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A LEI DE BASES DO ENSINO – Lei 46/86 de 14 de Outubro (com as alterações

incorporadas pela lei nº 115/97, de19 de Setembro)

CAPÍTULO II
Organização do sistema educativo

SECÇÃO II
Educação escolar

SUBSECÇÃO IV
Modalidades especiais de educação escolar

Artigo 19.º
(Formação profissional)

1 – A formação profissional, para além de complementar a preparação para a vida activa


iniciada no ensino básico, visa uma integração dinâmica no mundo do trabalho pela
aquisição de conhecimentos e de competências profissionais, por forma a responder às
necessidades nacionais de desenvolvimento e à evolução tecnológica.

2 – Têm acesso à formação profissional:


a) Os que tenham concluído as escolaridades obrigatória;
b) Os que não concluíram a escolaridade obrigatória até à idade limite desta;
c) Os trabalhadores que pretendam o aperfeiçoamento ou a reconversão
profissionais.

3 – A formação profissional estrutura-se segundo um modelo institucional e pedagógico


suficientemente flexível que permita integrar os alunos com níveis de formação e
características diferenciados.

4 – A formação profissional estrutura-se por forma a desenvolver acções de:


a) Iniciação profissional;
b) Qualificação profissional;
c) Aperfeiçoamento profissional;
d) Reconversão profissional.

5 – A organização dos cursos de formação profissional deve adequar-se às necessidades


conjunturais nacionais e regionais de emprego, podendo integrar módulos de duração
variável e combináveis entre si, com vista à obtenção de níveis profissionais
sucessivamente mais elevados.

6 – O funcionamento dos cursos e módulos pode ser realizado segundo formas


institucionais diversificadas, designadamente:
a) Utilização de escolas de ensino básico e secundário;
b) Protocolos com empresas e autarquias;
c) Apoios a instituições e iniciativas estatais e não estatais;
d) Dinamização de acções comunitárias e de serviços à comunidade;
e) Criação de instituições específicas.

7 – A conclusão com aproveitamento de um módulo ou curso de formação profissional


confere direito à atribuição da correspondente certificação.

8 – Serão estabelecidos processos que favoreçam a recorrência e a progressão no


sistema de educação escolar dos que completarem cursos de formação profissional.
DECRETO-LEI N.º 396/2007 de 31 de Dezembro

Regime Jurídico do Sistema Nacional de Qualificações

Artigo 3.º
Conceitos

Para efeitos do presente decreto -lei, entende -se por:

a) «Aprendizagem» o processo mediante o qual se adquirem conhecimentos, aptidões e


atitudes, no âmbito do sistema educativo, de formação e da vida profissional e pessoal;

b) «Competência» a capacidade reconhecida para mobilizar os conhecimentos, as


aptidões e as atitudes em contextos de trabalho, de desenvolvimento profissional, de
educação e de desenvolvimento pessoal;

c) «Dupla certificação» o reconhecimento de competências para exercer uma ou mais


actividades profissionais e de uma habilitação escolar, através de um diploma;

d) «Educação e formação profissional» ou «formação profissional» a formação com


objectivo de dotar o indivíduo de competências com vista ao exercício de uma ou mais
actividades profissionais;

e) «Entidade formadora certificada» a entidade com personalidade jurídica, dotada de


recursos e capacidade técnica e organizativa para desenvolver processos associados à
formação, objecto de avaliação e reconhecimento oficiais de acordo com o referencial de
qualidade estabelecido para o efeito;

f) «Formação certificada» a formação desenvolvida por entidade formadora certificada


para o efeito ou por estabelecimento de ensino reconhecido pelos ministérios
competentes;

g) «Formação contínua» a actividade de educação e formação empreendida após a saída


do sistema de ensino ou após o ingresso no mercado de trabalho que permita ao
indivíduo aprofundar competências profissionais e relacionais, tendo em vista o exercício
de uma ou mais actividades profissionais, uma melhor adaptação às mutações
tecnológicas e organizacionais e o reforço da sua empregabilidade;

