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Stenyo Ara?jo squal1@hotmail.

com Pedido #22642


Ciranda,
Cirandinha
Cenários de Horror para RPG

Mayara Barros & Igor Batista

Stenyo Ara?jo squal1@hotmail.com Pedido #22642


Créditos

Game Design
Mayara Barros (@MayFPBarros)
Igor B. Batista (@LeonSama)

Cantigas no Escuro
Laura Pohl
Emily Moura
Gabriela Martins
Iris Figueiredo
Jana Bianchi
Solaine Chioro

Design de Capa
Mayara Barros

Recursos p/ Capa
Foto: Matheus Bertelli (@bertellifoto) via Pexels

Naive Star Logo


Ren Oliveira (@nyphren)

Fontes
Nerwus
Orator Std
Yellowtail
Open Sans

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Sumário

Introdução 4
Informações de Segurança 7
Ciranda, Cirandinha 8
Tororó 13
Se Essa Rua Fosse Minha 17
O Cravo e A Rosa 21
Alecrim Dourado 25
Batatinha Quando Nasce 29
Boi da Cara Preta 32

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Introdução

Cantigas de ninar fazem parte da nossa cultura e nos


acompanham mesmo depois de passada a infância. Para alguns, são
uma lembrança reconfortante de um tempo mais simples; para
outros, uma ameaça velada. Neste livro, algumas dessas cantigas
ganharam um tom mais sombrio: uma semente de um mistério para
seu grupo resolver.
Ciranda, Cirandinha é um livro dedicado a cenários
sobrenaturais baseados em cantigas de ninar clássicas da cultura
brasileira para serem usados em jogos narrativos. Não há nenhum
sistema de regras nesse livro, de forma que cada cenário pode ser
adaptado pelo Mestre da forma como melhor encaixar no que o
grupo espera de um jogo de suspense e horror.
Os cenários foram pensados com personagens humanos em
mente, sem recursos sobrenaturais a seu dispor, de forma que os
desafios encontrados evoquem a sensação de estar enfrentando algo
que não se pode compreender totalmente, e que forcem os
personagens e jogadores a encontrar soluções criativas, já que uma
vitória clássica pode não ser possível.
Este livro contém seis cenários inspirados pelo livro Cantigas no
Escuro e os contos de Laura Pohl, Jana Bianchi, Iris Figueiredo, Emily
de Moura, Solaine Chioro e Gabriela Martins; e um cenário extra.
Considerando o conteúdo dos cenários, um aviso de spoiler é
necessário. Leia os contos antes de se aventurar por esse livro para
manter o suspense das histórias.

Ciranda, Cirandinha - Cenários de Horror para RPG 4

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Potenciais gatilhos: Assassinatos, mortes gráficas e brutais,
estupro, violência contra mulheres.

Ciranda, Cirandinha: O que se esconde por trás da cantiga de


ninar que parece assustar os mais velhos da cidade? Quando pessoas
começam a desaparecer, a cantiga está na mente de todos. Qual a
relação da música com os desaparecimentos?
Tororó: O sítio estava abandonado há décadas, a natureza
tomando de volta o espaço. As pessoas da cidade dizem que quem
passa a noite lá não volta e a polícia tem dezenas de casos de
desaparecimento que nunca foram resolvidos. Quem teria coragem
de investigar e descobrir o que se esconde no sítio?
Se Essa Rua Fosse Minha: O parque da cidade é um lugar
encantador, atração turística e muito movimentado pela manhã. Sob
a luz do luar, porém, todos evitam chegar perto. Histórias correm
soltas sobre um assassino em série que ronda o parque, mas a polícia
não parece ter pistas de quem poderia ter cometido os crimes.
O Cravo e A Rosa: A cidade é calma, na maior parte do tempo.
De umas noites pra cá, porém, homens estão sendo assassinados e a
única pista é que os corpos são sempre encontrados numa roseira.
Alecrim Dourado: O cemitério da cidade parece abandonado,
um campo de alecrim tomou conta do terreno. Ninguém se atreve a
chegar perto e todos na cidade concordam com o toque de recolher,
que acontece uma hora antes do sol se pôr.
Batatinha Quando Nasce: A casa na colina parece
abandonada, mas para um observador cuidadoso, um vulto fica na

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janela toda noite quando a lua está cheia. Dizem que quem se
aventura por aqueles lados, nunca mais é visto.
Boi da Cara Preta: Os adultos não parecem preocupados, mas
as crianças sabem que se você não está na cama antes da meia-noite,
o Boi vai aparecer para te levar para longe.

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Informações de Segurança

Como o jogo explora temas de horror, é importante prestar


atenção nos níveis de conforto dos jogadores. Por isso deixamos aqui
algumas sugestões de segurança.

Sessão Zero

Faça uma sessão anterior ao início da história para saber o que


seus jogadores esperam do jogo, o que eles estão dispostos a
explorar e o que está fora dos limites. Tome notas e respeite esses
limites no decorrer do jogo.

Durante o Jogo

Se for necessário, faça pausas para que seus jogadores possam


se recompor e processar os acontecimentos. Use quaisquer
ferramentas achar apropriado para garantir que seus jogadores estão
confortáveis e consentindo com o que está acontecendo durante o
jogo.
Sugerimos o uso das X-cards (ou cartas X) de John Stavropoulos.

