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“O SUBLIME”

1. A palavra sublime vem do latim sublimis e significa=levantar, erguer do solo.


Nesta ocasião são sublimes tanto fenômenos naturais quanto ações humanas.
Fenômenos naturais= furacão, uma catarata, um céu estrelado.
Ações Humanas= comportamento do homem, arriscando a vida por um gesto nobre.

2. A DIMENSÃO HUMANA DO SUBLIME


O sublime sempre está em relação com o homem.
O sublime natural: como um mar raivoso ou uma tempestade, gera um sentimento
no homem de ameaça pela grandiosidade do impacto, sentimento de terror e horror.
O sublime como ações humanas: gera um sentimento de admiração, enquanto
sujeito e objeto.
O sublime tanto na natureza, quanto nas ações humanas, provoca efeitos de símbolo
opostos, na natureza estética e não estética.
Quando a relação do sujeito e objeto causa um sentimento ruim, de horror ou
terror, deixando o homem (sujeito menor que o objeto), esse não corresponde a um
sentido estético, pois não tem a contemplação.
Quando a relação do sujeito e objeto causa um sentimento agradável, não deixando
o homem (sujeito menor que o objeto), esse corresponde a um sentido estético, pois
existe a contemplação.
ESSA RELAÇÃO É NECESSÁRIA, SUJEITO E OBJETO.

3. O SUBLIME NA ARTE
O sublime estético na arte não se encontra tanto na natureza ou na vida real, mas
SIM NA ARTE.
A ARTE eleva o homem nos sobre os seus próprios limites, porque permite uma
contemplação prazerosa.
Assim como nas catedrais de Reimis, a cúpula de São Pedro em Roma como estão nas
imagens. Também as pirâmides do Egito e demais obras e arquiteturas.
Tanto na natureza, quanto na vida real o sublime está presente. Ele é representado
na pintura, nas artes, na arquitetura, na música. O próprio monumento já fala por si
só.

4. O SUBLIME COMO CATEGORIA ESTÉTICA


O sublime não é categoria estética como se fosse uma categoria suprema porque
cada indivíduo tem a sua experiência subjetiva de sublimidade, com isso todos
conseguem ter essa experiência, só que uns mais outros menos.
Por isso que o sublime tem aspectos que não deixam que se dissolva em outras
categorias estéticas.
5. O SUBLIME E O PENSAMENTO ESTÉTICO: DE LONGINO A ADORNO.
O pensamento estético com relação ao sublime se dá desde o século I com o pseudo
Longino e chega as reflexões de Adorno no século XX.
Longino na obra “Sobre o sublime” traz o significado da sublimidade como elevação
ou grandeza da alma, ou seja, sentimentos nobres.
Longino se opõe ao significado de sublime qualquer estilo frio, empolado ou
rebuscado.

Na verdade, Longino traz uma reflexão ao pensamento de sublime, porque só depois


de 17 séculos que o termo sublime introduzirá no pensamento estético.
Nicolas Boileau (crítico e poeta francês no século XVII) que subscreve na verdade a
definição de Longino sobre o sublime como: “certa força do discurso para elevar e
seduzir a alma”.

Então só no século XVIII que Edmund Burke (foi um filósofo, teórico político e orador
irlandês) que fez o primeiro estudo sistemático e a fundo do termo sublime como
categoria estética.
Burke ele agrega mais significado na definição que Longino havia feito.
Aborda o sublime como prazer especial. E tudo o que se relaciona com o terror de
alguma forma também é sublime, pois produz emoção mais forte que o indivíduo
pode sentir.
Burke defende as fontes do sublime em tudo aquilo que provoca temo, assombro ou
horror.
Ele traz alguns exemplos: tanto a noite como a ignorância das coisas e a incerteza e
confusão são fontes do sublime; porque a noite ao provocar o terror ao
desconhecido; e a escuridão mental, ao dar lugar à confusão.
Tanto o poder que se atribui a uma força terrível quanto à representação de Deus é
fonte de sublime.
Isso quer dizer que tanto a experiência com o positivo ou negativo é sublime.
Nesse momento Burke distingue o sublime do belo na relação sujeito/objeto.
Ele define sublime: os objetos escuros e de grandes dimensões. O sublime produz
um prazer relativo ou dor moderada ou deleite.
Ele define o belo: os objetos são claros, leves, delicados e relativamente pequenos. O
belo agrada e suscita o prazer.
Essa mistura é de prazer e dor que é o deleite é uma das paixões mais fortes de
todas. Seu objeto assim é o SUBLIME.

Conclusão:
De uma forma geral o sentimento do sublime surge na relação entre a grandiosidade
e a infinitude de um fenômeno e as limitadas forças humanas. O sublime é o
desmedido na natureza e na vida humana.
O homem não tem como dominar as forças naturais.
Tudo está na relação entre o sujeito e o objeto e na contemplação que o sujeito faz.
O termo sublime entra em uso no século XVIII indicando uma nova categoria estética,
distinta do belo e do pitoresco, e remete a uma gama de reações estéticas com a
sensibilidade voltada para os aspectos extraordinários e grandiosos da natureza.

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