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Material de Apoio – Leitura Necessária e Obrigatória

Mediunidade: Saúde e Alimentação – EAD – Curso Virtual


Ministrado por Marina Cumino

Mediunidade e saúde
Por Marina Cumino

De acordo com a OMS, saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e


social, e não apenas a ausência de doença. Ter saúde, então, seria ter qualidade de vida,
com uma rotina equilibrada, boa alimentação, tranqüilidade, além de emoções e mente em
harmonia. Parece utópico dentro da realidade de hoje, principalmente nas grandes cidades,
não?
A prática da mediunidade também tem muito a ver com isso. Como ser um bom
médium com o corpo doente, sentindo dores, ou mal estar? Ou com o emocional
desequilibrado, vibrando irritação, mágoa, tristeza, ódio? Ou com a mente inquieta, cheia
de problemas, preocupações, vícios? Cuidar do corpo, da mente, das emoções e do espírito é
o que todos nós deveríamos fazer, e é essencial para quem trabalha mediunicamente.
Não vou me ater aqui ao cuidados com a firmeza de nossa esquerda, ou com manter a
vela de anjo de guarda acesa, ou com os banhos de ervas e oferendas. Vou buscar o que
normalmente “deixamos pra lá”. Como estamos nos alimentando? Sabemos ficar em silêncio
e conviver conosco mesmos? Paramos diariamente para ouvir nosso coração?
Nesse primeiro texto, vamos falar da saúde física. Ao encarnarmos, assumimos um
corpo e o compromisso de cuidar dele. Nos programamos para resolver assuntos pendentes,
ajudar nosso próximo, evoluir. E para isso precisamos de um determinado tempo. Mas esse
tempo só acontece, se houver um corpo vivo pra isso, claro! Melhor ainda, imagine o quanto
você pode fazer e evoluir se chegar aos 80 anos de idade lúcido, saudável e disposto?
De acordo com o Ayurveda, uma ciência médica criada na Índia que já data de mais
de cinco mil anos, a solução está em conhecer o seu corpo e encontrar o seu próprio ritmo,
o seu próprio equilíbrio. Cada ser humano nasce com uma constituição física específica, com
um determinado percentual de elementos no corpo. Pro Ayurveda, toda a matéria é formada
por cinco elementos: terra (Prithivi), água (Jala), fogo (Agni), ar (Vayu) e éter (Akasha).
Esses elementos se combinam, levando em consideração a carga genética dos pais, a
gravidez, as condições ambientais da gestação e do momento do nascimento, etc. Essa
combinação define como cada ser humano será biologicamente e emocionalmente.
Por exemplo, pessoas que nascem com muita terra e água na constituição recebem o
nome de Kapha e têm a tendência a acumular mais peso, a serem mais lentas, organizadas,
a planejar mais; costumam ser mais cuidadosas com o próximo, mais amorosas e
compassivas, tendendo a ter dificuldades para dizer não. Quem possui muito ar e éter é
chamado de Vata, e é mais ágil, magro, desligado. Intestino preso, pele ressecada e
problemas relacionados ao Sistema Nervoso Central também são mais comuns nos Vata.
Quem tem fogo e água em maior quantidade, recebe a denominação de Pitta, e tende a ter
um corpo mediano, musculatura forte, muita criatividade, determinação e foco. São líderes
e podem ser meio esquentadinhos. Mas é preciso levar em conta a quantidade de todos os
elementos, que vão alterar e definir as características.
Sem precisar conhecer todos esses nomes e informações, você pode olhar para o seu
próprio organismo e perceber quais são suas tendências, o que lhe faz bem ou mal, o que
desequilibra o funcionamento do seu sistema digestivo. Aí está uma informação importante:
Como você come?, Como é sua digestão? e Como é sua excreção?. Essas três perguntas dizem
muito sobre você. Assim como: Como você dorme? Vive cansado? Falta vitalidade?.
Cada um tem uma resposta, que pode definir uma alimentação específica, assim