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Cartas X

Como o link original está em inglês, deixaremos aqui uma breve


explicação:

Durante o jogo, introduza o conceito das Cartas X. É importante


introduzir esse conceito como um pedido de ajuda para deixar o jogo
seguro. Coloque uma carta (a carta X) na mesa e indique que
qualquer um que se sentir desconfortável pode usá-la -
levantando a carta, indicando-a com a mão, etc. Isso inclui o narrador!
Deixe claro que qualquer um que usar a carta X não deve
explicações a ninguém. Se houver necessidade de clarificar o que
causou a necessidade da carta X, faça uma pausa para que o narrador
possa conversar em privado com a pessoa. Qualquer explicação
deve ser voluntária.
Caso não haja cartas que possam ser usadas como a carta X,
fazer um X com os braços pode ser usado no lugar. Em caso de jogos
virtuais, um X pode ser escrito no chat.

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Ciranda, Cirandinha
Inspirado no conto de Jana Bianchi

Ninguém sabe ao certo


quando aquela cidadezinha do
interior baniu Ciranda,
Ciranda, cirandinha
Cirandinha do seu repertório.
Vamos todos cirandar!
Turistas dificilmente vão
Vamos dar a meia volta
perceber que a canção é
Volta e meia vamos dar
repudiada pelos mais velhos e
desconhecida pelos mais novos.
O anel que tu me destes
A simples menção ao ritmo é
Era vidro e se quebrou
motivo para que os devotos
O amor que tu me tinhas
façam o sinal da cruz, e os
Era pouco e se acabou
supersticiosos batam três vezes
na madeira.
Por isso, dona Rosa
Com um pouco de
Entre dentro desta roda
perseverança, alguém que se
Diga um verso bem bonito
interesse pelo passado da
Diga adeus e vá se embora
cidade vai acabar descobrindo
os motivos por trás da ausência
da música na cultura local.

Ciranda, Cirandinha - Cenários de Horror para RPG 9

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Personagens
Os jogadores podem interpretar moradores da região,
interessados na história ou curiosos sobre as particularidades
culturais da cidade. Também podem ser turistas, visitando durante as
férias. Outra possibilidade é serem parentes de moradores.

Onde?
Ciranda, Cirandinha pode ser ambientada em qualquer cidade
de porte pequeno, desde que haja lugares propícios para se esconder
artefatos de origem duvidosa. Caso haja interesse em ambientar a
história numa metrópole ou cidade grande, as particularidades serão
mais verossímeis se restringidas a um bairro em particular ou
comunidade isolada (como aquela de uma vila fechada ou
condomínio).

História
Há aproximadamente 40 anos, uma epidemia se espalhou pela
cidade. Os sintomas eram de gripe, mas pelo menos 10 adolescentes
faleceram.
Rumores surgiram de que a doença era espalhada por uma
caixinha de música e que a cidade foi salva quando ela desapareceu.
Ninguém sabe dizer quem se livrou da caixinha, ou se quer se ela
existia mesmo.
Depois da epidemia, os adultos perceberam que as crianças
fugiam sempre que alguém começava a cantar Ciranda, cirandinha.
Com o passar do tempo, a música sumiu do repertório cultural da
cidade.

Ciranda, Cirandinha - Cenários de Horror para RPG 10

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Recentemente, outra epidemia parece estar tomando conta da
cidade e os adolescentes voltaram a cantarolar no ritmo da cantiga.

Elenco de Apoio
Os moradores da cidade são o elenco da aventura, mas
algumas figuras específicas podem ajudar no desenrolar da trama:
Dona Maria, a pessoa que se livrou da caixinha de música 40 anos
atrás; Dr. Gilberto, o médico da cidade; Padre Carlos, líder da
comunidade católica local.

Dona Maria

É uma mulher já idosa, que vive sozinha no sítio da família. Seu


marido faleceu há poucos anos e seus maiores prazeres na vida são
receber os netos e cozinhar. Extremamente supersticiosa, vai
repreender qualquer um que cante Ciranda, Cirandinha em sua
presença.
Se os jogadores perguntarem sobre o que aconteceu há 40
anos, vai responder de maneira sincera sobre a epidemia e as mortes,
mas negará qualquer conhecimento sobre os rumores da caixinha de
música, a não ser que os jogadores mostrem o objeto, quando, então,
responderá todas as perguntas sobre como derrotou a criatura que
mora na caixa.

Quarenta anos atrás, Dona Maria era uma jovem adulta que
dava aula na escola municipal. Quando seus alunos adoeceram, ela
ficou preocupada e começou a investigar. Descobriu que eles tinham
recebido a caixa de música de um colega que falecera recentemente.

Ciranda, Cirandinha - Cenários de Horror para RPG 11

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Suas pesquisas e observações a levaram a concluir que uma
criatura maligna habitava a caixinha e se alimentava da força vital das
pessoas. Conseguiu convencer as crianças a lhe dar a caixa, mas não
pode salvá-las. Para que ninguém mais se machucasse, enterrou a
caixa num local que julgou ser seguro.

Dr. Gilberto

É um homem simples, trabalhador. É casado e tem dois filhos.


Médico da cidade, tem acesso aos históricos dos pacientes e pode
ajudar os personagens com informações sobre os sintomas. Também
pode ser convencido a recuperar os arquivos da epidemia de 40 anos
atrás.

Padre Carlos

Homem idoso, gordo, de cabelos grisalhos. Genuinamente quer


ajudar a população no momento de crise. Não estava envolvido
diretamente nos eventos de 40 anos atrás, mas acredita piamente
nas ações de uma criatura sobrenatural como responsável pela
epidemia.
Se interrogado, vai tentar ajudar de forma sincera dentro de
suas crenças, dando conselhos sobre como espantar demônios e
outras criaturas malignas.

