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SHIRLEY DA ROCHA AFONSO

ARIADNE DA SILVA FONSECA


MICHELLE WENTER

APLICAÇÃO PRÁTICA
DO PROCESSO DE ENSINO
NA ENFERMAGEM
METODOLOGIA ATIVA:
SIMULAÇÃO REALÍSTICA
AMBIENTE SAÚDE E SEGURANÇA
A expansão do Ensino Técnico no Brasil, fator importante para melhoria
de nossos recursos humanos, é um dos pilares do desenvolvimento
do país. Esse objetivo, dos governos estaduais e federal, visa à melhoria da
competitividade de nossos produtos e serviços, vis-à-vis com os dos países com
os quais mantemos relações comerciais.

Em São Paulo, nos últimos anos, o governo estadual tem investido de forma
contínua na ampliação e melhoria da sua rede de escolas técnicas - Etecs e Classes
Descentralizadas (fruto de parcerias com a Secretaria Estadual de Educação e com
Prefeituras). Esse esforço fez com que, de agosto de 2008 a 2011, as matrículas do
Ensino Técnico (concomitante, subsequente e integrado, presencial e a distância)
evoluíssem de 92.578 para 162.105.

A garantia da boa qualidade da educação profissional desses milhares de


jovens e de trabalhadores requer investimentos em reformas, instalações/
laboratórios, material didático e, principalmente, atualização técnica e
pedagógica de professores e gestores escolares.

A parceria do Governo Federal com o Estado de São Paulo, firmada por


intermédio do Programa Brasil Profissionalizado, é um apoio significativo para
que a oferta pública de ensino técnico em São Paulo cresça com a qualidade
atual e possa contribuir para o desenvolvimento econômico e social do estado e,
consequentemente do país.

Almério Melquíades de Araújo


Coordenador de Ensino Médio e Técnico
Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza

Diretora Superintendente
Laura Laganá

Vice-Diretor Superintendente
César Silva

Chefe de Gabinete da Superintendência


Luiz Carlos Quadrelli

REALIZAÇÃO
Unidade do Ensino Médio e Técnico

Coordenador
Almério Melquíades de Araújo

Grupo de Capacitação Técnica, Pedagógica e de Gestão - Cetec Capacitações

Responsável
Lucília dos Anjos Felgueiras Guerra

Responsável Brasil Profissionalizado


Silvana Maria Brenha Ribeiro

Coordenador de Projetos
Shirley da Rocha Afonso

Parecer Técnico
Ivonete Fernandes Francisco

Revisão de texto
Heloisa Brenha Ribeiro

Projeto Gráfico
Diego Santos
Fábio Gomes
Priscila Freire

Diagramação
Diego Santos

Projeto de formação continuada de professores da educação profissional do


Programa Brasil Profissionalizado - Centro Paula Souza - Setec/MEC

Impressão e Acabamento - Imprensa Oficial do Estado S/A - IMESP


Publicado pela Cetec Capacitações em 2016 com o título Aplicação prática do
processo de ensino na enfermagem.

Cetec Capacitações, 2016.

Material didático utilizado na capacitação de professores dos cursos técnicos


em enfermagem das Etecs do Centro Paula Souza / Unidade de Ensino Médio
e Técnico / Cetec Capacitações.

Palestras e oficinas pedagógicas sobre Metodologia ativa: Simulação Realística.

Desenvolvido pela equipe de coordenadores de projeto responsáveis pelos


cursos técnicos em enfermagem das Etecs do Centro Paula Souza e pela co-
ordenadora do Centro de Simulação Realística São Camilo.

Cetec Capacitações / Unidade de Ensino Médio e Técnico / Centro Paula Sou-


za, 2016.

Organização: Shirley da Rocha Afonso


Autoras: Shirley da Rocha Afonso; Ariadne da Silva Fonseca; Michelle Wenter.
Parecer técnico: Ivonete Fernandes Francisco
Revisão de texto: Heloisa Brenha Ribeiro
Diagramação: Diego Santos

Créditos das imagens


http://www.freedigitalphotos.net/
http://www.wordle.net/

Aplicação prática do processo de ensino na enfermagem / Shirley


da Rocha Afonso (organizadora e autora) ; Ariadne da Silva Fonseca,
Michelle Wenter. – 1.ed. – São Paulo : Centro Paula Souza, 2016.
60 p. : il.

Inclui bibliografia.

ISBN 978-85-99697-65-8

1. MEDICINA E SAÚDE. 2. EDUCAÇÃO PROFISSIONAL. I. Afonso, Shirley


da Rocha (org. e aut.). II. Fonseca, Ariadne da Silva. III. Wenter, Michelle.
Sumário

Apresentação do curso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

Discutindo sobre a Simulação Realística . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

A importância das relações profissionais e os


comportamentos éticos na enfermagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

Segurança no Preparo e Administração de Medicamentos . . . . . . . . . . . . 22

Acolhimento na atenção primária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46

Formulário de avaliação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
Educação não transforma o mundo.
Educação muda as pessoas.
Pessoas transformam o mundo.

Paulo Freire
Aplicação prática do processo de ensino na enfermagem

A enfermagem tem evoluído ao longo dos tempos. Precisamos deixar


de ser uma profissão baseada na tradição e evoluirmos a passo firme para
um misto que tem como ponto forte a ciência, com base na evidência, à qual
acrescente a experiência, e até a intuição, com uma prática centrada no clien-
te, na família e na sociedade.
As metodologias de ensino atuais propõem a formação do indivíduo atra-
vés de uma aprendizagem significativa, que construa o conhecimento a partir
dos saberes pré-existentes adquiridos pelo aluno em seu cotidiano ou em
instituições de ensino.
Nesse contexto, foi preciso pensar em uma ferramenta que integrasse
teoria e prática, com a possibilidade de o estudante exercitar seus conheci-
mentos de forma livre. Livre de pressões, de riscos, e sob o olhar de quem o
avalie e corrija. Surge então a simulação realística, que tem evoluído continu-
amente à medida que aparecem novas necessidades.
O mundo cada vez mais voltado ao desenvolvimento tecnológico tem exi-
gido inovação de metodologias. Nesse sentido, a simulação tem se mostrado
uma estratégia pedagógica de grande potencial tanto por sua modernidade
como por sua capacidade de tornar o aprendizado mais consistente.
Trata-se de uma metodologia de ensino em expansão na formação de
futuros profissionais, na tentativa de torná-los cada vez mais competentes
para um mercado de trabalho cada vez mais exigente.
Na área da saúde, a simulação ainda é uma estratégia muito incipiente,
mas que tem se desenvolvido mediante a perspectiva de segurança do pa-
ciente e do próprio desenvolvimento do indivíduo dentro de um ambiente
totalmente controlado, onde os erros fazem parte do aprendizado.
Assim, este treinamento foi organizado para que os professores que dão
aulas ou coordenam cursos técnicos em enfermagem possam refletir de que
forma podemos tornar o ensino mais atraente e adequado à realidade atual.

Profª Dra. Ariadne da Silva Fonseca


Gerente do Instituto de Ensino e Pesquisa
Coordenadora do Centro de Simulação Realística São Camilo
Presidente Associação Brasileira de Enfermagem (ABEN) de São Paulo
Apresentação do curso

Shirley da Rocha Afonso


Coordenadora de Projetos – Enfermagem – Cetec Capacitações

Objetivo do curso

Ressaltar a importância de implantar estratégias de ensino ativas que tornem


o processo de aprendizagem do aluno técnico em enfermagem significativo e
efetivo.

Aplicação prática do processo de ensino na enfermagem

A metodologia de ensino escolhida pelo professor tem consequências sobre a


conduta individual e sobre o comportamento do aluno diante da apreensão das
competências de sua formação profissional.

Mitre et al. (2008) apontam para a importância de pensar sobre como está o
ensino atual e como ele influencia o trabalho diário do profissional de enferma-
gem. Defendem que esse ensino não é proposital, mas tradicional, e que essa
tradição deve ser modificada, a partir da formação inicial, para garantir uma maior
qualidade do trabalho em enfermagem.

O modelo tradicional de transferência da educação, embora exija menos esforço


e planejamento, não garante benefícios devido à pouca transferência realizada pelo
aluno para apreender o significado de se aprender determinado conteúdo ou tema.
Por isso, é importante valorizar estratégias de ensino que estimulem o aluno à criati-
vidade e à aplicação na realidade (COSTA; NASCIMENTO, 2004).

Ao ensinar em enfermagem, o professor deve procurar transpor conhecimen-


tos teóricos e habilidades técnicas desde o início da aprendizagem do aluno, de
maneira que se evidencie a apreensão dos conhecimentos específicos da profis-
são, e não a simples transmissão de informações. Ele precisa refletir sobre a me-
lhor postura a ser adotada diante do objeto de estudo, que permita ao aluno de-
senvolver a capacidade de tomar decisões frente aos problemas e às dificuldades
encontradas no trabalho.
É importante ressaltar que as metodologias ativas vêm embasar estas con-
cepções pedagógicas e, que adotadas em um determinado período e contexto,
refletirão positivamente em novas posturas críticas e reflexivas do aluno.

Objetivos de aprendizado

Ao final deste curso, os participantes deverão desenvolver as seguintes fun-


ções pedagógicas:

1. promover uma educação construtiva, na qual o aluno possa desenvolver


e provar seus próprios modelos de pensamento;

2. promover o desenvolvimento da capacidade de autogestão do ato de


aprender;

3. estabelecer uma cultura colaborativa de trabalho em equipe;

4. oferecer oportunidade de repetição exaustiva das técnicas práticas de-


senvolvidas pelos alunos.

