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Camila Távora e Érica Batalha EMERGÊNCIA

AULA 07: AVALIAÇÃO RADIOLÓGICA NO TRAUMA


● Momento de solicitação: durante a avaliação primária do ATLS
● Auxiliam na avaliação da respiração e da ventilação
● Ajudam a localizar o sangramento

Hey! Lembrar de avaliar a imagem de perto e de longe.

RX DE TÓRAX

AVALIE SEGUINDO O MNEMÔNICO “ABCDE”

A → VIAS AÉREAS (TRAQUEIA E BRÔNQUIOS)


B → BREATHING (PARÊNQUIMA PULMONAR)
C → CIRCULAÇÃO (MEDIASTINO)
D → DIAFRAGMA
E → ESTRUTURAS ÓSSEAS E EXTRAS

RRX em AP (INCIDÊNCIA ANTEROPOSTERIOR) .


VISÃO GERAL
ETAPA 1: Confirmar que o filme que está sendo examinado é o do seu doente.
ETAPA 2: Procurar, rapidamente, indícios da existência de anormalidades.
ETAPA 3: Usar os dados de exame físico para focalizar a revisão da radiografia de tórax + utilizar os achados
dessa radiografia para enriquecer o exame físico futuro.

A - VIA AÉREA (TRAQUEIA E BRÔNQUIOS)


ETAPA 1: Checar trajeto retilíneo da traqueia (a coluna
de ar deve ficar sobre as 3 primeiras apófises
espinhosas)
ETAPA 2: Avaliar a presença de ar no espaço
intersticial ou pleural, o que pode representar uma
lesão traqueobrônquica
ETAPA 3: Avaliar a presença de lacerações traqueais
que podem apresentar-se como pneumomediastino,
pneumotórax, enfisema subcutâneo e intersticial do
pescoço ou pneumoperitônio.
ETAPA 4: Avaliar a possível presença de ruptura
brônquica
Hey! Causas de desvio da traqueia:
● Pneumotórax hipertensivo
● Hemotórax maciço
● E o “mais comum”: paciente fez a radiografia
rotacionado, causando um “aparente desvio”

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B - BREATHING (PARÊNQUIMA PULMONAR)
ETAPA 1: O primeiro passo é checar os seios costofrênicos:
Se livres → ausência de líquido na cavidade
Se presença de borramento → hemotórax
ETAPA 2: Depois, olhamos para os ápices pulmonares →
verificar se há presença de ar entre a pleura visceral e a
parede torácica (indicativo de pneumotórax)
ETAPA 3: Por último avaliamos os campos pulmonares →
procurar infiltrado de padrão algodonoso (indicativo de
contusão pulmonar)

C – CIRCULAÇÃO (MEDIASTINO)
ETAPA 1: Avaliar normalidade ou alargamento do mediastino → a crossa da aorta não deve ultrapassar o bordo
mediastinal
ETAPA 2: Avaliar área cardíaca (raramente alterada em casos de trauma, ocorre mais em condições crônicas)
ETAPA 3: Avaliar a presença de ar ou de sangue que pode deslocar estruturas mediastinais, borrar os limites
entre planos teciduais ou delineá-los com faixas de maior radiotransparência (ar) ou radiopacidade (sangue).

Hey! Princípio de Felson → Não é possível a diferenciação e a determinação do contorno de corpos que
possuem a mesma densidade e estão no mesmo plano.

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D - DIAFRAGMA
ETAPA 1: Avaliar cuidadosamente o diafragma e as cúpulas
diafragmáticas à procura de:
● Elevação anormal → pode elevar-se até o 4º espaço
intercostal na expiração completa)
● Ruptura (bolha de ar gástrica ou sonda nasogástrica
acima do diafragma).
● Identificação difícil (cúpula frênica irregular ou obscura)
devido à superposição de líquidos ou de partes moles.
ETAPA 2: Procurar alterações radiológicas sugestivas de
lesões

E – ESQUELETO E EXTRAS
ETAPA 1: Avaliar a clavícula à procura de evidências de:
a) Fratura
b) Lesão associada → lesão de grandes vasos
ETAPA 2: Avaliar a escápula à procura de evidências de:
a) Fratura
b) Lesão associada → lesão de vias aéreas ou de grandes vasos, contusão pulmonar
ETAPA 3: Avaliar da primeira à terceira costela à procura de evidências de:
a) Fratura
b) Lesão associada → pneumotórax, lesões de vias aéreas principais ou de grandes vasos.
ETAPA 4: Avaliar da quarta à nona costela à procura de evidências de:
a) Fratura, especialmente em dois pontos de duas ou mais costelas contíguas
b) Lesão associada → pneumotórax, hemotórax, contusão pulmonar
ETAPA 5: Avaliar da nona à décima segunda costelas à procura de evidências de:
a) Fratura, especialmente em dois ou mais pontos
b) Lesão associada → pneumotórax, contusão pulmonar, lesão esplênica, lesão hepática e/ou renal.
ETAPA 6: Avaliar a junção manúbrioesternal e o corpo do esterno em busca de evidências de fratura ou
luxações (no RX em AP, uma fratura de esterno pode ser confundida com hematoma mediastinal)
ETAPA 7: Procurar lesões associadas → contusão miocárdica, lesão de grandes vasos (alargamento
mediastinal)

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PARTES MOLES
● Avaliar quanto a:
a) Deslocamentos ou interrupção de planos teciduais
b) Evidências de enfisema de partes moles

DRENOS E CATETERES
● Avaliar a introdução e o posicionamento do(s):
a) Tubo endotraqueal
b) Drenos do tórax
c) Catéteres venosos centrais
d) Sonda nasogástrica
e) Outros dispositivos de monitoração

INCIDÊNCIA LATERAL - PERFIL .