Motivações
Vamos discutir agora possíveis motivações para os personagens
se envolverem:

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● Parente: Um parente do personagem está na cidade e se
envolveu com a caixa de música (talvez tenha encontrado o
artefato e liberado a criatura). Agora o personagem precisa
achar uma solução para salvar seu ente querido.
● Funcionário Público: A nova epidemia é uma crise que a
cidade precisa controlar a fim de não perder o apelo turístico e
o personagem pode estar envolvido nos esforços para lidar com
a doença.
● Criança: Seu personagem pode ser uma criança na cidade cujo
grupo de amigos achou a caixa e liberou a criatura. Agora,
precisa descobrir uma forma de banir a entidade para salvar
seus amigos e a si mesmo.

Desfecho
A criatura que vive dentro da caixa de música é liberada quando
uma oferenda de sangue é feita ao artefato. Ela, então, possui uma
pessoa e causa os sintomas de uma gripe enquanto se alimenta e usa
a pessoa possuída para atrair outros e continuar o ciclo.
A cantiga de ninar são instruções para abrir a caixa de música,
que começará a tocar a melodia da cantiga. Neste ponto, a criatura
colocará o máximo de pessoas em transe, todas cantando e girando
em torno da caixa, seguindo o que a letra manda. Cada pessoa que
“diz um verso bem bonito” no centro da roda, tem a alma presa na
caixinha para servir de sustento à criatura.
Ninguém sabe como destruir a criatura. Dona Maria usou um
círculo de sal e fogo para expulsá-la de seu aluno. Isso apenas fez
com que a criatura voltasse para a caixa de música, esperando que
outra pessoa a libertasse.

Ciranda, Cirandinha - Cenários de Horror para RPG 13

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É possível que os jogadores pensem em alguma forma de
destruir a criatura da caixa de música. Se isso acontecer, não há
motivo para impedir que tenham sucesso; mas, a princípio, a criatura
é indestrutível e só pode ser contida e escondida.

Ciranda, Cirandinha - Cenários de Horror para RPG 14

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Tororó
Inspirado no conto de Iris Figueiredo

Fui no Tororó beber água O sítio que ficava perto da


Não achei nascente do rio estava
Achei linda Morena abandonado. Ninguém se atreve
Que no Tororó deixei a se aproximar e os rumores
dizem que é assombrado. Os
Aproveita minha gente antigos donos não voltam à
Que uma noite não é nada cidade há décadas e ninguém
Se não dormir agora lembra mais qual o motivo, se é
Dormirá de madrugada que havia um. A maioria das
pessoas diz que eles fugiram de
Oh, Maria fantasmas.
Oh, Mariazinha O problema é que
Entra nesta roda moradores de rua, adolescentes
Ou ficarás sozinha! e curiosos tendem a se
aventurar por aquelas bandas e
Sozinha eu não fico nunca mais são vistos. A polícia
Nem hei de ficar! tem dezenas de casos de
Por que eu tenho Joãozinho desaparecidos que estão sem
Para ser o meu par! solução.

Ciranda, Cirandinha - Cenários de Horror para RPG 15

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Personagens
Os jogadores podem interpretar moradores da cidade,
investigadores paranormais, adolescentes, etc. Não importa o
conceito do personagem, ele precisa ter um motivo para investigar o
sítio, mesmo sabendo dos rumores.

Onde?
Tororó pode ser ambientada em qualquer cidade com acesso a
um rio. O sítio (ou outra construção) deve ficar perto do rio, mesmo
que não seja perto da nascente.

História
O sítio foi abandonado devido a uma morte que aconteceu em
suas terras. A única filha do casal que morava no lugar se afogou no
rio e seu corpo nunca foi encontrado. Pouco depois, o casal colocou o
sítio à venda, mas a história da tragédia se espalhou e logo rumores
sobre como a menina teria sido assassinada começaram a pipocar.
Ninguém quis comprar o sítio.
O casal se mudou e o sítio, que ficou esquecido por anos, virou
abrigo para moradores de rua. Eles foram os primeiros a
desaparecer. Logo, histórias de que o lugar era assombrado
começaram a surgir, atraindo adolescentes curiosos que também
desapareceram.
O desaparecimento dos adolescentes chamou a atenção da
polícia, que organizou diversas buscas pelos arredores do sítio, mas
nenhum corpo foi encontrado.

Ciranda, Cirandinha - Cenários de Horror para RPG 16

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Elenco de Apoio
Além dos moradores da cidade, alguns personagens são dignos
de nota: Júlia dos Casacos, uma das moradoras de rua da cidade;
Viviane Almeida, a delegada da cidade; e Antônio Medeiros,
conhecido dos donos do sítio.

Júlia dos Casacos

É uma mulher na casa dos 40 anos, que vive nas ruas há muito
tempo, conhecida por sua coleção de casacos. Ela chegou a ficar no
sítio antes dos desaparecimentos e, se os jogadores perguntarem, vai
dizer que ouviu barulhos esquisitos e por isso não voltou mais lá. O
fato de que gente desapareceu depois apenas confirmou que estava
certa em ficar longe.

Viviane Almeida

Assumiu a delegacia recentemente. Os casos de desaparecidos


são a maior fonte de dor de cabeça, já que muitos familiares fazem
pressão na polícia para encontrar seus entes queridos. Mas as
investigações estão paradas pois não há evidências que indiquem o
paradeiro dos desaparecidos nem foi possível recuperar nenhum
corpo.
Caso os jogadores tenham algum personagem policial ou
consiga informações com Viviane, será possível descobrir registros
sobre o afogamento da filha dos donos do sítio, assim como o
desaparecimento de seu namorado, Carlos Medeiros.

