Resposta: Segurança do Trabalho pode ser definida como a ciência que, através de metodologia e técnicas apropriadas, estuda as possíveis causas de acidentes do trabalho, objetivando a prevenção de suas ocorrências.
Qual o conceito de saúde? Resposta: Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS, entidade vinculada à Organização das Nações Unidas – ONU, “saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças ou enfermidade”.
Qual os dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho que dizem respeito à Segurança e Saúde no Trabalho? Resposta: A nossa CLT, Decreto-lei n. 5.452 de 1° de maio de 1943, em seu Título II: Das Normas Gerais de Tutela do Trabalho, Capítulo V: Da Segurança e da Medicina do Trabalho, disciplina a proteção à segurança e saúde do trabalhador brasileiro, mais precisamente através de seus artigos 154 a 201, os quais possuem redação atualizada pela Lei n. 6.514 de 22 de dezembro de 1977. Além do citado capítulo específico de nosso Código Obreiro que trata diretamente da Segurança e Saúde no Trabalho, é inegável a existência de vários outros dispositivos direta ou indiretamente relacionados com a proteção do trabalhador, merecendo destaque os seguintes dispositivos da CLT: arts. 57 a 75 (Duração do Trabalho); arts. 129 a 153 (Férias); arts. 224 a 351 (Disposições Especiais sobre Duração e Condições de Trabalho); arts. 372 a 401 (Proteção do Trabalho da Mulher) e arts. 402 a 441 (Proteção do Trabalho do Menor).
Como foram regulamentados os artigos 154 a 201 da CLT que tratam da Segurança e da Medicina do Trabalho em nosso país? Resposta: Os artigos 154 a 201 da CLT que estipulam os direitos e obrigações do Governo, dos empregados e dos trabalhadores no campo da Segurança e da Medicina do Trabalho, foram regulamentados através da Portaria MTb n. 3.214 de 8 de junho de 1978, que instituiu as normas regulamentadoras do Trabalho urbano.
De que trata a NR-15? Resposta: A décima quinta norma regulamentadora, cujo título é Atividades e Operações insalubres, como o próprio nome já o sugere, descreve as atividades, operações e agentes insalubres, inclusive seus limites de tolerância, definindo, assim, as situações que, quando vivenciadas nos ambientes de trabalho, pelos trabalhadores, ensejam a caracterização do exercício insalubre, e também os meios de proteger os trabalhadores de tais exposições nocivas à sua saúde.
Qual o dispositivo legal, ordinário e especifico que dá embasamento jurídico à existência da NR-15? Resposta: A NR-15: Atividades e Operações Insalubres tem a sua existência jurídica assegurada, em termos de legislação ordinária, pelos artigos 189 a 192 da Consolidação das Leis do Trabalho, verbis:
Art. 189. Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.
Quais os dispositivos da Constituição Federal de 1988 que tratam da insalubridade? Resposta: A “Novel Carta Magna”, em seu artigo 7°, possui três incisos específicos (XXII, XXIII e XXXIII) relacionados ao tema da insalubridade,verbis:
CF – 1988 – “Art. 7° São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;
XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;
XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito anos e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos.”
O que significa o termo insalubre? Resposta: Insalubre, no conceito vernacular e de forma simplória, significa um adjetivo que expressa a qualidade daquilo que é: “não-salubre”, não-saudável”, “que causa doença”, ou “doentio”.
Para fins da NR-15, quais são as atividades ou operações consideradas insalubres? Resposta: Segundo a NR-15 são consideradas atividades ou operações insalubres as que se desenvolvem: a) acima dos limites de tolerância previstos nos Anexos n. 01-Ruído Contínuo ou Intermitente; 02 -Ruído de Impacto; 03 –Calor Radiante; 05 –Radiações Ionizantes; 08 –Vibrações; 11- Agentes Químicos e 13 –Poeiras Minerais. b) nas atividades mencionadas nos Anexos: 06 –Pressões Hiperbáricas; 07 – Radiações Não-Ionizantes; 09 –Frio; 10 –Umidade; 13 –Agentes Químicos e 14 – Agentes Biológicos.
Como pode ser caracterizada a insalubridade e quais os valores do adicional correspondente? Resposta: A insalubridade, nos termos do artigo 192 da CLT, pode ser caracterizada como sendo de grau máximo, médio ou mínimo, caso em que o trabalhador fará jus, respectivamente, ao adicional de insalubridade correspondente a 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) ou 10% (dez por cento) incidente sobre o salário mínimo legal.
É possível o trabalhador exercer atividade que seja insalubre por mais de um grau? Neste caso ele perceberá mais de um adicional de insalubridade? Resposta: É possível, e de ocorrência até comum na prática, o trabalhador fica exposto a mais de um agente insalubre de graus diversos, todavia, é legalmente vedada a percepção cumulativa de mais de um adicional de insalubridade, inclusive não poderá o trabalhador perceber simultaneamente os adicionais de insalubridade e periculosidade.
É possível a eliminação ou neutralização da insalubridade? Resposta: Duas são as hipóteses, contempladas pelo artigo 191 da CLT e pela NR-15, visando a eliminação ou neutralização da insalubridade:
a) com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância, ou seja, adotando-se medidas técnicas de proteção coletiva; b) com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador, que diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância.
