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A R T I G o

Simulação da Extrusão de PEAD


e de Blendas de PEAD/PELUAPM
Utilizando Diferenças Finitas
Rosario E. S. Bretas e Carlos J. F. Granado*

Resumo: A equação constitutiva de Criminale-Ericksen-Filbey (CEF) foi utilizada para calcular oponto de operação
para a extrusão de polietileno de alta densidade (PEAD) de diferentes pesos moleculares ede suas blendas com
polietileno linear de ultra alto peso molecular (PELUAPM). A viscosidade dependente da taxa de cisalhamento e o
coeficiente da primeira diferença de tensões normais foram obtidos apartir de dados experimentais de um reômetro
capilar. A equação característica da rosca foi calculada utilizando o método de diferenças finitas centrais. Para
comparar, essa equação foi também calculada utilizando a equação da lei das potências. A equação característica da
matriz foi obtida apartir da lei das potências. À temperaturas menores, aequação de CEFproporcionou melhores resultados.

Palavras-Chave: Extrusão, blendas, equações reológicas de estado.

INTRODUÇÃO Y=taxa de cisalhamento;


7J =viscosidade em cisalhamento;
A elasticidade do fundido é de extrema importância em l/J, = coeficiente da primeira diferença de tensões nor-
processamento de polímeros, especialmente na moldagem mais;
a sopro, fiação e outros processos relacionados à extrusão l/J2 = coeficiente da segunda diferença de tensões nor-
[1,2]. Entretanto, para a simulação desses processos o uso mais;
de equações constitutivas viscoelásticas [3.4] requer lon- t= tempo
gos cálculos e a utilização de parâmetros essencialmente
teóricos. Assim, equações empíricas como a da lei das po-
Bt derivada de Jaumann.
tências [5] e de ajuste polinomial [6] ainda são utilizadas na
simulação do comportamento do polímero fundido a altas Essa equação engloba, simplificadamente, o comporta-
taxas de cisalhamento, devido a sua simplicidade. mento viscoelástico característico de polímeros fundidos.
Neste trabalho utilizamos uma equação reológica de Para a simulação, foram utilizados três PEAO de diferentes
estado, a equação de CEF [7], para o cálculo do ponto de pesos moleculares euma blenda 9/1 do PEAO 1/ PELUAPM.
operação teórico de uma extrusora de rosca única, assu- Os dados reológicos experimentais foram empregados para
mindo condições isotérmicas [8]. calcular os parâmetros dessa equação e o método de dife-
renças finitas central para resolver as equações dinâmicas
T= - 7J Y - (1/2 l/J, + l/J2) {Y. Y} + 1/2 l/Jl OY (1) de conservação de quantidade de movimento.
Ot
onde: EXPERIMENTAL
T= tensão; Propriedades dos polímeros

Rosario E. S. Bretas Departamento de Engenharia de Materiais-Universidade Federal de São Carlos 13560 São Carlos, SP Carlos
J. F. Granado * Departamento de Engenharia de Materiais-Universidade Estadual de Ponta Grossa 84010 Ponta Grossa, PR. (man-
dar correspondência para *)
Polímeros: Ciência e Tecnologia - Jul/Set-92 •
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A Tabela I apresenta o peso molecular médio ponderai A vazão experimental Q e a queda de pressão LlP fo-
a\;\/y,) e num~ico lM !. eadistribuição de pesos molecula- ram medidas numa extrusora de rosca única (Pugliese)
n
res {oPM = Mw/MnJ dos PEAo e PELUAPM (Polialden Pe- como mostrado na Figura 1, com as seguintes espe-
troquímica SAl. cificações:

Os =diâmetro da rosca =4,5 cm;


TABELA I Ls =comprimento da rosca =108 cm;
Polímero Mw Mo DPM B= profundidade do canal = 0,4 cm;
® =ângulo da hélice =17';
PEA01 75540 13965 5,41 w =largura do canal da rosca =3)5 cm.
PEA02 110376 17082 6,49
PEA03 161670 14721 10,65
PELUAPM 3,5-4.10' A matriz possuia um diâmetro d =0,31 cm ecomprimen-
to Lm= 2,99 cm. Arotação da rosca Nvariou entre 5-70 rpm.

