Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
OBJETIVOS DA UNIDADE
TÓPICOS DE ESTUDO
// Compotas
// Geleias
// Doce de goiaba
// Suco de laranja
// Suco de uva
// Suco de maçã
// Suco de maracujá
// Etapas
// Legislação
Embalagens
// Materiais
// Legislação
Para produzir ou manipular alimentos, todo o sistema de boas práticas de fabricação deve ser
aplicado, além de monitorado constantemente. Assim, para a produção adequada de doces,
geleias e compotas é necessário controlar tanto a qualidade dos produtos oferecidos pelos
produtores/fornecedores, através de vistorias e registros, como toda a cadeia produtiva
interna, que inclui processamento, produção, armazenamento e distribuição, assim como
procedimentos de higiene pessoal, ambiental e de equipamentos e utensílios.
Quanto às frutas, utilizadas na preparação de geleias e compotas, o controle começa na
colheita, passando pelo transporte e chegando à recepção. A partir daí, estas seguem para
lavagem, com higienização completa; seleção e classificação; descascamento, corte e retirada
de sementes; e, se necessário, despolpa, processo realizado através de equipamento industrial
ou apenas liquidificador e peneira. O objetivo dessa última etapa é a formação de uma massa
de fruta homogênea.
COMPOTAS
Compotas ou doces de frutas em calda são doces produzidos a partir de frutas e calda de
açúcar. Esses doces podem conter massa de frutas com ou sem casca e sementes, passam por
tratamento térmico e são envasados em recipientes como latas ou vidros.
Para a preparação das compotas, é necessário primeiro produzir o xarope, que deve ser obtido
através de uma mistura de açúcar e água em proporções adequadas. A adição de açúcar pode
variar entre 429 e 2334 gramas para cada litro de água. Essa mistura deve ser fervida e coada.
Os frutos devem ser imersos no xarope quente por cerca de 15 a 30 minutos. A partir daí, são
colocados em recipientes adequados, normalmente potes de vidro, e estes mesmos potes são
preenchidos com o restante do xarope em altas temperaturas (cerca de 90 ºC).
Ademais, é preciso retirar adequadamente o ar dos potes. Para isso, o pote de vidro deve ficar
em banho maria por cerca de 5 a 10 minutos ou até a água alcançar ¾ de sua altura. Para
evitar quebra, ele deve ser colocado com um pano a seu redor e outro no fundo da panela.
Assim que o ar sair completamente, a tampa deve ser colocada e o vidro deve permanecer
mais um tempo completamente submerso no banho maria. O tempo de imersão em banho
maria, após o fechamento, pode variar. São utilizados 15 minutos para potes de 500 ml, 30
minutos para potes de 1 litro e 1 hora para potes de 1,5 litro.
A compota já pronta e envasada deve seguir para o resfriamento. O objetivo é que o vidro
chegue a uma temperatura de cerca de 30 ºC. As partes metálicas devem ser secas
adequadamente, a fim de que não haja corrosão. O produto pronto deve ser identificado e
rotulado corretamente para que sejam feitos os demais controles e as informações estejam
disponíveis para os consumidores finais. Nos rótulos deve haver, no mínimo, tipo de produto,
nome do fabricante, peso líquido (peso do fruto, sem o xarope), data de fabricação e validade.
Por se tratar de um produto perecível, após abertas as compotas devem ser armazenadas em
ambientes refrigerados conforme tempo e temperatura determinados pelo fabricante, ou
segundo critérios da legislação vigente. Todos os produtos abertos devem ser identificados
com a data de abertura e data de validade para controle interno. Agora, analise a Figura 1, que
apresenta um fluxograma básico de produção de compotas de frutas.
Figura 1. Fluxograma da produção de compotas de frutas. Fonte: Embrapa, 2018, p. 14.
GELEIAS
Geleias de frutas são obtidas a partir da cocção das frutas, em diversas formas, e adição de
açúcar e água. Aqui, também podem ser acrescentados ácido e pectina. A adição de água deve
ser de até 20% e a de pectina de até 4%, a qual deve ser incorporada à mistura aquecida de
forma lenta. O ácido utilizado tem fins de conservação e gelificação (formação de gel). O ácido
cítrico, proveniente do limão, é o mais utilizado na produção de geleias e é responsável por
evitar a oxidação e promover a conservação do produto.
