove how it was important to have Speech

therapy inserted school environment with inclusion strategies for students with

autism spectrum disorders. It is important to infer the lack of references

associated with educational speech therapy in the process of inclusion of ASD

in Brazilian literature. Thus, this study contributes to new research, showing the

relevance of speech-language intervention in the school inclusion of children

with autism.

keywords: Autism Spectrum Disorder, Educational Inclusion, Speech Therapy,

behavior.
38

REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA

1 M294, MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTATPISTICO DE TRANSTORNO 5


DSM-5 / [American PsychiatncAssociation, traduç . Maria Inês Corrêa
Nascimento ... et al.]; revisão técnica: Aristides VolpatoCordioli... [et al.]. - .e .
Porto Alegre: Artmed, 2014.

2 MECCA, et al 2010 Rastreamento de sinais e sintomas de transtornos


doespectro do autismo em irmãos. RevPsiquiatr Rio
GdSul.2011;33(2):116-120

3 MEIRELLES, Elisa 2013 Inclusão de autistas, um direito que agora é lei.


Nova Escola disponível emhttp://revistaescola.abril.com.br/formacao/inclusao-
autistas-direito-agora-lei-732658.shtml

4 ARRUDA, Marco Antônio e ALMEIDA, Mauro 2014 Cartilha de Inclusão


Escolar página 6.BACHA, Stella Maris Cortez, OSÓRIO, Alda Maria do
Nascimento 2004 FONOAUDIOLOGIA & EDUCAÇÃO: UMA REVISÃO DA
PRÁTICA HISTÓRICA. Rev CEFAC, São Paulo, v.6, n.2, 215-21, abr-jun,
2004

5 MANTOAN, Maria Tereza Eglér. Caminhos pedagógicos da inclusão:


como estamos implementando a educação (de qualidade) para todos nas
escolas brasileiras. São Paulo: Memnon, 2001.

6 CUNHA, Eugênio AUTISMO E INCLUSÃO PSICOPEDAGOGIA PRÁTICAS


DE EDUCATIVAS NA ESCOLA E NA FAMÍLIA/ Eugênio Cunha-6 ed.- Riode
Janeiro: Wak Ed., 2015

7 RIBEIRO, L. C.; Cardoso, A. A Abordagem Floortime no tratamento da


criança autista: possibilidades de uso pelo terapeuta ocupacional. Cad.
Ter. Ocup. UFSCar, São Carlos, v. 22, n. 2, p. 399-408, 2014

8 ZABOROSKI, A.P. Reflexões sobre os avanços da atuação do fonoaudiólogo


na escola. In: ZABOROSKI, A.P.; OLIVEIRA, J.P. (Orgs.). Atuação da
Fonoaudiologia na escola: reflexões e práticas. Rio de Janeiro: Wak Editora,
2013
39

APÊNDICES

Apêndice I TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO


40

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

Prezado participante,

Você __________________________________, responsável


por__________________________ está sendo convidado(a) a participar da pesquisa “A
Inclusão da Criança Autista na Escola Regular”, desenvolvida por Paola Ferraz Santos,
discente de Graduação em Fonoaudiologia da Faculdade Redentor, sob orientação do
Professor Renatha de Mello Reis Silva.

Sobre o objetivo central

Compreender os processos utilizados para a inclusão de uma criança autista na


escola regular, e por meio desse como a fonoaudiologia educacional pode auxiliar nesse
campo e como a escola recebe e prepara esse aluno para o processo educacional.
Por que o participante está sendo convidado (critério de inclusão)

O convite a sua participação se deve ao fato de o mesmo ter recebido o diagnostico de


Transtorno do Espectro Autista, e de estar incluído em uma escola regular.

Sua participação é voluntária, isto é, ela não é obrigatória, e você tem plena autonomia
para decidir se quer ou não participar, bem como retirar sua participação a qualquer
momento. Você não será penalizado de nenhuma maneira caso decida não consentir sua
participação, ou desistir da mesma. Contudo, ela é muito importante para a execução da
pesquisa.

Serão garantidas a confidencialidade e a privacidade das informações por você


prestadas.

Mecanismos para garantir a confidencialidade e a privacidade

Qualquer dado que possa identificá-lo será omitido na divulgação dos resultados da
pesquisa, e o material será armazenado em local seguro.