h) «Formação contínua certificada» a formação contínua desenvolvida por entidade


formadora certificada para o efeito ou por estabelecimento de ensino reconhecido pelos
ministérios competentes, sem prejuízo do disposto no n.º 2 do artigo 163.º da Lei n.º
35/2004, de 29 de Julho, para os efeitos aí previstos;

i) «Formação contínua de dupla certificação» a formação contínua desenvolvida através


da frequência de quaisquer módulos integrados no Catálogo Nacional de Qualificações e
desenvolvida por entidade formadora certificada para o efeito ou por estabelecimento de
ensino reconhecido pelos ministérios competentes;

j) «Formação inicial» a actividade de educação e formação certificada que visa a


aquisição de saberes, competências e capacidades indispensáveis para poder iniciar o
exercício qualificado de uma ou mais actividades profissionais;
l) «Formação inicial de dupla certificação» a formação inicial integrada no Catálogo
Nacional de Qualificações e desenvolvida por entidade formadora certificada para o efeito
ou por estabelecimento de ensino reconhecido pelos ministérios competentes;
m) «Modalidade de formação» a organização da formação definida em função de
características específicas, nomeadamente objectivos, destinatários, estrutura curricular,
metodologia e duração.

n) «Módulo de formação de dupla certificação» a unidade de aprendizagem, passível de


certificação autónoma e de integração em um ou mais percursos formativos referidos no
Catálogo Nacional de Qualificações, permitindo a aquisição de competências certificadas;
o) «Perfil profissional» a descrição do conjunto de actividade e saberes requeridos para o
exercício de uma determinada actividade profissional;

p) «Qualificação» o resultado formal de um processo de avaliação e validação


comprovado por um órgão competente, reconhecendo que um indivíduo adquiriu
competências, em conformidade com os referenciais estabelecidos;

q) «Reconhecimento, validação e certificação de competências» o processo que permite a


indivíduo com, pelo menos, 18 anos de idade o reconhecimento, a validação e a
certificação de competências adquiridas e desenvolvidas ao longo da vida;

r) «Referencial de competências» o conjunto de competências exigidas para a obtenção


de uma qualificação;

s) «Referencial de formação» o conjunto da informação que orienta a organização e


desenvolvimento da formação, em função do perfil profissional ou do referencial de
competências associado, referenciada ao Catálogo Nacional de Qualificações.

Artigo 9.º
Modalidades de formação

1 — Constituem modalidades de formação de dupla certificação, em função do perfil e


condições de acesso de cada indivíduo, as seguintes:
a) Cursos profissionais, entendendo -se como tais os cursos de nível
secundário de educação, vocacionados para a formação inicial de jovens,
privilegiando a sua inserção na vida activa e permitindo o prosseguimento
de estudos;
b) Cursos de aprendizagem, entendendo -se como tais os cursos de formação
profissional inicial de jovens, em alternância, privilegiando a sua inserção
na vida activa e permitindo o prosseguimento de estudos;
c) Cursos de educação e formação para jovens, entendendo-se como tais os
cursos de formação profissional inicial para jovens que abandonaram ou
estão em risco de abandonar o sistema regular de ensino, privilegiando a
sua inserção na vida activa e permitindo o prosseguimento de estudos;
d) Cursos de educação e formação para adultos, entendendo -se como tais os
cursos que se destinam a indivíduos com idade igual ou superior a 18
anos, não qualificados ou sem qualificação adequada, para efeitos de
inserção, reinserção e progressão no mercado de trabalho e que não
tenham concluído o ensino básico ou o secundário;
e) Cursos de especialização tecnológica, entendendo-se como tais os cursos
de nível pós -secundário não superior que visam conferir uma qualificação
com base em formação técnica especializada;
f) Outras formações modulares inseridas no Catálogo Nacional de
Qualificações, no quadro da formação contínua.
2 — As modalidades referidas no número anterior aplicam -se, com as devidas
adaptações, a grupos com particulares dificuldades de inserção e no respeito pela
igualdade de género.
3 — As modalidades de formação referidas nas alíneas a) a d) e f) do n.º 1 são reguladas
por portaria conjunta dos membros do Governo responsáveis pelas áreas da formação
profissional e da educação.