Partes das frutas utilizadas que sejam indesejáveis devem ser retiradas, visando garantir uma
massa de frutas mais homogênea, sem cascas e excessos de sementes. Ademais, o tempo de
cocção deve ser de 10 a 20 minutos, de preferência em panelas abertas de aço inox. É possível
determinar o ponto final de cocção observando o comportamento da geleia fria em um copo
de água. Se ela não afundar ou não desmanchar, estará no ponto ideal.
Antes do armazenamento das geleias em suas embalagens, estas devem ser resfriadas a 85
ºC.
Os potes de vidro, que receberão as geleias, devem ser lavados em água quente antes de
receber o produto, com a finalidade de evitar contaminações, choques de temperatura e
quebra. Aqui, deve-se realizar a identificação dos produtos prontos. Deve constar na
embalagem ou etiqueta de identificação, no mínimo, tipo de produto, nome do fabricante,
peso líquido, data de fabricação e de validade.
Geleias prontas para o consumo devem ser envasadas em potes vedados e podem ser
armazenadas em temperatura ambiente. Devem ficar em locais ventilados, livres de umidade,
sol e pragas e em prateleiras ou paletes com distância adequada do piso, paredes e forros.
Após abertos, os potes de geleia devem ser armazenados sob refrigeração, conforme tempo e
temperatura determinados pelo fabricante ou segundo os padrões da legislação sanitária
vigente. A legislação sanitária determina que, após aberto, o produto seja identificado com a
data de abertura e nova data de validade, conforme o tempo determinado pelo fabricante.
Geleias são alimentos perecíveis e, assim como os demais alimentos, todo seu processo
produtivo deve ser monitorado segundo os critérios das boas práticas de fabricação. Com um
processo de controle de qualidade bem efetuado durante a produção, armazenamento,
embalagem e distribuição do produto, há menos chance de deterioração, o que garante mais
tempo de conservação. Observe a Figura 2, que apresenta um fluxograma de produção de
geleias.
DOCE DE GOIABA
Os doces de goiaba são produzidos a partir do processamento da goiaba e ajustes de pH, além
de contarem com adição de pectina. Conservantes naturais ou artificiais podem, ainda, ser
adicionados aos doces: o ácido cítrico, proveniente do limão, é muito utilizado para promover
a sua conservação. Esses doces podem ser produzidos e oferecidos em forma de massa ou em
barra.
Doces de goiaba em massa devem conter cerca de 60% de polpa e 40% de açúcar, além de
pectina e ácido em pequenas quantidades. Para cada 10 kg de doce, devem ser adicionados 10
gramas de ácido cítrico e 6 gramas de pectina.
A polpa deve ser cozida junto à parte do açúcar, enquanto a outra parte deve ser misturada à
pectina. A proporção utilizada para a mistura ácido e pectina deve ser de uma parte de pectina
para 5 partes de açúcar, e o ácido deve ser adicionado a essa mistura. Após um bom período
de cozimento da mistura de polpa e açúcar, o ácido e a pectina com açúcar devem ser
adicionados, e o cozimento deve ser mantido até se obter o ponto desejado do doce.
Para uma produção de doce de goiaba em massa adequada, a cocção deve ser finalizada
quando o ponto atingir cerca de 65 a 70 Brix. Já para produção do doce em barra, o ponto
deve atingir a concentração final de 78 a 80 Brix.
EXPLICANDO
Brix é uma escala numérica que mede a concentração de sólidos em frutas, muito utilizada
para avaliar a concentração de açúcar em frutas. Ademais, o grau Brix pode ser utilizado para
avaliar alimentos in natura ou processados.
Doces de goiaba em massa devem ser embalados em potes de vidro ou latas, enquanto os
produzidos em barra barra podem ser cortados e armazenados em embalagens plásticas.
Antes de realizar o processo de embalagem, precisam ser resfriados.
Todos os critérios de higiene e controle de qualidade devem ser aplicados, desde a qualificação
de fornecedores de matéria prima até a distribuição final dos produtos. Com isso, há mais
chances de evitar contaminação e deterioração precoce dos produtos, o que promove maior
durabilidade.
O doce de goiaba pode ser armazenado em temperatura ambiente antes de aberto. Após isso,
deve ser mantido sob refrigeração, seguindo critérios de tempo e temperatura determinados
pelo fabricante ou pela legislação vigente, e deve ser adequadamente identificado com data
de abertura e nova data de validade. Observe a Figura 3, que apresenta o fluxograma de
produção do doce de goiaba.