Quem deve ser convidado a participar do curso de capacitação?

Docentes do curso técnico em enfermagem.


12
Como o curso foi organizado?
Metodologia ativa:
Simulação Realística

No formato de oficina pedagógica, com duração de oito horas, que será de-
senvolvida em evento presencial. Nele, haverá uma mesa-rendonda, na qual se-
rão apresentados e discutidos os temas do curso.

Sobre os textos de apoio para leitura

A formação continuada de professores tem como foco construir um perfil


multiplicador entre os professores de curso técnico em enfermagem, visando o
aprimoramento de estratégias técnicas e pedagógicas do trabalho docente.

Com o intuito de incentivar a discussão e a socialização dos temas aprendidos


durante este curso, os textos de apoio para a leitura sugerem técnicas didáticas
para o desenvolvimento das aulas de Ética e Relação Interpessoal; Segurança no
Preparo e Administração de Medicamentos e Acolhimento na Atenção Primária.

Dessa forma, estamos alinhados com as diretrizes vigentes, contribuindo


para a socialização e multiplicação da melhoria da qualidade da educação em
enfermagem.

Aula: A simulação realística como metodologia de ensino ativa

Como ensinar ao aluno técnico em enfermagem integrando os temas


como Ética e Relação Interpessoal na Enfermagem, Segurança no Preparo e a
Administração de Medicamentos e Acolhimento na Atenção Primária utilizando
como metodologia a Simulação Realística.
Estações de trabalho: Ética e Relação Interpessoal na
Enfermagem, Segurança no preparo e administração de
medicamentos, Acolhimento na atenção primária
Promover a discussão e a troca de experiências entre professores para atuali-
zação dos temas técnicos apresentados nas estações de trabalho.

Possibilitar aos participantes a aplicação dos conceitos técnicos no cotidiano


das aulas teórico-práticas e nos estágios supervisionados, utilizando a metodolo-
gia de simulação realística para avaliar o aprendizado do aluno.

Avaliação

Identificar os principais pontos aprendidos e discutir de que maneira os par-


ticipantes podem aplicá-los em seu trabalho para melhorar a prática de ensino
significativa.

Referências

COSTA, L. C. A.; NASCIMENTO, J. V. O ensino da técnica e da tática: novas abordagens


metodológicas. Revista da Educação Física. Maringá, v. 15, n. 2, 2004.

MITRE, S. M. et al. Metodologias ativas de ensino-aprendizagem na formação


profissional em saúde: debates atuais. Ciência e Saúde Coletiva. [online]. v. 13, 13
supl. 2, p. 2133-2144, 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/csc/v13s2/
v13s2a18.pdf>. Acesso em: 27 nov 2014.

Metodologia ativa:
Simulação Realística
Discutindo sobre a
Simulação Realística

Shirley da Rocha Afonso


Coordenadora de Projetos – Enfermagem – Cetec Capacitações

[...] com o crescente avanço científico e tecnológico na área de


saúde e educação destaca-se a necessidade de os profissionais
buscarem intensa atualização e apropriação das técnicas de en-
sino, constituindo na construção de uma educação mais efetiva
e com qualidade.

É possível identificar grandes transformações da educação,


quando se observam educadores refletindo e buscando no-
vas maneiras de ensinar, com o intuito de mudar os processos
de aprender e influenciar novos comportamentos nos alunos,
como a autonomia para tomada de decisões, valorização signi-
ficativa do conhecimento e senso de responsabilidade.

[...] mas para isso, é preciso compreender que a aprendizagem e


a educação se movem entre métodos que dependem de como
cada pessoa apreende o seu significado. De acordo com Costa
et al. (2013, p. 86), “o processo de ensino-aprendizagem na área
de saúde exige a diminuição da distância entre o que se ensina
na teoria e sua aplicabilidade prática-profissional”, ou seja, os
ambientes de ensinar e aprender criados devem coexistir entre
as formas sistemáticas dos conceitos teóricos e criação das des-
trezas técnicas no processo cognitivo da aprendizagem.

É fundamental que os docentes busquem a apropriação das es-


tratégias de educação (com métodos educacionais adequados)
para qualificar continuamente os alunos e desenvolver compe-
tências, obtendo conhecimento no tempo certo. Neste sentido,
a Simulação Realística é essencial e adequada para oportunizar
cenários de aprendizagem e cuidado em saúde, o que decor-
re na convergência do educar-aprender em saúde. (AFONSO;
FONSECA; FUJITA, 2016)1

1  AFONSO, S. R.; FONSECA, A. S.; FUJITA, M. L. Z. O significado da aplicação da metodologia simulação realística nos
cursos técnicos em saúde. Boletim Científico do Instituto de Ensino e Pesquisa. São Paulo: Hospital São Camilo. ed.
40, ano 7, abril, 2016. Disponível em <http://www.hospitalsaocamilosp.org.br/iep/Documents/comunicacao/boletim-
cientifico_2016-04.pdf>. Acesso em 31.jul.2016.
Definições de metodologias ativas
Este material didático foi ela-
borado com o intuito de informar, Para saber um pouco mais sobre a utili-
esclarecer e orientar professores- zação das metodologias ativas no ensino
-enfermeiros do curso técnico em em saúde, leia o guia disponível no am-
enfermagem sobre temas relevantes biente virtual de aprendizagem:
para a formação do aluno, de manei-
ra a fortalecer o aprendizado signifi- w w w. m o o d l e. c p s ce te c. co m . b r /
cativo. Nele, serão abordadas tanto tecnicoenfermagem.
questões da prática de enfermagem Boa leitura!
como aspectos fundamentais para o
planejamento de aulas baseadas na
metodologia de simulação realística.

Ele traz leituras complementares aos conteúdos do curso e da oficina peda-


gógica. Por isso, sugerimos uma leitura atenta deste material, que se organiza em
três eixos de discussão:

1. a importância das relações profissionais e os comportamentos éticos na


enfermagem;

2. segurança no preparo e administração de medicamentos;

3. acolhimento na atenção primária.

Ao ensinar o aluno de enfermagem, utilizando o método simulação realística 15


considera-se, numa perspectiva pedagógica, primordial para o desenvolvimen-
to de competências e habilidades inerentes à formação profissional. Além de,
propiciar um processo de aprendizagem facilitador para a aquisição de novos

Metodologia ativa:
Simulação Realística
conhecimentos e do pensamento crítico.

Essas estratégias podem reforçar a cultura do trabalho docente ativo, orienta-


dor para o aprendizado investigativo, reflexivo e valorizado.
A importância das
relações profissionais
e os comportamentos
éticos na enfermagem

Shirley da Rocha Afonso


Coordenadora de Projetos – Enfermagem – Cetec Capacitações

O processo de ensino em enfermagem requer reflexão e disponibilidade para


discutir posturas e comportamentos necessários para que o aluno em formação
saiba atuar de maneira ética nas relações sociais. Por isso, iniciamos nossa apre-
sentação questionando-o sobre:
Ao planejar uma aula sobre Ética e
• Por que a ética no trabalho de enfermagem é Relações Interpessoais no trabalho
tão importante para a vida social e profissional? de enfermagem, tenha sempre em
mente a integração entre os concei-
• Em que consiste ser um profissional de enfer- tos teóricos sobre os princípios éticos
magem ético? do exercício profissional em enferma-
gem e o comportamento ético profis-
• Como estabelecer ações e atitudes que propor- sional de enfermagem.
cionem um clima organizacional moral e ético?

É importante destacar que a relação interpessoal e multiprofissional da equi-


pe de enfermagem repercute na qualidade do trabalho, aumentando a eficiência
da assistência de enfermagem e promovendo resultados satisfatórios pelas alian-
ças estabelecidas.

Quando laços pessoais e profissionais coincidem, percebe-se o desenvolvi-


mento de habilidades de convívio importantes, que permitem a construção de:

• amizades,
• afetividades,
• afinidades,
• respeito e
• alto grau de comunicação.

Cada pessoa tem sua maneira de perceber, agir, comunicar e se comportar,


por isso, é necessário compreender que as relações interpessoais precisam esta-
belecer alianças de convívio para definir corretamente a política de relação inter-
pessoal no trabalho.
A percepção de cada um

A percepção está relacionada com a forma com que cada pessoa:

• recebe, organiza e interpreta as informações transmitidas.

Por isso, é importante examinar as concepções individuais de cada tomada


de decisão, reforçando a ideia de que diferentes atitudes assumidas pelo mesmo
grupo se relacionam com a maneira com que cada um percebe o ambiente e as
informações transmitidas.

Em uma instituição de trabalho, com uma estrutura organizacional definida,


as diferenças individuais são características que influenciam a rotina e as pessoas
envolvidas. Essas diferenças integram a relação entre o aspecto emocional e as
atividades profissionais. Ou seja, as influências organizacionais definem as metas
e os objetivos de trabalho, que dependem do quanto as diferenças individuais
aguentam suas influências.

É aí que a comunicação efetiva deve exercer um processo recíproco, que for-


taleça a capacidade de influência de desenvolvimento e de amadurecimento das
pessoas centrados aos comportamentos organizacionais.

Processo de comunicação efetivo

17

Metodologia ativa:
Simulação Realística

A maneira como as diferentes pessoas percebem o processo organizacional;


suas metas e objetivos, aliados à comunicação efetiva, faz com que elas filtrem e
condicionem a mensagem transmitida, evitando conflitos e discordâncias. Mas é
preciso atentar para que a comunicação organizacional não seja obstruída, pois
é comum no ambiente de trabalho haver conflitos pelas diferentes percepções:
o ver e ouvir com diferentes interpretações e objetivos.

