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Louyse Jerônimo de Morais 1

Esclerose sistêmica
Referência: aula da prof. Germana Ribeiro

Introdução [fenômeno de Raynaud], mas outras vezes podem ser


fixos.
É uma doença autoimune crônica, que envolve
três mecanismos diferentes: disfunção vascular [por • Vasoconstrição induzida pelo frio: receptores α2-
vasoconstrição e levando a fenômenos isquêmicos], adrenérgicos;
fibrose tecidual progressiva [manifesta-se na pele ou nos • Desequilíbrio na produção de: endotelina 1,
órgãos internos, através do espessamento cutâneo] e angiotensina II, prostaciclina, óxido nítrico.
produção de autoanticorpos específicos.
Com o tempo, esses fenômenos vão causando
• Incidência: 56 casos/ano/milhão de pessoas pequenas isquemias nas extremidades. Essa vasculopatia
o Mulheres: 3:1. Essa diferença pode envolve, também, desequilíbrio na produção de fatores
chegar até a 8:1. vasoconstritores e vasodilatadores. É importante saber
o Homens: doença mais grave desses mediadores, porque alguns medicamentos vão agir
• 3-6ª década de vida aí.

Fisiopatologia

Envolve a suscetibilidade genética associada a


fatores ambientais, vasculopatia, fibrose tecidual e
produção dos autoanticorpos.

• Interação de múltiplos genes: não há um gene


específico causador da doença, mas existe um
conjunto de genes envolvidos, sobretudo aqueles
do HLA, especialmente o HLA DRB1.
• Risco maior em parentes de 1º grau e gêmeos
monozigóticos. Isso foi a primeira sugestão para
que se começasse a pesquisar os genes envolvidos
na doença. Manifestações vasculares na ES: fenômeno de Raynaud e
• Afrodescendentes: maior incidência, doença mais úlceras digitais.
grave. Tem muito acometimento dos órgãos
internos. Com o tempo, ocorre redução do número de alças
• Fatores ambientais: exposição a solventes capilares na periferia, presença de áreas avasculares e
orgânicos, sílica. desorganização da arquitetura capilar. Podemos verificar
• Uso de inibidores do apetite: L-triptofano, isso através do exame de capilaroscopia periungueal.
pentazocina e bleomicina. • Capilaroscopia periungueal: usa dermatoscópio.
Os agentes ambientais podem funcionar como Em uma pessoa normal, é todo preenchido por
gatilho para a doença em indivíduos geneticamente pequenos vasos; no paciente com esclerodermia,
suscetíveis. ocorre deleções vasculares [vasos esclerosando e
diminuindo de tamanho], criando áreas de
Vasculopatia ausência de vasos. Às vezes, tem vasos
A vasculopatia envolve anormalidades na deformados.
microvasculatura, principalmente dos vasos periféricos,
daí o acometimento das mãos. Isso se dá através de
ativação de células endoteliais, hiperreatividade vascular
[reação ao frio] e ativação plaquetária, causando
microtromboses. Tudo isso vai induzir fenômenos
isquêmicos, que às vezes podem ser transitórios
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Imagens de capilaroscopia com padrão capilaroscópico A diferença essencial é que a forma localizada vai
normal [A] e com padrão SD no qual se observa presença acometer exclusivamente a pele. A forma sistêmica pode
de micro-hemorragias, capilares ectasiados, acometer órgãos internos.
megacapilares e áreas avasculares [B].
Esclerodermia localizada
Fibrose
• Morfeia: placas fibróticas únicas ou múltiplas,
Com o tempo, o paciente vai apresentando geralmente no tronco.
ativação de fibroblastos, fibrose e perda da arquitetura
Normalmente, a pele fica meio edemaciada e
tecidual, bem como deposição de colágeno I, III, IV e VII na
infiltrada. Com o passar do tempo, ela vai se tornando
pele e nos órgãos internos.
esclerótica [fibrosada] e depois vai tendo atrofia, podendo
• Estigmas da doença: espessamento cutâneo acontecer até retração de pele. Se isso for em cima de
[membros, face, tronco], microstomia [redução algum local mais nobre, como na região lateral da coxa,
do tamanho da boca e do afilamento nasal], pode dar fibrose tão intensa que a pessoa não vai
desorganização na estrutura dentária [o paciente conseguir deambular normalmente.
começa a perder elementos dentários].
No início, o paciente pode referir só um prurido no
local, mas com um tempo a lesão vai mudando de aspecto.
Isso é tão característico que nem precisa de biópsia para
confirmar.