4 — Podem ainda ser criadas outras modalidades de formação de dupla certificação,


nomeadamente de âmbito sectorial, reguladas através de portaria conjunta dos membros
do Governo responsáveis pelas áreas da formação profissional, da educação e, quando
aplicável, do sector respectivo.

5 — A modalidade referida na alínea e) do n.º 1 é regulada por diploma próprio.

6 — Constituem também modalidades de formação:


g) A formação -acção, dirigida a micro, pequenas e médias empresas e
assente na prestação de serviços integrados de formação e consultoria,
regulada por portaria do membro do Governo responsável pela área da
formação profissional;
h) Outras acções de formação contínua, nomeadamente as realizadas por
empresas e inseridas em processos de inovação, modernização e
reconversão empresarial, bem como as dirigidas à modernização da
Administração Pública.

7 — As competências adquiridas através das modalidades de formação referidas no


número anterior podem ter dupla certificação no âmbito do processo de reconhecimento,
validação e certificação de competências.
PORTARIA N.º 994/2010 de 29 de Setembro

O Instituto do Emprego e Formação Profissional, I. P. (IEFP, I. P.), enquanto serviço


público que tem por missão promover a criação e a qualidade do emprego e combater o
desemprego, através da execução de políticas activas, nomeadamente, de formação
profissional, tem assumido a competência de certificação e organização da bolsa nacional
de formadores, em consonância com as necessidades do mercado.

Contudo, a necessidade de renovação periódica dos certificados de aptidão pedagógica


dos formadores, para além de gerar constrangimentos ao nível do desenvolvimento da
dinâmica da formação profissional, também não se compadece com o actual quadro
jurídico da formação profissional decorrente da Resolução do Conselho de Ministros n.º
173/2007, de 7 de Novembro, designadamente do regime jurídico do Sistema Nacional de
Qualificações, instituído pelo Decreto - Lei n.º 396/2007, de 31 de Dezembro.

Aliás, à semelhança de outros profissionais com funções de educação e formação, as


competências necessárias ao exercício da actividade de formador devem continuar a ser
reconhecidas como válidas a partir do momento da respectiva certificação, nada
impedindo que os formadores possam e devam continuar a desenvolver as suas
competências através do exercício da actividade profissional e da formação contínua.

Assim:
Nos termos do artigo 1.º do Decreto -Lei n.º 211/2006, de 27 de Outubro, e do n.º 6 do
artigo 7.º e do n.º 1 do artigo 20.º do Decreto - Lei n.º 396/2007, de 31 de Dezembro,
manda o Governo, pelo Secretário de Estado do Emprego e da Formação Profissional, o
seguinte:

Artigo 1.º
Validade dos certificados de aptidão pedagógica de formador

1 — Os certificados de aptidão pedagógica de formador, emitidos ao abrigo do Decreto


Regulamentar n.º 66/94, de 18 de Novembro, com as alterações introduzidas pelo Decreto
Regulamentar n.º 26/97, de 18 de Junho, incluindo aqueles que tenham sido renovados
nos termos do disposto na Portaria n.º 1119/97, de 5 de Novembro, consideram -se
emitidos sem dependência de qualquer período de validade, não carecendo de ser
objecto de renovação.

2 — O disposto no número anterior aplica -se igualmente aos certificados de aptidão


pedagógica de formador que se encontrem caducados à data da entrada em vigor da
presente portaria.

Artigo 2.º
Vigência

O presente diploma entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.

O Secretário de Estado do Emprego e da Formação Profissional, Valter Victorino Lemos,


em 21 de Setembro de 2010.
Portaria n.º 782/2009 de 23 de Julho

Quadro Nacional de Qualificações

O Quadro Nacional de Qualificações aprovado pela presente portaria adopta os princípios


do Quadro Europeu de Qualificações no que diz respeito à descrição das qualificações
nacionais em termos de resultados de aprendizagem, de acordo com os descritores
associados a cada nível de qualificação.

Artigo 1.º
Objecto

O presente diploma regula o Quadro Nacional de Qualificações e define os descritores


para a caracterização dos níveis de qualificação nacionais.

