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1 – Gestão de Pessoas
Profª. Jorgete Leite Lemos
Gestão de Pessoas
PESSOAS
O fator constante em todas as etapas dos processos de gestão nas Organizações.
PARTE I - Introdução
O foco desta aula será a Gestão de Pessoas, pois a qualidade das pessoas constitui o
diferencial para qualquer organização, independentemente de sua classificação; com ou sem
fins lucrativos, todas as organizações inexistiriam sem as pessoas.
E as Organizações do Terceiro Setor estão cada vez mais refinando a sua gestão,
aproximando-se do que preconizou Peter Drucker:
“...a sociedade do conhecimento tem de ser uma sociedade de 3 setores: Público, Privado e
o Social... Estou convencido que é através do setor social que uma sociedade moderna
consegue criar cidadania responsável e produtiva, dando aos indivíduos e sobretudo às
pessoas de conhecimento, a esfera de atuação onde podem fazer diferença na sociedade e
refazer a comunidade”.
Ratificamos que a definição dos objetivos para Gestão e Pessoas dependerá das demandas
da sua Organização.
A sua Organização poderá ter um profissional ou uma equipe como responsável pela Gestão
de Pessoas, mas deverá ter, com certeza, a totalidade dos gestores/líderes preparados,
sensibilizados e participando dos processos.
• Universalidade: entendimento que todos somos seres sociais e como tais, não abrimos
mão de manter as interações com outras pessoas.
Para assegurar-se que tais princípios e valores serão praticados conforme o desejado, a sua
Organização precisa torná-los tangíveis, por meio de uma Política que conterá as diretrizes
norteadoras das práticas de Gestão de Pessoas, balizadas pelo estilo de liderança adotado
pela Organização.
Sintetizando:
PARTE II
Abordaremos os Objetivos definidos para esta aula, a saber:
Muitas organizações, com ou sem fins lucrativos, tem em sua estrutura o “DP –
Departamento de Pessoal”, ao qual são atribuídas atividades operacionais de registro,
controle, concessão da remuneração (benefícios e salários), aos empregados. Essas
organizações não requerem ao Departamento de Pessoal uma visão e ação estratégicas,
deixando de ter uma ação mais contributiva para os seus resultados.
Diante do que expomos até aqui, podemos conceituar Gestão de Pessoas como:
Não podemos mais dizer que estamos em uma era de mudanças; na verdade, estamos
passando pela mudança de uma era. Assim sendo, não podemos continuar falando que o
mundo é VUCA, que foi uma denominação apropriada para a década de 80, criado pelo Army
War College dos Estados Unidos, para descrever o cenário do mundo pós-guerra fria (disputa
entre as duas superpotências da época: Estados Unidos e União Soviética, que foi de 1947 a
1989).
Mas, agora estamos em um mundo BANI. Mais um neologismo, modismo? Não. É a tentativa
BANI é um termo criado pelo antropólogo Jamais Cascio. O termo é considerado a evolução
natural do mundo VUCA, pois reflete a realidade das sociedades após o início da pandemia,
tendo o seguinte significado:
• Nonlinear: não linear. A não linearidade significa o descompasso entre ações e seus
efeitos no tempo. O que é feito ou não feito agora pode reverberar à frente e
decisões que entendemos como menores, podem ter impactos maiores do que
imaginamos.
Como você vê essas características na sua OSC? Você as reconhece no seu cotidiano ou não?
Essas características vão impactar os processos de Gestão de Pessoas desde a Captação, até
a Saída das pessoas.
A inteligência artificial e a transformação digital na Gestão de Pessoas ganham cada vez mais
visibilidade nas organizações: é o RH digital, usando a tecnologia em todos os seus
processos. Mas, diante de tantas tecnologias, a humanização dos processos continua sendo
a essência para a Gestão de Pessoas, tendo o ser humano como o protagonista.
Na atualidade, a crise sanitária trouxe a finitude para o campo da realidade, possível de nos
surpreender a qualquer momento e diante de um cenário catastrófico, as organizações
apresentam novas pautas de trabalho, com reações de transformação comportamental,
valorizando o ser humano.
Com as equipes trabalhando remotamente, as organizações tiveram que adaptar seu modo
de gestão, principalmente na contratação, com a adoção de processos online.
