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Segundo a perspetiva utilitarista, a única coisa desejável por si mesma é

(A) a felicidade.

(B) o dever.

(C) a boa vontade.

(D) a justiça.

Considere o caso seguinte.

Um agressor apoderou-se de um tanque de guerra e manifestou publicamente a intenção de matar


centenas de pessoas. Fez ainda um refém inocente, que mantém no tanque, usando-o como escudo
humano. Destruir o tanque, matando o agressor e o refém, é a única alternativa capaz de evitar a morte de
centenas de pessoas.

De acordo com a ética de Mill, num caso como o apresentado,

(A) é obrigatório abstermo-nos de agir.

(B) é permissível abstermo-nos de agir.

(C) é obrigatório destruirmos o tanque.

(D) é proibido sacrificarmos inocentes.

Mill considera que a avaliação moral das ações deve ser feita

(A) em função da felicidade dos outros.

(B) de acordo com os motivos do agente.

(C) em função da felicidade do agente.

(D) de acordo com as suas consequências.

Imagine que o Luís precisa urgentemente de medicamentos e que a única maneira de os conseguir é pedir
dinheiro emprestado a um amigo rico, sem ter a intenção de lho pagar. Neste caso, o Luís decidiu adotar a
máxima «faz promessas enganadoras quando não há outra forma de resolver os teus problemas pessoais».

Esta máxima pode ser usada para fazer uma crítica à ética kantiana, dado ser razoável argumentar que a
máxima

(A) não é imoral, ainda que não seja racional querer universalizá-la.

(B) é imoral, ainda que venha a ter aprovação dos agentes envolvidos.

(C) não é imoral, embora seja um imperativo categórico condicional.

(D) é imoral, embora dê prioridade às consequências da ação.


De acordo com Mill,

(A) os prazeres físicos e sensuais nem sempre são inferiores.

(B) apenas os animais têm prazeres inferiores.

(C) devemos renunciar aos prazeres inferiores para não nos rebaixarmos à condição animal.

(D) são superiores os prazeres preferidos por quem tem competência para os apreciar.

Suponha que os valores apresentados nas situações A e B indicam o acesso aos bens primários dos

Indivíduo 1 Indivíduo 2
Situação A 4 4
Situação B 5 6

De acordo com Rawls,

(A) a situação A é preferível, porque nenhum dos indivíduos é desfavorecido.

(B) a situação B é preferível, porque o total de acesso a bens e de felicidade dos dois indivíduos é maior.

(C) a situação A é preferível, porque os dois indivíduos têm oportunidades iguais.

(D) a situação B é preferível, porque o acesso aos bens primários do indivíduo menos favorecido é
superior

A crítica de Nozick à teoria da justiça de Rawls põe em causa

(A) o princípio da diferença.

(B) o princípio da liberdade.

(C) a existência de direitos de titularidade.

(D) a existência de direitos invioláveis.

Na teoria da justiça de Rawls, o princípio da liberdade igual tem prioridade sobre o princípio da diferença.
Aceitar esta prioridade implica aceitar que

(A) as liberdades não podem ser negadas mesmo que impeçam a criação de riqueza que beneficiaria

os menos favorecidos.

(B) os incentivos ao crescimento da riqueza envolvem sempre o risco de serem negadas liberdades aos

menos favorecidos.

(C) as liberdades são indispensáveis à melhoria crescente do rendimento dos menos favorecidos.

(D) os incentivos ao crescimento da riqueza apenas limitam as liberdades dos menos favorecidos.
O caso seguinte serve para testar a teoria da justiça de Rawls.

Um indivíduo sofre de graves deficiências mentais, e um outro tem um grande talento matemático.
Estando satisfeitas as necessidades materiais de ambos, a sociedade dispõe de recursos adicionais que
permitem ajudar apenas um deles. Desse modo, ou o indivíduo com graves deficiências mentais terá um
apoio educativo suplementar, que não irá melhorar significativamente a sua vida, ou será proporcionada
uma educação superior ao indivíduo com talento matemático, que dela retirará a grande satisfação de
desenvolver todas as suas potencialidades nesse domínio.

Quem, contra Rawls, defender a opção de ajudar o indivíduo com talento matemático estará a pôr em
causa

(A) a existência de bens sociais primários.

(B) o dever de imparcialidade.

(C) o princípio da diferença.

(D) o princípio da igualdade de oportunidades.

De acordo com a ética de Kant, temos a obrigação de respeitar os princípios seguintes:

– Nunca se deve violar contratos.

– Nunca se deve quebrar promessas.

