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FISIOPATOLOGIA

Saúde
• Segundo a Organização Mundial de Saúde
(OMS), o conceito de "saúde", mais do que
ausência de doença, representa uma situação
de completo bem-estar físico, psíquico e
social. Inclui também a adequação do sujeito
individual ao meio em que está inserido.

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Doença
• Doença é um conjunto de sinais e sintomas
específicos que afetam um ser vivo, alterando o
seu estado normal de saúde. O vocábulo é de
origem latina, em que “dolentia” significa “dor,
padecimento”.
Em geral, a doença é caracterizada como ausência
de saúde, um estado que ao atingir um indivíduo
provoca distúrbios das funções físicas e mentais.
Pode ser causada por fatores exógenos (externos,
do ambiente) ou endógenos (internos, do próprio
organismo).

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Dor
• A dor é essencial para a integridade do indivíduo e a sobrevivência
da espécie. A Associação Internacional para Estudos da Dor define-a
como “uma sensação e experiência emocional desagradável
associada com o atual ou potencial dano tecidual”. Dor é a
percepção da nocicepção e, juntamente com outras percepções, é
determinada pela interação entre a atividade neurosenssorial, a
variedade comportamental e fatores psicológicos.
A percepção da dor se inicia na periferia, através da ativação de
nociceptores (receptor sensorial da dor). Esses estão presentes por
todo o organismo e são classificados em três subtipos:
• Receptores mecânicos de alto-limiar: detectam pressão;
• Receptores mecanotermais de baixo-limiar: detectam pressão e
calor;
• Receptores polimodais: detectam pressão, calor e fatores químicos.

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Dor
Classificação
• DOR AGUDA
A dor aguda faz parte do sistema de proteção do
organismo. Ela é um sinal de alerta para uma
lesão iminente ou real, desempenhando uma
função importante na manutenção da
integridade física do organismo ou no seu
restabelecimento. É uma dor recente e de
duração limitada no tempo.
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Dor
Classificação
• DOR CRÓNICA
A dor crónica perdeu a função de alerta e de proteção do
organismo pois já não está relacionada a nenhum evento
traumático em particular. Nestes casos, a dor persiste
para além da cura da lesão que lhe deu origem e passou a
ser considerada uma doença por si só. Vai muito para
além da sensação dolorosa, envolvendo vários
componentes físicos e psicológicos: ansiedade,
mobilidade reduzida, alterações do sono e do apetite e
depressão. Estes sintomas estão associados a uma
diminuição da qualidade de vida dos doentes e a uma
limitação laboral e da função social, exigindo o uso
frequente de recursos de saúde.

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Características e as diferenças entre dor aguda e a dor crónica

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Escala Visual Analógica – EVA

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Escala Visual Analógica – EVA
• A Escala Visual Analógica – EVA consiste em auxiliar na
aferição da intensidade da dor no paciente, é um
instrumento importante para verificarmos a evolução
do paciente durante o tratamento e mesmo a cada
atendimento, de maneira mais fidedigna. Também é
útil para podermos analisar se o tratamento está sendo
efetivo, quais procedimentos têm surtido melhores
resultados, assim como se há alguma deficiência no
tratamento, de acordo com o grau de melhora ou piora
da dor. A EVA pode ser utilizada no início e no final de
cada atendimento, registrando o resultado sempre na
evolução. Para utilizar a EVA o atendente deve
questionar o paciente quanto ao seu grau de dor sendo
que 0 significa ausência total de dor e 10 o nível de dor
máxima suportável pelo paciente.
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Dicas sobre como interrogar o
paciente:
• Você tem dor?
• Como você classifica sua dor? (deixe ele falar
livremente, faça observações na pasta sobre o
que ele falar)
• Questione-o:
a) Se não tiver dor, a classificação é zero.
b) Se a dor for moderada, seu nível de referência
é cinco.
c) Se for intensa, seu nível de referência é dez.
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Processos de reparação
• Processos de reparação: regeneração e cicatrização.
• Regeneração: A regeneração se caracteriza pela restituição dos
componentes teciduais idênticos àqueles removidos. Esse tipo de reparo
só é possível em tecidos em que ainda possuem células com a capacidade
de se proliferar ou tenham ainda células tronco.
• Classificação dos tecidos:
- Tecidos lábeis ou de divisão contínua: as células possuem a capacidade de se
proliferar por toda a vida, substituindo as que estão velhas ou destruídas.
Temos como exemplo os epitélios, células da medula óssea vermelha e
tecidos hematopoiéticos.

