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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA


CAMPUS CAPITÃO POÇO
CURSO DE LICENCIATURA EM COMPUTAÇÃO
PROFESSORA: ÁUREA PENICHE
DISCIPLINA: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS V
DISCENTES: HELEN CRISTINA CUNHA DOS REIS

RELATO DE EXPERIÊNCIA VIVENCIADA NA SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO


NO MUNICÍPIO DE CAPITÃO POÇO - PARÁ

INTRODUÇÃO
Segundo Silva e Oliveira (2016) a educação brasileira foi margeada pela
problemática da dificuldade de acesso e permanência na escola. Mas a partir
do final da década de 1980, com a promulgação da Constituição Federal de
1988, este quadro passou a sofrer mudanças significativas e o processo de
escolarização passou a ganhar ênfase e contornos mais sólidos, culminando
na atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96).
A Constituição de 1988, complementada pela Lei 9.394/96 reorganizou o
ensino brasileiro e motivou mudanças substantivas nos critérios de
redistribuição e financiamento da educação, ampliando o ensino obrigatório.
Definindo as competências e atribuições dos entes federativos União, estados
e municípios, estabeleceu com clareza a autonomia do município para criar o
seu próprio sistema de ensino (SARMENTO, 2005). A mesma Constituição, em
seu art. 30 inciso VI, prescreve, ainda, que os municípios devem manter
cooperação técnica e financeira com a União e os Estados para execução de
programas voltados a educação pré-escolar e de ensino fundamental
(LIBANEO et al, 2012).
Ainda segundo Silva e Oliveira (2016) diante deste desafio, após alguns
anos de discussão e tramitação no âmbito legislativo, aprovou-se a Lei
13.005/2014 que institui o novo Plano Nacional de Educação (PNE), cujas
metas geraram impactos imediatos para a Educação Pública em todo o país.
Dentre essas metas está a elaboração ou adequação do Plano Municipal de
Educação, pois este deve estar alinhado ao Plano Nacional de Educação e ao
Plano Estadual de Educação (MEC, 2014).
O Plano Municipal de Educação é de todos que moram no município,
dessa forma deve atender as necessidades educacionais desta população.
Segundo Sarmento (2005):
Se a legislação de âmbito nacional não impõe a
obrigatoriedade de elaboração de planos municipais de educação,
ela também não proíbe. E, como já foi salientado, do ponto de vista
da eficácia das ações do poder público municipal, resulta
imperativo que as mesmas sejam planejadas. Assim,
independentemente de que o ensino mantido pelos municípios seja
organizado como um sistema próprio ou não, justifica-se a
existência de planos municipais de educação. Dada a estreita
relação entre sistemas de educação e planos educacionais, como
se destacou no início desta exposição, a opção por organizar os
sistemas municipais de educação implica, a fortiori, a formulação
de planos municipais de educação.

O presente relatório versa a visita realizada na Secretaria Municipal de


Educação do Município de Capitão Poço, com objetivo de conhecer a realidade
educacional do município, em relação a situação da presença ou não de um
Plano Municipal de Educação, sobre a existência do Conselho Municipal de
Educação, Conselho Escolar, Conselho de Merenda Escolar e outros
imprescindíveis para o desenvolvimento educacional do município.

METODOLOGIA
No dia nove de outubro de dois mil e dezenove as turmas do quinto e
sexto semestre do Curso de Licenciatura em Computação da Universidade
Federal Rural da Amazônia (UFRA), cursando a disciplina de Prática
Pedagógica V, realizaram uma visita técnica na Secretaria Municipal de
Educação de Capitão Poço. Portando um Oficio assinado pela professora
responsável por esta disciplina, a fim de ser entregue ao Secretário de
Educação o senhor Amadeu Torres solicitando as informações necessárias
para compor de forma prática a ementa da disciplina que trata do Estudo sobre
a Estrutura e Organização Municipal de Educação, concepção de Gestão em
Educação, Plano Municipal de Educação, Conselho Municipal de Educação e o
Conselho do FUNDEB.
O Secretário de Educação encaminhou os alunos para serem atendidos
pela senhora Liduína Rosa Gonçalves, que respondeu aos questionamentos a
respeito dos temas acima citados. Assim como, a sra Geane Medeiros de
Aquino falou um pouco sobre a prática pedagógica adotada na Educação
Infantil, setor que coordena.

