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Psicologia hospitalar  Grupo operativo de familiares e

Atendimento à família visitantes


 Prevenir a saúde mental de

 A doença ou ameaça à saúde são familiares que apresentam reações

experiências de crise no ciclo vital neurovegetativa (DNVs) no hospital

do indivíduo e de sua família ou UTI, próprias do ambiente

 Experiência geradora de tensão e crítico, como desmaios, perdas de

ameaçadora de funcionamento equilíbrio, sudoreses, quedas de

mobiliza mecanismos que buscam pressão, surtos psicóticos, reações

restabelecer a ordem e quando não histéricas, frente à emoção de ver

conseguem, o sistema entra em seu familiar internado = não

colapso consegue lidar com o fato de ver o


paciente naquela situação

Etapas da doença  Acompanhamento psicológico no


momento da visita

 Início: agudo ou gradual  Acompanhar e preparar


psicologicamente os familiares de
 Curso: progressivo, constantes e
pacientes em situações críticas como
reincidentes ou episódicas
pré-óbitos ou morte súbita, morte
 Consequência: fatais ou não fatais
encefálica, comas e impacto de
 Grau de incapacitação: lesão
eventos traumáticos
medular, incapacitação cognitiva
 Projeto de acompanhamento familiar
em situações de perda
Intervenções do psicólogo
 Atuar na aproximação entre a equipe
de saúde e o grupo familiar,
 Realizar acompanhamento
facilitando a comunicação entre eles
psicológico de familiares
 Grupo de discussão com a equipe
 Oferecer condições para expressões
 Projeto de humanização
de dúvidas, fantasias, falsos
conceitos em relação à doença e
hospitalização
 Atendimentos ambulatoriais
 Cada família se organiza de um social, mostrando que cada um tem
jeito, sendo importante entender a seu próprio papel e responsabilidade
hierarquia (pressão maior em um na manutenção da dinâmica social e
membro da família) familiar atual e na saúde ou doença
 Os papéis de cada pessoa já estão mental de seus membros
postos na família e quando vem a  É com a família que o indivíduo
doença, o sistema de organização se interage desde o nascimento até a
desequilibra (troca de papéis) morte e isso influencia no
 Uma família sem um funcionamento desenvolvimento da personalidade e
equilibrado gera diversas discussões a compreensão dos fatos
sobre o que cada familiar vai fazer,  Conhecer os membros, os papéis que
quem vai levar para casa, etc cada um ocupa no sistema, as
 Entender como se dá o início de uma hierarquias, as fronteiras intra-
doença, com a família vivenciando familiares e inter-familiares
esse processo = diferentes reações  Salvador Minuchim: seus
 Dúvidas como: vai ou não melhorar, pensamentos deram origem à escola
a doença é constante ou reincide, estrutural, que tem como base três
tem situações agudas, é fatal ou não, componentes essenciais da família
incapacitação motora ou cognitiva? (estrutura, subsistemas e fronteiras)
 Conflitos internos: sentir que tem - estrutura familiar: conjunto
uma obrigação, mas quer a sua vida invisível de exigências funcionais