- Tecidos quiescentes ou estáveis: apensar de possuírem um baixo nível de


replicação, quando submetidos a estímulos para divisão celular são capazes
de regenerar o tecido de origem. O melhor exemplo é o tecido hepático.

- Tecidos permanentes ou não divisores: são formados por células que não
podem ser submetidas à divisão mitótica devido o seu grau de especificidade.
Exemplos são os neurônios e as células musculares.

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Processos de reparação
Apensar de o corpo humano possuir tecidos capazes de
recuperar células perdidas, permitindo a capacidade de
regeneração do órgão lesionado, o que ocorre em muitos
processos é o crescimento compensatório que envolve a
hipertrofia celular e a hiperplasia. Nesses processos acontece
a recuperação da capacidade funcional, mas sem
necessariamente reconstruir a anatomia original.
Os órgãos que possuem essa capacidade de crescimento
compensatório são os rins, o pâncreas, as glândulas adrenais,
a tireoide, os pulmões de pacientes jovens e o fígado. No caso
hepático, a regeneração acontece por meio da replicação de
células maduras sem o envolvimento de célula tronco. Os
hepatócitos são células quiescentes que, quando estimuladas
por determinadas substâncias, possuem a capacidade de
multiplicação celular. Nesse exemplo, as principais substâncias
são as citocinas e os fatores de crescimento polipeptídeos.

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Processos de reparação
• Processos de reparação: regeneração e cicatrização.
• Cicatrização: A cicatrização é uma resposta fibroproliferativa que restaura
as estruturas originais, porém envolve a deposição de colágeno e a
formação da cicatriz. Os fatores que favorecem o processo de cicatrização
são a extensão do dano celular, o tipo de tecido afetado e a intensidade da
lesão da matriz extracelular.
O processo de restauração por cicatrização pode ser dividido por etapas:
1 - Ocorre uma resposta inflamatória à lesão inicial com a intenção de
eliminar o agente nocivo, remover o tecido lesionado e estimular a deposição
de componentes da matriz extracelular;
2 - Proliferação de fibroblastos e células endoteliais vasculares, formando o
tecido de granulação. (O tecido de granulação tem a aparência rósea, lisa e
granular e se caracteriza pela formação de pequenos novos vasos sanguíneos
e multiplicação de fibroblastos.);
3 - Com o aumento no número de fibroblastos, ocorre a síntese de matriz
extracelular e deposição de colágeno, formando a cicatriz;
4 - Então se inicia o processo de remodelação que é o equilíbrio entra síntese
e degradação da matriz extracelular;

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Lesão articular
• As articulações são os locais do corpo onde
diferentes partes do esqueleto se unem. Lesões
articulares ocorrem nesses cruzamentos. Existem
quatro tipos principais de lesões nas articulações:
• Tensões: Ocorrem quando os músculos e /
ou tendões estão estendidos demais;
• Entorses: Lesões nos ligamentos que mantêm os
ossos unidos;
• Fraturas: Quebras, lascas ou rachaduras nos
ossos;
• Luxações: Separação de um osso de sua posição
normal em uma articulação.

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Lesão articular
Principais causas
• Lesões nas articulações podem ser resultado de trauma direto, uso
excessivo ou desgaste repetido.
Sintomas de lesão articular
Os sintomas variam, dependendo do tipo da lesão articular que você
tem:
• Esforço: Dor, inchaço, espasmos musculares e dificuldade de mover
a articulação afetada;
• Entorse: Dor, inchaço, hematomas, dificuldade de movimento e
(possivelmente) um som de estalo no momento da lesão;
• Fratura: Inchaço, perda de função na área lesada, dor que se
intensifica quando você move ou aplica pressão na área lesada ou
osso saindo visivelmente da pele (no caso de uma fratura exposta);
• Luxação: Deslocamento visível da articulação, dor intensa, inchaço,
descoloração, imobilidade total da área afetada.

