O documento discute a importância da ergonomia vocal no trabalho, definindo-a como a aplicação dos conceitos da ergonomia para prevenir disfonias causadas por fatores ocupacionais. Profissionais como teleatendentes têm demanda vocal intensa sem sempre condições adequadas, levando a riscos de lesão nas pregas vocais similares à LER. A ergonomia vocal busca adaptar o ambiente de trabalho para proteger a saúde vocal dos trabalhadores.
O documento discute a importância da ergonomia vocal no trabalho, definindo-a como a aplicação dos conceitos da ergonomia para prevenir disfonias causadas por fatores ocupacionais. Profissionais como teleatendentes têm demanda vocal intensa sem sempre condições adequadas, levando a riscos de lesão nas pregas vocais similares à LER. A ergonomia vocal busca adaptar o ambiente de trabalho para proteger a saúde vocal dos trabalhadores.
O documento discute a importância da ergonomia vocal no trabalho, definindo-a como a aplicação dos conceitos da ergonomia para prevenir disfonias causadas por fatores ocupacionais. Profissionais como teleatendentes têm demanda vocal intensa sem sempre condições adequadas, levando a riscos de lesão nas pregas vocais similares à LER. A ergonomia vocal busca adaptar o ambiente de trabalho para proteger a saúde vocal dos trabalhadores.
Ergonomia vocal - Um novo conceito em saúde no trabalho
Atualmente, as empresas, abordando a totalização da qualidade de vida no trabalho, focam no
bem estar geral do trabalhador. Um dos focos em saúde ocupacional que preocupa os setores de prevenção é o relacionado à voz. As alterações na qualidade vocal (disfonias) estão mais evidentes, já que a demanda de cargos com exigência em comunicação verbal aumenta a cada dia. O Telemarketing que, de acordo com a pesquisa de 2001 da ABT – Associação Brasileira de Telemarketing – cresce cerca de 30% ao ano, está entre os setores que mais se utiliza desses profissionais. Teleoperadores, vendedores, secretárias, professores e instrutores são algumas das categorias de profissionais, chamados de profissionais da voz, cuja demanda vocal é intensa ou excessiva e nem sempre executada em condições favoráveis. Sabemos o quanto as alterações vocais podem estar relacionadas aos fatores individuais, mas também àqueles extrínsecos ao profissional da voz, principalmente correlacionados ao uso vocal ocupacional: temperatura e umidade ambiental, postura corporal, agentes químicos, ruído ambiental, turno de trabalho, fatores de estresse, características vocais necessárias para o trabalho (intensidade ou uso prolongado, por exemplo), são alguns deles. Por outro lado, conhecemos a Ergonomia como uma ciência interdisciplinar que compreende a fisiologia e a psicologia do trabalho, cujo objetivo prático é a adaptação do posto, instrumentos, máquinas e equipamentos, turno e meio ocupacional ao homem, em busca de seu bem estar e rendimento (GRANDJEAN, 1968). Sendo assim, se amplia para todos os fatores do ambiente de trabalho que interfiram na execução perfeita das atividades e, portanto, comprometa a saúde do trabalhador. Apesar dessa abrangência, vem sendo usada com maior amplitude em saúde corporal, prevenindo a LER/DORT. Podemos, então, incluir no escopo da Ergonomia as atitudes focadas na prevenção da disfonia desencadeada por fatores ocupacionais, aplicando-se seus conceitos às questões da saúde vocal. Com esse olhar, sabendo o quanto as empresas se beneficiam ao empregar as noções de ergonomia focadas em voz, propomos o conceito de “Ergonomia Vocal” (Vilkman, 2000). Compreendendo melhor tal conceito, seria importante explicarmos a fisiologia da fonação, verificando sua relação com a ergonomia. Produzimos nossa voz através de múltiplas vibrações entre as pregas vocais, que se tocam rapidamente. Para se ter uma idéia do que estamos falando basta fazermos um cálculo. Consideremos uma mulher que trabalhe 8 horas por dia executando uma tarefa que dependa do uso da fala. As pregas vocais femininas têm uma vibração média de 200Hz, ou seja, 200 vezes por segundo. Se esta profissional tem uma voz produzida à 200 vibrações por segundo e fala 50% do turno de trabalho, então suas pregas vocais realizam cerca de 2.800.000 vibrações durante esse tempo. Sabendo que as vibrações são colisões entre esses órgãos, entendemos o risco de desenvolvermos alterações da voz quando o uso vocal não se dá em condições adequadas. Pensamos, então, num paralelo entre LER e Disfonia (Vilkman, 2000). Um indivíduo pode desenvolver lesões musculares de braços por realizar repetidos movimentos em seu trabalho, relacionado às condições inadequadas pela postura, mobiliário, etc. A disfonia também pode ser entendida como ocasionada por esforços repetitivos, já que o transtorno vocal pode advir de esforço similar, pelas milhares vibrações das pregas vocais produzidas ao longo do turno de trabalho. Como a LER, a disfonia em profissionais da voz relaciona-se aos movimentos repetidos em condições de mal uso ou abuso vocal no trabalho, necessitando de ações ambientais amplas que favoreçam o uso vocal ocupacional. Cabe ressaltar que os riscos vocais não são inerentes apenas ao uso da voz em condições de trabalho. Outros fatores de saúde e conscientização geral do indivíduo estão envolvidos. Mas, se o risco ocupacional existe, a utilização da Ergonomia com foco em voz – Ergonomia Vocal – na empresa, desenvolvendo atitudes organizacionais que previnam as disfonias associadas ao trabalho, é uma ação evidente e emergencial.
Ana Elisa Moreira Ferreira e Vivian de Oliveira Santos Silva