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FACULDADE DE DIREITO MILTON CAMPOS DIREITO DO

CONSUMIDOR PRIMEIRA ATIVIDADE AVALIATIVA

Profa. Beatriz Gontijo de Brito

Alunos (nome completos e números de RA):

Kira Furtado de Oliveira – 22004


Rayssa Maylla Salgado da Silva – 23301
Paola Ferreira Morais – 21259
Instruções:

1) A atividade poderá ser realizada em grupos de, no máximo, 5 integrantes. O aluno poderá
optar por realizar a atividade individualmente;

2) A prova deverá ser entregue A CANETA (digitalizada) ou DIGITADA;

3) Eventuais rasuras impossibilitarão o pedido de revisão.

4) Identificado PLÁGIO nas respostas, não será atribuída nenhuma nota.

5) As questões devem ser respondidas na ordem em que foram propostas.

6) As respostas devem ser dadas logo após o fim do enunciado da última questão
(utilizar o campo "respostas)

7) Não ultrapasse o número de linhas estipulado para as respostas. O excesso não será
corrigido, bem como se for utilizada letra muito miúda.

8) A interpretação de cada questão faz parte da prova. Não será possível esclarecer dúvidas.

9) A correção não é feita a partir de palavras-chave. Atente-se, portanto, para o


encadeamento lógico e a coerência de suas ideias, bem como a correção e a completude do
conteúdo das respostas. Não se admitirá transcrição de jurisprudência.
10) Caso a atividade seja realizada em grupo, bastará que um dos integrantes do grupo envie
a avaliação, com as respostas aos questionamentos propostos, para o email da respectiva
turma.

11) A atividade deverá ser entregue até 23h do dia 25 de março de 2020.

Questão 1:

A sociedade empresária, microempresa com aproximadamente 150 empregados, fabrica e


comercializa máscaras hospitalares.O valor despendido mensal com o consumo de energia elétrica é
de aproximadamente R$50.000,00 (cinquenta mil reais). Diante de uma necessidade premente de
aumento de produção, diante da pandemia provocada pelo coronavírus, a sociedade empresária
adquiriu equipamento industrial que permitiu a produção diária de mais 1000 máscaras, bem como a
demissão de 50 empregados. Nada obstante, o uso do equipamento ocasionou uma sobrecarga de
energia levando a sociedade empresária solicitar à Concessionária de Energia Elétrica a troca de
fiação. Pouco tempo após a troca de fiação, o equipamento queimou, o que causou um grave dano à
sociedade empresária.

A mera citação de dispositivo legal não confere atribuição de nota à resposta.

a) Há relação de consumo? Justifique a resposta. (10 pontos) Resposta em no máximo 6 linhas.

Segundo a Teoria Finalista, consumidor é todo aquele que se utiliza de bens ou serviços para fins
pessoais e familiares. No caso, a microempresa é uma pessoa jurídica que usufrui da energia elétrica
para fins lucrativos. Seria consumidora intermediária. Todavia, comprovada a vulnerabilidade, será
sujeito de proteção do CDC (art. 4º, I). Isto devido à corrente finalista mitigada. Ainda mais se tratando
de microempresa, restou evidenciada a situação de vulnerabilidade perante a concessionária que, como
prevê o art. 22 do CDC, é obrigada a fornecer serviços adequados e reparar os danos causados.

Questão 2:

Beatriz comprou dez canetas importadas para presentear sua mãe, já que ambas são
apaixonadas por canetas. A compra foi feita por meio de site de venda de produtos
importados. As canetas são originárias do Japão. A encomenda chegou e imediatamente
Beatriz surpreendeu sua mãe com um enorme caixa de presente. A mãe de Beatriz, com
receio da pandemia, deixou a caixa por alguns dias em local isolado para higienização.
Quando a abriu, para sua surpresa, verificou-se que lá havia um par de chinelos chinês. E,
para não desapontar Beatriz, resolveu solucionar o problema sozinha.

A partir da situação hipotética, se fosse você fosse advogado (a) da mãe de Beatriz, qual seria
a sua solução para o caso relatado? Deve-se, na resposta, se há relação de consumo. Em caso
afirmativo identifique todos os elementos da relação, qualificando-os.

A mera citação de dispositivo legal não confere atribuição de nota à resposta. (10
pontos). Resposta no máximo de 12 linhas.
Há relação de consumo. Como preceitua o art. 3º do CDC, o fabricante, o produtor e o importador são

fornecedores, de modo que respondem, indepentemente de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores (art. 12 do CDC). A mãe de Beatriz, no caso, é consumidora, uma vez que é destinatária
do produto final, ainda que o tenha recebido como presente (art. 2º do CDC). Restou demonstrada,
ainda, situação de vulnerabilidade, tendo em vista que a empresa responsável pela venda de produtos
importados detém maior poder econômico, jurídico e técnico do que Beatriz e sua mãe. Observa-se que
foi recebido produto diverso do efetivamente adquirido. Embora tenha sido Beatriz a responsável pela
compra, a mãe é destinatária fimal do produto, logo, também é consumidora (art. 2º do CDC) pois, além
disso, foi uma vítima do evento (art. 17 do CDC) e foi exposta a uma prática comercial abusiva (art. 29
do CDC). Neste caso, de acordo com o art. 35 do CDC, ela tem o direito de exigir o cumprimento
forçado da obrigação, aceitar este ou outro produto equivalente, ou rescindir o contrato com direito à
restituição de quantia e a perdas e danos.

Questão 3:

Determinada consumidora é pontual no pagamento de suas contas de luz e água. Mudou-se


de residência no dia 01 de junho de 2020. Em janeiro de 2021, surpreendeu-se com o corte de
luz de sua residência. A concessionária informou que havia débitos referentes ao mês de maio
e julho de 2020. Além disso, o nome da consumidora foi negativado. Como advogado da
consumidora, qual seria a sua orientação para a solução do caso? Justifique a resposta.
Resposta no máximo de 12 linhas. (10 pontos).

A priori, cabe destacar que as despesas de telefone, luz, gás, água e esgoto são devidos ao antigo
morador, e tal premissa encontra amparo legal no artigo 23, VII da Lei nº 8.2451/91 (Lei do Inquilinato).
Uma vez que no mês de maio a consumidora ainda não havia se mudado, esta dívida não lhe é devida,
mas sim ao antigo morador. Orientaria a consumidora a apresentar à concessionaria o comprovante de
pagamento apenas do mês utilizado, no caso, julho. Tendo em vista que seu nome fora negativado, é
válido observar se houve indicação prévia no cadastro de inadimplentes, bem como o aviso de 15 dias
antes de corte de luz em sua residência. Por fim, ela deverá ingressar com ação no JESP por Negativação
Indevida, com acréscimo de danos morais por todo abalo sofrido.

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