Os fatores que determinam a estrutura organizacional são:

• aceitabilidade das regras,


• facilidade de comunicação entre os integrantes do trabalho, que promo-
vem as relações sociais e econômicas,
• compreensão da prática de serviço entre as pessoas e
• manutenção das relações de poder entre elas.

Entende-se que o exercício profissional, no cotidiano, é permeado por rela-


ções de poder entre as diferentes categorias da profissão, por isso, é importante
observar como cada um percebe essas relações e individualiza sua vivência no
trabalho.

A diversidade de percepções entre os profissionais da equipe de enferma-


gem explica como se processam contradições e conflitos, determinando o envol-
vimento entre eles e os comportamentos éticos nas rotinas de trabalho.

Quando não são observadas essas concepções individuais, nem aplicadas


as formas de comunicação efetiva numa equipe de trabalho em enfermagem,
as fantasias podem influenciar a negação da existência de um conflito entre os
membros, anulando, assim, o objetivo comum de trabalho em uma unidade de
enfermagem.

A cultura organizacional da comunicação efetiva

A presença de uma cultura organizacional que valorize as relações interpes-


soais em prol de uma qualidade da assistência de enfermagem, com negociação
dos conflitos e promovendo a crença de cada profissional, reforça os compor-
18 tamentos éticos por meios de relacionamentos positivos, contribuindo para o
reaprendizado do interesse comum e instrumentalizando a vontade de partilha
e criação de um clima organizacional interativo.
Metodologia ativa:
Simulação Realística

Ao perceber que todos membros da equipe de enfermagem merecem res-


peito ao expressarem suas opiniões, os quais tem à sua maneira de perceber as
informações transmitidas, a estrutura organizacional cria características indivi-
duais de expectativa e de interação, interferindo no resultado final: a qualidade
de assistência de enfermagem. Pois, ao perceber que é ouvido e respeitado, cada
membro compreenderá a necessidade de flexibilizar sua personalidade e de as-
sumir uma postura neutra para buscar uma interação amigável com os colegas e
um exercício ético da profissão.

O processo de comunicação efetivo exige método para consolidar-se entre


a mensagem transmitida e a mensagem interpretada. É necessário criar um sis-
tema de informação que transmita neutralidade e valorize o convívio entre os
membros de um grupo. Este deve permitir e assumir um comportamento éti-
co, de abertura a diferentes opiniões e de aceitação das diferentes reações, para
possibilitar a troca de experiências e diferentes percepções entre seus membros.

Em outras palavras, uma estrutura organizacional que valoriza o processo de


comunicação sistemático e neutro obtém diferentes perspectivas para a mesma
informação:

• promovendo diferentes tomadas de decisão, que podem coincidir para um


melhor resultado da qualidade da assistência de enfermagem;
• provendo diferentes categorias de julgamento entre os membros de uma
equipe, que permitem uma maior reflexão, um maior aprendizado e uma
tomada de decisões.
No compromisso de estabelecer um comportamento ético durante a assis-
tência de enfermagem, cada membro da equipe percebe os benefícios de uma
cultura organizacional que valoriza a comunicação efetiva, pois compreende que
as novas informações não são intencionalmente prejudicais às percepções indi-
viduais da personalidade de cada profissional.

O respeito pelas individualidades pressupõe a ética da flexibilidade e do


consenso, do interesse e da coerência, permitindo a troca de experiências para
estabelecer um equilíbrio nas relações interpessoais. O profissional respeitado
por suas individualidades lança um olhar diferente para a real necessidade do
trabalho, empregando mais esforços para alcançar os objetivos de trabalho com
maior atenção.

Para isso, é importante que a cultura organizacional de comunicação efetiva


pregue:

• o valor da sinceridade entre os membros da equipe e


• a importância do reconhecimento das diferenças individuais no ambiente
de trabalho.

O tipo de relação na organização de trabalho reúne valores e normas estrutu-


rais, que podem influenciar a atitude dos profissionais em suas rotinas de traba-
lho. Por isso, o processo de comunicação é o principal elemento desencadeador
para que eles tomem decisões baseadas em suas percepções e experiências de
grupo. 19

A linguagem cultural da enfermagem

Metodologia ativa:
Simulação Realística
A ética induz a reflexão pessoal sobre os procedimentos profissionais, des-
pertando certa expectativa de valorização do comportamento entre as pessoas.
Essa expectativa resulta em uma atitude condizente com as normas profissio-
nais. É a busca por discernir o adequado do inadequado que induz as ações pro-
fissionais nas relações de trabalho.

Nesse contexto, a ética profissional empregada no trabalho de enfermagem


caracteriza-se por normas e princípios que orientam as relações entre os mem-
bros da equipe.

No ambiente de trabalho em en-


fermagem, a comunicação efetiva se
dá por meio verbal e, principalmen-
te, não verbal. Por isso, é importante
compreender e interpretar a lingua-
gem corporal de cada integrante da
equipe, seus gestos, tom de voz etc.
Sobre o conceito de comportamen-
to ético, verifica-se que a equipe de
enfermagem se expressa com maior
intensidade por meio da linguagem
corporal, pois seus movimentos
emocionais ajudam a formar laços
dependentes entre cada membro,

Fonte: paulistanaalemanha.blogspot.com
permitindo um trabalho de enfermagem com linguagem própria que produz
cooperação e companheirismo.

Reconhecer o que é melhor para cada membro da equipe de enfermagem


é uma tarefa árdua para estrutura organizacional, que reforça o conhecimento
sobre percepções individuais e dialéticas das relações.

Entretanto, é importante destacar que o trabalho da assistência de enferma-


gem não deve ser pautado apenas nos interesses pessoais dos membros, mas
em objetivos coletivos, encarados consensualmente pela equipe. Para evitar que
a conduta profissional seja baseada somente em valores pessoais, instituiu-se o
Código de Ética em Enfermagem, que regulamenta e norteia cada profissional
aos princípios éticos da profissão.

Sugere-se que, mais do que os objetivos de trabalho, a maneira como a pes-


soa se vê no grupo deve ser valorizada, bem como suas impressões sobre as re-
lações interpessoais partilhadas, questionando sobre a necessidade e benefício
dos objetivos de trabalho.

A responsabilidade de um comportamento ético nas relações interpessoais


dependerá de como se manifesta o respeito pelas individualidades dos mem-
bros da equipe e de como são estabelecidas as diferentes linguagens no trabalho
da enfermagem.

20
Concluindo

A ambiguidade das relações interpessoais, positiva e negativa, se expressa


Metodologia ativa:
Simulação Realística

no processo de comunicação efetivo. Na enfermagem, essas relações devem ser


vistas com maior atenção e consciência social e profissional pois são as que se
estabelecem mais intensamente entre os membros da equipe.

Não existe reciprocidade quando não são respeitadas as individualidades de


cada membro, dessa maneira a pessoa não corresponde aos objetivos comuns
da assistência de enfermagem estabelecidos pela estrutura organizacional, uma
vez que, não são reforçadas a compreensão acerca da importância do ouvir e
enxergar a opinião do outro.

Nesse contexto a equipe de enfermagem imprime uma relação interpessoal


carregada de diferenças e conflitos, não reconhecendo a realidade e necessidade
para mudanças no comportamento ético da assistência de enfermagem.

O ensino da ética se torna imprescindível para preparar o aluno de enferma-


gem para exercer a profissão com autonomia e é fundamental para atingir uma
assistência de enfermagem acolhedora, digna e de qualidade.

Compreende-se a relação entre o comportamento ético e as relações inter-


pessoais como fonte de valorização dos deveres e dos modos de conduta adota-
dos entre os membros de uma equipe. Por isso, é importante refletir e questionar
de maneira crítica a postura ética dos profissionais de enfermagem e as consequ-
ências apresentadas nas rotinas de trabalho.
Melhorando o aprendizado

Neste capítulo, relacionamos o


conceito de ética profissional e orga- Ao planejar a aula sobre relações interpessoais, é inte-
nizacional com o processo de comu- ressante despertar a curiosidade dos alunos sobre os
nicação sistemático na enfermagem. aspectos da personalidade.
Juntos, eles definem o comporta-
http://www.temperamento.com.br/content/
mento ético e sua importância na re-
lação interpessoal. http://educamais.com/teste-de-temperamento/

É comum direcionar um determi- Para compreender um pouco mais sobre a personali-


nado padrão ético entre as condutas dade, acesse os sites e faça o teste sobre os diferentes
de trabalho na enfermagem para es- tipos de temperamentos.
truturar e sistematizar os relaciona-
mentos de trabalho.

Um padrão ético dimensiona valores para estabelecer normas de trabalho,


obedecendo e contribuindo para regras de avaliação, orientação e julgamento
de condutas.

Destacamos a importância de identificar as personalidades e os comporta-


mentos individuais, que são aspectos decisivos nas relações interpessoais do tra-
balho em enfermagem.

Cada pessoa desenvolve um aspecto especial da personalidade2, que pode 21


influenciar as relações interpessoais de trabalho.

Metodologia ativa:
Simulação Realística
Referências

COSTA, J. B. R.; SILVA, M. A. M. A. Relações interpessoais da enfermagem na


organização hospitalar: um estudo de caso na Unidade de Terapia Intensiva
Neonatal. VI Encontro de Estudos Organizacionais da ANPAD. Eneo, 2010.
Florianópolis.

