Você está na página 1de 2

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS


FACULDADE DE HISTÓRIA

DISCIPLINA: HISTÓRIA DA AMAZÔNIA III


PROFESSOR: DR. MAURÍCIO COSTA
ALUNO: ALAN DA SILVA DIAS

1ª AVALIAÇÃO

a) Discuta a relação entre modernização conservadora e políticas de desenvolvimento


para a Amazônia a partir da controvérsia em torno do empreendimento da Volkswagen
na região.

No contexto da ditadura civil-militar no Brasil, mais precisamente nas décadas de 1970


e 1980, além da Amazônia se tornar palco de investimentos econômicos e de aplicações
do capital estrangeiro, a região se tornou também alvo de debates e discussões pelo
mundo a respeito de sua preservação em meio a esse “desenvolvimento” econômico e
desse capital que vinha de alguns países como a Alemanha, resultando no processo de
globalização da Amazônia. Sendo uma das pautas no início dos governos militares, o
empreendimento de atrair e introduzir investimentos capitalistas na região, acabou
marcando um processo de internacionalização da economia da região. O exemplo mais
latente desse processo se mostra no polêmico e controverso agronegócio da fazenda de
criação de gado cristalino da empresa e fabricante alemã de veículos, Volkswagen,
estabelecida em 1973 na região do Araguaia. Esse empreendimento que é fruto da
política desenvolvimentista da ditadura, de uma busca por incorporar a região às redes
globais de comércios e de um entusiasmo geral pela modernização da Amazônia, fez
com que a montadora ganhasse grandes dimensões de terras e isenções de impostos para
desmatar e queimar a floresta nos anos de 1970 para implementar um sistema pecuário
de exportação de carne bovina. Esses grandes projetos, como a fazenda da Volkswagen,
foram concebidos e estabelecidos naquilo que entende-se como “modernização
colonizadora”, que é um tipo de desenvolvimento econômico e social durante a ditadura
civil-militar no Brasil que incentivava a introdução de investimentos estrangeiros no
país nos mais diversos setores, mas também garantia a proteção desses projetos de
qualquer reivindicação e pressão social, impedindo qualquer tipo de ação que
obliterasse a aplicação e expansão desses empreendimentos, quer seja por questões
ambientais ou sociais. Dessa Forma, mesmo que a Amazônia tivesse se tornado nesse
mesmo período o centro de críticas de grupos socias que tinham como pauta a
sustentabilidade e preservação da região, a relação entre a modernidade conservadora e
esses empreendimentos formavam um elo que blindava e servia como pretexto para o
estabelecimento desses investimentos nesse período.

Você também pode gostar