Alguns paradigmas começam a ser revisitados e alinhados ao perfil atual das pessoas, nas
organizações. Atualmente temos a convivência de várias gerações, que precisam entregar
resultados convergentes às metas traçadas. As gerações estão sendo segmentadas por seus
anos de nascimento:
• Geração X: 1961-1980;
• Geração Y: 1981-1997;
• Geração Z: 1998-2009;
É o entendimento que o ser humano, mesmo fora da sua atividade de trabalho, continua
interagindo com ela, das mais diversas formas, assim como traz para o trabalho as suas
questões pessoais.
Já o IQGP - Índice de Qualidade da Gestão de Pessoas (35% do IFT) é formado por dados
relativos ao que a sua Organização oferece aos seus colaboradores. É obtido por meio de
informações fornecidas pela Organização sobre seus processos de Gestão de Pessoas, pelo
Caderno de Evidências, além da visita dos jornalistas às Organizações pré-classificadas.
Pois saibam que várias Organizações do Terceiro Setor de pequeno, médio e grande porte
fazem parte dos Rankings GPTW Great Place To Work, Melhores Empresas Para Trabalhar.
Destacamos esta informação para incentivar a OSC que ainda não pensou nessa
oportunidade para que a avalie, pois os retornos são evidentes para a Marca e Imagem da
OSC e dos seus patrocinadores/apoiadores.
E o que era essa humanização? Era ir contra qualquer tipo de ação que negasse o outro. E,
sob esta bandeira, no ano de 2000, teve início o Programa Nacional de Humanização da
Assistência Hospitalar, PNHAH, que propunha um conjunto de ações integradas que visavam
mudar o padrão de assistência ao usuário nos hospitais públicos do Brasil, melhorando a
qualidade e a eficácia dos serviços prestados por estas instituições.
Esse movimento teve início para aplicação junto às instituições públicas de saúde, mas logo
contagiou e estendeu-se às organizações privadas de atendimento à saúde, evidenciando os
resultados positivos do atendimento humanizado, tendo o homem no centro de atenção
para a sua saúde. Trazendo a proposta para qualquer outra organização, é ter a pessoa
(colaborador, colaboradora) no centro de atenção em todos os processos.
Vários autores citam como as mais importantes, as seguintes técnicas para a Gestão de
Pessoas:
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1) Feedbacks estruturados
É importante que o colaborador perceba o interesse do gestor nas suas atividades. Por isso,
é indispensável que a atividade seja estruturada:
• Prepare-se antes;
• Faça um roteiro;
• Quebre o gelo;
• Apresente um resumo sobre o que vai ser falado;
• Comece pelos pontos fortes;
• Dê exemplos reais de bom desempenho;
• Apresente as oportunidades de melhoria (pontos fracos).
• Apresente dados reais e
• Estabeleça plano de ação em conjunto com o seu liderado.
2) Estabelecimento de metas
3) Reconhecimento ao desempenho
4 ) Gestão de conflitos
Uma das técnicas de gestão de pessoas mais desafiadora é a mediação de conflitos, já que as
relações interpessoais podem gerar atritos de interesse, opiniões ou crenças.
Os gestores devem encontrar soluções que funcionem para a maior parte dos envolvidos e
que não deixem ruídos. Todo problema que envolva os colaboradores exigirá empatia,
paciência e flexibilidade (que devem fazer parte do perfil do gestor).
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5) Desenvolvimento de carreira
Seja por meio das diversas modalidades de treinamentos a partir da identificação de áreas
de crescimento profissional e a oferta de desenvolvimento, são ótimas formas de motivar as
pessoas. Agora, não esqueçamos que o motivo é interior e a ação é externa e, quando as
ações apresentadas vão de encontro às expectativas interiores, temos a motivação.
Observem que as técnicas para Gestão de Pessoas devem ser desenvolvidas pelos
gestores/líderes, a partir do treinamento recebido.
Captação ou Recrutamento
Objetivo: Planejar para mensurar o talento organizacional em relação às suas necessidades e
à direção do negócio.
Nesta etapa temos a oportunidade de prever e prover os talentos para as demandas
imediatas e de mais longo prazo, para o alcance dos objetivos da Organização.
Trata-se do dimensionamento de pessoal em qualidade e quantidade, adequado para a sua
Organização, requerendo o delineamento do perfil desejado; suas competências compostas
por Conhecimentos, Habilidades, Atitudes e Valores e dos recursos disponíveis. Exemplo:
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Ter talentos humanos padronizados, adequados à cultura da sua Organização pode não levar
à criatividade e à inovação necessárias ao atual contexto. Por outro lado, quando se busca a
inovação e o Desenvolvimento Organizacional, é essencial a presença de diferentes
pensamentos obtidos por meio de processos de Captação mais abertos e diversos.