Ciranda, Cirandinha - Cenários de Horror para RPG 17

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Antônio Medeiros

É um senhor idoso, natural da cidade. Acredita que os


desaparecimentos são obra de algo sobrenatural e culpa a menina
que morreu, dizendo que ela ainda tem pendências no mundo
material.
Com um pouco de persuasão, Antônio pode revelar sobre
Carlos, seu neto, que namorava a menina. Carlos se despediu do avô
na noite em que a menina morreu e nunca mais foi visto. Os pais de
Carlos se mudaram da cidade pouco depois.

Motivações
Vamos discutir agora possíveis motivações para os personagens
se envolverem:
● Parente: Um ente querido do personagem desapareceu. A
polícia não tem pistas e o caso está esfriando, a não ser que o
personagem tome as rédeas da investigação.
● Policial: Como membro da força policial da cidade, o
personagem terá acesso à investigação dos desaparecimentos.
● Investigador Paranormal: Seu personagem pode ser
interessado nos rumores sobre assombrações no sítio e
começar uma investigação própria a partir dos relatos dos
moradores.

Desfecho
Alice, a menina que se afogou no rio, não estava sozinha. Seu
namorado, Carlos Medeiros, a levou até a nascente e, enquanto se

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divertiam, ambos perderam o equilíbrio e caíram na água. Carlos
conseguiu se salvar, mas Alice bateu com a cabeça numa pedra e foi
levada pela correnteza.
Com medo de ser acusado de assassinato, Carlos fugiu da
cidade, se despedindo apenas do avô, fazendo-o jurar segredo. Seus
pais denunciaram seu desaparecimento e ele se tornou o primeiro da
lista de desaparecidos da cidade.
Alice se tornou um fantasma que vaga pelo sítio onde vivia e
pelo rio onde seu corpo ainda se encontra. Seu espírito culpa Carlos
por sua morte e atrai qualquer um que se aventura até o sítio para
uma morte lenta nas águas do rio.
Os jogadores podem resolver a situação de diversas formas:
● Achar Carlos: Uma possibilidade é encontrar Carlos e
trazê-lo para apaziguar o fantasma, de forma que Alice
possa seguir em frente.
● Exorcizar Alice: Se os personagens conhecerem rituais
de exorcismo, podem usá-los para destruir o fantasma de
Alice.
● Recuperar o corpo de Alice: Os personagens podem
procurar pelo corpo e enterrá-lo a fim de acalmar o
espírito. Na busca pelo corpo de Alice, os personagens
acharam muitos outros corpos no fundo do rio, das
outras pessoas desaparecidas.

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Se Essa Rua Fosse Minha
Inspirado no conto de Solaine Chioro

Se essa rua Tu roubaste


Se essa rua fosse minha Tu roubaste o meu também
Eu mandava Se eu roubei
Eu mandava ladrilhar Se eu roubei teu coração
Com pedrinhas É porque
Com pedrinhas de brilhante É porque te quero bem
Para o meu
Para o meu amor passar O parque da cidade é um
lugar encantador, principal
Nessa rua atração turística e muito
Nessa rua tem um bosque movimentado pela manhã. Mas
Que se chama desde que pessoas foram
Que se chama solidão encontradas mortas dentro do
Dentro dele parque, o movimento tem
Dentro dele mora um anjo diminuído. As mortes parecem
Que roubou ser causadas pela mesma
Que roubou meu coração pessoa, mas a polícia não
encontrou nenhuma prova que
Se eu roubei pudesse indicar quem é o
Se eu roubei teu coração culpado.

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Personagens
Os jogadores podem interpretar moradores da cidade, turistas
ou policiais investigando os crimes. Qualquer que seja o conceito de
personagem, é interessante que tenham um motivo para investigar o
parque e as mortes misteriosas.

Onde?
Se Essa Rua Fosse Minha pode ser ambientada em qualquer
cidade que tenha um parque grande o suficiente para ter uma
cobertura de árvores considerável.

História
O parque foi reformado recentemente e, como parte da
reforma, algumas estátuas de anjos foram colocadas para enfeitar
pontos do parque. Os assassinatos começaram poucos meses depois.
Uma das características marcantes das mortes é que os corpos são
encontrados sempre próximos a uma das estátuas.
Algumas pessoas desenvolveram o hábito de colocar flores para
as vítimas nos pés das estátuas onde os corpos foram encontrados.
A polícia patrulha o parque toda noite e aumentou o número de
policiais que fazem a segurança do parque durante o dia, mas na
investigação não consta nenhum suspeito.

Elenco de Apoio
Personagens são dignos de nota: Mariana Peixoto, funcionária
pública responsável pela reforma do parque; Heloísa Guimarães,

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detetive responsável pelo caso dos assassinatos; e Hugo Leal,
investigador forense.

Mariana Peixoto

Como responsável pela reforma, Mariana tem acesso à planta


do parque, com a localização de todas as estátuas. Caso os
personagens precisem dessa informação, podem se aproximar dela
para conseguir.
Mariana é uma cristã devota e acredita que os anjos do parque
são amuletos da sorte, sua explicação para o fato dos corpos serem
encontrados perto deles é apenas indicação de que eles estão
ajudando a trazer o assassino à justiça.

Heloísa Guimarães

Detetive veterana, está frustrada com o caso. Nenhuma


evidência foi recuperada das cenas dos crimes e não há explicação
para como as vítimas foram assassinadas.
Se os jogadores tiverem um personagem policial ou jornalista,
podem conseguir que Heloísa dê alguma informação sobre os crimes,
como: o fato de que todas as vítimas tiveram seus corações
arrancados, mas os ferimentos não indicam uso de nenhuma
ferramenta; todos os crimes foram cometidos durante a madrugada,
estima-se que em torno das 3h da manhã; há resquícios de granito
nos ferimentos das vítimas.