Artigo 2.º
Objectivos

São objectivos do Quadro Nacional de Qualificações, nomeadamente:

a) Integrar e articular as qualificações obtidas no âmbito dos diferentes subsistemas de


educação e formação nacionais e por via da experiência profissional;

b) Melhorar a transparência das qualificações, possibilitando a identificação e


comparabilidade do seu valor no mercado de trabalho, na educação e formação e noutros
contextos da vida pessoal e social;

c) Promover o acesso, a evolução e a qualidade das qualificações;

d) Definir referenciais para os resultados de aprendizagem associados aos diferentes


níveis de qualificação;

e) Correlacionar as qualificações nacionais com o Quadro Europeu de Qualificações.

Artigo 3.º
Âmbito

O Quadro Nacional de Qualificações abrange o ensino básico, secundário e superior, a


formação profissional e os processos de reconhecimento, validação e certificação de
competências obtidas por vias não formais e informais desenvolvidos no âmbito do
Sistema Nacional de Qualificações.
Artigo 4.º
Estrutura

1 — O Quadro Nacional de Qualificações estrutura – se em oito níveis de qualificação,


definidos por um conjunto de descritores que especificam os resultados de aprendizagem
correspondentes às qualificações dos diferentes níveis.

2 (…)

3 — A estrutura do Quadro Nacional de Qualificações consta do anexo II.


MINISTÉRIO DO TRABALHO E DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
Portaria n.º 214/2011
de 30 de Maio

De acordo com a Resolução do Conselho de Ministros n.º 173/2007, de 7 de


Novembro, que aprova a Reforma Diário da República, 1.ª série — N.º 104 — 30 de Maio
de 2011 2959 da Formação Profissional, conjugada com o Decreto-Lei n.º 396/2007, de
31 de Dezembro, que estabelece o regime jurídico do Sistema Nacional de Qualificações
(SNQ), a melhoria da qualidade da formação profissional, das suas práticas e dos seus
resultados, exige uma atuação que promova a capacidade técnica e pedagógica dos
formadores, através do reforço permanente das suas competências.
Face à experiência adquirida, aos constrangimentos observados e à evolução
entretanto verificada ao nível do perfil de competências do formador, volvidos mais de 10
anos de implementação dos processos e procedimentos em vigor, justifica -se proceder à
revisão do enquadramento legal da respetiva formação e certificação pedagógica.

Artigo 3.º
Requisitos e vias de acesso à certificação de competências pedagógicas

1 — Pode exercer a atividade de formador quem for titular de certificado de competências


pedagógicas.

2 — O certificado de competências pedagógicas de formador pode ser obtido através de


uma entidade formadora certificada, nos termos da Portaria n.º 851/2010, de 6 de
Setembro, mediante uma das seguintes vias:

a) Frequência, com aproveitamento, de curso de formação pedagógica inicial de


formadores;

b) Reconhecimento, validação e certificação de competências pedagógicas de


formadores, adquiridas por via da experiência;

c) Reconhecimento de diplomas ou certificados de habilitações de nível superior que


confiram competências pedagógicas correspondentes às definidas no perfil de referência,
mediante decisão devidamente fundamentada por parte do Instituto do Emprego e da
Formação Profissional, I. P. (IEFP, I. P.)

3 — O formador deve ter uma qualificação de nível superior.

4 — Em componentes, unidades ou módulos de formação orientados para competências


de natureza mais operativa, o formador pode ter uma qualificação de nível igual ao nível
de saída dos formandos, desde que tenha uma experiência profissional comprovada de,
no mínimo, cinco anos.

5 — A título excecional, em casos devidamente fundamentados, pode ser autorizado pelo


IEFP, I. P., o exercício da função de formador a pessoas que:

a) Não sejam titulares do certificado referido no n.º 1 do presente artigo, mas possuam
uma especial qualificação académica e ou profissional não disponível ou pouco frequente
no mercado de trabalho;
b) Não detenham uma qualificação de nível igual ou superior ao nível de qualificação em
que se enquadra a ação de formação, mas possuam uma especial qualificação
profissional não disponível ou pouco frequente no mercado de trabalho.