O grande salto propiciado pela “adição cultural” é ter organizações abertas a receber a
contribuição das pessoas contratadas, realimentando-se e desenvolvendo-se; abertas à
inovação e à criação naturais da Diversidade de pensamento.
Quanto às fontes de Captação, a Organização pode identificar a existência de pessoas com
perfil compatível à demanda, tanto internamente quanto externamente a Organização.
• Definição de Competências,
• Avaliação individual, estruturada,
• Avaliação de equipes e da organização e
• Planejamento para atrair talentos.
A chamada integração de pessoas recém-admitidas está cada vez mais bem elaborada, pois
a primeira impressão é a que define o posicionamento sobre a sua Organização.
Atualmente a integração é realizada virtual ou presencialmente, desde que propicie uma
visão dinâmica e ampla da realidade na qual a pessoa está ingressando.
E, mais que integrar é preciso incluir. A inclusão é decorrente da percepção pela pessoa
recém-admitida que o ambiente é respeitoso e que ela será valorizada sendo,
verdadeiramente, o que ela é, sem preconceitos.
Exemplo: Respeito independente de sua raça, etnia, orientação sexual, origem geográfica,
Para tal as pessoas já pertencentes ao quadro da Organização deverão ter sido treinadas
• Definição de Competências.
• Avaliação individual.
Desenvolvimento
identificado o seu potencial e ela se qualificará para um melhor desempenho em sua função.
O Desenvolvimento de talentos pode ocorrer de várias formas alternativas, entre as quais
destacamos as atividades sociopedagógicas, tais como: o coral; teatro empresa; cinema
empresa; atividades esportivas, desde que planejadas para fins de desenvolvimento e não
apenas a atividade pela atividade.
• Coaching.
• Planos de Sucessão.
Engajamento
É claro que sim. Engajamento é um envolvimento por parte das pessoas para com a sua
Organização e sua “Causa”.
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Ter um time engajado significa ter pessoas trabalhando, todos os dias, em prol de um
propósito sem serem pressionadas a isso. “A obrigação rouba o prazer” Lilian Tiemi
(conforme aprendemos na aula de Sensibilização de Público).
Exemplo: quando temos pessoas sem afinidade com determinadas características pessoais
(raça, etnias, classe social, orientação sexual, capacidade física, mental, intelectual, entre
outras) trabalhando em Organizações para estes públicos, o que pode se esperar?
Desinteresse, apatia, maus relacionamentos, perceptíveis para aqueles que são rejeitados.
• Gerenciamento de mudanças.
Retenção
Objetivo: Eliminar desperdício de talentos, perda de know-how (o saber prático) e redução
de despesas com absenteísmo, presenteísmo e turnover (rotatividade) a partir das ações de
treinamento e desenvolvimento oferecidas pela sua Organização e...
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Observe que: Uma pessoa opta por permanecer na Organização quando comparando-a
com outras, percebe que há diferenciais que agregam valor a sua vida.
Transição:
Cada vez mais, as pessoas estão assumindo a sua trilha para alcançar metas pessoais e
profissionais, deixando para trás o repasse de responsabilidade para terceiros.
Assim sendo, ao ingressar na sua Organização as pessoas devem ser estimuladas a planejar a
“Vida e a Carreira profissional”, recebendo para isso, insumos da Organização, em suas
ações de Treinamento e Desenvolvimento.
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Cabe à Organização preparar as pessoas para a vida, para o desapego ao cargo, aos
equipamentos, móveis e utensílios usados no dia a dia, mas que estão apenas servindo de
meio para o alcance de propósitos maiores e, portanto, são passageiros. Já o propósito
caminhará com a pessoa, como força propulsora, independendo do ambiente.
A movimentação interna com a adoção da Carreira horizontal ou em Y, a preparação para
mentoria, são algumas alternativas de viabilização da Carreira, não importando o tamanho
da organização.
Carreira horizontal é aquela que não conta com a possibilidade de ascensão no nível
hierárquico (vertical), existindo a evolução apenas das suas tarefas e das responsabilidades
em determinada posição.