Ciranda, Cirandinha - Cenários de Horror para RPG 22

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Hugo Leal

Jovem para o posto que ocupa, não está acostumado com a


brutalidade dos crimes. É mais fácil conseguir informações dele do
que de Heloísa.

Motivações
Vamos discutir agora possíveis motivações para os personagens
se envolverem:
● Parente: Um ente querido do personagem é uma das vítimas.
Como a polícia não está dando resultado, resta tomar
providências com as próprias mãos.
● Policial: Como membro da força policial da cidade, o
personagem terá acesso à investigação. Pode ser que ele seja
um dos que patrulha o parque durante a noite ou faça
segurança durante o dia.
● Jornalista: Seu personagem pode estar atrás do furo de
reportagem que fará sua carreira decolar. Se encontrar a
solução antes da polícia, pode ser que consiga uma exclusiva
com a detetive ou o assassino depois da prisão...

Desfecho
As estátuas foram instaladas de tal forma que trouxeram à tona uma
entidade que as possuiu. Sob a influência da entidade, as vítimas
prometeram seus corações às estátuas (e, portanto, à entidade).
Durante a noite, foram guiadas de volta ao parque numa espécie de
transe, o caminho se iluminando como se brilhantes refletissem a luz

Ciranda, Cirandinha - Cenários de Horror para RPG 23

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da lua. Ao chegar na estátua onde a promessa foi feita, a entidade
acordava a estátua, que arrancava o coração da vítima e o engolia.
Os jogadores podem resolver a situação das seguintes
maneiras:
● Destruir as estátuas: A destruição de uma ou mais
estátuas quebra o poder que invocou a entidade,
quebrando seu elo com esse plano. Outras formas de
distorcer o padrão criado pela posição das estátuas
também funcionam.
● Banir ou selar a entidade: Se os jogadores tiverem
acesso a algum ritual de banimento ou conseguirem selar
os poderes da entidade de alguma forma, ela não
conseguirá fazer mais vítimas.
Nenhuma das soluções apresentadas é permanente. A entidade
sempre pode voltar caso o padrão seja reconstruído ou quebrem o
selo. Caso os jogadores consigam pensar numa solução permanente
que faça sentido, não há porque impedi-los de conseguir.

Ciranda, Cirandinha - Cenários de Horror para RPG 24

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O Cravo e A Rosa
Inspirado no conto de Gabriela Martins

O cravo brigou com a rosa A vida na cidade foi


Debaixo de uma sacada abalada com o surgimento de
O cravo saiu ferido um assassino em série que ataca
E a rosa despedaçada homens. A única pista que a
polícia tem é o fato de que eles
O cravo ficou doente são deixados em roseiras.
E a rosa foi visitar Todas as vítimas tinham
O cravo teve um desmaio parceiras românticas que,
E a rosa pôs-se a chorar apesar de abaladas com as
mortes, também estão aliviadas.

Personagens
Os jogadores precisam de um motivo para se interessar pelo
caso. Pode ser porque conheciam alguma vítima ou eram amigos de
alguma das parceiras das vítimas.

Onde?
O Cravo e A Rosa é uma história que funciona melhor em
cidades maiores, mas nada impede que seja adaptada para uma
cidade menor ou até mesmo para um cenário rural.

Ciranda, Cirandinha - Cenários de Horror para RPG 25

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História
Os assassinatos começaram depois que Breno Carvalho, um
famoso jogador de futebol, foi inocentado de estuprar a namorada.
Quando ela sumiu da cidade, pouco depois do veredito, a maioria das
pessoas assumiu que ela voltara para a casa dos pais e estava se
protegendo da mídia que o caso gerou.
O primeiro assassinato aconteceu uma semana depois do
julgamento. Breno apareceu morto em uma roseira em sua casa. A
frequência é inconstante, o que dificulta a investigação da polícia.
A opinião pública está dividida: grande parte condena as
mortes, mas existe uma parcela considerável que está grata ao
assassino, já que todas as vítimas tinham histórico de violência contra
mulheres.

Elenco de Apoio
Além dos moradores da cidade, alguns personagens são dignos
de nota: Cecília Carvalho, mãe do jogador inocentado; Janaína
Carneiro, policial da cidade; e Letícia Nogueira, ex-namorada de
uma das vítimas.

Cecília Carvalho

Cecília é uma mulher reservada, que se tornou ainda mais


reclusa desde a morte do filho. Se os personagens conseguirem
convencê-la a se abrir, podem descobrir que o filho tinha um
apartamento próprio na cidade onde morava com a namorada. Ela

Ciranda, Cirandinha - Cenários de Horror para RPG 26

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também pode se abrir sobre o processo do julgamento, explicando
seus sentimentos conflituosos sobre o assunto.
O jeito mais fácil de se aproximar dela é colocando-se contra o
suposto assassino, fazendo-a acreditar que os jogadores querem
trazê-lo à justiça.
Caso consigam a chave do apartamento de Breno, podem
investigar a casa e descobrir um pouco mais sobre o relacionamento
do jogador e sua namorada.

Janaína Carneiro

Oficial da polícia local, foi a primeira a responder a denúncia de


um dos assassinatos. Janaína é uma das que entende os motivos dos
assassinatos, mas concorda que mesmo que as vítimas fossem
pessoas horríveis, o assassino precisa ser preso.
Com ela, os jogadores podem aprender sobre as roseiras onde
as vítimas são encontradas: as testemunhas insistem que as roseiras
não existiam antes dos corpos serem encontrados e que cresceram
como que por magia.
Outras informações que os jogadores podem conseguir com a
polícia são o fato de que todas as vítimas foram encontradas com
espinhos perfurando todo o seu corpo e a ausência de digitais nos
espinhos usados como armas do crime.