Dados reológicos Simulação

A viscosidade em cisalhamento YJ e o inchamento do Para a aplicação da equação de CEF, o canal helicoi-


extrudado f3 =O/ De' onde O=diâmetro do extrudado e De dal da rosca foi "desenrolado" como mostrado na Figu-
=diâmetro do capilar. foram obtidos num Reômetro Capi- ra 2 [8].
lar Instron, modelo 3211, usando capilares com L/De --. 00,
sendo L= comprimento do capilar. Oinchamento do extru-
dado foi medido após o recozimento em óleo de silicone
(oow Corning 200/5, p =0,92 g/cm 3) a 130 ± tc para os
PEAo e140 ± tc para as blendas durante 25 minutos. Pa-
ra evitar perda de massa dos polímeros durante o recozi-
mento, foi adicionado ao óleo de silicone um antioxidante,
Irganox 1010 [3-(3,5 di-tert.butil - 4 - dihidroxifenil) -
propianato]. Por análise de infravermelho foi confirmada a
ausência do óleo nas amostras poliméricas (1100-1000
cm- I , banda de Si-O) e do polímero no óleo (2920, 2850,
1470, 1460,730 e720 cm- I , vibrações de CHzl.
O coeficiente da primeira diferença de tensões nor-
mais, !/J,I foi calculado a partir da equação de Tanner [9], Fig.2- Geometria do canal helicoidal da rosca desenrolado

f3 =0,1 + (1 + 1/2 SR2) 1/6 (2) As seguintes suposições foram feitas para a análise:
1. Oescoamento é independente do tempo;
onde: 2. Oescoamento é laminar;
3. Oescoamento é completamente desenvolvido;
SR =('T" - 'T22 )/ 2'TI 2 (cisalhamento recuperável!. 4. Não há escorregamento na parede;
5. Escoamento incompressível;
sendo que:
6. Forças da gravidade são desprezadas;
7. !/J2 éconsiderado desprezível.
!/JI =('TIl - 'T22)/ Y~I
Extrusão Apl icando a equação constitutiva de CEF à equação
de conservação de quantidade de movimento, e as-
sumindo regime permanente com as condições de con-
torno:

U=7To s N {U, =U, (V) Uy =O


T
o
U, =U, (x,V) !/J2 =O

1 onde U= velocidade da rosca.


Teremos que a componente x será:

O=~ +~ ~,
Fig.1 - Geometria da rosca da extrusora ax aV YJ aV (3)

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Ea componente zserá: 6.10 3. . - - - - - - - = - - - - - - - - - - - - - - - ,
A PEAD 1

0= _dJ
az ax +L [17 ~(+
ax ~ax ill]
[0/1 au x
ay ay
-
• PEAD 2

o PEAD 3

_lL 0/1 Ux~z~ ~zl+l~ r0/1 aU x au,] E • BLENDA


2 ax ax2 ay ay 2 ay l ay ax
.......
z'"
w
Cl
<[

_lJL
2 ay
0/1 Ux[d...
ax
iWz]
ay
(4) Cl

o'"
u
'"
:>
Para resolver esta equação foi empregado ométodo de
diferenças finitas central [lO], no qual as derivadas pa~­
ciais podem ser aproximadas por:

ax Xi+1 - Xi-1 e (5)


I
ler 10

ai L\i + + L\i- i TAXA DE CISALHAMENTO ( ç ' ) J


a2x \+1 +(L\i +/ L\i -) _Xi )- (1 + L\i +/ L\i -). X i (6) Fig.3 - Viscosidade x Taxa de cisalhamento para os PEAD
a i2 1/2 [(L\i+)2 +L\i +. L\i-) (T=190°C) e para BLENDA (T=240ºC)
A equação característica da rosca foi calculada sujeita
às seguintes condições de contorno: 2,4
g 2,3
Ux(0)=0 Ux(B)=U x <[

§ 2,2
Uz(-W/2,y)=0 U,(W/2,y) = O a:
~ 2;1
Uz(x,O)= O Uz (x,B) =U w
g 2,0
o
ocanal da extrusora foi dividido numa rede de pontos ~
w
1,9
não equidistantes nos eixos x e z. ~ 1,8
A vazão é calculada através dos valores obtidos de ::I:
~ 1,7
velocidade para uma dada queda de pressão, fazendo a w
Cl 1,6
somatória da multiplicação das velocidades no ponto i o
.<[
pela área ao redor desse ponto. Quando a diferença en- N 1,5
<[
a:
tre a vazão anterior e a atual é maior que a diferença es- 1,4
tipulada, novas velocidades são calculadas. Quando a 1,3
10 10 2 10 3 6x10 3
diferença é menor, a vazão é calculada para uma nova TAXA DE C/SALHAMENTO (ç')
pressão [11]. '------------- -~~ -- --
Fig.4 - Razão de inchamento do Extrudado x Taxa de Cisalha-
Os dados de viscosidade em cisalhamento e primeira
menta para os PEAD (T=190ºC) e para BLENDA (T=240ºC)
diferença de tensões normais foram obtidos através de
ajuste polinomial de segunda ordem dos dados reológicos
RESULTADOS EDISCUSSÃO
experimentais.
A equação característica da matriz foi calculada utili- As Figuras 3, 4 e 5 mostram a viscosidade do fundido,
zando a equação da lei das potências, inchamento do extrudado e coeficiente da primeira dife-
rença de tensões normais a 190°C (homopolímeros) e a