PASSOS, E. Ética nas organizações. 1.ed., São Paulo: Atlas,2007.

2  GLAS, Norbert. Temperamentos: a face revela a pessoa. Arte Médica Ampliada. São Paulo. v. 33, n. 1, 2013. Disponível
em: <http://www.abmanacional.com.br/arquivo/30b59bc4198b1265fb909ed71ebab9efc7423396-33-1-face-revela-a-
pessoa-temperamentos.pdf>. Acesso em: 09 jun 2016.
Segurança no Preparo
e Administração de
Medicamentos

Profª Dra. Ariadne da Silva Fonseca


Gerente do Instituto de Ensino e Pesquisa
Coordenadora do Centro de Simulação Realística São Camilo
Presidente ABEN de São Paulo

Introdução

A segurança do paciente é considerada hoje um ponto essencial na formação


dos profissionais de saúde, com potencial para revolucionar a maneira como as
instituições prestam serviços a seus usuários. Através da aplicação de métodos
científicos e conhecimentos específicos da área de segurança, ela objetiva alcan-
çar um sistema de serviços e cuidados de saúde que seja digno de confiança.

A segurança do paciente também pode ser considerada um atributo do sis-


tema de cuidados em saúde que minimiza a incidência e os impactos de eventos
adversos e maximiza a recuperação diante de sua ocorrência. No entanto, essa
ainda é uma área do conhecimento em construção, na qual modelos inovadores
e estudos vêm sendo realizados, aumentando o interesse de profissionais e pes-
quisadores do mundo todo em torno do assunto.

A experiência tem demonstrado que é necessário não somente uma prepa-


ração técnico-científica específica, mas também que este se apoie numa concep-
ção de saúde que norteie o modo de assistir e colocar-se frente às questões que
envolvem a saúde como um todo e, que permita pensar em bases mais sólidas,
a fim de investir na construção de conhecimentos e informações acrescidos de
uma formação/capacitação educacional ética. Essa concepção acarreta uma pos-
tura profissional mais aberta à realidade, estimulando o profissional a refletir seu
fazer, sua atuação e proporcionando a ele melhores condições para o exercício
profissional.
Objetivo de aprendizagem

O profissional de enfermagem
deverá saber após o treinamento:

• identificar as vias de adminis-


tração de medicamentos;
• relembrar cálculos básicos de
matemática;
• identificar e reconhecer os
princípios farmacológicos;
• descrever os cuidados de en-
fermagem no preparo e admi-
nistração de medicamentos;
Fonte: http://logisticamundi.blogspot.com.br/
• identificar as ações de segu-
rança do paciente no preparo e
administração de medicamentos;
• reconhecer os aspectos éticos e legais no preparo e administração de
medicamentos.

Principais tópicos
• História 23
• Princípios básicos

Metodologia ativa:
Simulação Realística
• Questões éticas e legais
• Vias de administração
• Estabilidade e incompatibilidade medicamentosa;
• Principais grupos farmacológicos;
• Recomendações gerais na administração de medicamentos;
• Atribuições e responsabilidades dos profissionais de enfermagem;
• Segurança na administração de medicamento;
• Papel do enfermeiro na administração de medicamentos.

História

A preocupação em tratar doenças ocorre desde os primórdios da humanida-


de. Ela se manifesta nos três estágios da terapêutica farmacológica:

• Místico;
• Empírico;
• Específico:

∙∙ 1860 – Abertura primeira escola de enfermagem – necessidade de


conhecimento teórico na prática profissional;

∙∙ Até 1910 – Enfermeiras administravam medicações via oral, retal,


inalatória, subcutânea e tópica;
∙∙ Durante 2° Guerra Mundial e Pós-Guerra: aumento responsabilidade
da enfermeira na terapia medicamentosa.

Princípios básicos

O sistema de medicação é composto por vários processos interligados e in-


terdependentes, envolvendo multiplicidade de planejamento e implementação
de ações pela equipe de saúde, produz um contexto entrelaçado de situações
que podem ser facilitadoras para erros.

De acordo com os Padrões de Acreditação da Joint Commission o sistema de


medicação engloba vários pontos:

• Organização e gerenciamento
• Seleção e aquisição
• Armazenagem
• Prescrição e transcrição
• Preparo e dispensação
• Administração
• Monitoramento

24 A administração de medicamentos é a aplicação de fármacos no organismo


através de uma das várias vias possíveis, de acordo com a proposta terapêutica.
O objetivo é um resultado diferente do apresentado no início.
Metodologia ativa:
Simulação Realística

Podemos dizer que o preparo e administração de medicamentos é um pro-


cesso complexo que envolve:

• Formação profissional
• Conhecer o paciente
• Farmacologia
• Fisiologia
• Patologia
• Cálculo de doses e volumes
• Compatibilidade
• Reações adversas
• Horário
• Eliminação de metabólitos

Precisamos estar atentos e não ligar o “piloto automático”, pois as atividades


de enfermagem – em especial, o preparo e a administração de medicamentos
– são complexas e arriscadas. Concentração e olhar atento são imprescindíveis
para evitar erros e minimizar riscos.
Atenção!
Desligue o piloto automático

Para administrar medicamentos é necessário formação e capacitação espe-


cífica; e é importante lembrar que nem todos os profissionais da área da saúde
estão habilitados para fazê-lo.

• Farmacêutico
• Enfermeiro
• Técnico de enfermagem
• Auxiliar de enfermagem
• Médico
• Dentistas 25
• Técnico oftalmologia

Metodologia ativa:
Simulação Realística
• Outros

Questões éticas e legais

É importante que o estudante, o enfermeiro, o técnico e o auxiliar de enfer-


magem conheçam o Código de Ética Profissional de Enfermagem para embasar
sua atuação profissional. Nele estão descritos os princípios, os direitos e os deve-
res da profissão.

Vamos destacar agora alguns artigos do Código e Ética que estão relaciona-
dos com o preparo e a administração de medicamentos.

O preparo e a administração de medicamentos têm como principal ator o


profissional de enfermagem. Mas estudos tem mostrado que o farmacêutico
pode ser o responsável pelo preparo da medicação, a qual deve ser encaminhada
para o setor em doses unitárias. Algumas instituições estão adotando essa dinâ-
mica, a partir da implantação de protocolos que regulamentam as atividades e a
responsabilidade de cada profissional da saúde.

Apesar de ser uma tarefa complexa, a administração de medicamentos é, na


maioria das vezes, desempenhada por profissionais de nível médio, como auxilia-
res e técnicos de enfermagem, sob a supervisão e a orientação dos enfermeiros.

Contudo, não podemos esquecer que o ato de delegar não faz refutar a res-
ponsabilidade que o enfermeiro tem no atendimento das necessidades assisten-
ciais e de cuidados à saúde do paciente como indivíduo, da família e de outros
O Código de Ética do Profissional de
Enfermagem destaca:

No artigo 12: “assegurar à pessoa, família


e coletividade assistência de enferma- entes significativos, mesmo sendo realizados por
gem livre de danos decorrentes de impe- sua equipe.
rícia, negligência ou imprudência”.
Vias de administração
O artigo 18 do Código de Ética do
Profissional de Enfermagem destaca que
o profissional deve: “responsabilizar-se São várias as vias de administração de
por falta cometida em suas atividades medicamentos:
profissionais, independentemente de ter
sido praticada individualmente ou em • via oral;
equipe. • via nasal;
O artigo 30 do Código de Ética do • via oftálmica;
Profissional de Enfermagem, proíbe ao
profissional de enfermagem: “adminis- • via otológica;
trar medicamentos sem conhecer a ação • via tópica;
da droga e sem certificar-se da possibi-
lidade dos riscos”. Quanto à execução • via retal;
das prescrições médicas pela equipe de
enfermagem, especialmente a medica- • via vaginal;
mentosa, o artigo 38 do Código de Ética • via parenteral.
do Profissional de Enfermagem atribui ao
profissional o direito de: “…recusar-se a A via parenteral é utilizada para ação rápida
executar prescrição em caso de identifi-
da droga, em situação de emergência; em pacien-
cação de erro ou ilegibilidade, ou quando
não constar a assinatura e o número de tes com algum tipo de distúrbio orgânico, em an-
registro do prescritor, exceto em situa- tibioticoterapia, entre outros.
26 ções de urgência e emergência”.
A via parenteral engloba:

• Via intradérmica – testes alérgicos, vacinas,


Metodologia ativa:
Simulação Realística

doses pequenas de fármacos (adrenalina).


• Via subcutânea – absorção lenta e unifor-
me (insulina e anticoagulante).
• Via intramuscular – drogas solução aquosa
e oleosa. Absorção mais rápida que via oral.
• Via intravenosa – ação imediata, rápida, prolongada.

Via intravenosa

A via intravenosa é indicada principalmente


quando há a necessidade de administrar fármacos
com grande tamanho molecular, que sofrem destrui-
ção pelo suco gástrico ou que causam lesões no es-
paço intramuscular ou subcutâneo. Pela via intrave-
nosa, a distribuição é rápida, ultrapassando algumas
barreiras e consequentemente, é uma via de maior
risco, que requer cuidados durante o preparo e a ad-
ministração da infusão.
As vias de acesso intravenoso

1. Central3

a) Cateter de longa permanência: pode permanecer até anos, sem a ne-


cessidade de troca.

b) Cateter de curta permanência: pode permanecer semanas a meses,


sem a necessidade de troca.