 Muitas críticas em relação aos que organiza as maneiras pelas quais

familiares os membros das famílias interagem

 Fantasias começam a surgir = uma família é um sistema que

 Atendimento ambulatorial com a opera através de padrões

família transacionais; transações repetidas


estabelecem padrões de como,
 Grupos terapêuticos,
quando e com quem se relacionar e
especificamente, propõem uma
esses padrões reforçam o sistema
escuta diferente
- indivíduos formam subsistemas
 Abordagem sistêmica: circularidade
dentro da família, como a díade
entre os elementos da família e do
mãe-filho, esposo-esposa, podendo
ser formados por sexo, geração,  Contrato inicial: estabelece um
interesse ou função; conjugal, número de sessões adequado à
fraternal; cada subsistema tem queixa inicial trazida pela família e
funções específicas e faz exigências observada no primeiro atendimento
aos seus membros e depois é feita uma reavaliação e se
- fronteiras: regras que definem necessário, é feito um novo contrato,
quem participa e de que maneira faz, redefinindo o tempo de continuidade
protegendo a diferenciação do do processo
sistema  Entender como cada tipo de doença
influi na estrutura da família
- estresse ambiental: advém de uma  A vivência da crise em uma doença
situação extra-familiar, como por aguda promoverá mudanças nessa
exemplo o desemprego de um dos estrutura
pais  Em caso de doença crônica, as
- estresse desenvolvimental: decorre mudanças tendem a se cristalizar
de uma situação inerente ao diante de uma situação que se
desenvolvimento da família, como a estenderá por toda a vida do paciente
adolescência dos filhos = crise vital significativa para a
- problemas idiossincráticos família
transitórios: quando uma criança
com uma incapacidade física cresce Rolland – tipologia psicossocial da
e experimenta dificuldades na doença crônica ou da doença que
interação com um grupo extra- ameaça a vida
familiar de iguais, que não a aceita,
esse estresse pode sobrecarregar o  Tem o objetivo de examinar o
sistema familiar relacionamento entre a dinâmica
familiar ou individual e a doença
 Intervenção de orientação ou crônica
psicoterapêutica  Doença é classificada
 Intervenção focada na vivência da  Início: agudas ou graduais; famílias
doença, abordando conflitos gerados mais capacitadas seriam aquelas que
ou advindos dela
intercambiam papéis claramente  Períodos de transição: períodos que
definidos com flexibilidade, ligam cada fase e servem para uma
resolvem problemas eficientemente reavaliação da adequação da
e utilizam recursos externos; as estrutura de vida familiar antes da
doenças com início gradual doença e às novas exigências a
propiciam um período maior de serem desenvolvidas em razão dela
ajustamento  Significado para a família sobre
 Curso: progressivas, constantes e aquele que adoece
reincidentes ou episódicas;  Fases do ciclo de vida familiar:
contínuas adaptações e mudanças de formação do casal, surgimento dos
papéis, tensões crescentes em quem filhos, criação de filhos
presta os cuidados com risco de adolescentes, filhos adultos –
exaustão movimento centrípeto e centrífugo
 Consequência: fatais ou não fatais  Movimento centrípeto: aproximação
 Incapacitação: diferentes tipos de (criação dos filhos); ênfase para a
incapacitação implicam diferenças coesão familiar, vida familiar
nos ajustamentos necessários para a interna, fronteiras internas
família; uma incapacitação cognitiva afrouxadas e a externa mais rígida
exige mudanças muito maiores do  Movimento centrífugo: afastamento
que quando essa função permanece (fase da adolescência dos filhos);
intacta ênfase sobre as trocas entre os
 Na fase de crise, a família terá que membros da família e o ambiente
construir um significado para a externo, fronteiras externas
doença que aumente um sentimento afrouxadas e a interna enrijecida, de
de domínio e competência; na fase forma não patológica, mas
crônica precisa ter a capacidade de necessária para a individuação
desenvolver e manter uma aparência
normal diante de uma situação Ciclo evolutivo da família
anormal; na fase terminal a
inevitabilidade da morte domina a  Formação do casal: separação da
vida familiar família de origem e busca pela
constituição de uma nova família; a individualmente ou com as famílias
doença pode impedir o processo de recém constituídas pelos filhos
separação e promover o retorno ao  A compreensão do processo de
convívio intenso com as famílias de doença na família deve contemplar
origem – cônjuge sadio vários fatores: a estrutura da família,
impossibilitado de cuidar daquele sua dinâmica e funcionamento, a
que adoeceu tipologia da doença, sua fase e o
 Surgimento dos filhos: família ciclo evolutivo em que se encontra
voltada para o seu mundo interno;  No ambulatório é feito um
pais em pleno exercício do seu papel diagnóstico do funcionamento
parental = doença pode familiar antes e depois da doença