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Lesão articular
Opções de tratamento nas lesões agudas
• Descanso: Evite o uso da articulação lesada;
• Gelo: Aplique uma bolsa de gelo ou bolsa fria
para reduzir o inchaço na articulação;
• Compressão: Enrole a articulação lesada com
uma bandagem elástica, também para reduzir o
inchaço;
• Anti-inflamatório;
• Fisioterapia;

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PROTOCOLO NA LESÃO AGUDA

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Entorse do tornozelo

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Classificação do entorses do tornozelo
Entorse de Grau 1 (Ligeira)
• Estiramento leve e roturas microscópicas das fibras dos ligamentos;
• Alguma sensibilidade e edema (inchaço) em redor do tornozelo.
Entorse de Grau 2 (Moderada)
• Ruptura parcial do ligamento;
• Sensibilidade moderada e edema ao redor do tornozelo;
• Se o médico mover o tornozelo em determinadas posições, há um
movimento anormal da articulação do tornozelo.
Entorse de Grau 3 (Grave)
• Ruptura completa (ou total) do ligamento;
• Sensibilidade e edema significativos ao redor do tornozelo (dores
muito fortes e tornozelo muito inchado) que surge de imediato;
• Se o médico puxar ou empurrar a articulação do tornozelo em certos
movimentos, ocorre desequilíbrio substancial.

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Classificação do entorses do tornozelo

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Lesões dos Meniscos
O menisco é uma estrutura fibrocartilaginea, de formato
triangular, que se localiza no interior da articulação do
joelho cobrindo a periferia dos pratos tibiais. A sua
anatomia é especialmente adaptada para a função que
desempenha: amortecer choques e transmitir cargas.
A rotura do menisco ocorre muito frequentemente
durante a prática desportiva, devido a entorses do joelho
que originam movimentos de torção e consequente lesão
meniscal. Como referido anteriormente a rotura do
menisco medial é a mais frequente, pela menor
mobilidade que esta estrutura apresenta quando
comparado com o lateral.

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Rotura do menisco - sintomas
• os sinais e sintomas principais são a presença
de dor no joelho, geralmente localizada na
interlinha articular, acompanhada de derrame
de instalação progressiva por inflamação da
sinovial adjacente ao menisco.

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Menisco do joelho - tratamento
• Na lesão ou rotura do menisco,
o tratamento deve ser orientado no sentido
da preservação do mesmo. A meniscetomia
por cirurgia aberta foi abandonada há anos,
por ser muito radical na resseção e originar
invariavelmente artrose do joelho após alguns
anos.
• O tratamento da rotura do menisco do joelho
no adulto passa pela realização de
uma artroscopia
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Fisioterapia
• A fisioterapia após a realização da artroscopia
permite uma recuperação mais rápida e
retoma da atividade desportiva habitualmente
sem grandes limitações.
• Baseia-se em terapêuticas de reforço
muscular e treino propriocetivo.

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Luxação
• A luxação acontece quando os ossos que formam
uma articulação ficam deslocados da sua posição
natural, devido a uma pancada forte, por exemplo,
causando dor intensa no local, inchaço e
dificuldade para mexer a articulação.
Como identificar uma luxação
A luxação pode ser confirmada quando existem
estes 4 sinais:
• Dor muito forte na articulação;
• Dificuldade para movimentar o membro afetado;
• Inchaço ou manchas roxas na articulação;
• Deformação do membro afetado.

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Tratamento
• Medicamentoso;
• Fisioterapia;