A qualquer momento, durante a pesquisa, ou posteriormente, você poderá solicitar do


pesquisador informações sobre sua participação e/ou sobre a pesquisa, o que poderá ser
feito através dos meios de contato explicitados neste Termo.

Identificação do participante ao longo da pesquisa


41

Na presente pesquisa não há possibilidade de identificação do sujeito ao longo do


decorrer da mesma.

Procedimentos detalhados que serão utilizados na pesquisa

A pesquisa será realizada através de uma abordagem exploratória das orientações


fonoaudiológicas no ambiente escolar. Pretende-se acompanhar o dia a dia de uma
criança autista na escola, durante um período de 04 meses através da inclusão, e relatar
os desafios enfrentados e como a fonoaudiologia educacional pode auxiliar e conceder
um suporte dentro desse cenário.

Tempo de duração da entrevista/procedimento/experimento

O tempo de realização dos estudo será de acompanhamento por aproximadamente 4


horas semanais, durante o período de 04 meses.

Guarda dos dados e material coletados na pesquisa

Os dados coletados serão tabulados e armazenados em arquivos digitalizados seguros,


porém somente terão acesso aos mesmos a pesquisadora e sua orientadora.

Ao final da pesquisa, todo material será mantido em arquivo, por pelo menos 5 anos,
conforme Resolução 466/12 e orientações do CEP/ENSP.

Explicitar benefícios diretos (individuais ou coletivos) ou indiretos aos


participantes da pesquisa

Divulgar a importância do trabalho da Fonoaudiologia Educacional e como esta


influência no processo de inclusão da criança com Transtorno do Espectro Autista na
escola regular.

Previsão de riscos ou desconfortos

O paciente pode apresentar-se indisposto ou até mesmo “desregulado” com a presença


da pesquisadora na escola durante o período de acompanhamento. O que será
respeitado, buscando uma melhor forma de interagir com a criança.

Sobre divulgação dos resultados da pesquisa

Os resultados serão divulgados em palestras, simpósios ou congressos dirigidos ao


público participante, relatórios individuais para os entrevistados em artigo científico.

O presente termo segue redigido em duas vias, permanecendo uma com a


responsável pelo sujeito da pesquisa e outra com a pesquisadora.

Observações:

1. O termo deve explicitar garantia de indenização por danos. Ressalta-se que os


participantes da pesquisa que vierem a sofrer qualquer tipo de dano previsto ou não no
termo de consentimento e resultante de sua participação no estudo, além do direito à
42

assistência integral, têm direito à indenização, conforme itens III.2.0,IV.4.c, V.3, V.5 e
V.6 da Resolução CNS 466/12.

2. Explicitar no final do Termo que este é redigido em duas vias (não será fornecida
cópia ao sujeito, mas sim outra via), sendo uma para o participante e outra para o
pesquisador. Informar também que todas as páginas deverão ser rubricadas pelo
participante da pesquisa e pelo pesquisador responsável (ou pessoa por ele delegada e
sob sua responsabilidade), com ambas as assinaturas apostas na última página. O termo
apresentado deve conter local destinado à inserção das referidas rubricas – pesquisador
e participante.

3. O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido deve ter suas páginas numeradas


(sendo que cada página deve indicar o nº total de páginas do documento. Ex: 1 de 4; 2
de 4) possibilitando a integridade das informações contidas no documento.

4. Devem constar informações que possibilitem contatar o pesquisador responsável,


como e-mail, telefone e endereço institucional. Inserir também contato do CEP/ENSP.
E ainda, deve conter espaço para data, assinaturas do participante da pesquisa, do seu
responsável legal, quando for o caso, e do Pesquisador responsável (ou pessoa por ele
delegada e sob sua responsabilidade).

5. As assinaturas não podem figurar em página separada do texto.

Segundo as novas decisões da CONEP, o termo deve conter uma breve descrição
do CEP :

Em caso de dúvida quanto à condução ética do estudo, entre em contato com o Comitê
de Ética em Pesquisa da Faculdade Redentor. O Comitê de Ética é a instância que tem
por objetivo defender os interesses dos participantes da pesquisa em sua integridade e
dignidade e para contribuir no desenvolvimento da pesquisa dentro de padrões éticos.
Dessa forma o comitê tem o papel de avaliar e monitorar o andamento do projeto de
modo que a pesquisa respeite os princípios éticos de proteção aos direitos humanos, da
dignidade, da autonomia, da não maleficência, da confidencialidade e da privacidade.