• Esclerodermia linear: pode acontecer nos


membro e na face. Nesta última, chama-se em
coup de sabre.

Nos membros, manifesta-se como bandas de


espessamento cutâneo, localizadas nos braços ou pernas.
Na face, começa com faixa linear esclerótica, depois vai
acontecendo retração na pele da face e vai deformando,
inclusive, a calota craniana, gerando afundamento do
osso. Se afundar de forma importante, chama de
síndrome de Parry-Rombert, que é quando tem
esclerodermia linear com atrofia importante da calota
craniana [hemiatrofia facial progressiva - HFP]. Isso
acontece no adulto – a esclerose é tão intensa que
Formas de acometimento cutâneo na ES. A e B. deforma um osso já formado. Apesar disso, não tem
Microstomia, telangiectasias e diminuição das marcas de acometimento dos órgãos internos.
expressão facial. C e D. Esclerodermia localizada: morfeia
em placas.

Alterações imunológicas

• Produção de autoanticorpos: anti SCL 70, anti-


centrômero, anti-RNA polimerase III.
• Ativação de linfócitos, principalmente TCD4.
• Infiltrado de células mononucleares nos órgãos
afetados
• Ativação da imunidade inata e adaptativa

Formas clínicas

• Localizada: morfeia; esclerodermia linear.


Esclerodermia generalizada
• Sistêmica: cutânea limitada; cutânea difusa;
esclerose sistêmica sem esclerodermia. É quando tem acometimento dos órgãos internos.

• Cutânea limitada
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• Cutânea difusa 2. Forma cutânea difusa


• Esclerose sistêmica sem esclerodermia: só
• Distribuição: pode acometer o corpo todo e de
acomete órgãos internos.
forma bem simétrica. Geralmente, acomete
Basicamente, o que diferencia a forma cutânea tronco, região proximal aos cotovelos e joelhos.
limitada da difusa é o local de acometimento na pele. • Fenômeno de Raynaud até 1 ano antes: ativação
imunológica bem mais grave.
1. Cutânea limitada
• Espessamento cutâneo rapidamente progressivo:
• Distribuição acral: pega só as extremidades – às vezes pode ser mais indolente, mas o padrão é
antebraço, mão, perna e pés. Não acomete ser mais grave mesmo.
tronco, coxa nem braço. • Doença intersticial pulmonar
• Anticorpo anticentrômero 50 a 60% - às vezes ele • Crise renal esclerodérmica
vai se manifestar apenas no FAN [padrão • Anticorpos anti-SCL70 [30%] e anti-RNA
centromérico] polimerase III [15%]
• Hipertensão arterial pulmonar - 10 a 15%
3. Esclerose sistêmica sem esclerodermia
• Presença ou ausência de síndrome CREST: os
sintomas podem estar presentes na forma difusa, • Fibrose pulmonar ou doença renal, cardíaca ou
mas, na forma de síndrome, apenas nessa forma gastrointestinal
cutânea limitada. • Ausência de envolvimento cutâneo
• Fenômero de Raynaud até 10 anos antes: vai • Fenômeno de Raynaud: embora não tenha
acontecendo aos poucos. envolvimento da pele.
• Anticorpos: anti-SCL70, anticentrômero ou anti-
Essa forma é a de menor gravidade. O que traz
RNA polimerase III.
gravidade para essa forma é só a hipertensão arterial
• Vai confirmar através da biópsia, que vem com os
pulmonar, que quando presente aumenta a taxa de
sinais sugestivos da doença.
mortalidade.
Quadro clínico
CREST
Esse paciente vai se apresentar com sarcopenia,
• Calcinose cutânea: acontece, geralmente, nas
astenia, perda ponderal involuntária etc. Normalmente,
extremidades. Na esclerose sistêmica, devido ao
não tem febre, mas como é autoimune, pode acontecer.
quadro inflamatório persistente, pode evoluir
para calcinoses, normalmente nos dedos, mas Fenômenos vasculares
pode acontecer na bacia, no ombro, no tendão
inteiro etc. Isso vai gerar limitação de movimento. • Telangiectasias: normalmente no rosto.
O tratamento é muito ruim, então uma vez que • Fenômeno de Raynaud: 95% dos pacientes,
está ali, dificilmente vai sair. É mais comum nos isquemia digital episódica, trifásica [palidez →
pacientes jovens. cianose → volta da circulação do sangue
• Fenômeno de Raynaud: pode ser trifásico – manifesta-se com hiperemia], desencadeada pelo
palidez, cianose seguida de hiperemia. É uma frio – até ficar em um ambiente com ar
vasoconstrição da vasculatura periférica, ou seja, condicionado ou pegar alimento na geladeira já
acontece normalmente nas mãos, embora desencadeia.
também possa ocorrer nos pés. Esse fenômeno pode acontecer em até 5% da
• Dismotilidade esofágica: normalmente DRGE ou população geral. Nesses casos, pede-se o exame da
disfagia baixa, que é quando o paciente sente capilaroscopia. Os pacientes, mesmo dez anos antes da
entalo, por conta de fibrose a nível do esôfago. É doença, já têm alterações da microvasculatura, então a
diferente dos engasgos, em que a pessoa tem capilaroscopia facilita a visualização e ajuda a diferenciar a
problema no esfíncter superior. forma primária [sem associação com a doença] da forma
• Esclerodactilia: dedos típicos da doença, pois secundária à esclerose sistêmica. Pode acontecer no LES e
ficam fibrosados. na artrite, mas é mais comum na esclerose sistêmica.
• Telangiectasia: região palmar, face e tronco. São
aranhas vasculares, por conta da neoangiogênese. Os fenômenos vasculares vão e vem durante a
vida do paciente, então começa a gerar alterações fixas,
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como úlceras digitais e cicatrizes. Essas cicatrizes