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Fraturas
Uma fratura óssea é a perda da continuidade de um
osso, que o divide em dois ou mais fragmentos.
• principais sinais e sintomas de uma fratura óssea
As queixas mais comuns são dores, inchaço,
incapacidade total ou parcial de movimentos,
deformidades e posturas
anormais, sinais do traumatismo,
como hematomas, lesões cutâneas, etc. Nas
fraturas expostas ou complicadas podem aparecer
outros sinas e sintomas além desses, dependendo
do tipo de evento.
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Principais tipos de fraturas
• Segundo as suas causas:
• Fraturas traumáticas: representam a maioria das fraturas e
são causadas pela aplicação sobre o osso de uma força
maior que sua resistência.
• Fraturas patológicas: muitas vezes ocorrem
espontaneamente ou em razão de traumatismos mínimos
sobre um osso previamente fragilizado por osteoporose ou
por um tumor ósseo. Segundo a lesão envolvida:
• Fraturas simples: apenas o osso é atingido e não há perfuração
da pele ou lesão de outras estruturas adjacentes.
• Fraturas expostas: a pele é rompida e o osso fica exposto ao
exterior. Nesse tipo de fratura com frequência
ocorre infecção bacteriana e mesmo que ela ainda não esteja
presente, justifica-se o uso preventivo de antibióticos.
• Fraturas complicadas: quando são atingidas outras estruturas
além dos ossos, como vasos sanguíneos, nervos, músculos, etc.

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Tratamento
• Cirúrgico;
• Conservador;
• Fisioterapia;

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Lesões de ligamento
Nosso corpo é repleto de ligamentos nas mais variadas
partes como joelho, tornozelo, mão, ombro e pé. Os
ligamentos são estruturas que ligam um osso ao outro e
tem função de estabilização. Os casos mais comuns são os
rompimentos de ligamentos em virtude de um grande
esforço, quando são alongados mais do que o normal.
Entre os casos mais tratados está a ruptura do LCA
(Ligamento cruzado anterior) do joelho. Na maioria das
situações ela acontece durante a prática de uma atividade
física. Apesar de ser comum em atletas, ela pode acontecer
com qualquer pessoa, inclusive nas atividades rotineiras ou
em outra atividade que exija um maior esforço. As lesões
de entorse do tornozelo ou lesão de ligamento do tornozelo
estão entre as mais comuns também.

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Principais sintomas
• Dor;
• Inchaço;
• Dificuldade de locomoção;
• Dificuldade de movimentação do membro;

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Tratamento
• Hoje em dia existem diversos métodos, alguns
mais invasivos e outros menos, tudo
dependendo do grau e da localização da lesão.
Nas mais leves pode ser indicado a
imobilização, uso de medicamentos e
fisioterapia. Em lesões de alto grau até a
possibilidade cirurgia.

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Lesões Musculares
• Lesões musculares são muito comuns,
principalmente nos esportes. Elas podem
afetar as fibras musculares e os tendões
ligados a elas, também podem afetar os vasos
sanguíneos, causando hematomas, e as
terminações nervosas, causando dor.

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Causas de lesões musculares
Lesões musculares podem ter causas diretas
ou indiretas:
• As causas diretas são mencionadas quando
as lesões musculares são causadas por
forças externas (cargas pesadas,
movimentos repetitivos, golpes, lesões não
cicatrizadas, posturas incorretas, condições
climáticas.)
• As causas indiretas são mencionadas quando
a lesão é devida a fatores internos, como
dieta inadequada, falta de aquecimento ou
alongamento ou fadiga muscular.

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Tipos de lesões musculares
• Lesões musculares diretas: São lesões produzidas por danos
exercidos diretamente no próprio músculo.
• Inflamação muscular de início tardio: É uma dor que não aparece
durante a prática esportiva, mas entre 24-72 horas após exercícios
intensos ou incomuns.
• Câimbra muscular: É uma contração involuntária, intensa e
dolorosa de vários grupos de fibras musculares devido a um esforço
exagerado dessas fibras. Geralmente dura pouco tempo (segundos
ou alguns minutos), aparece no início e no final dos esportes, no
início porque o músculo não está bem aquecido e no final devido
ao cansaço e desidratação.
• Contratura: É um desconforto muscular sem trauma direto que é
acompanhado de dor à palpação do músculo lesado e dificuldade
de movimentação. Aparece repentinamente e pode durar vários
dias. É mais ou menos grave dependendo do número de fibras
afetadas.