Artigo 4.º
Modalidades e desenvolvimento da formação

1 — O princípio geral pelo qual se rege a formação pedagógica de formadores é o da


continuidade e progressão, integrando as seguintes modalidades:

a) Formação inicial;

b) Formação contínua.

2 — Os cursos de formação pedagógica, em qualquer modalidade, devem respeitar os


referenciais em vigor, disponibilizados pelo IEFP, I. P., e podem desenvolver –se de forma
autónoma ou integrados em percursos de maior duração, nomeadamente de nível
superior.
3 — O IEFP, I. P., pode estabelecer protocolos com entidades de reconhecido mérito,
nomeadamente instituições de ensino superior, tendo em vista a homologação de cursos
de formação pedagógica.

Artigo 5.º
Formação pedagógica inicial

1 — A formação pedagógica inicial assenta num referencial base de competências,


organiza -se em percursos estruturados de forma modular, com uma duração de
referência de 90 horas e contempla as seguintes dimensões:

a) Pedagógica, que visa a aquisição e o desenvolvimento das competências necessárias


em função das modalidades, dos públicos e dos contextos de intervenção, incluindo o uso
das tecnologias de informação e comunicação em diferentes situações de aprendizagem;

b) Organizacional, que inclui as técnicas e métodos de planeamento, gestão, organização,


acompanhamento e avaliação da formação;

c) Prática, que consiste na aplicação ou no exercício contextualizado, real ou simulado,


das competências técnico-pedagógicas adquiridas ao longo da formação;

d) Deontológica e ética, que abrange o respeito pelas regras e valores profissionais, bem
como pela igualdade de género e pela diversidade étnica e cultural.

2 — Os percursos de formação inicial organizam –se em unidades de 10 horas ou


múltiplos e estruturam –se por dimensões e competências de acordo com o perfil de
formador, permitindo uma gestão flexível no acesso, posicionamento e saída dos
formandos.

3 — A duração da formação modular que visa responder a necessidades identificadas nos


processos de reconhecimento, validação e certificação de competências pedagógicas
pode ser variável em função do posicionamento dos candidatos.
Artigo 6.º
Formação pedagógica contínua

1 — A formação pedagógica contínua assenta em diversos referenciais de competências,


organiza -se em percursos estruturados de forma modular, com uma duração variável, e
contempla, numa perspetiva de aprendizagem ao longo da vida, uma ou mais das
seguintes dimensões:

a) Pedagógica, que integra módulos orientados para o aperfeiçoamento, o


aprofundamento ou a diversificação das competências previstas no perfil de formador, em
função dos seus contextos de intervenção, podendo abranger também a reflexão crítica e
o reforço das competências adquiridas nas dimensões organizacional, prática,
deontológica e ética do curso de formação pedagógica inicial;

b) Científica e ou tecnológica, que inclui módulos que visam garantir uma permanente
atualização do formador, na sua área específica de intervenção, atentas as constantes
mudanças técnicas e organizacionais observadas no mercado de trabalho;

c) Estudo ou investigação operacional, que contempla módulos dirigidos à análise,


pesquisa e otimização de referenciais, modelos, processos e métodos de formação,
garantindo a sua transferibilidade ou aplicação em diferentes situações, com especial
enfoque na aprendizagem em contexto de trabalho.

2 — Os percursos de formação contínua organizam –se em unidades de 10 horas ou


múltiplos e estruturam -se por dimensões e competências de acordo com os referenciais
visados, permitindo uma gestão flexível no acesso, posicionamento e saída dos
formadores.

3 — Os seminários, encontros técnicos, ateliês ou modalidades afins podem ter uma


duração inferior à prevista no número anterior, sem prejuízo do seu reconhecimento e
capitalização no âmbito do perfil de referência.

Artigo 10.º
Certificado de competências pedagógicas de formador

1 — O certificado de competências pedagógicas de formador é emitido quando o


candidato conclui com aproveitamento, um percurso de formação e ou um processo de
reconhecimento, validação e certificação de competências pedagógicas, ou no caso em
que o candidato seja possuidor de um diploma ou certificado de habilitações reconhecido
como equivalente.