Seção 3 de 5
Isto posto, é possível afirmar que tanto o consumo interno como a exportação de sucos vêm
crescendo e se tornando um ramo promissor. Além disso, muitos investimentos tecnológicos e
em pesquisas relacionadas ao desenvolvimento de produtos seguros e com qualidade vêm
sendo efetuados.
SUCO DE LARANJA
Devido à alta qualidade da laranja produzida, utilizada principalmente para produzir sucos, o
Brasil é o maior exportador mundial de suco de laranja. As atividades econômicas que
envolvem a produção de suco de laranja são responsáveis por uma grande geração e
manutenção de empregos na área, e o Brasil exporta a maior parte do suco produzido
internamente para os Estados Unidos, a União Europeia, a China e o Japão. Além disso, o
consumo interno do suco tem crescido a cada ano.
Grande parte da produção de suco de laranja está no estado de São Paulo, devido ao clima e
condições propícios ao cultivo da fruta e produção de suco. Assim sendo, o suco natural de
laranja é o suco proveniente apenas da laranja, produzido na hora. Já o suco integral de laranja
também é produzido somente com a laranja, mas é envasado e consumido posteriormente. Há
também o suco tipo néctar, constituído de 30% ou mais de suco de laranja e adição de açúcar
e água. A legislação determina os limites de sólidos, ácidos, óleos e açúcares dos sucos de
laranja.
Tabela 1. Limites de sólidos, ácidos, açúcares e óleos em sucos de laranja. Fonte: BRASIL, 2018,
p. 13.
Há diversas variedades de laranjas cultivadas no Brasil, que podem ser classificadas de acordo
com a sua maturação, teor de suco e acidez, conforme demonstra a Tabela 2.
Tabela 2. Características das laranjas cultivadas no Brasil. Fonte: BASTOS et al., 2014, p. 38.
As laranjas mais utilizadas para produção de sucos atualmente são pera, valência, natal e folha.
A Figura 4 apresenta o fluxograma de produção de suco de laranja.
ASSISTA Assista ao vídeo disponibilizado, que discorre sobre o processo produtivo do suco de
laranja.
Figura 4. Fluxograma de produção do suco de laranja. Fonte: PEREIRA et. al, 2018, p. 52.
Todo o processo produtivo de sucos deve ser realizado considerando as boas práticas de
fabricação, assim como a legislação vigente. Procedimentos de controle da matéria prima,
recebimento, armazenamento e higienização devem ser adequados para evitar qualquer
contaminação e deterioração. Ademais, a pasteurização do suco é uma etapa importante para
garantir maior durabilidade do produto, além de evitar possíveis prejuízos à saúde dos
consumidores e perdas financeiras.
A maioria das bactérias e fungos que contaminam e deterioram sucos de laranja é eliminada
durante o processo de pasteurização, devido à sua baixa resistência ao calor. No entanto, há
alguns tipos de microrganismos que não são completamente eliminados com as temperaturas
de pasteurização, que chegam a 90 ºC. Nesses casos, o controle higiênico-sanitário se faz
necessário. A pasteurização também contribui com a redução da atividade enzimática
naturalmente presente no suco, e o resultado é um maior tempo de conservação.
Assim como os demais processos, o envase deve ser realizado em embalagens esterilizadas e
seguindo todos os procedimentos higiênico-sanitários determinados. Após esse processo, os
sucos devem ser armazenados em temperatura controlada, seguindo o que a legislação ou
cada fabricante determina. Em geral, os sucos de laranja devem ser armazenados em até 4 ºC
para garantir a sua qualidade.
SUCO DE UVA
O suco de uva é extraído através de processos tecnológicos e possui cor, aroma e sabor
característicos das uvas. Além disso, é submetido a tratamentos de conservação específicos.
Os sucos de uva podem ser integrais, com concentração e composição naturais, sem a adição
de qualquer ingrediente; adoçados, com adição de açúcares ou adoçantes artificiais;
concentrados, com desidratação em, no mínimo, 65 °Brix em sólidos solúveis totais;
desidratados, com teor de umidade de até 3%; e reprocessados, com diluição do concentrado
para se obter a concentração natural.