___________________________________________

Nome e Assinatura do Pesquisador – (pesquisador do campo)

Contato com o(a) pesquisador(a) responsável:

Nome:___Renatha de Mello Reis Silva______


Tel: ___(22)999494093_____________
e-mail: __renathamello.fono@gmail.com__________
43

Natividade, 2016

Declaro que entendi os objetivos e condições de minha participação na pesquisa e


concordo em participar.

_________________________________________

(Assinatura do participante da pesquisa)

Nome do participante: ______________________________

ATENÇÃO:

As informações contidas neste modelo de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido


(TCLE) são aquelas consideradas básicas. Cada pesquisador deverá agregar
informações que digam respeito à sua pesquisa, e que melhor esclareçam os
participantes sobre sua participação na mesma (atenção à linguagem utilizada). Os
dados contidos no TCLE devem fazer referência aos demais documentos da pesquisa,
encaminhados ao CEP/ENSP.
44

ANEXOS
Anexo I Avaliação livro Eugênio

Anexo II NORMAS DA REVISTA


45

ANEXO I
46
47

ANEXO II

INSTRUÇÕES AOS AUTORES

REVISTA DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE FONOAUDIOLOGIA -


(RevSocBrasFonoaudiol.), ISSN 1516-8034, publicação técnico-científica da
Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, São Paulo, é publicada
trimestralmente com o objetivo de divulgar a produção científica sobre temas
relevantes de Fonoaudiologia, Distúrbios da Comunicação Humana e áreas
afins. São aceitos trabalhos originais, em português, inglês ou espanhol. Todos
os trabalhos, após aprovação pelo Conselho Editorial, serão encaminhados
para análise e avaliação de dois revisores, sendo o anonimato garantido em
todo o processo de julgamento. Os comentários serão devolvidos aos autores
para as modificações no texto ou justificativas de sua manutenção. Somente
após aprovação final dos editores e revisores, os trabalhos serão
encaminhados para publicação. Os artigos que não estiverem de acordo com
as normas da revista não serão avaliados. A revista tem as seguintes seções:
Artigos originais, Artigos de revisão, Relato de casos, Refletindo sobre o novo,
Resenhas, Resumos, Cartas ao editor.

Artigos originais: são trabalhos destinados à divulgação de resultados da


pesquisa científica. Devem ser originais e inéditos. Sua estrutura deverá conter
os seguintes itens: Resumo, Introdução, Métodos, Resultados, Discussão,
Conclusão, Abstract e Referências. Das referências citadas (máximo 30), pelo
menos 70% deverão ser constituídas de artigos publicados em periódicos da
literatura nacional e estrangeira. A Revista da Sociedade Brasileira de
Fonoaudiologia apóia as políticas para registro de ensaios clínicos da
Organização Mundial de Saúde (OMS) e do International Committeeof Medical
Journal Editors (ICMJE), reconhecendo a importância dessas iniciativas para o
registro e divulgação internacional de informação sobre estudos clínicos, em
acesso aberto. Sendo assim, somente serão aceitos para publicação, a partir
de 2007, os artigos de pesquisas clínicas que tenham recebido um número de
48

identificação em um dos Registros de Ensaios Clínicos validados pelos critérios


estabelecidos pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do
ICMJE (www.icmje.org). O número de identificação deverá ser registrado ao
final do resumo. Recomenda-se que os dados recebam análise estatística
inferencial para que sejam mais conclusivos. Nos manuscritos referentes às
pesquisas realizadas com seres humanos ou animais (assim como
levantamento de prontuários ou documentos de uma instituição), é obrigatória,
no item Métodos, a citação do número do protocolo de aprovação da Comissão
de Ética da instituição onde a pesquisa foi realizada, assim como a afirmação
de que todos os sujeitos envolvidos (ou seus responsáveis) assinaram do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, consentindo, desta forma, com a
realização e divulgação desta pesquisa e seus resultados conforme Resolução
196/96 (BRASIL. Resolução MS/ CNS/CNEP nº 196/96 de 10 de outubro de
1996). No caso de utilização de imagens de pacientes, anexar có- pia do
Consentimento Livre e Esclarecido dos mesmos, constando a aprovação para
utilização das imagens em periódicos científicos.

