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Avaliação Sócio-afetiva: Autoridade

x Autoritarismo

22 JUL

Mandar os alunos para a diretoria pode parecer a


principio a melhor solução. O caminho sugerido por especialista na área sugere outro:
dialogar sempre, ouvindo as partes e demonstrando respeito pelos valores de cada
um.  Quando o professor coloca o aluno pra fora ele está deixando de exercer sua
autoridade. O aluno não difere em nada dos nossos filhos no quesito, ” querer chamar
atenção”. Quando um filho faz algo que não combina com as regras estabelecidas por você,
o que você faz? O coloca pra fora de casa, encaminha para os avós, chama a polícia?   Não!
Você como bom pai ou boa mãe, vai falar com autoridade, olhando nos olhos dele, dizer
onde errou e porque vai receber a punição imposta por você. (Que na maioria das vezes é
tirar algo que ele gosta de fazer, tais como: jogar videogame, ficar sem jogar bola com os
amigos, não dar dinheiro pra fazer um passeio que estava programado, ficar sem assistir a
televisão por algumas horas etc.)  Esse é o preço que seu filho vai pagar por ter quebrado as
regras e não ter respeitado sua autoridade. Ao deixar de exercer sua autoridade, o aluno
perde o respeito por você. Lembre-se que na sala de aula, a autoridade é você. Quando um
aluno é colocado com muita frequência pra fora, ele vai continuar sendo indisciplinado,
porque  ficar fora da sala de aula sem fazer nada,  é o que ele quer. E quanto mais ele ficar
sem fazer as atividades ou deixa de ouvir as explicações do professor sobre o conteúdo
proposto, enquanto estava fora da sala de aula, menos ele aprende e mais desmotivado pra
estar naquela disciplina ele fica. Então ele vai fazer qualquer coisa pra ser colocado pra fora
da sala novamente. Cria-se um círculo vicioso. A direção pouco pode fazer nesses casos,
principalmente porque a maioria desses alunos os pais são ausentes em sua educação e na
escola. Convocados poucos aparecem e na maioria das vezes alguns pais são piores que os
filhos no quesito educação e respeito.  E esse aluno sabe disso. Todo filho sabe o pai e mãe
que tem… A maioria dessas crianças que você professor coloca pra fora, já são
marginalizados em sua casa, na rua, na sociedade.  O professor tem que ter um novo olhar
pra esse aluno problema e perceber que,  mais que tudo , o que ele quer é também quer
chamar sua atenção.  Ele talvez está te enviando uma mensagem, ‘ Olha pra mim, me ajude!
Eu não estou feliz!.  Ele não diz, mas na maioria das vezes está implícito em suas
atitudes.  Como o filho mais velho, que tem ciúmes do irmão mais novo,  que é o centro das
atenções da família, o queridinho(a) do papai e da mamãe.  Então o que ele faz? Começa a
bater no irmão menor, a destruir seus brinquedos, comer o alimento que estava separado
para ele… pra que você note que ele também faz parte da família.  Aluno também quer
carinho atenção e  respeito. Assim como você professor quer e merece ser respeitado.
Professor tem que ter muito cuidado com o que fala e como se dirigir ao aluno.  Ainda
acredito muito nas três “palavrinhas mágicas”,” por favor”, “licença” e “obrigado”.  Procure
detectar as dificuldades de aprendizagem do seu aluno.  Enquanto educadora em uma
escola de periferia em Leme eu  dava aulas de reforço de matemática. Lá no fundo da sala
percebi um aluno apático, que não desenvolvia as atividades. Não era indisciplinado.
Somente ficava lá no fundo quietinho e não se socializava com as outras crianças, não se
sentava em nenhum grupo pra resolver as atividades. Então eu me sentei ao lado dele e
perguntei qual era sua dificuldade em relação as atividades proposta e porque não estava
resolvendo as questões. Deixei claro que estava ali se ele precisasse de mim.  Naquele dia
não obtive nenhuma resposta, nenhum olhar, nenhum sorriso. Era como se estivesse
falando com as paredes.  Procurei informações a respeito desse aluno com outros colegas
professores da sala de aula dele. Descobri que esse aluno tinha dificuldades pra ler.  Que ele
lia de “soquinho”, parando no meio da frase. Como eu estava dando problemas com fração,
quando ele chegava no final da leitura do problema, não sabia interpretá-lo.  No dia
seguinte levei um gibi do meu filho e me sentei ao lado dele e comecei a ler a historinha do
gibi. Não preciso dizer que naquele dia foi aula de leitura. Os outros alunos vendo o
Francisco sorrir, foram se chegando e se sentando a minha volta. Animada com aquele
sorriso, no dia seguinte levei três livros  sobre  abelhas, que explicava como funcionava a
colmeia e a  comunidade delas. Uma história que sempre me fascinou.  Deu o sinal e eu não
havia terminado o terceiro livro. Olhei pra ele e perguntei se gostaria de levar pra casa pra
terminar de ler. Disse que no dia seguinte teria que me contar o final da história, porque
também estava curiosa pra saber como terminava. Pra minha surpresa o aluno Francisco
havia lido duas páginas do livro, no outro dia mais três e em menos de quatro dias havia
terminado o livro. Quis outros. E outros,  e mais outros. E no final descobriu-se que era
também ótimo em matemática ficando entre os primeiros alunos da sala nesse conteúdo e
em português, no final do ano.  É desse tipo de avaliação diagnóstica que estou
falando. Interprete o que não está escrito, como bom educador que é. Para ser um bom
professor primeiramente você deve amar seus alunos, acima dos méritos de sua profissão.
Não seja aquele professor firmado no cargo, autoritário que para ser respeitado se opõem as
críticas e dúvidas do aluno. Seja humilde, aprenda a aprender, afinal não somos os
detentores do saber apenas conduzimos o aluno de maneira mais rápida a ele.  O bom
professor dá uma boa aula não porque recebe um bom salário, ou porque é valorizado e
reconhecido, mas porque tem consciência de sua importância na formação do educando
que está sob sua responsabilidade enquanto educador.. A motivação do bom profissional
vem da consciência de sua importância na vida das pessoas. (Lucinharib)

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