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Tipos de lesões musculares
• Distensão: É um alongamento exagerado do músculo sem que ele se
rompa; é a conhecida “tração” muscular. Ela se apresenta com dor e
inflamação difusas. Ela ocorre em músculos levados ao limite de sua
elasticidade.
• Contusão: Ocorre quando o músculo é golpeado ou golpeado contra uma
estrutura rígida. São muito comuns em esportes de contato. Ele produz
dor e inflamação difusas.
• Ruptura fibrilar ou ruptura muscular (ruptura parcial): É a quebra de uma
série de feixes musculares sem afetar toda a espessura do músculo. O
paciente relata ter ouvido um clique. Há sensação de chicotada com dor
intensa e aparecimento de hematoma de tamanhos variados.
• Rasgo muscular (rasgo total): A inflamação ocorre imediatamente e a pele
fica vermelha e quente. A dor é intensa e dá para notar um afundamento
da área afetada (sinal do machado). É mais comum nas extremidades
inferiores e a pessoa não consegue apoiar o lado afetado. O tratamento
requer cirurgia.
• Lesões musculares indiretas: São lesões em outros tecidos que afetam o
músculo. A capacidade de cura desse tipo de lesão é menor do que a das
lesões diretas.

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Classificação
Lesões musculares são classificadas como:
• Grau I: Leve ou benigno. Poucas fibras
musculares são afetadas e o período de
recuperação varia de 3 a 15 dias.
• Grau II: Moderado. Afeta mais fibras e
geralmente está associada ao aparecimento de
hematomas. O período de recuperação varia de 3
a 8 semanas.
• Grau III: Graves. São grandes rupturas; o período
de recuperação varia de 8 a 12 semanas.

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Sintomas gerais
Os sintomas gerais são:
• Inchaço, vermelhidão ou hematomas no local;
• Dor em repouso;
• Dor na mobilização;
• Fraqueza do músculo ou de seus tendões;
• Incapacidade de mover o músculo ou seus
ligamentos.

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Sintomas específico
Alongamento muscular
• Dor repentina e incapacidade de continuar com os exercícios.
• Nem sempre há hematoma (hematoma) na pele e, se aparecer,
geralmente é depois de horas ou dias.
Contração muscular
• A dor e o grau de limitação são mínimos.
• O paciente se sente como uma "bola" quando palpado.
• Eles podem se tornar crônicos em algumas áreas, como o pescoço.
Lesão muscular
• Dor súbita, aguda e intensa localizada em um ponto muito
específico, com incapacidade de continuar com o movimento. Às
vezes, um hematoma muito grande (hematoma) pode estar
associado.

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Complicações
• As complicações das lesões musculares são:
• Recaídas;
• Formação de cicatrizes dolorosas;
• Encapsulamento ou calcificação de um
hematoma;
• Hérnia muscular (se for dolorosa, pode exigir
tratamento cirúrgico).

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Diagnóstico
• Clínico (exame físico);
• exames de imagem (ultrassom e ressonância
magnética);

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Prevenção
• Algumas recomendações para prevenir lesões
musculares são:
• Realize exercícios de fortalecimento muscular;
• Aqueça e alongue os músculos antes e depois
do esforço físico;
• Faça pausas de vez em quando;
• Massagens;
• Nutrição e hidratação corretas.

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Lesões Nervosas
Os nervos periféricos fazem parte do sistema nervoso central,
sendo responsáveis pela parte motora e sensitiva das
extremidades (membros superiores e inferiores).
Esses nervos podem estar suscetíveis a qualquer tipo de lesão
como tração, fraturas, esmagamento, estiramento e etc. Caso
haja uma interrupção da continuidade da estrutura do nervo
periférico o resultado é uma parada na transmissão dos
impulsos nervosos, causando alterações motoras e sensitivas
ao paciente e gerando uma considerável incapacidade e
diminuição da qualidade de vida.
É necessária uma avaliação completa com exame físico e
avaliação eletrofisiológica para uma avaliação adequada, e o
tratamento vai variar de acordo com a localização e extensão
da lesão.

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Lesões Nervosas
Classificação das Lesões Nervosas

Neuropraxia bloqueio fisiológico do nervo.

Axonotmesis destruição anatômica do axônio, com pouca


destruição do tecido conetivo.