Artigos de revisão: são constituídos de avaliação critica e sistemática da


literatura, de material publicado sobre um assunto específico e atualizações
sobre o tema, escritos a convite do editor. Devem conter Introdução do tema,
Revisão da literatura, Discussão, Comentários finais, Abstract e Referências
(máximo 40, pelo menos 70% deverão ser constituídas de artigos publicados
em periódicos da literatura nacional e estrangeira).

Relato de casos: relata casos de até dez sujeitos, não rotineiros, de uma
determinada doença, descrevendo seus aspectos, história, condutas, etc...
incluindo Introdução (com breve revisão da literatura), Apresentação do caso
clínico, Discussão, Comentários finais, Abstract e Referências (máximo 15).

A Apresentação do caso clínico deverá conter a afirmação de que os sujeitos


envolvidos (ou seus responsáveis) assinaram do Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido, consentindo, desta forma, com a realização e divulgação
desta pesquisa e seus resultados conforme Resolução 196/96 (BRASIL.
Resolução MS/CNS/ CNEP nº 196/96 de 10 de outubro de 1996). No caso de
utilização de imagens de pacientes, anexar cópia do Consentimento Livre e
49

Esclarecido dos mesmos, constando a aprovação para utilização das imagens


em periódicos científicos.

Refletindo sobre o novo: um artigo recente e inovador é apresentado e


comentado por um especialista, a convite do editor. Deve conter a referência
completa do trabalho comentado, nome, instituição e e-mail do comentador.

Resenhas: resumos comentados da literatura científica. Deve conter a


referência completa do trabalho comentado, nome, instituição e e-mail do
comentador.

Resumos: resumos relevantes de artigos, teses, trabalhos apresentados em


Eventos Científicos, etc... Deve conter a referência completa do trabalho.

Cartas ao editor: tem por objetivo discutir ou comentar trabalhos publicados


na revista, ou ainda relatar pesquisas originais em andamento.

As normas que se seguem devem ser obedecidas para todos os tipos de


trabalhos e foram baseadas no formato proposto pelo InternationalCommitteeof
Medical JournalEditors e publicado no artigo: Uniformrequirements for
manuscriptssubmittedtobiomedicaljournals, versão de outubro de 2007,
disponível em: http://www.icmje.org/.

SUBMISSÃO DO MANUSCRITO:

Os artigos deverão ser submetidos pelo sistema eletrô- nico, disponível em


http://submission.scielo.br/index. php/rsbf/index. Os autores dos artigos
selecionados para publicação serão notificados da aceitação, não mais
podendo submeter seus trabalhos a outras publicações, nacionais ou
internacionais, até que os mesmos sejam efetivamente publicados pela Revista
da SBFa. Somente o editor poderá autorizar a reprodução, dos artigos
publicados na Revista da SBFa, em outro periódico. Os autores dos artigos
rejeitados serão notificados com os motivos da recusa.

REQUISITOS TÉCNICOS:

Devem ser incluídos, obrigatoriamente, além do arquivo do artigo, os seguintes


documentos suplementares (digitalizados):
50

a) carta assinada por todos os autores, contendo permissão para reprodução


do material e declaração de direitos autorais;

b) aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da instituição onde foi realizado


o trabalho, quando referente a pesquisas em seres humanos;

PREPARO DO MANUSCRITO:

O texto deve ser formatado em Microsoft Word, RTF ou WordPerfect, em


papel tamanho ISO A4 (212x297mm), digitadas em espaço duplo, fonte Arial
tamanho 12, margem de 2,5cm de cada lado, com páginas numeradas em
algarismos arábicos; cada seção deve ser iniciada em uma nova página, na
seguinte sequência: página de identificação, resumo e descritores, texto (de
acordo com os itens necessários para o tipo de artigo enviado),
agradecimentos, abstract e keywords, referências, tabelas, quadros e figuras
(gráficos, fotografias e ilustrações), com suas respectivas legendas. O número
total de páginas do manuscrito (incluindo tabelas, quadros, figuras e
referências) não deve ultrapassar 30 páginas.