acontecem na ponta dos dedos e são denominadas
“digital pitting scars”.

Esses fenômenos vão isquemiando e vai


reabsorvendo a falange distal. Se o fenômeno de Raynaud
se tornar fixo, a ponta do dedo vai necrosar e sair.

Úlceras digitais

• Traumáticas: acontecem na superfície da falange.


A mão vai ficando fibrosada e vai produzindo garra
da esclerose sistêmica. Nessa situação, a pele fica
tão fina com o tempo, que começa a abrir feridas
na superfície das falanges, mediante pequenos
traumas. Essas feridas são de difícil cicatrização.
• Vasculares: ocorrem por isquemia.

Manifestações cutâneas

É uma doença caracterizada pelo espessamento


da pele. O espessamento distal das articulações
metacarpofalangeanas é considerado um sinal Outras manifestações cutâneas
patognomônico da doença.
• Microstomia e afilamento nasal: devido ao quadro
Fases da fibrose, o paciente vai tendo redução do
tamanho da boca. Para constatar isso, pede para
• Edematosa ou inflamatória a pessoa colocar três dedos dentro da boca.
• Puffy fingers o Perda de elementos dentários: por conta
• Indurativa da fibrose.
• Atrófica • Garra esclerodérmica: a mão vai se tornando
A pele fica infiltrada e brilhante, dando aspecto de espessada e a tendência é que fique em flexão.
puffy hands [se nas mãos] ou puffy fingers [se apenas no Fica fixo na posição e não abre mais,
dedo]. Não tem edema articular, pois é um edema da pele independentemente do tratamento. Com o
mesmo, que fica infiltrada, lisa, brilhante e desaparece as tempo, abre úlceras.
pregas digitais das falanges. Depois disso, a pele fica
fibrosada e vai atrofiando. Quando já está na fase de
induração – pele dura e espessada, o examinador não
consegue fazer a prega cutânea.

O espessamento cutâneo pode ser graduado nos


graus I, II, III e IV. Neste último, não se consegue mais fazer
a prega cutânea. O Rodnan Score vai graduar o
espessamento cutâneo nessas quatro fases. A partir dele,
vai somando a pontuação, avaliando sempre no dorso e
nunca na região palmar. É importante para avaliar a
resposta ao tratamento.

• Lesões em sal e pimenta: parece com vitiligo e


costuma aparecer em afrodescendentes.
Acontece porque a pele já passou por fase de
espessamento e induração e está evoluindo para
atrofia cutânea. Traduz maior gravidade.
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• Envolvimento gástrico: estômago em melancia.


São pequenas telangiectasias que acometem o
estômago. De sintomas, dá epigastralgia,
saciedade precoce e plenitude pós-prandial.