Neurotmesis destruição anatômica do axônio e também


do tecido conetivo

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Neuropraxia
É decorrente de um bloqueio da transmissão do impulso nervoso no local
lesado, geralmente causado por um processo de compressão intrínseca ou
extrínseca, de curta duração e que provoca uma anóxia local nos neurônios,
por compressão dos vasos sanguíneos.
Esse tipo de bloqueio de condução é considerado fisiológico (alterações
bioquímicas), pois a estrutura macroscópica do nervo está praticamente
preservada, possibilitando que haja resposta muscular a um estímulo
elétrico.
A função motora é mais comprometida que a sensorial e as sensibilidades
conduzidas por fibras mais grossas (propriocepção e tato) são mais atingidas
do que as que são conduzidas por fibras finas (dor e temperatura).
Quando o processo compressivo é retirado, o processo de remielinização
acontece e a condução nervosa volta a aparecer em aproximadamente 6
semanas, com recuperação completa da função.
Alguns exemplos de neuropraxia são as paralisias parciais do nervo fibular
que podem aparecer após uma longa permanência das pernas cruzadas, as
paralisias do cordão posterior do plexo braquial ou do nervo radial
resultante do apoio prolongado da cabeça sobre o encosto de uma cadeira e
a paralisia do nervo interósseo dorsal por compressão ao dormir com a
cabeça apoiada sobre o antebraço.

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Axonotmese
Acontece por uma compressão mais intensa ou mais prolongada, das
arteríolas e da drenagem venosa neural. Essa compressão desencadeia
o processo degenerativo do axônio, chamada de axonotmese, e da
bainha de mielina, porém com preservação do tubo do endoneuro.
Nesse tipo de situação não se observa resposta muscular à
estimulação. O quadro clínico da axonotmese é uma paralisia sensitiva
e motora completa.
A eletromiografia mostra potenciais de desnervação que são
detectados 2 ou 3 semanas após a lesão, e os potenciais de inserção
desparecem e não há potenciais de ação quando há tentativa de
contração voluntária.
Como na axonotmese os tubos do endoneuro estão preservados, a
regeneração de cada axônio ocorre dentro de seu respectivo tubo, o
que garante a reinervação das estruturas dentro do padrão original,
garantindo uma recuperação completa da lesão.

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Neurotmese
A neurotmese compreende as lesões de terceiro
a quinto graus, em que há algum
comprometimento da estrutura da sustentação
conjuntiva do nervo associada à lesão axonal.

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Causas das lesões dos nervos
periféricos
Laceração e contusão
A lesão por laceração e contusão é causada por instrumentos penetrantes,
por fragmentos ósseos (resultantes de fraturas) e por armas de fogo.
Estiramento-Tração
As lesões de estiramento-tração acontecem geralmente em movimentos
exagerados na articulação do ombro, com ou sem luxação articular ou fratura.
Compressão/Isquemia
Pode ocorrer por pressão externa, posturas extremas durante anestesias para
cirurgias, durante o sono anormal (induzido por intoxicação exógena) e etc.
Choque elétrico
Esse tipo de lesão resulta de um contato de uma extremidade com fios de
alta tensão.
Injeção de drogas
Caso um indivíduo injete drogas próximo aos nervos ou até mesmo dentro
deles, uma lesão poderá ser causada. Os nervos mais atingidos desses casos
são o ciático e o radial.

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Sinais e sintomas
A lesão aguda tem como característica a perda
da sua função normal, e isso depende do tipo de
nervo lesado (motor ou sensorial) e do local da
lesão.
Caso o comprometimento seja muscular os
sintomas podem ser fraqueza ou paralisia. Se o
comprometimento for sensorial, os sintomas
podem ser a parestesia e a dor.

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Diagnóstico
A história clínica sugere qual o tipo de lesão
produzida sobre o nervo (tração, compressão,
isquemia, etc), porém um exame neurológico
detalhado é necessário para ajudar a localizar a
lesão.
As explorações eletrofisiológicas
(eletromiografia e eletroneurografia) podem
indicar o nível e tipo de lesão nervosa, distinguir
as lesões nervosas e musculares e seguir o
processo de reinervação.