Q=
n'IT {-º-}
2
3 d
"2 L\P
]l/
n
240°C (blenda).
[ 2mL (7) Como esperado, aviscosidade aumentou com oaumen-
1+3n
to do peso molecular ataxas de cisalhamento baixas emé-
dias. Entretanto, a altas taxas de cisalhamento, o PEAD 3,
onde: devido a sua maior distribuição de peso molecular, tem
uma viscosidade menor que oPEAD 2. Ouso de 10% em pe-
so de PELUAPM aumenta levemente aviscosidade.
n= índice da lei das potências; OPEAD 3apresentou um comportamento de inchamen-
m= consistência do fundido. to do extrudado diferente. À baixas taxas de cisalhamento
eassumindo que Vr = Ve = OeVz =Vz(r). sendo V=velo- seu inchamento foi menor que os PEAD 1e 2, contrário ao
cidade do polímero na matriz. aumento do inchamento esperado com oaumento do peso
A Tabela II apresenta os dados experimentais usados molecular [12]. Oinchamento da blenda foi menor que oin-
na simulação e as taxas de cisalhamento na rosca e ma- chamento dos PEAD, devido provavelmente que a tempe-
triz, i'r e i'm, respectivamente. ratura utilizada foi maior.

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31'103~--tr---------------,
D. PEAD 1
O CEF - 2100C
o EXP - 2100C
, PEAD 2 YMATRIZ-210oC
v LP - 210°C
c PEAD 3
N o BLENDA 9
e
...... 2 8
N 10
z"' ......
"' 7
"'e
;z u
6
I-' o
c::i .<t
c.: N 5
<t
U ::> 4
10
3
2
1

10 10 2
Oll!,--O-....Q:=F::::::...-.....L-----L..-_~
O 1000 2000 3000 4000
TAXA DE CISALHAMENTO QUEDA DE PRESSÃO (N /cm z )
Fig.S - Coeficiente da Primeira Diferença de Tensões Fig. 7 - Vazão x Queda de Pressão para PEAD 2, onde EXP
Normais (C.P.DTN.) para os PEAD (T=190°C) e para = Experimental e LP = Lei das Potências.
BLENDA (T=240°C).
12~----------=---r-----'

TABELA 11
Polímero T N i'r Yrn 1/0(*) m(**)
(Oe) (rpm) (s-l) (s-l) (Ns"/cm)

PEADl 190 70 39.4 1030 2,3 0,762 "'


......
PEADl 210 64 36,0 996 1,974 0,506 Eu
PEAD2 190 70 39,4 929 2,522 3,577 o
PEAD2 210 64 36,0 920 2,781 2,306 '<t
N
<t
PEAD3 190 63 35,5 692 5,525 32,513 ::>
PEAD3 210 64 36,0 795 4,599 12,160
BLENDA9/1 240 50 28,1 795 2,203 0,454
BLENDA911 260 50 28,1 783 2,150 0,465

(*) n = log a T I alog y, calculado em Ym. 2000 4000 6000


QUEDA DE PRESSÃO IN /cm 2 )
(**) por extrapolação das curvas de viscosidade em cisa- Fig. 8 - VazãO x Queda de Pressão para PEAD 3, onde EXP
Ihamento versus taxa de cisalhamento. = Experimental e LP = Lei das Potências.

15,0 10r--------=--------,-~
llCEF - '190oCOCEF _ 2100C llCEF - 240°C
, EXP - 190°C o EXP - 2100C 'EXP - 240°C
c MATRIZ-190°C YMATRIZ -210°C c MATRIZ-240°C
a LP - 190°C v LP - 2100C 8 aLP-240oC

'10,
, 6
......"' "'e
1 7,5
o
u

o '<t
'<t
N ~ 4
§ ::>
5,0

2
2.5

oO 300 600 900 1200


01Ó--~~~-6"J0L,,0'-----~90~0~'-1~2i'1iOOO->-15(1500
2
OUEDA DE PRESSÃO (N / cm 2 ) QUEDA DE PRESSÃO IN/cm )

Fig. 6 - Vazão x Queda de Pressão para o PEAD 1, onde Fig. 9 - Vazão x Queda de Pressão para a Blenda 9/1 , onde
EXP = Experimental e LP = Lei das Potências. EXP = Experimental e LP = Lei das Potências.
~
40 Polímeros: Ciência e Tecnologia - Jul/Set-92
100 AGRADECIMENTOS
li PEAD 1-CEF
80 • PEAD 1 - LP
o PEAD 2-CEF
À Polialden Petroquímica S.A., à FAPESP (Contrato Nº
60 ·PEAD2-LP 87/2699-5) e ao CNPq (401470/88-1MM/FV/PQ) pelo su-
O PEAD 3-CEF porte financeiro.
_ 40 • PEAD 3 - LP