Lesões em sal e pimenta

Envolvimento gastrointestinal

É o mais comum acometimento sistêmico – 90%


dos pacientes. Normalmente, ocorre por atrofia da
musculatura lisa secundária a lesões vasculares e
neurogênicas. A lesão dos nervos acontece por
acometimento da vasa nervosa, então vai tendo
acometimento neural, mas é porque atinge o vaso que • Dismotilidade intestinal: supercrescimento
irriga o nervo – sempre é lesão vascular e fibrose. bacteriano, má absorção. Se tiver dano da
• Sintomas: pirose, disfagia baixa progressiva [é o musculatura do esfíncter anal, pode dar
principal, o paciente fala que sente entalo e só incontinência fecal.
toma líquidos], saciedade precoce, epigastralgia, Envolvimento pulmonar
diarreia crônica [inclusive, de má absorção dos
alimentos e emagrecimento, levando à perda 1. Pneumopatia intersticial
ponderal involuntária]. • Prevalência: 60 a 90%;
Quando acomete o intestino grosso, dá síndrome • Mais presente na forma cutânea difusa
de supercrescimento bacteriano porque vai ter uma • Associada ao anti-SCL70
redução dos movimentos peristálticos, então o bolo fecal • Padrão em vidro fosco na região subpleural:
fica parado no intestino e leva ao supercrescimento pneumopatia intersticial não específica ou PINE.
bacteriano, o que gera diarreia crônica, má absorção dos • Clínica: dispneia progressiva aos esforços.
alimentos e emagrecimento. • Espirometria: padrão restritivo.

• Dismotilidade esofagiana – DRGE: pode dar Isso vai progredir e a tendência é atingir o pulmão
diagnóstico com manometria esofágica e, em todo se não tratado. Quando acomete mais de 20% do
fases avançadas, esofagograma ou EED. pulmão, indica imunossupressão mais intensa. Na
ausculta, apresenta-se com crepitações, principalmente
nas bases. Tem muita dispneia e, se grave, fica
dependendo de oxigênio em casa.

Acometimento intersticial pulmonar


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2. Hipertensão arterial pulmonar • Anti-RNA polimerase III

• Prevalência: 5 a 50% As manifestações clínicas incluem: hipertensão


• Mais presente na forma cutânea limitada arterial maligna, insuficiência renal oligúrica, anemia com
• Associada ao anticorpo anti-centrômero presença de esquizócitos no sangue periférico [porque
• Clínica: dispneia progressiva aos esforços; ocorre hemólise células na microvasculatura renal],
sintomas de insuficiência cardíaca direita em plaquetopenia e proteinúria. Esse quadro é revertido
quadros mais avançados. através do uso de IECA em altas doses.
• ECOTT PSAP > 40 mmHg
Envolvimento musculoesquelético
Suspeita-se a partir de um ecocardiograma
• Artropatia inflamatória
simples, que vai avaliar a pressão de fechamento da
• Miopatia inflamatória
artéria pulmonar. Se acima de 40 mmHg, suspeita que o
• Reabsorção das extremidades: primeiramente
paciente tem hipertensão arterial pulmonar. Faz
separa uma falange da outra, reabsorve e, com o
cateterismo cardíaco direito, que faz diagnóstico, mas
tempo, isso vai desaparecer, ficando apenas uma
como ele é muito restrito, muitas vezes indica tratamento
pontinha de osso – acrosteólise.
só pelo eco mesmo.

O paciente vai apresentar dispneia aos esforços e,


quando avançado, sintomas de insuficiência cardíaca
direita. Na ausculta, não encontra nada no pulmão. Isso
diferencia um quadro de outro, porque aqui é um
problema de grandes vasos, na artéria pulmonar.

Envolvimento cardíaco

Só consegue diagnosticar através de RNM


cardíaca, que vai mostrar fibrose na região do miocárdio.