É possível a supressão do pagamento do adicional de insalubridade sem ofensa ao direito adquirido? Resposta: Sim é possível o empregador suprimir o pagamento do adicional de insalubridade aos seus empregados, quando eliminada ou neutralizada a exposição, sem qualquer ofensa ao direito adquirido, mesmo para os trabalhadores que por vários anos seguidos já vinham percebendo tal verba.
Como é feita a comprovação da eliminação ou neutralização da insalubridade? Resposta: Da mesma forma que para se caracterizar a existência de insalubridade é indispensável a realização de perícia técnica, a comprovação de que o empregador adotou medidas que eliminaram ou neutralizaram os efeitos nocivos dos agentes insalubres necessariamente deverá ser feita através de uma nova perícia técnica.
Quais os profissionais legalmente habilitados a proceder avaliações técnicas (perícias) de insalubridade? Resposta: Segundo o artigo 195 da CLT, o engenheiro de segurança do trabalho e o medico do trabalho são os dois profissionais legalmente aptos a proceder a avaliações de insalubridade, e também de periculosidade.
Quais requisitos deverão constar no laudo técnico de avaliação de insalubridade ou periculosidade? Resposta: além dos dados gerais da identificação do estabelecimento periciado, e também do próprio perito, são requisitos básicos e necessários de um laudo pericial para fins de caracterização do exercício insalubre ou perigoso:
a) o critério utilizado: verificação do local de trabalho ou sua reconstituição; b) a descrição do instrumental utilizado; c) a metodologia de avaliação; d) a descrição das condições de trabalho e o tempo de exposição aos agentes insalubres ou periculosos; e) a conclusão, caracterizando ou não o exercício insalubre ou periculoso, conforme o caso, indicando para aquele qual o grau correspondente. f) As medidas para eliminação e/ou neutralização da insalubridade, quando houver.
Quais os deveres genéricos do empregador quanto à insalubridade e à periculosidade? Resposta: São os seguintes os deveres elementares do empregador quanto à insalubridade e periculosidade em seus locais de trabalho:
a) comprovar, mediante laudo técnico pericial, que fornece a seus empregados um ambiente de trabalho sadio (isento de insalubridade) e seguro (isento de periculosidade); b) adotar as medidas técnicas de proteção coletiva que tornem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância; c) fornecer gratuitamente e tornar obrigatório o uso de Equipamentos de Proteção Individual – EPI, enquanto se adota a proteção coletiva; d) remunerar os empregados com o correspondente adicional de insalubridade ou de periculosidade, enquanto persistirem, no ambiente de trabalho, os agentes agressivos nocivos à saúde ou à integridade física dos trabalhadores.
Como a NR-15 conceitua radiação ionizante? Resposta: De acordo com o Anexo 5 da NR-15, radiação ionizante é um agente físico sob a forma de energia, que se transmite pelo espaço através de ondas eletromagnéticas, ou que apresentem comportamento corpuscular, e, ao atingir um átomo, tem a propriedade de dividi-lo em duas partes eletricamente carregadas, dando origem ao chamado par iônico.
Que modalidades de radiações ionizantes são consideradas para fins de insalubridade? Resposta: As seguintes modalidades de radiações ionizantes são consideradas para fins de insalubridade:
a) partículas alfa (correspondem ao núcleo de hélio). Emitidas pelo amerício 241 e plutonio 239; b) partículas beta (correspondem ao eletron). Emitidas pelo criptônio 85 e o estroncio 90; c) raios gama (emissão de energia sob a forma eletromagnética). Emitidos pelo césio, cobalto, irídio. O urânio é um emissor gama, porem de baixa energia; d) raios X, correspondem também a uma radiação eletromagnética.
Qual é o grau de insalubridade das radiações ionizantes? Resposta: É de grau máximo a exposição insalubre decorrente das radiações ionizantes, pelo qual é devido aos trabalhadores o adicional de insalubridade de 40% (quarenta por cento), incidente sobre o salário minimo legal.
Quais os limites de tolerância a serem considerados numa avaliação de insalubridade de radiações ionizantes? Resposta: O Anexo No. 5: Limites de Tolerância para Radiações Ionizantes estipula que devem ser considerados os limites constantes da Resolução da CNEN-NE-3.01 – Diretrizes Básicas de Radioproteção.
O que disciplina a NR-16? Resposta: Ela regulamenta as atividades e operações legalmente consideradas perigosas.
Como podem ser definidas as atividades e operações perigosas? Resposta: São consideradas atividades ou operações perigosas aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem no contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado.
Do ponto de vista estritamente legal, quais são os agentes perigosos? Resposta: Até o ano de 1985, apenas explosivos e inflamáveis eram considerados agentes perigosos, de acordo com o artigo 193 da CLT. Todavia em 1985 foi instituído o agente energia elétrica como perigoso. Posteriormente, a Portaria No. 3.393, de 17.12.1987, decorrente do acidente com o césio 137, passou a considerar as radiações ionizantes como agente perigoso, apesar da própria regulamentação considerá-la como agente insalubre. Este enquadramento é controvertido, na medida em que não existe lei especifica para fundamentá-la.
Qual é o valor do adicional de periculosidade? Resposta: O adicional de periculosidade corresponde a 30% (trinta por cento) incidente sobre o salário básico do trabalhador.
O que significa o termo perigoso? Resposta: Perigoso é o que causa ou ameaça perigo, devendo-se entender o perigo como sendo um risco inerente à integridade física do trabalhador.