27

Metodologia ativa:
Simulação Realística

TRADUZINDO

Cateter: Segundo o Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa Michaelis, cate-


ter se refere a um “instrumento tubular que é introduzido em canais, vasos ou
cavidades do corpo para a retirada ou injeção de fluídos ou substâncias ou para
distender uma passagem ou conduto, efetuar investigações diagnósticas etc”.

Michaelis online – Melhoramentos, 2016. Disponível em: <http://michaelis.uol.


com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=cateter>. Acesso em: 12 jul 2016.

3  MARTIN, L.G.R.; SEGRE, C.A.M. Manual básico de acessos vasculares. São Paulo: Atheneu, 2010. 231 p.
2. Periférico

a) Cateter sobre a agulha: cateter venoso introduzido na luz de uma veia


superficial, com o objetivo de proporcionar acesso venoso para admi-
nistração de drogas e soluções ou para a reposição de volume e
hemoderivados.

Estabilidade e compatibilidade medicamentosa

Estabilidade e compatibilidade na administração de medicamentos


28 • Compatibilidade – substâncias combinadas não se modificam, coexistem
no mesmo recipiente.
• Estabilidade – capacidade que o produto tem de manter as mesmas pro-
Metodologia ativa:
Simulação Realística

priedades e características no momento de sua fabricação, no período de


estocagem e no uso (potência, qualidade, pureza).

Aumenta a temperatura da medicação


Ampicilia (20mg/ml) + SG5%
para 25ºC e sua estabilidade é de 2hs

Efeitos adversos na administração de medicamentos

Aparecimento de um problema de saúde causado pelo cuidado e não pela


doença de base, ou seja, uma lesão não intencional que resultou em incapacida-
de temporária ou permanente e/ou prolongamento do tempo de permanência
ou morte como consequência do cuidado prestado.

Incompatibilidade medicamentosa

É chamado incompatibilidade medicamentosa o fenômeno físico-químico


indesejável que se manifesta por efeito do próprio solvente do medicamento e
por reações do tipo acidobásico, com risco de perda da potência do fármaco e/
ou solução.

Fenômenos relacionados à incompatibilidade medicamentosa


• Fenômeno físico-químico: pode ser indesejável, levando à instabilidade do
conteúdo e a reações químicas. Há situações em que os produtos podem
ser terapeuticamente inativos e tóxicos. Relaciona-se com a concentração
dos medicamentos e tempo de contato.
A incompatibilidade medicamentosa pode ser classificada como:

Incompatibilidade física e incompatibilidade química

1. Incompatibilidade física – alterações visíveis a olho nu:

• Precipitado
• Mudança de cor: degradação ou perda da eficácia terapêutica.
• Liberação de gases: reação entre carbonatos ou bicarbonatos com
→ fármacos ácidos.
• Sorção: refere-se à ação de ambas absorção e adsorção, ocorrendo
simultaneamente.

Exemplo de precipitado Exemplo de mudança de cor


Diazepam + água destilada Diluição de cefalosporinas

Precipitado após 1 minuto Atenção: cefalotina – escurecimento aceitável

Infusão - de 6hs a 24hs após preparo

Exemplo de liberação de gases


Diluição da ceftazidima – formação de dióxido de carbono

29
Há risco de reação explosiva na seringa.

Como tal, é o efeito de gases ou líquidos quando incorporados a um material

Metodologia ativa:
Simulação Realística
de estado diferente e aderente à superfície de uma outra molécula. A absorção é
a incorporação de uma substância em um estado para outra, de estado diferente
(por exemplo, líquidos absorvidos por um sólido ou gases absorvidos por um
líquido). Adsorção é a adesão física ou a ligação de íons e moléculas na superfície
de outra molécula.

Absorção: reação do medicamento com o material do dispositivo onde está


colocado, levando a sua fixação para dentro da matriz dos frascos e acessórios.
Material mais comum: PVC.

Adsorção: interação física de certos grupos funcionais da molécula do me-


dicamento com sítios de ligação da superfície do recipiente. Materiais mais co-
muns: PVC e vidro. Exemplos: nitroglicerina, tiopental, amiodarona, propofol em
equipos de PVC.

• Viscosidade: é a propriedade física que caracteriza a resistência de um flui-


do ao escoamento, a uma dada temperatura.
• Turvação: o que deixa de ser transparente
• Fotólise: é a etapa de destruição de moléculas orgânicas através da radia-
ção de luz.

Exemplos de fotólise Anfotericina B, furosemida, nitroprussiato


de sódio, noraepinefrina
2. Incompatibilidade química

• Alteração da temperatura
• Concentração do fármaco na solução

Exemplo de alteração de temperatura Exemplo de concentração do


fármaco na solução
Ampicilina + SG5% a 27 graus Ampicilina + SG5% = 0,8% degradada
Celsius – 21,3% degradada Ampicilina + SG 10% = 10%
degradada após 8 horas de contato
Ampicilina + SG 25% = 13,3% degradada

Prevenção de incompatibilidade:

1. Nunca administrar droga que forma a condição precipitada.

2. Não misturar preparados em diluentes especiais com outras drogas.

3. Preparar cada droga em uma seringa para diminuir a chance de


precipitação.

4. Seguir as orientações do fabricante para reconstituir o fármaco.

Incompatibilidade medicamentosa pode estar presente quando:


30
1. Vários fármacos são adicionados na produção de soluções.

2. Fármacos em soluções distintas são administrados, concomitantemente,


Metodologia ativa:
Simulação Realística

em sistema Y.

3. Um único fármaco é reconstituído ou diluído em solução errada.

4. Um fármaco reage com o estabilizante do outro.

Principais grupos farmacológicos4

Várias são as drogas que podem ser administradas nos pacientes por via in-
travenosa, de acordo com a prescrição médica estabelecida. As mais comuns no
cuidado diário são as drogas vasoativas e os medicamentos antimicrobianos.

Medicamentos antimicrobianos: produtos químicos que eliminam os mi-


crorganismos vivos patogênicos no paciente. Podem ser administrados por via
intravenosa central ou periférica. Antibióticos são os antimicrobianos derivados
de outros microrganismos.

Na administração dos antimicrobianos, tenha atenção com:

üü Efeitos colaterais: náusea, vomito, diarreia.


üü Alergias e anafilaxias: podem se manifestar após 30 minutos ou até dias
depois do início do tratamento.

4  CLAYTON, B.D. Farmacologia na prática de enfermagem. Ria do Janeiro:


Elsevier, 2006. 842p
üü Nefrotoxicidade: diminuição volume urinário, alteração no exame de urina,
urina sangrenta ou enegrecida (amicacina, vancomicina).
üü Hepatotoxicidade: atenção se houver doença hepática preexistente
(cetoconazol).
üü Ototoxicidade: dano ao oitavo nervo craniano (amicacina).
üü Fotossensibilidade: prurido, coceira, urticaria, descamação.
üü Reconstituição: varia de acordo com o medicamento (diluente próprio,
água destilada, soro fisiológico).
üü Flebite química: risco de dano ao vaso sanguíneo e tecidual.
üü Tempo de administração: atenção à prescrição médica:

∙∙ Medicamentos que causam toxicidade – verificar o tempo indicado.

∙∙ Em muitas situações, quanto maior o tempo de infusão, melhor a


diluição da droga e menor a toxicidade que o medicamento pode
ocasionar.
üü Incompatibilidade: evitar administrar mais de um medicamento na mesma
via de acesso e no mesmo momento quando não estiver certo da real com-
patibilidade entre as drogas.
üü Infusão em Y: verificar se há compatibilidade entre os medicamentos e o
tempo ideal para a administração. 31
Drogas inotrópicas: melhora
do débito cardíaco. Atuam

Metodologia ativa:
Simulação Realística
receptores b2, diminuindo
resistência periférica.
Drogas vasoativas
vasopressoras: atuam em
receptores a adrenérgicos,
Drogas adrenérgicas: englobam as drogas levando ao aumento da
vasoativas e as drogas inotrópicas resistência vascular sistêmica
da pressão arterial.
• Catecolaminas endógenas:
dopamina, norepinefrina
e epinefrina.
• Catecolaminas sintéticas:
dobutamina, isoproterenol.
Atenção na administração de drogas adrenérgicas: vasoativas e inotrópicas
üü Diluição: de acordo com prescrição médica.
üü Tempo de administração: contínua, velocidade de infusão de acordo com administração
médica.
üü Incompatibilidade: infusão na mesma via do cateter central se houver compatibilidade
permitida.
üü Evitar infusão em acesso venoso periférico.
üü Diluição: de acordo com
prescrição médica.
üü Tempo de administração:
contínua, “bolus”, intermi-
tente. Velocidade de infusão
de acordo com prescrição
médica.
Administração de sedativos üü Atenção quanto a pos-
sível incompatibilidade:
infusão na mesma via do
cateter central ou periférico
quando compatibilidade
permitida.
üü “Bolus”: situações que exi-
gem sedação imediata.
São chamadas quimioterápicas
as drogas que, de diferentes
modos, interrompem a
Administração quimioterápica divisão celular, impedindo e
controlando o crescimento
tumoral, ainda que sem
seleção celular específica.
Atenção na administração de quimioterápicos pela via parenteral:
üü Risco de danos ao endotélio capital: vesicantes e irritantes.
üü Responsabilidade de administração exclusiva do enfermeiro.
üü Via exclusiva de administração: evitar administrar drogas concomitantes com a infusão do
32 quimioterápico. É importante monitorar efeitos dos quimioterápicos (reações alérgicas, al-
terações hemodinâmicas).
Metodologia ativa:
Simulação Realística
Guia de compatibilidade entre fármacos e soluções
intravenosas administradas a crianças5