Letícia Nogueira

É jovem, trabalha numa loja no shopping local e está aliviada


com a morte de seu ex-namorado. Não vê motivos para parar os

Ciranda, Cirandinha - Cenários de Horror para RPG 27

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assassinatos, já que “apenas desgraçados foram mortos, eles tiveram
o que mereciam”.
Pode contar aos jogadores sobre seu relacionamento: seu
ex-namorado era emocionalmente abusivo e controlava as finanças
do casal, deixando-a sem recursos para fugir. Graças a sua morte que
Letícia conseguiu sua vida de volta.

Motivações
Vamos discutir agora possíveis motivações para os personagens
se envolverem:
● Parente: Pode ser que o personagem seja parente de uma das
vítimas e queira justiça. A inabilidade da polícia em resolver o
caso pode servir de impulso para que o personagem comece
sua própria investigação.
● Ex-parceira: A personagem pode ter namorado uma das
vítimas e agora se vê livre de um relacionamento abusivo.
Talvez queira encontrar o assassino para lhe oferecer ajuda; ou
talvez ainda tenha sentimentos em relação ao namoro e queira
vingança.
● Policial: Como membro da força policial da cidade, o
personagem terá acesso à investigação dos assassinatos.

Desfecho
Emília, a namorada de Breno, voltou para o apartamento dos
dois na noite do resultado e, usando conhecimentos ocultos que
tinha acumulado durante o relacionamento, realizou um ritual para
ficar mais forte e se livrar de Breno.

Ciranda, Cirandinha - Cenários de Horror para RPG 28

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O ritual a transformou numa criatura que controla plantas,
sendo capaz de fazê-las brotar em qualquer lugar e comandá-las com
seus pensamentos. Os jogadores serão capazes de encontrar
vestígios do ritual no terraço do prédio onde Breno e Emília
moravam.
Usando seus novos poderes, Emília matou Breno e fugiu. Sua
aparência não era mais humana. Depois do primeiro assassinato,
sabendo que nunca teria sua vida de volta, resolveu assumir uma
identidade de justiceira, caçando homens que feriam mulheres.
O desfecho dessa história é aberto: os jogadores podem tentar
derrotar Emília - o que será um combate perigoso, considerando seu
controle sobre as plantas; podem se juntar a ela em sua jornada de
vingança; ou podem tentar convencê-la a parar com os assassinatos,
sendo esta a resolução mais difícil.

Ciranda, Cirandinha - Cenários de Horror para RPG 29

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Alecrim Dourado
Inspirado no conto de Emily Moura

Ninguém estranhou
quando os primeiros rastros de
alecrim apareceram no antigo
cemitério. O lugar já estava
Alecrim alecrim dourado abandonado, era normal que a
Que nasceu no campo natureza tomasse o lugar de
sem ser semeado volta.
O problema só começou
Foi meu amor que me disse assim um mês depois. O cemitério
Que a flor do campo virara um campo de alecrim e
era é o alecrim histórias de mortos-vivos
andando pela área a noite foram
o suficiente para que todos na
cidade concordassem que era
melhor não sair depois do pôr
do sol.

Ciranda, Cirandinha - Cenários de Horror para RPG 30

Stenyo Ara?jo squal1@hotmail.com Pedido #22642


Personagens
Os jogadores podem interpretar moradores da região;
investigadores paranormais interessados nas lendas locais, atraídos
pelas histórias de mortos-vivos.

Onde?
Alecrim Dourado funciona melhor em cidades pequenas ou
vilarejos afastados, onde a superstição é forte. Áreas rurais também
são bons cenários para essa história, já que o fator de isolamento do
resto do mundo é intensificado.

História
O cemitério fora abandonado algumas décadas atrás. Diziam
que tinha atingido a capacidade máxima, por isso ninguém prestou
muita atenção quando ele começou a ser tomado pelo mato. Se
alguém tivesse parado para olhar de perto, teria visto que não era
mato e sim alecrim, crescendo sem ser semeado e tomando conta de
tudo.
Nos dias atuais, só os mais velhos lembram que aquele espaço
foi um cemitério um dia. Para os mais novos, é apenas um campo de
alecrim.
Os primeiros relatos de que algo não estava certo veio numa
noite quando um morador avistou um corpo com andar trôpego
vagando perto do campo. Ele jura que o que ele viu era um zumbi.
Logos outros relatos se seguiram e em poucas semanas, a
cidade instituiu um toque de recolher. Ninguém sai à noite e ninguém
sai sozinho.

Ciranda, Cirandinha - Cenários de Horror para RPG 31

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Elenco de Apoio
Além dos moradores da cidade, alguns personagens são dignos
de nota: Velho Norman, o primeiro morador a avistar o zumbi;
Helena Jardim, moradora líder da força tarefa criada para lidar com o
problema; e Giovana Leal, curandeira da cidade.

Velho Norman

Já na casa dos 80 anos, Norman jura que o que ele viu era um
zumbi. Para ele, a solução é o fogo: queimar o campo de alecrim vai
resolver o problema e salvar a cidade.

Helena Jardim

Uma mulher de 30 anos, acredita que o que quer que se


esconde no campo de alecrim pode ser derrotado na base da
porrada. Está tentando juntar outros moradores para combater a
ameaça.

Giovana Leal

Ninguém sabe ao certo quantos anos ela tem e ninguém


pergunta. É a primeira pessoa que chamam quando alguém está
doente, por causa de seus remédios milagrosos. De todos na cidade,
é a que mais conhece as lendas e superstições e acredita piamente
que todas são verdadeiras.