Antes do engarrafamento, devem ser realizadas análises sensoriais e físico-químicas, para que
se verifique a qualidade em relação aos padrões estabelecidos. O processo de engarrafamento
em altas temperaturas é promovido com a finalidade de se obter maior esterilização do
produto. Quanto mais rápido for o processo de engarrafamento e menor o contato do suco
com o ar, menores são as chances de oxidação.
Os sucos de uva devem ser armazenados sob refrigeração e com controle de temperatura. Há
alguns tipos de produto com adição de conservantes naturais ou artificiais, pasteurizados e
com um engarrafamento específico que podem ser armazenados em temperaturas ambientes
antes de abertos. Após abertos, todos os sucos de uva devem ser mantidos em refrigeração
conforme tempo e temperatura determinados pelo fabricante ou pela legislação vigente.
Quanto mais bem efetuado for o controle em toda a cadeia produtiva do suco de uva, menos
riscos e mais qualidade os produtos irão oferecer. Assim, consumidores poderão aproveitar
seus benefícios com segurança.
SUCO DE MAÇÃ
A maçã é encontrada durante todo o ano no Brasil. Pelos diversos benefícios que proporciona
à saúde e seu gosto e teor adocicados, essa fruta é muito procurada, principalmente em forma
de suco. Assim sendo, o suco de maçã é cada vez mais consumido, seja de forma isolada ou
misturado a outros tipos de sucos, devido a seu poder adoçante.
A legislação determina os limites de sólidos, pH, acidez e açúcares do suco de maçã, como
pode ser observado na Tabela 3.
*Grau ºBrix corresponde a 1g de sacarose por 100g de solução.
Tabela 3. Limites de sólidos, pH, acidez e açúcares do suco de maçã. Fonte: BRASIL, 2018 p. 13.
Para a produção do suco de maçã, as frutas seguem para seleção, limpeza e imersão em
antioxidantes. A partir disso são trituradas e se formam polpas. Após a prensagem do purê, o
suco é extraído e as matérias secas são eliminadas. O suco segue então para os processos de
centrifugação, pasteurização e clarificação, se necessário. Deve-se ressaltar que o processo de
pasteurização dos sucos é de grande importância para eliminar microrganismos, inativar
enzimas e garantir maior tempo de conservação.
Os sucos produzidos devem ser envasados em altas temperaturas e resfriados a vácuo, a fim
de garantir maior estabilidade e conservação. Após abertos, devem ser armazenados, sempre
seguindo o tempo e a temperatura de refrigeração determinados pelo fabricante ou pela
legislação vigente. Assim como na produção dos demais sucos, a de suco de maçã deve ser
realizada considerando as boas práticas de fabricação e o sistema de análise de perigos e
pontos críticos de controle (APPCC).
SUCO DE MARACUJÁ
Observe a Tabela 4, que evidencia os limites de sólidos, acidez e açúcares do suco de maracujá
conforme o que a legislação determina.
*Grau ºBrix corresponde a 1g de sacarose por 100g de solução.
Tabela 4. Limites de sólidos, pH, acidez e açúcares em sucos de maracujá. Fonte: BRASIL, 2018,
p. 14.
Para evitar esse tipo de contaminação, é necessário que toda a produção, assim como seu
envase e distribuição, sejam realizados com controle de tempo e temperatura, assim como
com higienização adequada de equipamentos, utensílios, ambiente e profissionais envolvidos.
A Figura 5 mostra o fluxograma do processo produtivo básico do suco de maracujá.
Por fim, é importante ressaltar que, em geral, os gastos com o desenvolvimento de novos
produtos pela indústria alimentícia são inferiores às demais indústrias, como ocorre com a
indústria química e a farmacêutica, por exemplo.
ETAPAS
Já no que diz respeito à cozinha experimental, é preciso: produzir e avaliar as propostas para a
fabricação em pequena escala de um produto, conforme especificação acordada; planejar e
executar trabalhos experimentais adequados; e avaliar as características do produto,
empregando os procedimentos analíticos corretos. Por fim, na produção comercial, é
necessário avaliar a progressão de um novo produto alimentício, desde o estágio de
desenvolvimento até seu comportamento no mercado. A Figura 6 evidencia as etapas básicas
no desenvolvimento de novos produtos.
Fluxograma 6. Etapas básicas para o desenvolvimento de novos produtos. Fonte: CAMPBELL-
PLATT, 2016, p. 472.