• Fator de mau prognóstico


• Derrame pericárdico: 40%
• Fibrose miocárdica: pode evoluir para arritmias.
Exames complementares
Então, já que RNM é de difícil acesso, faz pelo
menos ECG nesses pacientes para ver se não tem • Hemograma: pode mostrar anemia; diferenciar se
arritmia. é anemia de doença crônica ou se o paciente está
tendo crise renal esclerodérmica, com
Pode dar sintomas de pericardite com dor torácica
microangiopatia trombótica.
ou é apenas um achado de exame de imagem [derrame
• Função renal
pericárdico assintomático].
o Creatinina e ureia: para ver se o rim está
Crise renal esclerodérmica depurando as escórias nitrogenadas.
o Sumário de urina: diz se tem alguma
Antigamente, era a principal causa de morte
inflamação no rim, através da presença
desses pacientes, porque ainda não se fazia tratamento
de elementos anormais, como leucócitos,
com IECA em alta dose – enalapril ou captopril. Pode ser
hemácias e proteínas. Se tiver hemácias
desencadeada pelo uso de glicocorticoides, então se for
dismórficas, o sangramento está no
usar, que seja em dose baixa.
glomérulo.
Trata-se de uma microangiopatia trombótica, que • Creatina quinase [CK]: pode indicar miopatia ou
vai se manifestar através de uma insuficiência renal sarcopenia da doença mesmo.
oligúrica. • PCR e VHS: provas de atividade inflamatória, que
podem estar elevadas.
• CE acima de 15 a 20 mg pode desencadear crise
renal esclerodérmica Autoanticorpos
• Elevação dos níveis de renina
Vão ter implicações no diagnóstico e no
• Forma difusa: 10 a 15%
prognóstico.
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1. Anticentrômero Outros exames importantes

• Forma cutânea limitada: 50 a 90% Avalia se tem acometimento de órgãos internos.


• Associado à hipertensão arterial pulmonar
• Prova de função pulmonar: distúrbio ventilatório
2. Anti-SCL 70 restritivo na espirometria.
• TC de tórax: a radiografia não serve nesse
• Forma difusa: 20 a 30%
contexto, porque as alterações são muito
• Doença intersticial pulmonar, mas também pode discretas inicialmente.
estar presente na crise renal esclerodérmica
• Ecocardiograma: usa para avaliar se tem alteração
3. Anti-RNA polimerase III da pressão arterial pulmonar. Se alterado, pede
cateterismo.
• Forma difusa: 25% • EDA: pacientes com esofagopatia também têm
• Risco aumentado de desenvolver síndrome renal risco de desenvolver esôfago de Barrett e câncer
esclerodérmica de esôfago. Ajuda a diagnosticar DRGE e vê se tem
neoplasia ou não.
• Esofagograma ou EED: vê o trânsito do esôfago.

Tratamento • Medicações: o que pode usar são medicamentos


vasodilatadores, tais como bloqueador dos canais
A primeira coisa é fazer classificação da doença e
de cálcio [amlodipina, nifedipino], análogos da
avaliação da gravidade clínica.
prostaciclina – alprostadil, antagonista do
• Educação do paciente: explicar sobre a doença e receptor de endotelina [bosentana], inibidor da
seu prognóstico – o tratamento não consegue fosfodiesterase 5 [sildenafil].
reverter alterações cutâneas. Indicar medidas
2. Pele
para se proteger do fenômeno de Raynaud,
manifestações esofágicas etc. • Leve: metotrexato, prednisona em baixa dose.
• Imunossupressão: reservada para alguns casos. Hidratar a pele e não usar coisas que irritem
muito. Pode passar óleo de girassol.
Tratamento das complicações
• Grave: micofenolato, ciclofosfamida.
1. Fenômeno de Raynaud
3. Acometimento pulmonar
• Aquecer mãos: precisam ficar de luvas o tempo
• Hipertensão arterial pulmonar: usa
todo.
vasodilatadores.
• Evitar tabagismo
• Doença pulmonar intersticial: pode usar
imunossupressores.
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4. Crise renal esclerodérmica 6. Acometimento articular

• Glicocorticoides: podem desencadear crise. • Reabilitação


• IECA em alta dose: para tentar inibir a renina, que • Metotrexato: se artrite
está envolvida diretamente na fisiopatologia da • Prednisona: sempre em baixa dose.
doença. Os mais usados são enalapril e captopril.
Prognóstico
5. Acometimento do trato digestivo
• Causa de morte: fibrose pulmonar 35%,
• Orientações gerais para o acometimento hipertensão arterial pulmonar 26%, causas
esofágico: elevar cabeceira, fracionar refeições, cardíacas 26%
reduzir ingestão de álcool, cessar tabagismo, o Causas cardíacas, apesar de raras,
ingerir bastante líquido [?]. aumentam muito a mortalidade.
• Medicações: IBP e pró-cinéticos [domperidona].
• Supercrescimento bacteriano: antibióticos.

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