Página de identificação:

Deve conter:

a) Título do artigo, em português (ou espanhol) e inglês. O título deve ser


conciso, porém informativo;

b) Título do artigo resumido com até 40 caracteres;

c) Nome completo de cada autor, com o seu grau acadêmico e afiliação


institucional;

d) Departamento e/ou instituição onde o trabalho foi realizado;

e) Nome, endereço, fax e e-mail do autor responsável e a quem deve ser


encaminhada a correspondência;

f) Fontes de auxílio à pesquisa, se houver.

Resumo e descritores:

A segunda página deve conter o resumo, em português (ou espanhol) e inglês,


de não mais que 250 palavras. Deverá ser estruturado (em português: Objetivo,
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Métodos, Resultados, Conclusões; em inglês: Purpose, Methods, Results,


Conclusions), contendo resumidamente as principais partes do trabalho e
ressaltando os dados mais significativos. Para Artigos de revisão e Relatos de
caso o resumo não deve ser estruturado. Abaixo do resumo, especificar no
mínimo cinco e no máximo dez descritores/keywords que definam o assunto do
trabalho. Os descritores deverão ser baseados no DeCS (Descritores em
Ciências da Saúde) publicado pela Bireme que é uma tradução do MeSH
(Medical SubjectHeadings) da National Library of Medicine e disponível no
endereço eletrônico: http://decs.bvs.br.

Texto:

Deverá obedecer a estrutura exigida para cada tipo de trabalho. A citação dos
autores no texto deverá ser numérica e sequencial, utilizando algarismos
arábicos entre parênteses e sobrescritos, sem data e sem nenhuma referência
ao nome dos autores, como no exemplo:

“... Qualquer desordem da fala associada tanto a uma lesão do sistema


nervoso quanto a uma disfunção dos processos sensório-motores subjacentes
à fala, pode ser classificada como uma desordem motora(11-13) ...”

Palavras ou expressões em inglês, que não possuam tradução oficial para o


português devem ser escritas em itálico. Os numerais até dez devem ser
escritos por extenso.

No texto deve estar indicado o local de inserção das figuras, gráficos, tabelas,
quadros, da mesma forma que estes estiverem numerados, sequencialmente.
Todas as figuras (gráficos, fotografias e ilustrações), tabelas e quadros devem
ser em preto e branco, dispostas ao final do artigo, após as referências.

Agradecimentos:

Inclui reconhecimento a pessoas ou instituições que colaboraram efetivamente


com a execução da pesquisa. Devem ser incluídos agradecimentos às
instituições de fomento que tiverem fornecido auxílio e/ou financiamentos para
a execução da pesquisa.

Referências:
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Devem ser numeradas consecutivamente, na mesma ordem em que foram


citadas no texto e identificadas com números arábicos. A apresentação deverá
estar baseada no formato denominado “Vancouver Style”, conforme exemplos
abaixo, e os títulos de periódicos deverão ser abreviados de acordo com o
estilo apresentado pela ListofJournalIndexed in Index Medicus, da National
Library of Medicine e disponibilizados no endereço: ftp://
nlmpubs.nlm.nih.gov/online/journals/ljiweb.pdf

Recomenda-se utilizar referências publicadas nos últimos dez anos. Para todas
as referências, citar todos os autores até seis. Acima de seis, citar os seis
primeiros, seguidos da expressão et al.

ARTIGOS DE PERIÓDICOS

Shriberg LD, Flipsen PJ, Thielke H, Kwiatkowski J, Kertoy MK, Katcher ML et


al. Risk for speech disorder associated with early recurrent otitis media with
effusions: two retrospective studies. J Speech Lang Hear Res. 2000;43(1):79-
99.

Wertzner HF, Rosal CAR, Pagan LO.Ocorrência de otite média e infecções de


vias aéreas superiores em crian- ças com distúrbio fonológico. Rev Soc Bras
Fonoaudiol. 2002;7(1):32-9.

LIVROS

Northern J, Downs M. Hearing in children. 3rd ed. Baltimore: Williams & Wilkins;
1983.

CAPÍTULO DE LIVROS

Rees N. An overview of pragmatics, or what is in the box? In: Iwin J.


Pragmatics: the role in language development. La Verne: Fox; 1982. p. 1-13.

