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SUMÁRIO COMENTADO

Entre Pará e Amazonas: circulação e repertório da cena teatral nortista na


segunda metade do século XIX1

Capítulo 1:
Teatro itinerante no Brasil na segunda metade do século XIX: rotas, companhias e
repertório

Para este capítulo introdutório foram examinados alguns aspectos referentes ao trânsito de
companhias dramáticas brasileiras, na segunda metade do século XIX. O objetivo deste
capítulo é conhecer a realidade de artistas e empresários que circulavam, principalmente nas
províncias do Norte e do Nordeste, seus modus operandi, as condições de trabalho das
companhias e sua subsistência no contexto do Brasil imperial.
Ao analisarmos as trajetórias de empresários como Germano de Oliveira, José de Lima
Penante, Vicente Pontes de Oliveira e tantos outros, aos poucos nos é revelado como se dava
o trânsito das companhias, bem como sua formação e itinerários. Neste capítulo veremos
brevemente os exemplos de trabalho de alguns desses empresários, através de pistas que
sugerem as duras condições de trabalho, remuneração dos artistas, subsídios provinciais,
movimentação das bilheterias, ensaios, etc. A partir do relato da vida da divette carioca Cinira
Polônio, e o ator baiano Flávio Nunes Wandeck, podemos enxergar alguns detalhes da vida
desses artistas que circulavam nos palcos do Brasil oitocentista.
Veremos também neste capítulo, aspectos da formação das companhias, a partir das
definições de personagem para cada ator, além do elemento herdado de companhias italianas
- o grande attore. Veremos o trabalho do empresário e capocômico em organizar a trupe para
viagens, bem como as escolhas de repertório em consonância aos demais palcos do país.

Capítulo 2:
Lima Penante: fases do artista

Este estudo é também a tentativa de dar continuidade a uma pesquisa sobre a obra do artista
paraense José de Lima Penante, com a intenção de construir um panorama teatral das forças
em convergência entre Amazonas e Pará, e em parte do Nordeste, na segunda metade do
século XIX.
José de Lima Penante (1840-1892) foi um um capocômico Paraense que empreendeu sua
vida nas atividades teatrais, como empresário, ator, pintor cênico, dramaturgo e cantor.
Circulou pelas províncias do Norte e do Nordeste; fundou teatros; deu temporadas com

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Sugestão de mudança de título:
Itinerâncias de um capocômico paraense oitocentista: circulação e repertório de José de Lima Penante.
inúmeros artistas; escreveu mais de quarenta peças das quais, atualmente, temos acesso a
onze delas.
Neste capítulo veremos o trânsito do artista Lima Penante, como ator em 1858, na companhia
de Maximiano Correia, com passagens nas companhias de Furtado Coelho, Ismênia dos
Santos, Vicente Pontes de Oliveira, Antônio José Duarte Coimbra, Cerqueira Braga e outros
tantos.
Lima Penante certamente se encaixa na noção de capocomico, onde, na companhia, ele
desempenhava o trabalho de organização financeira, como também era a figura que estava à
frente na tomada de decisões sobre repertório, temporadas de circulação, escolha dos atores
para os papéis, a criação de cenários, a escrita de peças e o trabalho de ator, onde quase
sempre atuava em papéis principais.
José de Lima Penante foi um autor ativista em inúmeras causas e em sua obra podemos
perceber as transformações sociais e estilísticas que pairavam nas províncias do Norte, em
concordância com as atividades da capital. Este estudo será continuado para abarcar também
outras obras de Penante, como a peça abolicionista Efeitos da Liberdade, e a comédia em um
ato Adão e Eva no Paraíso, bem como continuar percorrendo as influências do autor e suas
ferramentas de escrita, atuação e sobrevivência.

Capítulo 3:
Dramaturgia Penantiana: textual e cênica

Este capítulo é um exercício crítico a ser desenvolvido que relaciona as obras dramatúrgicas
de Lima Penante e às atividades de montagem e apresentação das peças. O trânsito entre ax
dramaturgias da cena e do texto. As obras dramatúrgicas a serem analisadas nesta pesquisa
abordam gêneros cômicos que podem tratar de assuntos políticos ou mesmo do cotidiano
popular. Para que possamos nos aprofundar neste campo, haverá uma pesquisa detalhada
acerca das estéticas dramáticas e de encenação no período já mencionado anteriormente.
Além de tentar resgatar a história dos teatros amazonense e paraense, este estudo também
propõe ampliar a análise de algumas obras de autoria de Lima Penante, para provocar uma
reflexão acerca de sua estética, aspectos ideológicos, inspirações e razões da criação artística.
As peças em questão a serem analisadas são: as comédias Dois Calvos ou Os Gênios Opostos
(1864), Efeitos da Liberdade (1889), Adão e Eva no Paraíso (1890), a cena cômica
Rocambole (1877) e a poesia cômica Os Beijos (1889).
A escolha das obras foi feita a partir da cronologia de Penante e da possibilidade de analisar
cada um dos momentos da sua trajetória utilizando as ideias e a estética que ele defendia,
bem como unir essas análises às informações sobre encenações das obras.

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