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DEGENERAÇÃO MACULAR

RELACIONADA À IDADE
OFTALMOLOGIA - JAMES MARCHIORI E CÉSAR SILVEIRA
GABRIEL ALMEIDA GODOLPHIM – ATM 2023/1 B
DEGENERAÇÃO MACULAR REL. À IDADE
• A DMRI é a principal causa de cegueira
legal acima dos 65 anos de idade. Aos 65
anos, cerca de 10% da população
caucasiana apresentará essa condição,
enquanto 25% dos indivíduos acima de 75
anos desenvolverão DMRI;
• EPIDEMIOLOGIA: a prevalência da DMRI
vem aumentando com os anos, uma vez
que a população está envelhecendo
(aumento da expectativa de vida);
• É uma doença relacionada com a idade
(estresse oxidativo), afetando mais
mulheres e caucasianos de olhos claros.
Há um caráter familiar e outros fatores
de risco incluem tabagismo, hipertensão
arterial sistêmica e obesidade.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
• Os sintomas da DMRI envolvem somente a visão
(não há dor, hiperemia ou outros sintomas
associados). Os pacientes se queixam de perda
visual, normalmente lenta e progressiva, podendo
levar à cegueira (perdas abruptas costumam ocorrer
em indivíduos com algum fator agravante);
• Outro sintoma comum é a metamorfopsia
(percepção distorcida das imagens);
• Os sinais de fundo de olho costumam envolver
somente a mácula – pode-se encontrar edema de
retina, pigmentação anômala, hemorragias sub ou
intrarretinianas, exsudatos duros e drusas de coroide
(acúmulo de materiais como lipídios, proteínas e
lipofucsina no fundo de olho) – é o
comprometimento dos cones maculares que gera Drusas de coroide na região macular –
sinal comum na fundoscopia
perda da acuidade visual.
DIAGNÓSTICO
• Normalmente, o diagnóstico é feito pela história clínica, teste de acuidade visual, fundoscopia e
detecção da metamorfopsia pela tela de Amsler;
• Tela de Amsler: o paciente focaliza no ponto central da tela e descreve o que percebe
acontecendo em volta – as linhas retas da tela, no caso de metamorfopsia, são distorcidas
(principalmente ao redor da região central);
• O primeiro estágio visual da DMRI é a deformação da imagem. Ela evolui para perda da
visão central (enxerga a periferia, mas tem dificuldade na visão focal).

Tela de
Amsler
DIAGNÓSTICO
• ANGIOGRAFIA FLUORESCEÍNICA: um
dos exames mais utilizados para
caracterizar a DMRI. Injeta-se contraste na
veia cubital e toda a árvore vascular
retiniana é percorrida por fluoresceína –
captação de imagens pela angiografia,
possibilitando a observação de
hemorragias, obstruções etc;
• TOMOGRAFIA DE COERÊNCIA ÓPTICA:
mostra todas as camadas da retina, córnea
e nervo óptico tridimensionalmente
(analisa a retina em cores, possibilitando a
Angiografia (ao lado) e OCT
avaliação de edema macular,
(acima) podem ser utilizadas
descolamentos localizados etc.). Pode ser simultaneamente –
utilizada para comparação pré e pós- avaliação da vascularização
tratamento (principalmente na forma e de alterações retinianas
exsudativa).
CLASSIFICAÇÃO DA DMRI Dividida em formas seca/não-exsudativa (90%
dos casos) e úmida/exsudativa (10% dos casos).

• FORMA SECA/NÃO-EXSUDATIVA: evolução lenta e insidiosa (perda lenta e progressiva da


visão). Na fundoscopia, se caracteriza por drusas que, com o tempo, coalescem (unem-se,
tornando-se maiores) e formam uma área de atrofia;
• A área de atrofia aumenta progressivamente, evoluindo para o que se chama de atrofia
geográfica (fases avançadas), reduzindo bastante a visão. O processo de atrofia lesiona e
reduz a quantidade de fotorreceptores, o que é responsável pela baixa acuidade visual (no
exame, a área de atrofia permite a visualização da coroide – destruição retiniana).

Drusas que
atrofiam e, ao
coalescerem,
geram atrofia
geográfica
CLASSIFICAÇÃO DA DMRI Dividida em formas seca/não-exsudativa (90%
dos casos) e úmida/exsudativa (10% dos casos).

• FORMA ÚMIDA/EXSUDATIVA: apresenta evolução mais dramática com perda abrupta da


visão. Também apresenta drusas de coroide em sua fase inicial, mas a apresentação agua se
relaciona com o aparecimento de vasos anormais que crescem abaixo da retina –
neovascularização de coroide;
• Os neovasos se desenvolvem abaixo da retina, gerando edema, exsudatos e hemorragias
retinianas, principalmente na região da mácula. Se não for tratada, evolui para
descolamento hemorrágico do epitélio retiniano e cicatrização fibrótica (fibrose macular).

DRUSAS EXSUDAÇÃO E DESCOLAMENTO HEMORRÁGICO FIBROSE


TRATAMENTO DA DMRI
• FORMA SECA: não há tratamento efetivo para a
forma seca; entretanto, acredita-se que a oxidação
dos tecidos seja o principal responsável para a
formação de drusas e a ingestão de antioxidantes
(vitamina C, Zinco, vitamina E, luteína, zeaxantina,
carotenoides e ômega 3) retardaria a evolução da
doença;
• FORMA ÚMIDA: é tratável (inclusive, o tratamento
melhora muito a visão e a qualidade de vida do
paciente). Quando a membrana neovascular
subretiniana está longe da mácula, pode-se usar
fotocoagulação com laser para destruí-la. Quando é Fármacos anti-VGEF
submacular, prefere-se o tratamento farmacológico (antiangiogênicos):
intravítreo (risco do laser gerar destruição definitiva bevacizumab,
da mácula). Os fármacos são antiangiogênicos (anti- ranibizumab,
VGEF), inibindo a proliferação de neovasos e a anflibercept.
evolução para cicatriz fibrótica (o tempo de evolução
da doença é muito importante – quanto antes iniciar o
tratamento, melhor).

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