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Oportunidades

dos novos hábitos


de consumo
para o food service
Oportunidades dos novos hábitos de consumo para o food service

Índice
Introdução 3

1. A força do delivery 4

2. A grande procura por alimentos saudáveis... 8

3. ...mas sem esquecer dos doces e hambúrgueres 9

4. A alta do plant-based 10

5. Menos impacto ambiental 11

Conclusão 12
Oportunidades dos novos hábitos de consumo para o food service

Introdução
Depois de um ano atípico como 2020, chega um entre a população, que passou a buscar,
relatório de tendências também atípico - e cheio portanto, alimentos mais saudáveis.
de novidades e perspectivas.
A preocupação com o impacto no meio
No ano passado, chefs e empresários do segmento ambiente e com a procedência dos ingredientes
de Food Service precisaram se reinventar, e rápido: também aumentou.
com a chegada da pandemia do novo coronavírus,
os salões foram fechados e, posteriormente, O ano de 2021 chega diferente e cheio de
tiveram sua capacidade reduzida. A adoção de possibilidades. Com tantas novas tendências,
novos protocolos de segurança também foi um tanto em modelo de vendas quanto no hábito
desafio para o atendimento presencial. de consumo, os estabelecimentos têm várias
opções de caminhos a seguir pensando na
Com isso, o delivery teve forte alta. E, com ela, inovação e na adaptação aos novos tempos.
veio a necessidade pela tecnologia, que provou
ser essencial e uma das maiores aliadas dos Para orientar os leitores diante de tantas
estabelecimentos. informações, conversamos com especialistas
que traçaram um panorama para 2021 e
O hábito de consumo em si também mudou. A apontaram as oportunidades para o mercado.
saúde, é claro, tornou-se uma grande preocupação Boa leitura!

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Oportunidades dos novos hábitos de consumo para o food service

1.

A força do delivery
Nova operação, novas experiências

Houve uma resposta imediata à nova realidade: Com praticamente todos os estabelecimentos
quando os salões de restaurantes, bares e migrando para o delivery, a concorrência
padarias precisaram fechar ao público, os clientes também aumentou significativamente.
buscaram o delivery. E isso provou que apenas entregar a comida
não era suficiente. “Soluções de entrega,
Muitos estabelecimentos, que não tinham esse integração, fidelidade do cliente... Tem muita
modelo de entrega antes, tiveram que correr coisa envolvida nessa nova dinâmica, em uma
para implementá-lo. realidade nova na qual um restaurante nem
precisa necessariamente ter um ponto físico”,
E, quando falamos de delivery, não estamos diz Simone.
apenas falando de entregar a comida na casa
do cliente: é preciso ter uma operação bem Além disso, o ano de 2020 mostrou que o
montada, com uma equipe especializada. delivery deve levar uma experiência à casa do
Por isso, muitos estabelecimentos sofreram cliente, que foi privado de ter uma experiência
com o delivery. no salão do restaurante. Para fidelizar a
clientela, em meio à tanta oferta em delivery,
“A hora que o pedido chega no restaurante os estabelecimentos passaram a investir em
pode virar um verdadeiro pesadelo”, comenta meios para que a refeição em casa seja especial:
Simone Galante, fundadora e CEO da Galunion, com a comida, chegam recados, playlists e até
consultoria para Food Service. “É preciso ter um instruções do chef, para receitas que devem
operador que cuide do delivery, que ainda exige ser finalizadas na cozinha de casa.
ferramentas de integração”.

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1.1.

Dark Kitchens x restaurantes virtuais


Não à toa, em 2020, vimos a alta pela procura por dark kitchens, cozinhas
que funcionam exclusivamente para o delivery. Com a impossibilidade de
abrir salões - ou abri-los com capacidade reduzida -, muitos empresários
preferiram investir direto no delivery, para depois, talvez, expandir para um
salão. Segundo pesquisa realizada pela Galunion e pelo Instituto Qualibest,
20% dos operadores pretendem investir em dark kitchens.