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Reabilitação dos nervos periféricos
• Alongamentos
• Fortalecimentos
• Reeducação sensorial

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O papel do fisioterapia
Estudos mostram que uma intervenção precoce deve ser
realizada para uma boa recuperação funcional.
Nas lesões dos nervos periféricos deve –se manter a amplitude
de movimento, prevenir a retração de tecidos moles e a
instalação de deformidades, retardar a atrofia muscular por
desuso, reeducar os grupamentos musculares, diminuir a dor,
prevenir lesões secundárias às alterações e negligência
sensorial, reforçar a aprendizagem motora e sensorial no
córtex cerebral, avaliar e prescrever órteses quando
necessárias e orientações de treinamento para melhorar a
capacidade funcional. As condutas terapêuticas para alcançar
esses objetivos são os alongamentos, exercícios passivos, livres
e resistidos, treino de habilidades funcionais, facilitação
neuromuscular proprioceptiva, técnicas de liberação miofascial
e eletroterapia (TENS, FES, ultrassom e laser).

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Cuidados e restrições
Músculos desnervados entram em processo de atrofia e fibrose
rapidamente, por isso os alongamentos e exercícios de mobilização
devem ser realizados o quanto antes, para prevenção de complicações.
A atrofia também pode complicar o processo de reinervação futura,
por isso a prevenção é de extrema importância e deve ser um dos
cuidados mais importantes a serem tomados em pacientes com lesões
periféricas. Também é importante trabalhar para prevenir edemas,
pois um edema não tratado aumenta a dor, reduz a ADM e pode
auxiliar no desenvolvimento de fibrose.
Em pacientes com alterações sensitivas, deve-se ter um cuidado extra
em relação a realização de eletroterapia, pois o paciente pode não
sentir que o aparelho está muito quente ou forte demais e acabar
causando lesões.
Também é preciso tomar cuidado caso o paciente apresente parestesia
e tenha alteração na função do tato (diabéticos, por exemplo), pois
eles podem se machucar ou utilizar alguma órtese muito apertada e
não perceberem a pressão, podendo gerar lesões ou úlceras de
pressão.

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Cuidados e restrições
As lesões dos nervos periféricos podem causar
inúmeros problemas como alterações sensoriais,
dor, paresias e paralisias, alterando completamente
a realização de atividades funcionais e diminuindo
a qualidade de vida.
Porém, quanto antes se começar o tratamento
maiores as chances de recuperação. O tratamento
deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar
e a fisioterapia possui um grande papel na
reabilitação de lesões nervosas periféricas de
tratamento conservador ou cirúrgico, utilizando
técnicas de terapia manual, cinesioterapia
e eletroterapia.

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Fisiopatologia reumáticas
As doenças reumáticas são um problema de
saúde com impacto na qualidade de vida ao
comprometer as capacidades físicas, motoras e
afetar a pessoa até a nível psicológico e
social. As mulheres são o grupo mais
atingido por este tipo de doenças do foro
músculo esquelético que, com a longevidade,
tende a ganhar expressão.

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Lombalgia
Lidera a prevalência nacional a nível reumatológico com 26,4%, é uma
das razões que mais pessoas leva à consulta médica, mas não é uma
doença. A lombalgia é um sintoma.
Trata-se de uma dor muscular situada na zona lombar e que tem origens
diversas:
• Atitude postural deficiente;
• Movimento brusco;
• Esforço intenso;
• Hérnia discal;
• Artrose;
• Doença inflamatória como a espondilite;
• Doença infeciosa, como a brucelose. Fraturas de vértebras lombares,
como na osteoporose, podem ocorrer e, embora mais raramente,
pode ser a primeira manifestação de doenças malignas ou de
metástases ósseas de cancro.

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Tratamento
• O tratamento deste sintoma depende de um
diagnóstico preciso e varia segundo as causas,
de uma forma geral incluindo medicamentos
adequados à situação específica, tratamentos
locais, fisioterapia, hidroterapia e por vezes
cirurgia.

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Artrose
É a doença reumática mais frequente a nível mundial.
Também designada por osteoartrose, atinge sobretudo as
articulações dos joelhos, mãos, pés, anca e coluna. É uma
doença degenerativa que tem origem na cartilagem e
provoca dor, deformação óssea, limitação de movimentos
e incapacidade progressiva.
Alguns fatores de risco:
• Obesidade;
• Idade superior a 50 anos;
• Genética;
• Desgaste articular;
• Traumatismos repetidos.