5  VIANA, D. L. (org). Boas práticas de enfermagem. São Caetano do Sul: Yendis, 2010. 560 p.

Metodologia ativa:
33

Simulação Realística
Metodologia ativa:

34
Simulação Realística

Guia de compatibilidade entre fármacos e soluções


intravenosas administradas a crianças6

6  Viana, D. L. (org). Boas Práticas de Enfermagem. São Caetano do Sul: Yendis, 2010. 560 p.
Recomendações gerais na administração dos medicamentos
• Evitar aprazar medicamentos no mesmo horário;
• Evitar introduzir vários medicamentos na mesma solução e/ou seringa;
• Checar compatibilidade com materiais, tempo e fotossensibilidade previa-
mente à administração do medicamento;
• Administrar soro fisiológico 0,9% en-
tre os medicamentos, salvo em situa-
ções onde há incompatibilidade;
• Realizar “flushing” com SF 0,9% an-
tes e após administração de medica-
mentos, salvo em situações onde há
incompatibilidade;
• Preparar medicamentos imediata-
mente antes a sua administração;
• Utilizar (preferência) SG 5% para di-
luição medicamentos de caráter áci-
do (pH 4,5 a 5,5), exemplo: amicacina;
• Utilizar (preferência) SF0,9% para diluição medicamentos de caráter básico
(pH 6,8 a 8,5), exemplo: fenitoína;
• Evitar infusões simultâneas de vários medicamentos (conector “Y”,
“torneirinha”). 35

Atribuições e responsabilidades dos profissionais

Metodologia ativa:
Simulação Realística
de enfermagem na terapia medicamentosa

Atribuições dos profissionais de enfermagem

• habilidade em comunicação
• educação do paciente
• conhecimento sobre tecnologia específica
• educação
• conhecimento clínico
• conhecimento técnico-científico
• conhecimento sobre implicações legais do exercício profissional

Responsabilidades do enfermeiro

• aprazamento da prescrição médica;


• conferência dos itens de prescrição médica;
• verificação do tempo necessário para consecução da terapia
medicamentosa;
• investigar possíveis alergias aos medicamentos prescritos;
• administração de medicamentos;
• realizar a prescrição de cuidados de enfermagem para a administração da
terapia medicamentosa;
• monitorar os resultados obtidos;
• avaliar/acompanhar possíveis eventos adversos.

Responsabilidades do técnico e auxiliar de enfermagem:

• conferência dos itens prescritos;


• conferência dos dados do paciente na prescrição medica;
• administração e checagem da prescrição médica e de enfermagem
• registro/comunicação da evolução do paciente pré/durante/após adminis-
tração do medicamento.

Terapia medicamentosa e segurança do paciente

Com o objetivo de minimizar riscos no processo de medicação, a busca pela


qualidade nos serviços de saúde tem aumentado nas instituições que prestam
esse cuidado.

Como parte integrante da assistência prestada em várias situações aos pa-


cientes, observa-se a administração de medicamentos, com o objetivo da obten-
36 ção de um efeito terapêutico que melhore o estado de saúde e a qualidade de
vida do indivíduo.

Alguns autores defendem que o sistema de medicação se caracteriza por


Metodologia ativa:
Simulação Realística

uma atividade dinâmica com cinco fases (prescrição, dispensação, preparação,


administração e monitorização) que se inter-relacionam com o propósito de ga-
rantir segurança ao paciente.

É valido ressaltar que existem riscos inerentes à terapia medicamentosa e aos


dispositivos utilizados para sua administração.

A terapia medicamentosa é de responsabilidade multiprofissional. Erros na


medicação podem ocorrer em diferentes etapas, e a equipe de enfermagem
deve estar atenta para evitar essas ocorrências.

Questões para refletir sobre uma administração de medicamentos segura


• É importante conhecer a legislação?
• A equipe que trabalha comigo está preparada?
• Eu estou preparado?
• Arrisco-me diariamente?
• A instituição me dá suporte?

O Institute of Medicine (IOM) estima que ocorram nos Estados Unidos pelo
menos 1,5 milhões de incidentes relacionados a medicamentos por ano.
Quando ocorre um evento, geralmente temos:

• aumento do tempo de internação;


• procedimentos não previstos;
• possíveis danos irreversíveis das funções orgânicas;
• dor e sofrimento do paciente e de sua família, especialmente quando os
efeitos são graves.

Entre os erros mais comuns no cotidiano da enfermagem


que podem levar a esses eventos, estão:
• erro na leitura da embalagem;
• erro na identificação do paciente;
• erro ao checar os parâmetros vitais antes da administração do medicamento;
• erro ao determinar a velocidade de infusão;
• erro ao diluir o medicamento;
• incompatibilidade entre drogas;
• administração de medicamentos em doses, horas, frequências erradas;
• omissão;
• uso do medicamento errado;
37
• falta de habilidade ou de conhecimento necessário;
• falta de experiência profissional e

Metodologia ativa:
Simulação Realística
• violação de regras.

Segurança na administração de medicamentos

Há uma relação direta entre a interrupção do procedimento de administração


de medicamento, a ocorrência de erros e o agravamento do quadro do paciente.

Uma interrupção causa um aumento de:

- 12,1% dos erros relacionados ao procedimento (leitura equivocada da pres-


crição, erro na identificação do paciente etc.);

- 12,7% dos erros clínicos (medicamento errado, dose errada, via errada etc.).
Quanto maior o número de interrupções, mais severas são as consequências. A
partir da quarta interrupção, as chances de ocorrer um erro clínico dobram.

São considerados erros na fase de administração de medicamentos:


• Administração não autorizada da medicação
• Atraso na administração
• Ausência de registro
• Diluição errada
• Dose errada
• Duração inadequada do tratamento
• Erro de preparo
• Forma farmacêutica errada
• Frequência errada
• Alergias
• Prazo expirado ou deteriorado
• Medicamento errado
• Omissão
• Paciente errado
• Técnica de administração errada
• Velocidade de infusão errada
• Via de administração errada

Como implantar melhores práticas?

Alguns recursos são importantes quando falamos em melhores práticas. A


seguir, relacionamos algumas ferramentas que podem e devem ser utilizadas vi-
sando a segurança no preparo e na administração de medicamentos, conforme
a fase:

38
Metodologia ativa:
Simulação Realística
FASES FERRAMENTAS
Prescrição - Prescrição médica eletrônica
Armazenamento do medicamento - Medicamentos identificados com
etiqueta de código de barra
Preparo e dispensa do medicamento - Preparo e dispensa do medicamento
já preparado pela farmácia, em
horários pré‐determinados
- Medicamentos controlados devem
ser identificados com cor diferente
- A identificação deve conter: nome do
medicamento, dose, apresentação, data
de validade e código de barras para
rastrear o lote do medicamento
- Dispensa dos medicamentos por horário
- Comparar etiqueta com prescrição médica
Administração
- Paciente certo - Comparar a etiqueta com a prescrição médica
e a pulseira de identificação do paciente

- Medicamento certo - Riscos da prescrição médica: letra


ilegível e desordem podem ocasionar
erros relacionados com a leitura errada
(medicamento, dose, via, frequência etc.)
- Medicamentos sound‐alike: - Uma das recomendações internacionais
semelhantes na pronúncia é escrever em caixa alta o nome do
medicamento ou a parte do nome que não
é semelhante. Pode aparecer na prescrição
médica eletrônica e na etiqueta de 39
identificação do medicamento. Risco de trocar
as medicações no momento de administrar

Metodologia ativa:
Simulação Realística
- Medicamentos look‐alike: - Uma das recomendações internacionais
semelhantes na aparência. é o armazenamento em locais distantes.
Risco de trocar as medicações no
momento de administrar
- Via certa - Ler corretamente a prescrição médica e a
etiqueta de identificação da medicação
- Dose certa - Padronização do menor número
possível de variações de concentrações
de uma mesma medicação.
- Recomendação para reduzir o erro
relacionado à dose: dispensação do
medicamento já manipulado pela farmácia,
em horários pré‐determinados
- Hora certa - Administrar no horário prescrito, sem
atrasar mais do que 30 minutos
- Orientação do paciente - O profissional que administrará o
medicamento deve conhecê‐lo o suficiente
para oferecer informações precisas ao
paciente ou familiar; as informações mais
relevantes geralmente se relacionam
ao objetivo terapêutico, ao tempo de
tratamento e às reações adversas
Anotação - Incluir a checagem da medicação
administrada na prescrição médica
- Deve conter rubrica legível
- Se não está registrado, não foi feito

Quando falamos em paciente certo, precisamos pensar em identificação do


paciente com código de barras: identificar o paciente com pulseira contendo
nome, número do prontuário com código de barras é um procedimento prático
e simples que é de grande importância para evitar erros de medicação e garantir
a segurança do paciente durante o tratamento. Infelizmente, esse protocolo está
presente apenas em algumas instituições de saúde.

Veja a seguir exemplos de medicamentos SOUND‐ALIKE, isto é, de pronúncia


semelhante:

40
Metodologia ativa:
Simulação Realística

Fonte: Arquivo pessoal – Centro de Simulação Realística São Camilo

Exemplos de medicamentos semelhantes na aparência:

Fonte: Arquivo Pessoal – Centro de Simulação Realística São Camilo


Recomendações importantes:

- Aprazamento da prescrição médica: estabelecimento dos horários de admi-


nistração do medicamento, distribuindo-os de maneira a minimizar sobreposi-
ção e possíveis atrasos.