Produtos novos podem ser classificados quanto ao seu conteúdo (nutrientes, aditivos,
contaminantes); forma (tamanho, formato, densidade, acondicionamento, estabilidade);
palatabilidade (paladar, odor, cor, textura, cultura da identificação, cultura social); e custo
(matérias-primas, conversão, despesas gerais).
As necessidades dos consumidores são observadas pelo setor de marketing, ao passo que as
tecnologias em inovações têm como objetivo a produção dos produtos desejados de forma
eficiente, com qualidade e custos reduzidos. Com a combinação dessas duas áreas, é possível
trazer produtos competitivos ao mercado, seja por atenderem aos consumidores, seja por
possuírem uma produção eficiente.
LEGISLAÇÃO
Registro é o ato legal que reconhece a adequação de um produto à legislação sanitária, e sua
concessão é dada pela Anvisa. O registro de alimentos e embalagens consiste no controle
sanitário, realizado antes da comercialização, com o objetivo de reduzir os riscos à saúde por
meio da análise prévia das características de composição, rotulagem e validação dos processos
produtivos aplicados pelos fabricantes.
Como pode ser visto, o sistema de legislação sanitária que regulamenta o desenvolvimento de
novos produtos é amplo e detalhado. Além disso, frequentemente sofre alterações
importantes que devem ser consultadas pelas empresas periodicamente, a fim de atender
tanto sua produção interna quanto o desenvolvimento de um novo produto.
A análise sensorial tem como objetivo avaliar a resposta de indivíduos aos produtos novos pelo
modo como eles são percebidos por seus sentidos. Para uma boa avaliação sensorial, é
necessário ter conhecimentos sobre o comportamento e a fisiologia de sentidos de seres
humanos.
Assim, com o objetivo de mensurar o impacto das propriedades físicas dos alimentos sobre as
características sensoriais, identificando como elas afetam a preferência dos consumidores e
seu comportamento de compra, são aplicadas as avaliações sensoriais em novos produtos ou
produtos modificados. Os procedimentos de análise sensorial devem ser orientados por
pesquisadores na área, seja para avaliar novos produtos ou melhorar produtos já existentes.
O método analítico consiste em uma análise descritiva, e é muito útil para que o pesquisador
identifique similaridades e diferenças entre produtos. Os métodos analíticos descritivos
requerem que os avaliadores escolhidos para o teste tenham um certo grau de formação ou
orientação, além de um nível razoável de acuidade sensorial. Assim, uma metodologia analítica
utilizada é o teste de discriminação, que pode ser ainda classificado como direcional e não
direcional.
É importante ressaltar que receptores humanos podem até ser específicos, mas a transmissão
dos sinais para outras estruturas no cérebro pode variar, gerando respostas complexas. Isso
posto, essas falhas podem fazer com que informações uteis se percam, caso o avaliador não
tenha um quadro completo das propriedades sensoriais do produto.
Diversas variações podem aparecer e muitos sistemas as identificam como erros, considerando
apenas o fator com o qual a maioria do grupo concorda. No entanto, algumas práticas
estatísticas permitem, atualmente, que o pesquisador observe essas variações e as considere.
O Método Spectrum, por exemplo, avalia textura, sabor e outras modalidades, e há um amplo
treinamento dos participantes nas escalas de avaliações, vocabulários e processos sensoriais,
além de exposição à variedade de produtos e escalas de intensidades. Esse método, apesar de
utilizar uma análise estatística detalhada, também não pode reconhecer o motivo de algumas
diferenças individuais na percepção de cada pessoa.
A metodologia de análise descritiva evoluiu muito e ainda irá se aprimorar, conforme sua
aplicação aumenta. Com a evolução das diversas áreas da ciência que estudam o
comportamento do consumidor, dados quantitativos, procedimentos estatísticos e
informações úteis sobre o desenvolvimento/aprimoramento de produtos alimentícios serão
mais facilmente obtidos para atender às expectativas e necessidades dos consumidores.
Embalagens
Ao mesmo tempo em que as embalagens são essenciais, também são uma grande
preocupação atual, uma vez que precisam ser descartadas e, por isso, poluem o meio
ambiente. A procura por embalagens biodegradáveis tem crescido conforme a sociedade tem
se tornado mais consciente.
Desta maneira, é possível afirmar que um sistema de embalagens eficiente é responsável pelo
acondicionamento de produtos e útil no que diz respeito às seguintes funções: contenção,
proteção, conveniência e comunicação.
MATERIAIS
Embalagens primárias são aquelas que entram em contato diretamente com o produto. Em
muitos casos, são as únicas que o protegem.