*
~ 20
• BLENDA-CEF
v BLENDA-LP
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
o::
lU
ol---~~------"'~-------j 1. BRETAS. R. E. S.; POWELL R. L. - "Dynamic and Transient
Rheological Properties of Glass Filled Polymer Melts,
-20 Rheologica Acta, 24, 69-74, (1985)".
-40
2. BRETAS, R. E. S.; BRETAS, N. G. - "Software para o Cálculo
das Propriedades Viscoelásticas e Estruturais de Polí-
-60180 190 200 210 220 230 240 250 260 270
meros Fundidos, "Anais do 7º CBECIMAT. UFSC, Floria-
TEMPERATURA rOC)
nópolis, p. 479-482, (1986).
Fig. 10 - Erro x Temperatura
3. SHROFF, R. N.; SHIDA. M. - "Application of a Constitutive
Para fazer uma comparação, as curvas de Qversus ilP Equation to Polymer Melts", Journal of Applied Polymer
foram também calculadas utilizando a equação da lei Science, vol 26, 1847-1863, (1981 ).
das potências. As Figuras 6, 7, 8 e 9 mostram essas si-
mulações a 1900 C e 210 0 C (homopolímeros) e 240°C 4. MITSOULlS, E.; VLACHOPOULOS, J. - "A Numerical Study of
(blenda). the Effect of Normal Stress and Elongational Viscosity
A figura 10 mostra uma curva de erro (E) versus tem- on Entry Vortex Growth and Extrudate Swell", Polymer
peratura, onde E = [ (vazão calculada - vazão experi- Engneering and Science, vol. 25, 677-689, (1985).
mental) / vazão experimental] xl 00. Oerro cai com o au-
mento da temperatura, independente do polímero e da 5. RAUWENDAAL C. - "Throughput-Pressure Relationships for
equação constituitiva utilizada na simulação. A equação Power Law Fluids in Single Screw Extruders", Polymer
de CEF deu melhores resultados para os PEAD 1 e 3, às Engineering and Science, vol. 26, 1240-1244, (1986).
temperaturas menores. Considerando o peso molecular,
pode ser observado que quanto maior o seu valor, maior 6. AGUR, E. F.; VLACHOPOULOS, J. - "A Computer Model of a
será o erro introduzido utilizando a equação de CEF. Em Single-Screw Plasticating Extruder", Polymer Engine-
relação à distribuição de peso molecular, um aumento ering and Science, vol. 22, 1084-1094, (1982).
nesse parâmetro produz um aumento no erro, indepen-
dente da equação empregada. 7. BIRD, R. B.; ARMSTRONG, R. C.; HASSAGER, O. -
"Dynamics of Polymeric Liquids", vol. 1, 2º ed., John Wi-
ley & Sons, New York (1987).
CONCLUSÕES
8. MIDDLEMAN, S. - "Fundamentais of Polymer Processing"
Medidas de elasticidade do fundido conjuntamente McGraw Hill Book Co, NewYork, (1977).
com uma equação constitutiva adequada, que incorpora
esses parâmetros, podem proporcionar uma melhor simu- 9. TANNER, RI. - "A Theory of Die-Swell", Journal of Polymer
lação do processamento do polímero. Science, Part A-2, 8, 2067-2078, (1970).
Quando a simulação é isotérmica, portanto longe do
processo real, a equação da lei das potências continua 10. CROCHET. M. J.; DAVIES, A. R.; WALTERS, K. - "Numerical
sendo uma aproximação válida. Contudo, o processo de Simulation of Non-Newtonian Flow", Elsevier Pub. Co.,
extrusão é sabidamente não isotérmico; nesse caso a New York (1984).
elasticidade do fundido influirá marcantemente o cálculo
do ponto de operação, já que ela é um parâmetro depen- 11. GRAMADO, C. J. F. - "Simulação de um Processo de Trans-
dente da temperatura. Nesse caso, a equação de CEF po- formação de PEAD ede suas Blendas com Peluapm", DE-
derá apresentar melhores resultados. Ma-UFSCar, 1990, 123p, (Mestrado).
À temperatura de 190°C, os valores obtidos util izando
a equação de CEF foram mais próximos aos experimen- 12. LA MANTIA. F. P.; VALENZA. A.; ACIERNO, D. - "A Compre-
tais. Isso pode ser explicado pelo fato de que à tempera- hensive Experimental Study of the Rheological Beha-
turas mais baixas, os efeitos elásticos serão mais viour of HDPE. I. Entrance Effect and Shear Viscosity Re-
pronunciados. sults," Rheologica Acta, 22, 308-312, (1983). •

Polímeros: Ciência e Tecnologia - Jul/Set-92 41

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