Indicação: visualizar fraturas do esterno ou do manúbrio
Na ocorrência de fraturas: transição da linha manúbrio-esternal não é contígua

CASOS CLÍNICOS .
CASO O1
Pneumotórax em PE. Observe a região radiolúcida no ápice do PE

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CASO 02
Hemotórax maciço.
Observe o princípio de Felson em ação: não conseguimos diferenciar o coração do sangramento, pois são
estruturas de densidade semelhantes no mesmo plano.

CASO 03
Contusão pulmonar no PD. Observe a lesão radiopaca em pulmão direito, que junto a história de trauma
corrobora para o dx de contusão pulmonar.

RX DE COLUNA CERVICAL - PERFIL

AVALIE SEGUINDO O MNEMÔNICO “ABCDE”

A → ADEQUAÇÃO E ALINHAMENTO
B → BONES (OSSOS)
C → CARTILAGENS
D → DENTE DO ÁXIS
E → EXTRA AXIAIS

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A – ADEQUAÇÃO E ALINHAMENTO
● Avaliar a adequação: identificar as 7 vértebras cervicais e a face superior de T1.
● Identificar alinhamento de:
Linha anterior dos corpos vertebrais → A
Linha posterior dos corpos vertebrais (anterior do canal medular ) → B
Linha posterior do canal medular → C

B – BONES (OSSOS)
Examinar os ossos → preservação da altura e integridade do córtex, facetas e processos espinhosos
a) Examinar todas as vértebras para verificar a preservação da altura e a integridade da córtex óssea
b) Examinar as facetas
c) Examinar os processos espinhosos

C – CARTILAGENS
● Avaliar as cartilagens
● Examinar os espaços dos discos cartilaginosos para identificação de estreitamento ou de alargamento.

D – DENTE (= PROCESSO ODONTOIDE) DO ÁXIS


● Examinar as linhas do processo odontóide
● Examinar o espaço anterior do processo odontóide (3mm)
● Examinar o clivus: referência radiológica de protuberância do crânio.
Normalmente, o processo odontoide deve apontar para ela → Se não
estiver apontando: fratura!

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E – EXTRA-AXIAIS
● Avaliar as partes moles extra-axiais
● Examinar o espaço extra-axial e as partes moles
7mm até C3
3cm até C7
● Examinar a distância entre os processos espinhosos

CASOS CLÍNICOS .
CASO O1
Lesão GRAVE! Deslocamento do corpo vertebral de C6 para o canal medular e perda do disco intervertebral

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CASO O2
Fratura grave de C7 com fragmento ósseo solto e invasão importante do canal medular → trauma
raquimedular

RX TRANSORAL - AP

● Preferível para visualização do processo odontóide


● Lateralmente ao processo odontóide, existem duas massas ósseas (maciços) que se articulam com ele e
são responsáveis pelo movimento de rotação do pescoço, elas terminam junto do bordo lateral do corpo
vertebral
● Pode ocorrer fratura do corpo vertebral de C1, através de compressão axial (ex: capotamento de
automóveis) → lesão instável que leva ao afastamento dos maciços em relação aos corpos vertebrais

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RX DE COLUNA TORÁCICA E LOMBAR

AVALIE SEGUINDO O MNEMÔNICO “ABCDE”

A → ADEQUAÇÃO E ALINHAMENTO
B → BONES (OSSOS): SIMETRIA DOS PEDÍCULOS
C → CONTORNO DOS CORPOS VERTEBRAIS
D → ALTURA DOS ESPAÇOS DISCAIS
E → POSIÇÃO CENTRAL DOS PROCESSOS ESPINHOSOS

INCIDÊNCIA ANTEROPOSTERIOR- AP .

INCIDÊNCIA LATERAL - PERFIL .

AVALIE:

A → ALINHAMENTO E ANGULAÇÃO DA COLUNA


B → BONES (OSSOS): CONTORNO DOS CORPOS VERTEBRAIS
C → PRESENÇA DE ESPAÇOS DISCAIS
D → INTRUSÃO DO CORPO VERTEBRAL NO CANAL MEDULAR

Hey! A última vértebra da qual sai um arco costal é a T12. Abaixo


dela temos L1.

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CASOS CLÍNICOS .
CASO O1
Lesão de L1 com deslizamento e intrusão do canal medular → trauma raquimedular

RX DA PELVE - AP

AVALIE:
1. DISTÂNCIA DA SÍNFISE PÚBICA
2. AVALIAÇÃO DOS CONTORNOS ÓSSEOS
3. CABEÇA DO FÊMUR E ACETÁBULO
4. JUNÇÃO DO SACRO COM O ILÍACO

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CASOS CLÍNICOS .
CASO O1
Afastamento da sínfise púbica → fratura

CASO O2
GRANDE afastamento da sínfise púbica → fratura em livro aberto

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