Restaurantes que tradicionalmente atendem de forma presencial também


criaram restaurantes virtuais: “filhotes” de seus estabelecimentos que só
funcionam de forma on-line. Eles podem ser instalados em cozinhas já
existentes ou em ambientes bem mais simples do que o restautante-mãe.

“Muita gente confunde dark kitchen e restaurante virtual”, alerta Simone.


“É importante deixar claro que são estratégias diferentes, que podem se
complementar”.

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1.2.

A ajuda da tecnologia
Pegar o telefone, ligar para o restaurante e fazer o pedido já é um hábito
antigo. Com aplicativos, redes sociais e sites, o delivery se propaga mesmo
no ambiente on-line.

Há uma enorme necessidade, portanto, de ter uma comunicação on-line


bem estruturada, além de sistemas que otimizem os pedidos que chegam
de diversas plataformas. Tudo isso ajuda a aumentar ou manter o volume
de pedidos e a orientar a operação na cozinha.

Em 2020, a procura por serviços de agências especializadas e integradores


de soluções aumentou. Até empresas especializadas no aluguel de
dark kitchens já incluem em sua mensalidade, por exemplo, serviços de
consultoria para que os restaurantes se posicionem melhor nos aplicativos
de entrega.

Neste ano, o delivery segue ocupando grande parte da demanda - e,


portanto, os estabelecimentos devem seguir contratando serviços e se
aprimorando no ambiente on-line.

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1.3.

A permanência do delivery
em 2021
Em 2021, a expectativa é que o mercado vá voltando ao que era antes, à
medida que a vacinação contra a Covid-19 avança no país. Os encontros
presenciais, portanto, vão substituir parte da demanda pelo delivery.
Mesmo assim, Simone projeta que a entrega de refeições permanecerá
sendo importante no mercado do Food Service.

“Certamente, vamos fazer mais pesquisas sobre as oportunidades do


delivery ao longo de 2021”, diz. “Mas uma coisa que já sabemos é que o
ticket médio do delivery é significativamente maior do que o presencial
era. Eu acredito que uma parte disso permanece”.

Segundo ela, os consumidores vão querer repetir as boas experiências


do delivery - e, daí, nasce um novo hábito de consumo. “Em média, 38%
da receita dos estabelecimentos vêm do delivery”, comenta. “Depois da
pandemia, a projeção é que essa receita caia para 33%, o que não é uma
queda significativa”.

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2.

A grande procura por alimentos saudáveis...


A saúde tornou-se a maior preocupação da maioria que produtos funcionais e multisensoriais ajudarão
das pessoas. À medida que a pandemia avançava, estabelecimentos de food service a preencher a
consumidores procuravam alimentos mais saudáveis, demanda pela melhora da saúde física e mental.
que pudessem garantir imunidade ao organismo. “A Mintel prevê que fórmulas inovadoras para
Além disso, a comida, mesmo em casa, ganhou o comidas e bebidas vão ajudar as pessoas a
status de lazer. aprenderem como a dieta pode impactar a saúde
mental e física, e isso levará a um novo interesse
Essa tendência não foi observada apenas no Brasil, pela alimentação saudável”, diz a pesquisa.
mas no mundo inteiro. Se já vivíamos em uma
época na qual o estresse e a depressão se tornaram No Brasil, a tendência é a mesma. Em parceria com
doenças muito comuns, a pandemia chegou para a Qualibest, a Galunion realizou uma pesquisa com
amplificar tudo isso. E o pior: válvulas de escape consumidores. O resultado aponta que 75% dos
clássicas, como spas, academias e outras experiências entrevistados gostariam de comprar comida gostosa,
relacionadas ao bem-estar, foram reduzidas. fresca e que ajudasse na imunidade do corpo.
Produtos fermentados e naturais, que oferecem
A comida foi a solução para a busca pela saúde mais saúde ao intestino, são exemplos de sucesso
mental e física. A isso, soma-se a procura por em 2020: pães de fermentação natural, kombuchas
alimentos que reforcem a imunidade do organismo. e gochujang.
Essa busca por alimentos saudáveis, que já vinha
movimentando o mercado há alguns anos, ganhou Os chamados superalimentos, aqueles que oferecem
muita força depois da pandemia. A Mintel, empresa mais propriedades nutritivas, também tiveram alta
inglesa de pesquisa, ressalta que a pandemia fez na procura. Portanto, é aconselhável pensar em
com que os consumidores elevassem o bem-estar a receitas que levem frutas, grãos, cereais e raízes,
uma preocupação vital. A pesquisa britânica concluiu entre outros ingredientes.
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Como investir no food service em 2021
Oportunidades dos novos hábitos de consumo para o food service