sobrecarregar um dos cônjuges,  O diagnóstico deve evidenciar como
sentimentos de frustração e fracasso era a estrutura da família e como
e dificuldades com os outros filhos está atualmente com o surgimento
 Criação de filhos adolescentes: da doença, assim como todas as
mudança no sistema familiar, um mudanças inerentes a essa nova
período de transição; todos deverão situação
negociar autonomia e controle, os  Verificar quais são os conflitos que
filhos irão se relacionar emergiram ou nasceram a partir da
intensamente com o mundo externo doença e estão causando
= doença promoverá um retorno ao dificuldades
convívio familiar intenso, nem  Indicar qual é o membro com o qual
sempre muito aceito pelos o terapeuta pode contar como
adolescentes – gera conflitos auxiliar na otimização dos recursos
 Quando os filhos tornam-se adultos: em prol de uma readaptação
próprios compromissos, profissão, funcional e para garantir a
amigos, parceiros; casal volta ao continuidade do desenvolvimento
estágio de dupla, mas com novas familiar
experiências = doença pode retardar
o desenvolvimento de projetos, Equipe multiprofissional
compromissos assumidos,
 Afasia: alteração nas funções atividades comuns, com objetivos
linguísticas e discursivas, podendo idênticos, porém individualizados
vir acompanhada de déficits  Atuação multidisciplinar: cada um
intelectuais ou motores; principais faz o seu atendimento, não havendo
causas são avc, traumatismos entrosamento/troca entre os
cranianos e tumores cerebrais = profissionais, só através de
evento abrupto e com impacto na documentos
vida do afásico e de seus familiares  Atuação interdisciplinar: reuniões
 O cuidador: cuidadores formais x em equipe, troca entre membros da
informais; definição de cuidador é equipe, com médico, psicólogo,
perneada por conflitos, tendo uma enfermeiro explicando o seu ponto
rotina desgastante, sobrecarga física de vista (discutem casos específicos)
e emocional e indivíduo que também  Atuação transdisciplinar: quando
necessita de cuidados tem um conhecimento sobre a área
 Intervenções em grupo: grupos de outros profissionais da equipe,
operativos, histórico recente dos conhecendo um pouco de cada setor
grupos de cuidadores e grupo de  Modelo biomédico: médico é quem
cuidadores de afásicos diz o que precisa ser feito
 Sensibilizar a equipe, falar sobre  Modelo biopsicossocial: trabalho em
saúde emocional, palestras, o que é o equipe/time
trabalho do psicólogo  resquícios do modelo biomédico:
 Em equipe: o trabalho tem uma resolução que pedia que toda ação
coesão; conjunto de pessoas que realizada em um paciente precisa
oferecem suas competências e passar por um médico
conjugam seus esforços para  equipe que enfrenta intensas
fazerem coisas que são da jornadas de trabalho, conflitos
responsabilidade de todos, visando  ajudar a equipe a se humanizar
obter resultados comuns através da  solicitação da equipe, do paciente,
interatividade da família
 Em grupo: cada um faz a sua parte;  atuação do psicólogo: redirecionar o
conjunto de pessoas praticando olhar dos demais profissionais para a
individualidade de cada paciente e  deve prevalecer sempre
para os aspectos subjetivos  se o paciente está consciente das
envolvidos no adoecer = favorecer o consequências, ele tem o direito de
reconhecimento dos aspectos decidir sobre a própria vida
psicológicos presentes na doença e  ajudar a equipe, caso esse princípio
na relação com a equipe de saúde, não esteja sendo atendido
colaborando para a humanização do
atendimento + favorecer o Princípio da beneficência
funcionamento grupal, facilitando a
comunicação interna, quando  quando não tem como exercer o
necessário + oportunizar a interação princípio da autonomia e outra
da equipe com grupos de discussões pessoa precisa decidir
sobre as práticas de trabalho com
pacientes e familiares + grupo Princípio da justiça
operativos
 contratos do tipo: modelo de ligação  quando tem divergência no princípio
e modelo de consultoria da beneficência e não tem como
exercer o princípio da autonomia
Bioética

Morte
 envolve questões morais (social) e
ética (pessoal de cada pessoa)  tanatologia
 aborto, eutanásia, manipulação  morte domada: forma como se
genética morria até o século XVII =
 tripé: princípio da autonomia, domesticada, com morte e velório
princípio da justiça e princípio da acontecendo em casa, sendo algo
beneficência que faz parte da vida
 morte abrupta era considerada ruim:
não teve tempo de se despedir
 se doasse coisas para a igreja, era
Princípio da autonomia mais benefício que recebia
 morte interdita: morte negada; é o
morrer só
 cemitérios longes
 negação da morte, negar o morrer
atualmente
 desejo de imortalidade
 acontecimento pavoroso
 transição do morrer no hospital, para
o morrer em casa
 consenso de que o melhor lugar para
morrer não é no hospital
 preocupação com o corpo no
hospital

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