Ciranda, Cirandinha - Cenários de Horror para RPG 32

Stenyo Ara?jo squal1@hotmail.com Pedido #22642


Se os jogadores perguntarem, vai dizer que o alecrim despertou
os corpos-secos que dormiam no cemitério. Acredita que o jeito de
derrotá-los é impedindo-os de chegar até sua sepultura a tempo de
se esconder do sol, de forma que morram queimados quando
amanhecer.

Motivações
Vamos discutir agora possíveis motivações para os personagens
se envolverem:
● Morador: O jeito mais fácil para os jogadores se envolverem é
já sendo morador da cidade. Isso garante que o problema os
afete diretamente.
● Visitante: Seja turista ou familiar de algum morador, existe a
possibilidade de um personagem se envolver na trama pelo
simples fato de estar na cidade quando um dos zumbis aparece
ou ouvindo menção sobre o toque de recolher.
● Investigador Paranormal: O personagem pode ter sido atraído
pelos rumores de que algo estranho estava acontecendo na
cidade e ter vindo investigar.

Desfecho
Independente do que os mortos-vivos da história sejam, eles
foram acordados pelo alecrim, que germinou no campo devido a uma
força sobrenatural.
Os mortos-vivos atacam e matam qualquer um que cruze o seu
caminho, incluindo animais. A maneira como eles matam vai
depender da sua natureza: zumbis podem se alimentar da carne,
corpos-secos sugam o sangue, etc.

Ciranda, Cirandinha - Cenários de Horror para RPG 33

Stenyo Ara?jo squal1@hotmail.com Pedido #22642


Os jogadores estão livres para pensar em sua própria solução,
porém o elenco de apoio já indica algumas possibilidades:
● Queimar o campo: Destruir o alecrim destrói os
mortos-vivos.
● Força bruta: Seguir a ideia de Helena Jardim e partir para
a força bruta é sempre uma opção, por mais exaustiva e
perigosa que ela seja.
● Luta contra o tempo: Os conselhos de Giovana Leal
também podem funcionar, resta saber quantos
mortos-vivos existem e planejar uma forma de mantê-los
longe de seu descanso por tempo suficiente.
Mesmo resolvido o problema dos mortos-vivos, o alecrim
nasceu no cemitério de forma sobrenatural. Isso pode ser um gancho
para outras histórias com o mesmo grupo e se não for resolvido,
sempre deixa aberta a possibilidade de o mesmo problema acontecer
novamente ou em outro lugar.

Ciranda, Cirandinha - Cenários de Horror para RPG 34

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Batatinha Quando Nasce
Inspirado no conto de Laura Pohl

A casa na colina parece


abandonada, mas dizem que
Batatinha quando nasce quem se aproxima nunca mais
se esparrama pelo chão. volta.
Menininha quando dorme Moradores da região
põe a mão no coração. afirmam ter visto um vulto na
janela em noites de lua cheia

Personagens
Sejam os jogadores moradores da região ou não, precisam ter
algum motivo para investigar a casa na colina. Pode ser que eles
conheciam alguém que se aventurou até lá e desapareceu ou ouviram
rumores dos estranhos acontecimentos.

Onde?
Batatinha Quando Nasce funciona melhor em comunidades
pequenas, seja uma cidade pequena, área rural, vila isolada ou bairro
fechado. É possível adaptar a história para metrópoles e cidades
grandes, mas pode exigir um esforço narrativo para ser convincente.

Ciranda, Cirandinha - Cenários de Horror para RPG 35

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História
A casa na colina está abandonada há décadas. Ninguém lembra
mais quem eram os donos, ou o que aconteceu para que deixassem o
lugar chegar no estado em que está.
As únicas informações que as pessoas têm são o fato de que, de
longe, é possível ver uma plantação do que parecem ser batatas que
cerca a casa e que durante a lua cheia, um vulto aparece na janela.
Todos que se aproximaram demais desapareceram. A maioria
das pessoas acredita que estão mortos.

Elenco de Apoio
Além dos moradores da cidade, alguns personagens são dignos
de nota: Ana Maria Carvalho, bibliotecária da cidade; e Joaquim
Batista, conhecido dos antigos donos da casa na colina.

Ana Maria Carvalho

Enquanto bibliotecária, pode ajudar os jogadores a pesquisar


registros antigos sobre a casa, de forma que descubram a história dos
antigos moradores.
Por meio dessa pesquisa, os jogadores podem descobrir sobre
Joaquim Batista, já que ele é citado numa notícia de 50 anos atrás, em
que sua irmã desapareceu na casa.

Ciranda, Cirandinha - Cenários de Horror para RPG 36

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Joaquim Batista

É um senhor idoso. Quando novo, era vizinho dos antigos donos


da casa na colina. Os donos não moravam lá, apenas mantinham a
casa. Joaquim se lembra de ouvi-los falando para ficarem longe. Sua
irmã, Estela, era mais corajosa e queria investigar a casa. Acabou indo
sozinha até lá.
Se os jogadores insistirem na conversa, ele pode contar que
Estela chegou a voltar da cabana, segurando uma estranha batata
vermelha, mas desapareceu poucos dias depois.
Joaquim vai insistir para que os jogadores fiquem longe da
cabana e - caso algum jogador tenha passado pelo mesmo que sua
irmã - vai oferecer seus pêsames.

Motivações
Vamos discutir agora possíveis motivações para os personagens
se envolverem:
● Parente: algum ente querido do personagem pode ter se
aventurado até a cabana e não voltou, ou voltou e está com
problemas.
● Cético: enquanto cético, o personagem pode resolver que é
uma boa ideia explorar a casa assustadora, já que é tudo
bobagem de qualquer forma...
● Investigador Paranormal: seu personagem pode querer
resolver o mistério da casa na colina, atraído pelos elementos
sobrenaturais da história.