3.

...mas sem esquecer dos doces


e hambúrgueres
O delivery teve dois papéis principais durante a hamburguerias, por exemplo, que destacam
pandemia: oferecer, sim, alimentação saudável, ingredientes ou itens que também oferecem
mas também ser o lazer para quem não pode essa funionalidade aos clientes”.
sair de casa. A noção do “eu mereço” aos fins de
semana tornou-se ainda mais popular. Aí, entram O avanço da tecnologia e da biotecnologia,
os drinques, os hambúrgueres, os doces e as destaca Simone, também auxiliam nas
frituras. Alimentos fora da esfera saudável, mas possibilidades de ampliação de cardápios,
que fornecem conforto e felicidade. visando atender à demanda saudável. “A
gente vê muitos ingredientes novos surgindo,
Na pesquisa da Galunion, em parceria com a como aqueles que podem substituir o
Qualibest, 79% dos entrevistados afirmaram que açúcar”, comenta. “Parte da sobrevivência de
gostariam de algo indulgente e saboroso, que estabelecimentos do Food Service está atrelada
trouxesse essa sensação de recompensa após dias à essa renovação. à busca por mudanças que
difíceis e privados de lazer. gerem resultados novos”.

Simone Galante destaca que essa demanda não Por isso, é importante que mesmo
morre nunca. Mas o ano 2020 mostrou que ela hamburguerias e docerias destaquem, em seus
pode ser aliada à demanda por produtos mais cardápios, os ingredientes que estão usando: se
naturais. “Atualmente, você encontra facilmente são plant-based, orgânicos, zero açúcar...

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4. Unida ao desejo por uma alimentação mais saudável, “Hoje em dia, já é algo comum. Tanto que

A alta do plant-based
vem a alta do plant-based. Esse movimento, que já vemos, por exemplo, cafeterias que são
vinha conquistando espaço há alguns anos, ganhou veganas, mas que nem divulgam o veganismo”.
ainda mais força na pandemia, com mais consumidores
optando por substituir a proteína animal por alimentos Além dos triviais arroz e feijão, mais produtos
que tenham plantas em sua composição. plant-based passaram a ser procurados pelos
consumidores. “A gente sabe que as pessoas
O Hambúrguer do Futuro, feito em laboratório e sem têm uma relação afetiva com produtos de
qualquer proteína animal, já havia ganhado espaço origem animal, como carnes, ovos, leites
em hamburguerias antes da chegada da Covid-19. e queijos”, diz Laurino. “Aí, começaram a
Durante a pandemia, mais cozinhas aderiram aos surgir produtos que podem substituir esses
produtos plant-based. clássicos: as carnes plant-based, leites e
queijos vegetais. Acho que esses três grupos,
“Desde 2013, a ONU (Organização das Nações que se aproximam bastante do sabor e da
Unidas), por meio pesquisas, apontava a correlação aparência das proteínas animais, são os
entre pandemias e a redução do consumo de queridinhos dos consumidores”.
produtos de origem animal”, comenta Ricardo
Laurino, presidente da Sociedade Vegetariana Os produtos citados são ideiais para quem quer
Brasileira (SVB). “Com a pandemia da Covid-19, essa diminuir o consumo de proteína animal, mas
informação foi mais divulgada. E isso fez com que sem perder a experiência do sabor e da textura
muitas pessoas repensassem o que colocam no prato desses ingredientes.
e como a escolha diária dos alimentos tem relação
com coisas que nem imaginamos, como o impacto Por isso, em 2021, segue a tendência por
ambiental, que parece ser algo muito longe de nós”. produtos plant-based. É uma boa oportunidade
para criar mais opções nos menus, como
“As pessoas começaram a entender o que é o hambúrgueres vegetais e bebidas com café que
movimento plant-based”, concorda Simone. levam leite vegetal.

