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Universidade Federal de São Paulo

História da Filosofia Moderna II


Professora: Dra. Jacira de Freitas

Resenha:

FREITAS, Jacira de. Linguagem Natural e Música em Rousseau: A Busca da


Expressividade. Trans/Form/Ação, (São Paulo), v.31(1). 2008. p. 53-72.

Aluna: Bianca Molinas Guida – 55.008


Filosofia - Vespertino
5º termo.

Guarulhos
2011
A questão da representação em Rousseau é tratada de uma maneira muito nítida,
onde a partir de seu desenvolvimento, junto ao âmbito social do homem, é criticada
assiduamente por sua responsabilidade na degradação do homem.
Freitas incube-se de mostrar a degradação da música, de acordo com os estudos
rousseaulianos, onde a melodia torna-se uma harmonia. Uma demarcação da
progressiva inserção de signos representativos na língua primitiva que garantiriam a
perda total de sua utilidade como expressão da alma.
A expressividade é outro ponto principal no artigo, pois é a partir das relações
apresentadas entre a música e as línguas que se compreende de que forma a civilização,
como um ato, corrompe e impede o próprio vínculo entre os homens. Conceitos
importantes para a origem das línguas explicitados no artigo se articulam em uma
assistência para a compreensão do desenvolvimento do pensamento rousseauliano.
A melodia da música se interpõe com a palavra, dotando-a com a intensidade
dos sentimentos e paixões da alma por meio dos sons e ritmos. Na língua natural é
impossível separar música e palavra.
De acordo com isso, a música como uma relação entre a melodia e a palavra
compreende todo o campo expressivo garantindo uma comunicação satisfatória de suas
exigências físicas e emocionais, como então surgiria a necessidade de uma linguagem
construída sobre a razão?
O início da inclusão do homem no âmbito social originaria os princípios morais
e então a necessidade de exprimi-los, quando sua inteligência e razão sobressaem às
sensações, a degradação torna-se cada vez mais inevitável.
A música materializada – harmonizada apenas pelo uso de normas e regras –
identifica-se com a linguagem convencional – formulada analiticamente –, pois ambos
já não cumprem com seus objetivos e características naturais. Carentes de intensidade
emocional visam apenas uma imagem fria e puramente racional, comprometendo sua
expressividade de tal forma a danificar a relação dos homens.
As representações se colocam entre os homens e as coisas, mas antes de tudo
entre os homens e suas próprias paixões, impossibilitando-os de apreenderem o
verdadeiro das coisas e de expressarem seus sentimentos e pensamentos completamente,
impedindo também uma compreensão por parte do próximo, daí o enfraquecimento do
vínculo social, citado por Freitas.

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