Ciranda, Cirandinha - Cenários de Horror para RPG 37

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Desfecho
A criatura que vive na casa da colina não é humana, nem um
fantasma. Ela coleciona corações, que cercam a casa e aparentam ser
batatas avermelhadas.
É possível que alguém vá até a casa e volte vivo, se for rápido o
suficiente. Caso a pessoa demore demais, a criatura vai aparecer em
formato de uma mulher e arrancar o coração da pessoa. Se a pessoa
conseguir fugir, mas estiver carregando uma “batata”, será
assombrado pela criatura por alguns dias, enquanto ela se prepara
para retomar o que é seu; quando, então, arrancará o coração da
vítima.
Dependendo do problema, os jogadores podem resolver a
situação de diversas formas:
● Entregar “algo seu”: Se a vítima escapou com uma
“batata”, o único jeito de sobreviver é entregando um
“coração seu”, o que não significa que precisa ser
interpretado de forma literal.
● Banir a criatura: Se, porém, os jogadores tem alguma
ambição de se livrar da criatura, eles podem utilizar
algum ritual para bani-la desse plano.
● Aprisionar a criatura: Ferro é uma das fraquezas da
criatura e pode ser usado para contê-la em uma área em
que não possa ferir ninguém.
● Destruir a criatura: Já o ferro frio (que não foi levado ao
fogo) tem potencial de matar a criatura definitivamente,
mas é incrivelmente raro.

Ciranda, Cirandinha - Cenários de Horror para RPG 38

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Boi da Cara Preta

Boi, boi, boi


Boi da cara preta Os adultos não parecem
Pega essa criança preocupados, mas as crianças
Que tem medo de careta sabem que se você não está na
cama antes da meia-noite, o Boi
Boi, boi, boi vai aparecer para te levar para
Boi do Piauí longe.
Pega essa criança
Que não gosta de dormir

Personagens
Os jogadores podem interpretar moradores da região, pais
preocupados, desde que tenham um motivo para suspeitar que a
história é real, ou crianças.

Onde?
Boi da Cara Preta é uma história que pode ser ambientada em
qualquer lugar, cidade pequena ou grande, área rural ou urbana. O
Boi pode aparecer em qualquer agrupamento humano onde haja
crianças.

Ciranda, Cirandinha - Cenários de Horror para RPG 39

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História
Ninguém percebe que as crianças estão desaparecendo porque
o Boi é esperto e deixa cópias em seus lugares. E essas cópias são
boas para enganar a maioria dos adultos, mas as crianças percebem
que algo está errado e sussurram entre si. A cantiga de ninar se torna
um aviso para que não deem motivos para o Boi aparecer.

Elenco de Apoio
Além dos moradores da cidade, alguns personagens são dignos
de nota: Nádia Pinheiro, uma mãe cuja criança sumiu durante a
noite; Bárbara Alende, professora da cidade; e Márcia Figueiredo,
conhecida como a bruxa da cidade.

Nádia Pinheiro

Pela manhã, percebeu que sua filha não estava na cama. Depois
de procurar pela casa e pelo bairro, foi até a polícia abrir um boletim
de ocorrência e buscar ajuda.
Uma semana depois, nenhum resultado. Desesperada,
começou a prestar atenção nas outras crianças e percebeu a cantiga
de ninar sendo sussurrada entre elas. Agora, acredita que o Boi é real
e está se preparando para matá-lo quando tiver a chance, nem que
tenha que usar outra criança como isca.

Bárbara Alende

Ciranda, Cirandinha - Cenários de Horror para RPG 40

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Como professora, pode perceber a crescente obsessão das
crianças com a cantiga de ninar. Também notou quando algumas
delas passaram a agir de forma diferente e foram isoladas pelo resto
da turma.
Caso os jogadores venham conversar com ela, vai tentar ajudar
da forma que puder, prometendo ficar de olho nas crianças e avisar
se algo mudar.

Márcia Figueiredo

Como é a pessoa da comunidade que gosta de esoterismo e


coisas do tipo, é tida como bruxa. Ela notou quando as crianças
começaram a ser substituídas e está se preparando para enfrentar o
Boi quando tiver a chance.
Se os jogadores pedirem ajuda, vai sugerir sal, ferro e alguns
amuletos de confecção própria para protegê-los.

Motivações
Vamos discutir agora possíveis motivações para os personagens
se envolverem:
● Parente: Se alguma criança da família do personagem for
substituída, pode ser que a cópia levante suspeitas ou que
simplesmente não haja uma cópia.
● Criança: Todas as crianças sabem que a história é verdade e
que os adultos dificilmente acreditam nelas. Isso pode levá-las a
tentar agir sozinhas.

Ciranda, Cirandinha - Cenários de Horror para RPG 41

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Desfecho
O Boi é uma criatura de outro plano que vem ao mundo humano
para se alimentar. Devido a sua natureza, apenas aqueles que
desobedecem regras são suscetíveis aos seus poderes e, portanto,
suas vítimas costumam ser crianças.
Os jogadores podem resolver a situação de diversas formas:
● Banir: Um ritual de banimento pode impedir que o Boi
atravesse os planos e o mantenha longe por algum
tempo.
● Aprisionar: Com o uso de um ritual, é possível aprisionar
a criatura em algum receptáculo, de forma que ela só
volte a causar problemas caso seja libertada.
● Destruir: Ferro frio é capaz de ferir e até mesmo matar o
Boi, mas é um material difícil de ser encontrado nos dias
atuais.

Ciranda, Cirandinha - Cenários de Horror para RPG 42

Stenyo Ara?jo squal1@hotmail.com Pedido #22642

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