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Tratamento
O tratamento pode incluir a toma de anti-
inflamatórios, analgésicos, fisioterapia, injeções
intra-articulares de anti-inflamatórios ou de
lubrificantes e a cirurgia com colocação de
próteses que anulam a dor e devolvem a
qualidade de vida perdida. Adotar hábitos de
vida saudável – perder peso, prática de
exercício moderado, repouso relativo, evitar
esforços e traumatismos repetidos também
aconselhável.

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Artrite reumatoide
A artrite reumatoide a principal e mais frequente
doença reumática inflamatória e pode levar a
deformações articulares, perda de função e
incapacidade extrema se não for tratada de forma
rápida e adequada.
Manifesta-se de forma habitualmente simétrica,
sobretudo nos punhos, mãos, tornozelos e pés que
se apresentam inflamados, com inchaço,
vermelhidão e dor. Está associada a uma resposta
imunitária desadequada de causa(s)
desconhecida(s) mas com maior incidência no sexo
feminino e na menopausa.

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Tratamento
Para além da dor, edema, vermelhidão ou
rigidez articular, podem surgir outros sintomas
como febre, fadiga, inflamação da membrana
cardíaca ou pulmonar, entre outros.
Apesar de não ter cura, existem tratamentos
que visam travar a sua evolução.

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Osteoporose
Resultado da fragilidade óssea devido ao baixo
nível de cálcio nos ossos, esta patologia pode ter
consequências graves, com o risco de fratura,
deformação (das vértebras) e incapacidade
motora. Não admira, portanto, que a
osteoporose apresente a taxa mais elevada de
mortalidade e morbilidade do grupo de doenças
reumatológicas.

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Tratamento
Embora assintomática antes de fratura, a dor
difusa e alterações na postura ou estatura
podem ser um indício da doença. O tratamento
engloba a toma de fármacos (analgésicos,
substituição hormonal e bisfosfonatos) e de
suplementos em cálcio e vitamina D.

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Reumatismos periarticulares
Este grupo inclui várias síndromes dolorosas que podem envolver os
tendões, músculos e tecidos moles e é o principal motivo de consulta
em Reumatologia.
• Podem dever-se a:
• Uso intenso e repetitivo da articulação (profissão, lazer, desporto);
• Lesões recorrentes.
Mas também podem surgir associados a patologias como:
• Artrite reumatoide;
• Espondilite anquilosante;
• Gota(artrite gotosa);
• Tendinites (inflamação dos tendões);
• Bursites (inflamação das bolsas de líquido sinovial que previnem o
atrito articular).

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Tratamento
Os principais sintomas deste problema são a
dor e limitação dos movimentos localizadas, a
associação a doenças reumáticas já existentes.
A observação e palpação pelo reumatologista
permite fazer o diagnóstico. O tratamento
consiste na correção dos fatores na sua origem,
fármacos para controlo da dor e fisioterapia se
necessário.

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Síndrome da fibromialgia
• A fibromialgia (FM) é uma síndrome dolorosa
crônica que se manifesta principalmente no
sistema músculo-esquelético.

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Sinais e sintomas
O sintoma presente em todos os pacientes é a dor
difusa e crônica, envolvendo o esqueleto axial e
periférico. Normalmente, pelo menos seis locais
estão envolvidos em pacientes com FM, que
podem incluir a cabeça, cada braço, o tórax, o
abdômen, cada perna, a parte superior das costas
e coluna vertebral e a parte inferior das costas e
coluna (incluindo as nádegas).
Em geral, os pacientes têm dificuldade para
localizar a dor e não conseguem especificar se a
origem é muscular, óssea ou articular. Pode ser
caracterizada como queimação, pontada, peso,
“tipo cansaço” ou como uma contusão.

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Os principais sintomas da fibromialgia são:

• Dor generalizada em todo corpo;


• Sensibilidade ao toque (muitos a referem que não podem
ser abraçados ou mesmo acariciados);
• Cansaço físico;
• Fadiga muscular;
• Rigidez mio-articular;
• Insônia ou sono não reparador (a pessoa acorda cansada,
com a sensação de que não dormiu);
• Dor de cabeça e tontura;
• Queimações e formigamentos;
• Problemas de memória e concentração;
• Alterações intestinais;
• Alterações no humor;
• Ansiedade;
• Depressão.

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