Suponha que alguém prometeu fazer algo, não se apercebendo de que isso implicava violar um contrato.
Que problema levantaria este caso à ética de Kant?

(A) O primeiro princípio deverá ser desrespeitado, pois tem menos força do que o segundo.

(B) O segundo princípio deverá ser desrespeitado, pois tem menos força do que o primeiro.

(C) Os dois princípios deixam de ter importância moral, pois mostram não ser universalizáveis.

(D) O conflito de princípios é irresolúvel, pois ambos constituem proibições absolutas.

No texto seguinte, é apresentada uma crítica à perspetiva de Rawls.

E se […] algumas pessoas preferissem apostar? E se vissem a vida como uma lotaria e quisessem certificar-
se de que haveria algumas posições muito atrativas para ocupar na sociedade? Em princípio, os jogadores
estão dispostos a correr o risco de ficarem pobres se, em contrapartida, tiverem a hipótese de serem
extremamente ricos. [...] Rawls acreditava que as pessoas sensatas não desejariam apostar as suas vidas
desta maneira. Talvez estivesse enganado a este respeito.

N. Warburton, Uma Pequena História da Filosofia, Lisboa, Edições 70, 2012, p. 228. (Texto adaptado)

O propósito do texto é mostrar que, na posição original,

(A) todos queremos obter as posições mais atrativas.

(B) nem todos iriam aplicar a regra maximin.

(C) seria sensato melhorar a pior posição social.

(D) todos estamos dispostos a arriscar.


Em Uma Teoria da Justiça, Rawls defende que

(A) a justiça é independente da distribuição da riqueza, mas não da liberdade.

(B) a justiça consiste apenas em todos terem idênticas oportunidades e expectativas.

(C) as distribuições desiguais da riqueza são proibidas pelo princípio da diferença.

(D) o princípio da liberdade tem prioridade sobre os outros princípios da justiça.

Segundo Kant, a máxima de que devemos diminuir os outros para ver reconhecida a nossa superioridade
não está de acordo com o imperativo categórico, tal como é apresentado na fórmula da lei universal,
porque

(A) a sua adoção por todos os agentes teria consequências negativas.

(B) não tem em conta o interesse próprio de todos os agentes.

(C) a sua adoção universal anularia o nosso sentimento de igualdade.

(D) não é possível universalizá-la sem que ela se anule a si mesma.

De acordo com Kant, uma pessoa que, motivada pela obediência a um mandamento da religião que
professa, dá assistência a quem vive numa situação de pobreza

(A) não tem, neste caso, uma vontade autónoma.

(B) age, neste caso, por respeito à lei moral.

(C) age, neste caso, apenas por dever.

(D) é uma pessoa que, neste caso, se autodetermina.

A maximização da utilidade, defendida por Mill, obriga a

(A) considerar imparcialmente o bem de cada pessoa.

(B) dar prioridade às pessoas que nos são mais próximas.

(C) satisfazer apenas o nosso interesse próprio racional.

(D) valorizar mais a comunidade do que o indivíduo.

Uma das finalidades do princípio da diferença, proposto por Rawls, é

(A) dar as mesmas liberdades a todas as pessoas.

(B) eliminar todas as diferenças sociais.

(C) reduzir os efeitos da lotaria social.

(D) preservar algumas diferenças individuais.


Suponha que a sociedade dispõe de uma quantia destinada a financiar a preparação de dois atletas para os
jogos olímpicos. Os dois atletas têm o mesmo nível de talento e de capacidades e a mesma motivação para
as usar. De acordo com a teoria da justiça de Rawls, estes atletas devem ter a mesma expectativa de
sucesso, independentemente da classe social de origem. Por isso, a quantia destinada a financiar a
preparação de ambos para os jogos olímpicos deve ser dividida pelos dois em partes iguais.

Identifique o princípio de justiça, proposto por Rawls, em nome do qual a solução apresentada é a correta.
(Resposta: princípio da oportunidade justa)

Considere o caso seguinte.

A Maria sempre gostou muito de crianças e chegou a pensar em trabalhar como voluntária numa
associação de apoio a crianças doentes, mas acabou por concluir que seria muito difícil conciliar esse
trabalho com os estudos. Entretanto, ela soube que o voluntariado era muito valorizado nas entrevistas de
emprego. Por essa razão, decidiu contactar uma conhecida associação de apoio a crianças doentes e
conseguiu ser admitida, passando a conciliar o trabalho de voluntariado com os estudos. Pela sua
dedicação e pela sua simpatia, a Maria destacou-se desde o primeiro momento como uma das voluntárias
favoritas das crianças e das famílias.