CAPÍTULO DE LIVROS (mesmo autor)

Russo IC. Intervenção fonoaudiológica na terceira idade. Rio de Janeiro:


Revinter; 1999. Distúrbios da audição: a presbiacusia; p. 51-82.

TRABALHOS APRESENTADOS EM CONGRESSOS


53

Minna JD. Recent advances for potential clinical importance in the biology of
lung cancer. In: Annual Meeting of the American Medical Association for Cancer
Research; 1984 Sep 6-10; Toronto. Proceedings. Toronto: AMA; 1984;
25:2293-4.

DISSERTAÇÕES E TESES

Rodrigues A. Aspectos semânticos e pragmáticos nas alterações do


desenvolvimento da linguagem [disserta- ção]. São Paulo: Universidade de São
Paulo - Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas; 2002.

DOCUMENTOS ELETRÔNICOS

ASHA: American Speech and Hearing Association [Internet]. Rockville:


American Speech-Language-Hearing Association; c1997-2008. Otitis media,
hearing and language development [Internet]. [cited 2003 Aug 29]; [about 3
screens] Available from: http://www.asha.org/
consumers/brochures/otitis_media.htm

Tabelas:

Apresentar as tabelas separadamente do texto, cada uma em uma página, ao


final do documento. As tabelas devem ser digitadas com espaço duplo e letra
Arial 8. A numeração deve ser sequencial, em algarismos arábicos, na ordem
em que foram citadas no texto. Todas as tabelas deverão ter título reduzido,
auto-explicativo, inseridos acima da tabela. Todas as colunas da tabela devem
ser identificadas com um cabeçalho. No rodapé da tabela deve constar legenda
para abreviaturas e testes estatísticos utilizados. O número de tabelas deve ser
apenas o suficiente para a descrição dos dados de maneira concisa, e não
devem repetir informações apresentadas no corpo do texto. Quanto à forma de
apresentação, devem ter traçados horizontais separando o cabeçalho, o corpo
e a conclusão da tabela. Devem ser abertas lateralmente. Serão aceitas, no
máximo, cinco tabelas.

Quadros:

Devem seguir a mesma orientação da estrutura das tabelas, diferenciando


apenas na forma de apresentação, que podem ter traçado vertical e devem ser
fechados lateralmente. Serão aceitos no máximo dois quadros.
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Figuras (gráficos, fotografias e ilustrações):

As figuras deverão ser encaminhadas separadamente do texto, ao final do


documento, numeradas sequencialmente, em algarismos arábicos, conforme a
ordem de aparecimento no texto. Todas as figuras deverão ser em preto e
branco, com qualidade gráfica adequada (usar somente fundo branco), e
apresentar título em legenda, digitados em letra Arial 8. As figuras poderão ser
anexadas como documentos suplementares em arquivo eletrônico separado do
texto (a imagem aplicada no processador de texto não significa que o original
está copiado). Para evitar problemas que comprometam o padrão da Revista, o
processo de digitalização de imagens (“scan”) deverá obedecer os seguintes
parâmetros: para gráficos ou esquemas usar 800 dpi/bitmap para traço; para
ilustrações e fotos (preto e branco) usar 300 dpi/RGB ou grayscale. Em todos
os casos, os arquivos deverão ter extensão .tif e/ou .jpg. Também serão
aceitos arquivos com extensão .xls (Excel), .cdr (CorelDraw), .eps, .wmf para
ilustrações em curva (gráficos, desenhos, esquemas). Serão aceitas, no
máximo, cinco figuras. Se as figuras já tiverem sido publicadas em outro local,
deverão vir acompanhadas de autorização por escrito do autor/editor e
constando a fonte na legenda da ilustração.

Legendas:

Apresentar as legendas usando espaço duplo, acompanhando as respectivas


figuras (gráficos, fotografias e ilustrações), tabelas e quadros.

Abreviaturas e siglas:

Devem ser precedidas do nome completo quando citadas pela primeira vez no
texto. Nas legendas das tabelas, quadros e figuras, devem ser acompanhadas
de seu nome por extenso. As abreviaturas e siglas não devem ser usadas no
título dos artigos e nem no resumo.

Fonte: http://www.sbfa.org.br/portal/pdf/instrucoesaosautores.pdf

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