RESULTADOS
O questionamento inicial foi a respeito do Sistema Municipal de Ensino
se há a existência do mesmo aprovado por Lei e como está estruturado e a
resposta obtida foi que ainda não existe um Sistema Municipal de Educação, e
não está estruturado. Porém é um caso ainda em estudo, visto que, ainda se
está adaptando o Plano Municipal de Educação, além do fórum municipal de
educação. No entanto alguns membros que trabalham na secretaria de
educação estavam em uma formação referente a toda essa informação sobre o
Conselho Municipal de Educação e o novo currículo.
O segundo questionamento tratou sobre a consolidação por Lei da Rede
Municipal de Ensino e sua organização no município e a resposta obtida foi que
está em processo de organização para consolidação da Lei. E que no presente
momento a Secretaria de Educação Municipal se organiza para trabalhar por
ano, com base no planejamento do Conselho Estadual de Educação.
Em relação ao terceiro questionamento que visa saber se há o Conselho
Municipal de Educação aprovado por Lei e se está estruturado foi informado
que o Município não possui este conselho. E foi afirmado que a Secretaria de
Educação Municipal segue o regime do Conselho Estadual de Educação.
Já em relação ao quarto questionamento sobre o Plano Municipal de
Ensino foi informado que existe e está legitimado em Lei, assim como, também
existe o Regime Unificado Municipal de Ensino, porém segundo a senhora
Liduína essa documentação fica “mais na gaveta”, mas há momentos que os
diretores precisam está verificando esse regime, visto que, o regime de
educação é unificado, dessa forma, os diretores utilizam essa documentação
como fonte de pesquisa pra elaboração das ações na escola e são cobrados
para que isso aconteça.
Em relação as propostas pedagógicas municipal de educação ou
diretrizes municipais de educação, existem, mas em processo de estruturação,
o planejamento é anual, revisto antes de iniciar um período letivo. O quinto
questionamento que trata do Conselho do FUNDEB foi respondido
afirmativamente, sem muitas explicações, sobre com atua. E em relação ao
Plano de Carreira, Cargos e Remuneração (PCCR) não está sendo nem
estudado essa possibilidade. Provavelmente, quando for cobrado mais a frente
talvez deem ênfase a esse plano.
Em relação ao sexto questionamento que trata sobre a existência do
Projeto Político Pedagógico nas escolas a resposta foi afirmativa, e que,
aproximadamente, 90% das unidades educacionais pertencentes ao município
o possuem, assim como, todas elas tem Concelho Escolar. E o município
possui o Conselho da Merenda Escolar ativo.
A representante da secretaria também foi questionada sobre os
Programas Federais que estão sendo executados pela SEMED no município e
a resposta informada abordou dois programas do Governo Federal o Novo
Mais Educação e o Mais Alfabetização, e segundo a senhora Liduína somente
esses dois programas foram oferecidos ao município. Em relação aos projetos
elaborados e aplicados pela SEMED há alguns sendo desenvolvidos, como, o
Projeto de Leitura desenvolvido nas escolas e apresentado na Praça, Projeto 7
de setembro e Projeto Cultural Junino. Quando questionada como é realizada a
escolha de diretores escolares a equipe foi informada que ainda é realizada por
indicação.
Como complemento a entrevista na SEMED a sra Geane, Coordenadora
da Educação Infantil, falou sobre como está a questão pedagógica da
educação infantil no município, e em seu relato reafirmou que o planejamento é
anual, que é repassado as escolas, esse planejamento é dividido em semestre
e posterior em bimestre, não é realizada avaliação em larga escala, e sim
através de mapa de hipótese em que o professor avalia o aprendizado e o
desenvolvimento por níveis e se dá nos quatro bimestres. E o foco nesse ano
corrente, foi a leitura, pois foi detectado através dos mapas de hipótese de
2018 que muitas crianças chegam no primeiro e segundo ano do ensino
fundamental menor sem conseguir ler e escrever.

CONCLUSÃO
A visita realizada na SEMED foi muito importante para ampliar o
conhecimento referente as atividades desenvolvidas por esta secretaria para o
caminhar da educação no município de Capitão Poço. Porém nota-se que
ainda falta muitos ajustes para que haja, realmente, aconteça uma educação
de qualidade, pois segundo Bordignon (2009) a autonomia requer que o
conselho seja dotado de normas próprias e condições objetivas para
desempenhar suas responsabilidades, o município ainda não possui um
Conselho Municipal de Educação para garantir a individualidade do Ensino
neste município e realizar uma educação voltada para as necessidades de sua
população. Como citado pela representante da SEMED o regime seguido por
esta secretaria ainda pelo Conselho Estadual de Educação.
Porém, como a sra Liduína expressou está acontecendo formações para
que aconteça essa individualização e, provavelmente, em um futuro próximo ao
município se organize a fim de implantar um Sistema de Ensino Municipal que
atenda às necessidades de sua população dando a ela voz.

REFERÊNCIAS
BORDIGNON, Genuíno. Gestão da educação no município: sistema, conselho
e plano. Produção de terceiros sobre Paulo Freire; Série Livros, 2009.

DE OLIVEIRA, João Ferreira; LIBÂNEO, José Carlos; TOSCHI, Mirza


Seabra. Educação escolar: políticas, estrutura e organização. Cortez
Editora, 2017.

SARMENTO, Diva Chaves. Criação dos sistemas municipais de


ensino. Educação & Sociedade, 2005, 26.93: 1363-1390. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/%0D/es/v26n93/27285.pdf. Acesso em: 24/10/2019.

MEC. O Plano Municipal de Educação: Caderno de Orientações. MEC/SASE,


2014. Disponível em:
http://pne.mec.gov.br/images/pdf/pne_pme_caderno_de_orientacoes.pdf.
Acesso em: 24/10/2019

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