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5.

Menos impacto ambiental


Mesmo que não queira deixar de consumir pessoas fazendo pequenas hortas em casa; é uma
proteínas animais, boa parte dos consumidores tendência muito interessante”.
demonstra preocupação pela procedência de
ingredientes e por como eles são cultivados. E essa tendência não existe apenas na casa dos
consumidores. Restaurantes, por exemplo, podem
Nos mercados, cresceu a procura pelo selo de bem- acompanhar a onda das hortas urbanas, cultivando
estar animal nas embalagens. Os estabelecimentos hortaliças, pequenos legumes e temperos no seu
de Food Service têm a oportunidade de indicar, próprio estabelecimento.
no cardápio, que seleciona os ingredientes
com cuidado: ovos de galinhas livres e carnes É interessante notar que a pandemia da Covid-19
certificadas, além de frutas e legumes orgânicos. afetou toda a cadeia do Food Service, inclusive os
pequenos produtores. O público também voltou
Se, há alguns anos, os produtos orgânicos eram sua atenção a eles - antes, os pequenos produtores
considerados caros e inacessíveis por grande parte pareciam estar muito longe dos restaurantes e da mesa
do público, agora iniciativas foram criadas para das casas. Em 2020, o conceito de “farm-to-table” (da
democratizar essa alimentação mais saudável. O fazenda à mesa) tornou-se popular.
“boom” de hortas urbanas é um exemplo disso.
Uma pesquisa da Galunion demonstra que essa tendência é
“É muito legal vermos iniciativas surgindo em real: 68% dos consumidores afirmaram que a preocupação
ambientes que se afastaram muito do campo”, com a sustentabilidade vai permanecer após a pandemia.
comenta Laurino. “Isso faz com que as pessoas Ou seja, as pessoas seguirão priorizando alimentos que, por
tenham maior contato com esses produtos e exemplo, emitem pouco CO2 na sua produção e que não
também ressignificam o alimento. É legal vermos incentivam desmatamentos.

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Oportunidades dos novos hábitos de consumo para o food service

Conclusão
Em 2020, o Food Service foi pego de surpreso pela alimentos saudáveis também é essencial. Não é
pandemia. Por mais que a Covid-19 continue sendo necessário alterar o perfil do estabelecimento:
grande parte da nossa realidade em 2021, há uma adequações e variedades no cardápio já
vantagem: aprendemos a lidar com o vírus e a preenchem esse quesito. Hamburguerias podem
“driblá-lo” para continuar com os estabelecimentos ter opções vegetarianas, com ingredientes
abertos. orgânicos; docerias podem ter receitas que não
levam açúcar; cafeterias podem ter bebidas com
O ano de 2021 chega repleto de possibilidades leite vegetal.
com os novos hábitos de consumo. É preciso ter
em mente que o delivery é um “restaurante dentro E, claro, é necessário sempre divulgar essas
do restaurante”. Ou seja, ele exige uma operação opções. Um cardápio detalhado, com descrições
diferenciada. convidativas e que destaquem esses ingredientes,
fazem essa função. As redes sociais também são
Além disso, é importante pensar em levar fortes aliadas, tanto na divulgação de práticas
experiências diferenciadas à casa dos clientes - sustentáveis quanto na divulgação do delivery.
assim, mesmo após a pandemia, eles vão querer
repetir os pedidos em domicílio. O ano de 2021 mostra perspectivas interessantes,
que combinam tecnologia, experiências inovadoras
Adequar receitas para atender às demandas por e sustentabilidade.

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