Fonte: Arquivo pessoal – Centro de Simulação Realística São Camilo

41

Metodologia ativa:
Fonte: Arquivo pessoal – Centro de Simulação Realística São Camilo Simulação Realística
- Checagem eletrônica do medicamento: com programa eletrônico que pos-
sibilite o gerenciamento das informações (por exemplo, com uma tela que infor-
me quais medicações estão atrasadas).

- Atrasos superiores a 30 minutos comprometem a biodisponibilidade do


fármaco no organismo e, consequentemente, podem prejudicar a resposta ao
tratamento.

- Prever também o tempo que será utilizado no preparo da medicação res-


peitando as características dos medicamentos (como no caso de medicamentos
refrigerados).
Fonte: Arquivo pessoal – Centro de Simulação Realística São Camilo

- Perda da estabilidade devido preparo muito antecipado, entre outros.

Considerar as próprias características do serviço no que tange a dispensação


do medicamento.

42
Metodologia ativa:
Simulação Realística

Fonte: Arquivo pessoal – Centro de Simulação Realística São Camilo

- Todas as situações relacionadas à administração de medicamentos devem


ser anotadas em prontuário (“se necessário”, reações adversas, não administração
dos medicamentos, local de administração do medicamento, atrasos ou anteci-
pação da dose, a resposta obtida etc.)

- O não registro induz a erro.

Algumas atitudes que envolvem instituição, profissional de saúde e paciente


precisam ser tomadas para auxiliar no tratamento, como:

• Cultura de segurança
• Favorecer a comunicação
• Tecnologia
• Educação
• Ambiente e condições de trabalho
• Identificar pontos críticos
• Fatores humanos
• Definição de processo

Competências de enfermagem para


administração segura de medicamentos

A literatura aponta onze competências de enfermagem relacionadas à medi-


cação. Elas se dividem em três categorias:

Decisão:

• promover a segurança no processo de administração de medicamento,


com a identificação de riscos e perigos e propostas de melhoria contínua;
• comunicação;
• promover colaboração interdisciplinar;
• busca de informações.

Teórica:

conhecimentos em anatomia e fisiologia;


43
conhecimento em farmacologia;

avaliação e monitoramento do paciente.

Metodologia ativa:
Simulação Realística
Prática:
• habilidades para cálculo matemático relacionado à medicação;
• administração de medicamento;
• documentação;
• educação do paciente.

Considerações finais

Diante da complexidade da assistência à saúde na atualidade, com sofistica-


das intervenções e equipamentos, o erro humano pode acontecer. Os erros nun-
ca serão eliminados na sua totalidade, mas seu número e sua severidade podem
ser reduzidos significativamente.

Alguns erros são imperdoáveis – tais como cirurgia no membro errado ou


liberação de um bebê para os pais que não são os seus –, mas felizmente eles
são raros. Já os eventos adversos com medicamentos, as infecções preveníeis e
o atraso no diagnóstico e no tratamento são erros comuns, mas que podem ser
gerenciados.

Um modelo para modificar essa realidade é a implantação da governança


clínica. É um sistema em que os profissionais são responsáveis pela melhoria
contínua da qualidade da prática clínica, da segurança e da satisfação dos pa-
cientes nos cuidados fornecidos. Torna-se necessário transformar a segurança
do paciente em prioridade estratégica nas instituições de saúde e na agenda de
seus dirigentes.

Referências

COUSINS, D. D. M. (Ed.). Medication Use: a system approach to reducing errors.


Oakbrook Terrace (EUA): Joint Commission Resources, 1998.

BELELA, A. S. C. Cálculos e diluições de medicamentos e estratégias para


prevenção de erros de medicação. In: HARADA, M. J. C. S.; PEDREIRA, M. L. G.
Terapia intravenosa e infusões. São Caetano do Sul: Yendis, 2011.

BOYER, M. J. Calculo de dosagem e preparação de medicamentos (trad. Carlos


Henrique Cosendey e Alexandre Cabral de Lacerda). Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2010.

CHEREGATTI, A. L.; AMORIM, C. P. Drogas utilizadas em UTI. 3.ed. São Paulo:


Martinari, 2011.

CLAYTON, B. D. Farmacologia na prática de enfermagem. Ria do Janeiro:


Elsevier, 2006. 842 p.

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO. Boas práticas: cálculo


44 seguro, vol. I e II. 2011.

ELLIOT, A. L. Y. The nine rights of medication administration: an overview. British


Journal of Nursing, v. 19, n.5, 2010.
Metodologia ativa:
Simulação Realística

EMANUEL, L. et al. What exactly is patient safety? In: Henriksen K, Battles JB, Keys
MA, et al., editors. Advances in patient safety: new directions and alternatives
approaches. Vol. 1: Assessment. Rockville (MD): Agency for Healthcare Research
and Quality; Ago.2008. Disponível em <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/
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ed. São Paulo: Rideel, 2011.

HARADA, M. J.; et. al. O erro humano e a segurança do paciente. São Paulo:
Atheneu, 2006. 217 p.

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Caetano do Sul: Yends, 2011.

HUGHES, R. G.; BLEGEN, M. A. Medication administration safety. In: Hughes


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MACEDO, G. P. O. S.; BOHOMOL, E.; D’INNOCENZO, M. Terapêutica medicamentosa


para criança em serviço hospitalar de emergência, Acta Paul Enferm. São Paulo.
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Paulo: Atheneu, 2010. 231 p.

MARTINS, T. S. S.; SILVINO, Z. E.; SILVA, L. R. Eventos adversos na terapia


farmacológica pediátrica: revisão integrativa da literatura. Revista Brasileira de
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PETERLINI, M. A. S. Incompatibilidade no preparo e administração de terapia


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v. 20, n.1027 e 1034, 2011. Doi:10.1136/bmjqs‐2011‐000089. 45

Metodologia ativa:
Simulação Realística
Acolhimento na
atenção primária

Michelle Wenter
Coordenadora de Projetos - Enfermagem

O acolhimento é uma proposta de reorientação da atenção à saúde, a fim de


reorganizar a assistência dos serviços de saúde e de mudar o modelo de assistên-
cia tecnocêntrico.

Trata-se de uma lógica de organização e funcionamento do serviço de saúde


baseada na oferta de atendimento a todas as pessoas que o procuram.

Tem como princípios: acessibilidade, reorganização do processo de trabalho


descentralizado e qualificação da relação entre profissional e usuário.

Estabelece um elo de confiança entre o paciente e o profissional de saúde,


sendo indispensável para o atendimento na área.

É importante compreender que o termo acolhimento na atenção primária de


saúde se refere às ações de saúde voltadas ao processo de escuta e de identifica-
ção de problemas da saúde da pessoa, a fim de propor uma solução que alcance
não só o interesse individual, mas também situações coletivas.

Ou seja, é preciso dispor de arranjos tecnológicos e análise de situações para


evidenciar os problemas de saúde que podem acometer uma comunidade.

Mas, para isso, é necessário conhecer a comunidade e a região, a fim de ofe-


recer serviços de saúde adequados à demanda daquela parcela da população.

O acolhimento favorece a concepção de compromisso, sendo fundamental


para a humanização do Sistema Único de Saúde (SUS). Ele depende unicamente
dos profissionais envolvidos na atenção primária de saúde.

A ESCUTA PERMITE O DESABAFO (DENOMINADO CATARSE NA


PSICOLOGIA) E CRIA ESPAÇO PARA O PACIENTE REFLETIR SOBRE
SEU SOFRIMENTO E SUAS CAUSAS
FONTE: GONÇALVES, D. A.; FIORE, M. L. M. VÍNCULO, ACOLHIMENTO E ABORDAGEM PSICOSSOCIAL: A PRÁTICA
DA INTEGRALIDADE. MÓDULO PSICOSSOCIAL. ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA. UNIFESP/UNASUS. 2011.
DISPONÍVEL EM: <http://www.moodle.cpscetec.com.br/tecnicoenfermagem>.
A escuta

A escuta é parte do processo de


acolhimento e acontece em todos
momentos do atendimento de saú-
de. Nessa etapa, a pessoa é convida-
da a expor seus problemas e necessi-
dades, seja individualmente, seja em
grupo.

É importante destacar que, nesse


momento, o profissional deve deixar
a pessoa à vontade, com liberdade
para se expressar, pois os problemas
individuais e/ou coletivos podem es-
tar inseridos na maneira como cada
pessoa percebe o que é um proble-
ma de saúde. Por isso, é importante a participação de uma equipe multiprofissio-
nal que identifique as necessidades apresentadas.

Os momentos terapêuticos podem acontecer por:

• demanda espontânea;
• encontros programados;
• encontros individuais ou em grupos. 47

O suporte

Metodologia ativa:
Simulação Realística
O suporte refere-se ao apoio dado após a escuta, reforçando a segurança e a
ajuda para a pessoa e/ou comunidade.