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Avaliação:
Quando a contratação é direcionada apenas para o processo pelo qual o gestor vai
responsabilizar-se, perdemos a oportunidade de estimulá-lo a ser um Gestor pleno, ou seja,
ir além do processo e responsabilizar-se, também, pelas pessoas que estarão ao seu lado e
que ajudarão a efetivar os objetivos que lhes forem destinados pela Organização.
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Perfil da Liderança
Durante o Fórum ESG para RH, realizado em abril de 2021 pela Associação Brasileira de
Recursos Humanos, CEOs, Diretores de RH e representantes do Pacto Global ONU estiveram
reunidos e definiram as competências essenciais para a Liderança na atualidade. São elas:
• Curiosidade;
Essas indicações nos parecem mais apropriadas que classificar as lideranças por tipos,
rotulando-as como:
• Autocrática: Antigo conceito de chefe; “manda quem pode, obedece quem tem
juízo”. Muito comum em empresas com modelos hierárquicos verticalizados.
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• Captação: definir quantidade e qualidade (perfil) de pessoas para a sua área, pois é o/a
líder quem faz a solicitação para admissões e demissões;
• Desenvolvimento: propor ações de treinamento e desenvolvimento para a sua equipe
responder as demandas atuais e futuras da área;
• Engajamento: gerar oportunidade de participação, inovação, desafiando constantemente
o talento de sua equipe e reconhecendo-os;
• Transição: identificar oportunidades para movimentação interna de pessoal;
transferências, promoções e demissões.
• Avaliação: realizar a entrevista de saída ou participar desta, quando realizada por RH.
Uma das alternativas para avaliar a qualidade da atuação do Gestor/Líder junto a sua equipe
é verificando a Qualidade de Vida no Trabalho.
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Para tanto, indicamos a adoção dos Fundamentos do Gerenciamento da Nova Era, que visam
impactar positivamente a Qualidade de Vida no Trabalho. Tais fundamentos foram criados
por Ron Garland, publicados em “Administração e Gerenciamento Para A Nova Era”.
Quando lançados, 1992, causaram incredulidade com relação a sua aplicabilidade nas
organizações, porque trazia como grande novidade, o prazer no trabalho. Atualmente,
principalmente para as novas gerações: Y, Z, trabalho prazeroso é condição básica para
escolha da organização onde trabalhar.
2. Significado do Papel
O líder deve fazer com que as pessoas se sintam parte integrante de um processo maior,
percebendo que estão realizando alguma coisa que vale a pena.
3. Reforço Positivo
O líder deve ressaltar os aspectos positivos da pessoa, de forma também positiva e sincera.
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4. Gerenciamento Participativo
5. Flexibilidade
Colocar as pessoas acima dos procedimentos da organização, pois se a aplicação for rígida de
uma norma pode resultar em injustiça.
7. Perspectiva Tridimensional
Ver além do imediato e do óbvio. Ao gerar uma mudança fazer com que muitas outras
mudanças ocorram em outros lugares.
10. Igualdade
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11. Desenvolvimento
Um líder que adota tais fundamentos poderá, ao final do dia, indagar a sua equipe: “Nós
Características da Organização:
Mais do que nunca, tivemos que ser resilientes e flexíveis para nos adaptar ao novo.
Tivemos que desenvolver a criatividade e o pensamento crítico para propor novos
caminhos e soluções.
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Tivemos que pensar no outro e atuar com maior colaboração, considerando o coletivo.
Já sabíamos que a complexidade era componente inerente ao século 21, mas a pandemia
veio reforçar esse padrão, mostrando que estes tempos serão, inevitavelmente, repletos de
imprevisibilidade e incerteza.
Na educação, sem dúvida, a maior delas é a necessidade urgente de revisão da forma como
educamos nossas crianças e jovens.
Com esta Missão em mente, e fortalecidos com nosso DNA de inovação, buscamos na
ciência os principais fundamentos para endereçar os desafios educacionais existentes em
nosso país.
3. Clima na Organização
• Aqui os colaboradores se importam uns com os outros
• Este é um lugar amistoso para trabalhar
• Quando se entra nesta organização, fazem você se sentir bem-vindo
• Quando os colaboradores mudam de função ou de área, a organização faz com que se
sintam rapidamente "em casa"
• Posso ser eu mesmo por aqui
• Este é um lugar descontraído para trabalhar
• Pode-se contar com a colaboração dos colaboradores por aqui
Oportunidades de trabalho:
Jorgete L. Lemos
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