2 — Sempre que um candidato conclui com aproveitamento um ou mais módulos de


formação deve ser emitido um certificado de frequência que capitaliza para efeitos de
acesso ao certificado de competências pedagógicas de formador.

3 — Os certificados de competências pedagógicas são emitidos de forma automática e


por via eletrónica, através do Sistema de Informação da Formação e Certificação de
Formadores, após:

a) O registo e validação das classificações finais dos candidatos que obtiveram


aproveitamento, pela entidade onde se realizou a formação ou o processo de
reconhecimento, validação e certificação de competências pedagógicas;
b) O registo da equivalência dos diplomas ou certificados de habilitação de nível superior,
sempre que seja essa a via de acesso à certificação;

c) O pagamento dos encargos procedimentais previstos no artigo 11.º

4 — O certificado de competências pedagógicas dispensa a emissão pelas entidades


formadoras de qualquer outro documento de certificação, e consiste na atribuição de um
código de validação, enviado eletronicamente a cada formador, que permite o seu acesso
e ou de terceiros autorizados, através da Internet, aos dados que comprovam a respetiva
certificação e que constam do anexo à presente portaria, da qual faz parte integrante.

5 — O IEFP, I. P., pode intervir de forma supletiva na análise e decisão dos processos
relativos à certificação de competências pedagógicas, no caso de eventuais conflitos ou
na ausência de uma entidade formadora competente para o efeito.

Artigo 11.º
Pagamento de encargos procedimentais

A autorização de funcionamento dos cursos de formação pedagógica e o acesso à


certificação profissional está sujeito a taxas, fixadas por despacho dos membros do
Governo responsáveis pelas áreas das finanças e do emprego e da formação profissional.
MINISTÉRIO DO TRABALHO E DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
Portaria n.º 474/2010 de 8 de Julho

A necessidade de regulação do modelo de certificado de formação profissional, em


complemento dos modelos de diploma e certificados de qualificações definidos no âmbito
da regulamentação das modalidades de dupla certificação enquadradas no Catálogo
Nacional de Qualificações, prende-se, fundamentalmente, com o facto de este ser um
meio de comprovação dessa formação, que pode também ser suportada por fundos
públicos e contribui naturalmente para a efetivação do direito individual dos trabalhadores
à formação, nos termos previstos no Código do Trabalho.
A padronização dos certificados de formação profissional preconizada no presente
diploma visa, assim, clarificar os procedimentos exigíveis a todos os operadores de
formação certificada, nos termos previsto no Sistema Nacional de Qualificações e também
no Código do Trabalho, após a conclusão de toda e qualquer ação de formação não
inserida no Catálogo Nacional de Qualificações, contribuindo igualmente dessa forma
para a obtenção de um certificado que facilite a valorização e certificação das
competências adquiridas por essa via.

Artigo 1.º
Objecto
A presente portaria estabelece o modelo de certificado de formação profissional
que, no âmbito do Sistema Nacional de Qualificações, aprovado pelo Decreto-Lei n.º
396/2007, de 31 de Dezembro, se destina a certificar a conclusão com aproveitamento de
uma ação de formação certificada não inserida no Catálogo Nacional de Qualificações.

Artigo 2.º
Autenticação

O certificado previsto no artigo 1.º é objeto de autenticação mediante a aposição de


carimbo ou selo branco em uso na respetiva entidade formadora e a correspondente
assinatura do seu legal representante.

Artigo 3.º
Modelo

1 — O modelo de certificado estabelecido no artigo 1.º é o constante do anexo à


presente portaria e que da mesma faz parte integrante.
2 — O modelo de certificado é emitido através do Sistema de Informação e Gestão
da Oferta Educativa e Formativa (SIGO), na área criada especificamente para o registo
das ações de formação não inseridas no Catálogo Nacional de Qualificações.
3 — Tratando-se de ação de formação que não pressuponha a sua conclusão com
aproveitamento, nomeadamente nas situações em que essa ação configure a forma de
conferência, seminário, ou outra, não é obrigatória a utilização do modelo previsto neste
artigo.

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