O esclarecimento

É importante atentar para O PROFISSIONAL, AO ESCUTAR SEU PACIENTE,


o momento da escuta, pois a ESTIMULA A LIVRE EXPRESSÃO DE SUAS
queixa declarada vai além do ANGÚSTIAS E NOMEIA UMA DOENÇA,
real motivo do atendimen- INTRODUZ A POSSIBILIDADE DE DAR UM
to por demanda ou consulta. SENTIDO AO SOFRIMENTO DA PESSOA, DE
Muitas vezes, a pessoa ou a co- AJUDÁ-LA A SE REORGANIZAR FRENTE ÀS
munidade emprega valores e SUAS VIVÊNCIAS
crenças para sinais e sintomas
de acordo com a sua cultura, FONTE: GONÇALVES, D. A.; FIORE, M. L. M. VÍNCULO, ACOLHIMENTO E ABORDAGEM
PSICOSSOCIAL: A PRÁTICA DA INTEGRALIDADE. MÓDULO PSICOSSOCIAL.
desconhecendo as informa- ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA. UNIFESP/UNASUS. 2011. DISPONÍVEL
ções necessárias para promo- EM: <http://www.moodle.cpscetec.com.br/tecnicoenfermagem>.
ção da saúde e prevenção de
doenças.

Dessa forma, o processo de acolhimento deve propiciar vínculos a fim de di-


minuir fantasias e aumentar a compreensão sobre as informações corretas em
saúde. Assim, ele pode fortalecer a reestruturação de um comportamento cole-
tivo de proteção à saúde.
O processo de acolhimento, capaz de estabelecer vínculos, é essencial para a
atenção à saúde primária, pois oferece cuidados de forma integral e atinge igual-
mente às queixas individuais e coletivas, que podem ser físicas, emocionais ou
mentais.

Transferência e contransferência

Estão relacionadas com a percepção e a interlocução nas relações pessoais. É


a interação gerada no processo de comunicação entre o interlocutor e o receptor
de mensagens.

A transferência e a contransferência executadas corretamente garantem a


repetição de comportamentos e o vínculo entre interlocutor e receptor para a
aceitação de novas informações, orientações etc.

Temos como exemplo:

• a repetição na vida adulta de situações vividas na infância;


• a imagem protetora dos pais;
• as situações amorosas;
• as situações relacionadas ao abuso de poder etc.

48 Na prática, as transferências referem-se a ambientes de sociedade que, quan-


do são respeitadas as etapas dos processos de comunicação, geram situações
de simpatia, empatia e vínculo emocional entre o interlocutor e o receptor de
mensagens.
Metodologia ativa:
Simulação Realística

Em casos contrários, poderão gerar sentimento de revolta e rejeição para no-


vas informações e orientações.

Em outras palavras, a transferência está relacionada à forma como o profis-


sional de saúde aborda seu paciente e como sua mensagem pode interferir na
percepção de vida dele.

Já a contransferência está relacionada à expectativa que o profissional de saú-


de deposita em seu paciente e aquela que recebe dele, ao perceber sua reação.

Esses dois conceitos envolvem reações afetivas e emocionais, que não po-
dem ser evitadas. Por isso, é importante que o profissional de saúde esteja atento
às etapas do processo de comunicação para garantir um ambiente favorável ao
atendimento terapêutico da atenção primária.
Referências

BALINT, M. O médico, seu paciente e a doença. Rio Janeiro: Atheneu, 1984.

BERGER, P. L.; LUCKMANN, T. A construção social da realidade. Petrópolis: Vozes,


1985.

BOLTANSKI, L. As classes sociais e o corpo. 2. ed. Rio de Janeiro: Graal, 1984.

BRASIL. Ministério da Saúde. HumanizaSUS: Política Nacional de Humanização:


a humanização como eixo norteador das práticas de atenção e gestão em todas
as instâncias do SUS. Brasília: Ministério da Saúde, 2004. Disponível em <http://
bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/humanizasus_2004.pdf>. Acesso em
31.jul.2016.

BUENO, W. S.; MERHY, E. E. Os equívocos da NOB 96: uma proposta em sintonia


com os projetos neoliberalizantes. 2001. Disponível em <http://www.uff.br/
saudecoletiva/professores/merhy/artigos-14.pdf>. Acesso em 31.jul.2016.

CAMPOS, G. W. S. Considerações sobre a arte e a ciência da mudança: revolução


das coisas e reforma das pessoas. O caso da saúde. In: CECÍLIOM L. C. O.
Inventando a mudança na saúde. 2. ed. São Paulo: Hucitec, 1997, p. 29-87.

CANGUILHEM, G. O normal e o patológico. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense


Universitária, 1990. 49
CLAVREUL, J. A ordem médica: poder e impotência do discurso médico. São
Paulo: Brasiliense, 1983.

Metodologia ativa:
Simulação Realística
FOUCAULT, M. O nascimento da clínica. Rio de Janeiro: Forense Universitária,
1987.

HELMAN, C. G. Cultura, saúde e doença. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.

HOUAISS, A.; VILLAR, M. S. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de


Janeiro: Objetiva, 2001.
Formulário de avaliação

Agradecemos por reservar tempo para preencher este formulário de avalia-


ção. Ele nos ajudará a melh sas oficinas futuras.

Na sua opinião, qual é a importância de implantar a


simulação realística nos currículos de seu curso?

Nem um pouco importante


Não muito importante
Neutro
Razoavelmente importante
Muito importante

Você acha que os outros professores de sua equipe pensam que a


simulação realística é importante em seus componentes curriculares?

Certamente não
Possivelmente não
Neutro
Possivelmente sim
Certamente sim
50
Que grau de dificuldade você enfrentaria ao tentar
sugerir mudanças no seu local de trabalho?
Metodologia ativa:
Simulação Realística

Muito difícil
Razoavelmente difícil
Neutro
Razoavelmente fácil
Muito fácil

Qual é a probabilidade de você sugerir mudanças no seu


local de trabalho nos próximos três meses?

Muito improvável
Razoavelmente improvável
Neutro
Razoavelmente provável
Muito provável
Que mudanças você poderia sugerir?

Qual é a probabilidade de que outros fatores dificultem a


sugestão de mudanças no seu local de trabalho?

Muito improvável
Razoavelmente improvável
Neutro
Razoavelmente provável
Muito provável

Que fatores poderiam gerar essa dificuldade?

51

Metodologia ativa:
Simulação Realística
Na sua opinião, qual tema deve ser abordado na próxima capacitação sobre
metodologias de ensino?

1. Esta capacitação deverá ser repetida?

Não 1 2 3 4 5 Sim

2. Que nota você dá às oficinas como um todo?

1 2 3 4 5

3. Qual foi a qualidade do material oferecido?

Razoável 1 2 3 4 5 Muito bom

4. Qual foi a relevância das oficinas para seu trabalho docente?

Nenhuma 1 2 3 4 5 Muito
Relevante

5. Quais foram os pontos positivos?

52
Metodologia ativa:
Simulação Realística

6. O que pode ser melhorado?

Agradecemos sua participação no curso Aplicação prática do processo de en-


sino na enfermagem
SHIRLEY DA ROCHA AFONSO
Possui Graduação em Enfermagem pela UNIP, Especialização em Enfermagem
Gerontológica e Geriátrica pela UNIFESP, Pós-Graduação em Docência no
ensino médio, técnico e superior na área de saúde pela FAPI e em Planejamento,
Implantação e Gestão em Educação à Distância pela UFF. Atuou como enfermeira
executora e vice-presidente na Comissão de Controle de Infecção Hospitalar.
Foi coordenadora da Comissão Organizadora de Curativos, e supervisora da
Comissão de Gerenciamento dos Resíduos dos Serviços de Saúde. É professora
do Curso Técnico em Enfermagem na Etec Parque da Juventude e Professora
Coordenadora de Projetos na Unidade de Ensino Médio e Técnico do Centro Paula
Souza. Participa do Grupo de Estudos e Pesquisas em Memórias e Histórias da
Educação Profissional (GEPEMHEP), do Grupo de Estudos em História Oral da Saúde
(GEHOS) e do Centro de História e Filosofia das Ciências da Saúde (CEHFI).

ARIADNE DA SILVA FONSECA


Possui Graduação em Enfermagem pelo Centro de Estudos Superiores de
Londrina, Especialização em Pediatria e Puericultura, pela Universidade Federal
de São Paulo (UNIFESP). Mestrado em Pediatria pela Universidade Federal
de São Paulo e Doutorado em Enfermagem pela Universidade Federal de São
Paulo. Atualmente é Professora do Mestrado Profissional de Enfermagem da
Universidade em Tecnologia da Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto
(USP Ribeirão Preto), Coordenadora de Publicações do Hospital São Camilo -
São Paulo. Presidente da ABEn-SP, Tesoureira da Associação Brasileira de
Simulação Realística (ABRASSIM). Tem experiência na área de Enfermagem,
com ênfase em Ensino de Enfermagem, atuando principalmente nos seguintes
temas: enfermagem, ensino aprendizagem, ensino de enfermagem, assistência
de enfermagem, Simulação realística, enfermagem neonatal e Assessoria em
Ensino e Pesquisa. Pesquisadora do Grupo de pesquisa e estudos de família e
comunidade UNIFESP - (GEPFAC).

MICHELLE WENTER
Graduada em Enfermagem pelo Centro Universitário Monte Serrat,
Especialização em Unidade de Terapia Intensiva pela Universidade Católica de
Santos, Licenciatura em Enfermagem pela Fatec Rubens Lara e Especialização
em Cuidado ao Pré Natal pela Universidade Federal de São Paulo. Atualmente
é docente do Curso Técnico de Enfermagem da Escola Técnica Estadual
Doutora Ruth Cardoso e Enfermeira Intervencionista no SAMU Litoral Sul. Tem
experiência em tutoria EaD no curso de capacitação de profissionais do SAMU
pela Coordenação Geral de Urgência e Emergência, projeto em parceria entre o
Ministério da Saúde e o Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

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