Os materiais escolhidos para embalar cada produto têm funções especificas no que diz
respeito à sua contenção, proteção, conveniência e comunicação.
Metais
As embalagens de metal podem ser compostas por aço, alumínio, estanho e cromo, sendo o
alumínio o mais utilizado. Este pode ser utilizado na fabricação de diversos tipos de
embalagens, como latas e papel-alumínio, por exemplo, e possui espessura que pode variar de
4 a 150 milímetros, além de folhas metálicas mais finas que contêm microfuros, ideais para a
passagem de gases e vapores de água.
Agentes de ligação, como silício, ferro, cobre, manganês, magnésio, cromo, zinco e titânio
podem ser adicionados para garantir a formação do molde e maior resistência às embalagens
de alumínio.
Vidros
O vidro é um produto de fusão inorgânico e amorfo que foi resfriado até uma condição de
rigidez sem cristalização. Apesar de rígido, o vidro é um líquido altamente viscoso, que existe
em estado vítreo ou vitrificado. Assim, os vidros são muito utilizados no mercado de alimentos,
uma vez que desempenham importante papel em sua conservação e proteção.
Atualmente, com os avanços tecnológicos, os recipientes de vidro são mais leves e mais
resistentes, e os tipos mais utilizados são garrafas e potes. Os materiais utilizados para a
vedação desses recipientes podem variar em tamanho e tipo, não precisando ser
necessariamente de vidro. Elementos como tampas metálicas e roscas são bastante utilizados
para essa finalidade.
Papel
Quando a gramatura do papel excede 224 (g.m-2), este pode ser denominado papelão,
material utilizado principalmente na confecção de caixas organizadoras de embalagens
primárias.
Plásticos
Plásticos são polímeros orgânicos e suas propriedades são determinadas pela natureza química
e física dos polímeros usados em sua fabricação. Já as propriedades dos polímeros são
determinadas por sua estrutura molecular, peso molecular, grau de cristalinidade e
composição química. Esses fatores, por sua vez, afetam a densidade dos polímeros e as
temperaturas nas quais eles passam por transições físicas.
CURIOSIDADE
LEGISLAÇÃO
Assim, a Resolução RDC 91 de 2001 estabelece e aprova critérios gerais para embalagens e
equipamentos que entram em contato direto com alimentos durante sua produção,
elaboração, fracionamento, armazenamento, distribuição, comercialização e consumo.
Ainda segundo a resolução, as embalagens devem seguir todos os critérios de boas práticas de
fabricação e utilizar apenas componentes com alto grau de pureza, além de cumprir com os
limites de migração totais e específicos estabelecidos. A RDC 91 também determina que as
embalagens devem dispor de lacres ou sistemas de fechamento que evitem a abertura
involuntária da embalagem em condições razoáveis.
A tendência do mercado em oferecer alimentos cada vez mais naturais, com o mínimo de
alterações e alta qualidade nutricional, parte dessa exigência dos consumidores.
Esse tipo de embalagem foi recentemente testado com a adição de antocianinas, composto
bioativo presente em vegetais. Com esta adição, foi possível evitar a oxidação precoce de
carnes, por exemplo. Outro exemplo de embalagem biodegradável são os filmes produzidos a
partir do soro de leite, que podem ter alguns aditivos acrescentados para proporcionar
elasticidade.
A busca por embalagens inteligentes, leves, práticas, resistentes e que causem menor impacto
ambiental são ainda desafios que as indústrias encontram. É preciso unir esforços para a
produção dessas embalagens, sempre considerando os custos possíveis para sua
comercialização.
SINTETIZANDO
Para preparação das compotas, são utilizadas frutas processadas, açúcar e água. Geleias de
fruta são obtidas a partir da cocção das frutas em diversas formas, com adição de açúcar e
água. Aqui, também podem ser adicionados ácido e pectina.
Atualmente, as embalagens estão evoluindo e cumprem função muito maior do que apenas a
venda de seus produtos. Desta maneira, a busca por embalagens leves, práticas, resistentes e
que causem menor impacto ambiental são ainda desafios que as indústrias encontram. Com o
avanço do conhecimento por parte dos consumidores, a indústria de alimentos e embalagens
tem buscado cada vez mais atender às suas expectativas, oferecendo produtos seguros, de
qualidade nutricional e com menor impacto no meio ambiente.