O apoio dado pela Maria às crianças doentes e às suas famílias tem valor moral?

Na sua resposta, deve:

‒ clarificar o problema filosófico inerente à questão formulada;

‒ apresentar inequivocamente a sua posição;

‒ argumentar a favor da sua posição.


(1º Fase 2019)

Considere o caso seguinte.

O José é um bom aluno, mas sente-se inseguro quando tem de utilizar fórmulas memorizadas. Ao ser
informado de que o enunciado do teste final de Física não iria incluir uma lista com as fórmulas, decidiu
levar uma pequena cábula com as fórmulas mais complexas, para o caso de se esquecer de alguma. Ainda
assim, o José acabou por não usar a cábula, errando algumas fórmulas, pois teve receio de ser apanhado a
copiar.

Será que, de acordo com Kant, a decisão do José tem valor moral? Justifique a sua resposta. (2ª Fase 2019)

Leia o texto seguinte.

Uma pessoa, por uma série de desgraças, chegou ao desespero [...]. A sua máxima […] é a seguinte: Por
amor de mim mesmo, admito como princípio que, se a vida, prolongando-se, me ameaça mais com
desgraças do que me promete alegrias, devo encurtá-la. [...] Vê-se então [...] que uma natureza cuja lei
fosse destruir a vida em virtude do mesmo sentimento cujo objetivo é suscitar a sua conservação se
contradiria a si mesma.

I. Kant, Fundamentação da Metafísica dos Costumes, Lisboa, Edições 70, 1986, p. 63.

1.1. Explique como Kant, recorrendo à fórmula da lei universal do imperativo categórico, condena o

suicídio. (1ª Fase 2018)

1.2. Segundo Kant, uma pessoa que, nas circunstâncias descritas no texto, optasse pelo suicídio agiria de

modo autónomo ou heterónomo? Justifique a sua resposta. (1ª Fase 2018)

Acerca da posição original, Rawls afirma:

O objetivo da posição original é excluir aqueles princípios que seria racional tentar fazer aprovar [...] em
função do conhecimento de certos dados que são irrelevantes do ponto de vista da justiça.

J. Rawls, Uma Teoria da Justiça, Lisboa, Editorial Presença, 2001, p. 38 (texto adaptado).

Explique a afirmação de Rawls. Na sua resposta, dê pelo menos um exemplo de dados irrelevantes na
escolha dos princípios da justiça. (1ª Fase 2018)

Leia os dois textos seguintes, um de Kant e outro de Mill.

Aquele que diz uma mentira, por muito bem-intencionado que possa ser, tem de ser responsável pelas suas
consequências […], ainda que estas possam ter sido imprevisíveis; pois a veracidade é um dever que tem de
ser entendido como a base de todos os deveres decorrentes de um contrato, cuja lei se torna incerta e
inútil caso se admita a menor exceção. Por conseguinte, ser verídico (honesto) em todas as declarações é
um mandamento sagrado da razão […].

I. Kant, «Sobre um Suposto Direito de Mentir por Amor à Humanidade», in A Paz Perpétua e Outros
Opúsculos, Lisboa, Edições 70, 1989, pp. 175-176 (texto adaptado).

Todos os moralistas reconhecem que mesmo a regra de dizer a verdade, sagrada como é, admite a
possibilidade de exceções, verificando-se a principal quando ocultar um facto (por exemplo, ocultar
informação a um malfeitor ou más notícias a uma pessoa muito doente) iria salvar uma pessoa
(especialmente uma pessoa que não nós próprios) de um mal maior e imerecido, e quando só é possível
realizar a ocultação negando a verdade.

J. S. Mill, Utilitarismo, Porto, Porto Editora, 2005, p. 63 (texto adaptado).

Confronte as posições de Kant e de Mill, expressas nos textos anteriores, acerca da regra de dizer a
verdade.

Na sua resposta, integre adequadamente a informação dos textos. (2ª Fase 2018)
Atente no problema apresentado no caso seguinte.

Circulam já alguns automóveis autónomos, ou seja, capazes de se conduzirem a si próprios. As empresas


envolvidas na produção de automóveis autónomos têm feito grandes progressos, e os problemas
tecnológicos levantados pela exigência de autonomia estão quase resolvidos. Subsiste, todavia, um
problema ético: os automóveis autónomos podem ser programados para, em caso de acidente iminente,
darem prioridade à segurança dos seus passageiros ou, em alternativa, darem prioridade à minimização do
número total de vítimas.

Qual das duas programações referidas seria adotada por um defensor da ética de Mill? Justifique. (1ª Fase
2017)

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