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Estratificação e tratamento
Dislipidemia
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Dislipidemia
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Estratificação e tratamento
DEFINIÇÃO
A dislipidemia (ou hiperlipidemia) está presente quando o colesterol total é elevado, quer
pelo valor da LDL (low -density lipoprotein) ou dos triglicerídeos ser elevado, quer pelo valor HDL
(high-density lipoprotein) ser baixo, ou ainda por uma combinação destes fatores. A alteração dos
lípidios no plasma pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares.
Jejum Não-jejum
*Os valores de LDL não estão na tabela pois a partir de agora devem ser referenciados conforme
estratificação de risco, explicada adiante.
ESTRAFITIFICAÇÃO DE RISCO
CARDIOVASCULAR
A identificação dos indivíduos com risco de um evento coronariano agudo é essencial para
prevenção. A estimativa do risco de doença aterosclerótica é feita a partir de diversos algoritmos,
como o Escore de Risco global (ERG), que estima o risco de infarto do miocárdio, AVC, insuficiência
cardíaca e insuficiência vascular periférica em 10 anos. Esse escore deve ser utilizado na avaliação
inicial.
A diretriz de dislipidemias propõe que seja utilizado um fator de correção para o colesterol total (CT)
para o cálculo do ERG nesses pacientes, multiplicando-se o CT por 1,43.
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Paciente do sexo masculino, 61 anos, em prevenção primária, tabagista, pressão arterial sistólica
(não tratada) de 155 mmHg, CT de 210 mg/dL, HDL-c de 40 mg/dL, LDL-c (calculado) de 140
mg/dL, TG de 150 mg/dL. Cálculo do ERG > 20% (alto risco) com proposta de redução de LDL-c >
50%. Recebeu orientação para uso de estatina de alta potência. Após 18 meses, procura outro
médico, informando que parou de fumar, está com pressão arterial sistólica de 125 mmHg, tratada
com anti-hipertensivo, e traz exames recentes em uso de estatina de alta potência, com CT de 111
mg/dL, HDL-c de 43 mg/dL, LDL de 38 mg/dL e TG de 150 mg/dL, além de risco calculado
intermediário.
LDL:
Não HDL:
Não existem metas para o HDL e não é recomendado tratamento medicamentoso visando
aumenta-lo. Com relação ao triglicérides, quando ≥ 500 mg∕dL é recomendado o paciente receber
terapia específica para reduzir o risco de pancreatite. Se o valor é entre 150 e 499 mg∕dL, a terapia
deve ser individualizada conforme o risco cardiovascular.
Para outras variáveis como as apoliproteínas ou Lp(a) não são especificadas metas terapêuticas.
TRATAMENTO
Não medicamentoso:
• Terapia nutricional: dieta saudável, rica em fibras, isenta de ácidos graxos trans e com
redução de ácidos graxos saturados. Recente metanálise mostrou que o colesterol alimentar
exerce pouca influência na mortalidade cardiovascular, assim não há um valor de corte para
o consumo de colesterol
• Redução da bebida alcoólica: o consumo de bebidas alcoólicas não é recomendado em
pacientes com hipertrigliceridemia, A inibição da lipase das lipoproteínas pelo excesso de
etanol e a consequente redução na hidrólise de quilomícrons parecem justificar a lipemia
induzida pelo etanol. Além disso, o produto da metabolização do álcool é a Acetilcoenzima
A (acetil-CoA), principal precursora da síntese de ácidos graxos.
• Atividade física: melhora a estrutura e função vascular. No endotélio, o exercício aumenta a
biodisponibilidade do óxido nítrico e diminui a concentração de endotelina, além de reduzir a
formação de neoíntima e aumenta a circunferência luminal. Outros benefícios são o aumento
dos níveis de HDL e redução dos níveis de TG.
Medicamentoso:
• Ácido nicotínico (niacina): reduz a ação da lipase tecidual nos adipócitos, levando
a liberação menor de ácidos graxos livres na circulação. Com isso, reduz a síntese
de triglicerídeos pelo fígado. É a segunda escola para tratar hipertrigliceridemia
endógena, podendo ser associado aos fibratos.
• Ácidos graxos ômega 3: são derivados do óleo de peixes e certas plantas e nozes.
Atuam reduzindo os TG e aumentam o HDL.
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• Risco cardiovascular alto: sempre que possível e tolerado, preferir estatina de alta
intensidade ou a associação ezetimiba e estatina (sinvastatina 40 mg ou outra).
Redução de LDL
esperada com dose < 30 30 a < 50 ≥ 50
diária, %
Lovastatina 40
Rosuvastatina 5-10
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REFERÊNCIAS
1. Faludi AA, Izar MC, Saraiva JF, Chacra AP, Bianco HT, Afiune Neto A, et al. Atualização da
Diretriz Brasileira de dislipidemias e prevenção da aterosclerose – 2017. Arq Bras Cardiol
2017; 109(2Supl.1):1-76. doi: 10.5935/abc.20170121.
2. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Dislipidemia:
prevenção de eventos cardiovasculares e pancreatite. 2019.
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