como tratamentos com ervas, ou desintoxicação. Mas algumas dicas servem para todos.
Primeiro, é necessário comer alimentos vivos, saudáveis, ricos em vitaminas e nutrientes.
Não se deve comer quando se tem sede, e nem beber quando se tem fome. Coma somente
nos horários das refeições. Depois do sol se pôr, ingira apenas alimentos muito leves, dando
preferência aos líquidos. Pare pra comer e coloque sua atenção somente no que está
fazendo.
Outras dicas levam em conta os sabores da comida. Os alimentos salgados aumentam
o fogo no corpo, e podem nos deixar mais nervosos e ciumentos, principalmente se esse
elemento já está em desequilíbrio dentro de nós. Mas para quem está muito apático, sem
vontade, o salgado pode fazer bem. Os picantes também ajudam a diminuir a letargia e a
falta de vontade. Eles aumentam o fogo, mas, por também conterem ar, podem produzir
ressecamento. Os picantes são contraindicados em períodos de TPM e para pessoas irritadas
e impacientes. O azedo, ou ácido, contém fogo e terra e estimula o desejo, a audácia. Em
excesso, pode deixar a pessoa, literalmente, “azeda”, ressentida.
O amargo é excelente para desintoxicação, perda de peso, reequilíbrio do PH do
sangue, para diminuir irritação e nervosismo, para estimular o desejo de mudança. Mas, se
consumido em excesso, pode trazer amargor e frustração, sendo menos indicado para quem
é muito magro e tem intestino preso, por exemplo. O adstringente (sabor da banana verde,
que trava na língua), também é bom para acalmar o excesso de fogo, traz clareza mental e
introspecção, mas agrava sentimentos de insegurança e é o pior sabor para a prisão de
ventre. O último é o doce (presente nos carboidratos e frutas, principalmente). Ele é ótimo
para acalmar, trazer compaixão, amor e aterrar. É menos indicado para os Kapha, que já
tem muita terra e engordam facilmente. Pode promover apego. Ah... é importante não
confundir “doce” com “doçura”, ok? Doçura e açúcar desequilibram o PH do sangue e não
fazem bem pra ninguém, a não ser pra “mascarar” nossas carências emocionais.
O importante é saber observar a si mesmo e não buscar mais do que já está fazendo
mal. Os excessos é que são nocivos.
Outras dicas: não ver televisão, ou ficar no computador até tarde, melhora o sono.
Assim como os chás calmantes ajudam antes de dormir. Fazer atividade física pelo menos
três vezes por semana também é essencial para se ter saúde e um organismo equilibrado. E
isso ajuda (e muito!) na prática mediúnica. Ficamos mais dispostos, alertas, firmes, com o
corpo preparado para fazer o que o Orixá ou guia necessitar.
Agora, você já pensou em como as brigas e desequilíbrios emocionais intoxicam o corpo
e provocam doenças? Mas esse assunto fica para um próximo artigo.
TABELA

Título: Dicas para uma vida saudável – ALIMENTAÇÃO

Fontes: - Ayurveda, Cultura de Bem Viver. Márcia de Luca e Lúcia Barros.


- The Complete Book of Ayurvedic Home Remedies. Vasant Lad.

- Só comer quando tiver fome.


- Jamais comer antes que a refeição anterior tenha sido totalmente digerida e
metabolizada. Esse processo leva de duas a seis horas.
- Não “beliscar” entre as refeições.
- Almoçar entre 12h e 13h e jantar entre 18h e 19h. O ideal é não comer nada sólido
depois das 20h.
- Deixar 1/3 do estômago vazio para ajudar na digestão.
- Não comer quando estiver nervoso ou chateado.
- Comer sempre sentado, num ambiente calmo e confortável.
- Não ver TV ou ler durante as refeições.
- Comer em silêncio e devagar.
- Mastigar muito bem, pelo menos 32 vezes por garfada.
- Dar preferência a alimentos frescos e da estação.
- Preferir os pratos preparados na hora: deixar os congelados, enlatados e restos
somente para emergências.
- Tomar goles de água quente ou chá de gengibre durante o dia, inclusive durante a
refeição. Estimula a digestão.
- Não ingerir bebidas geladas durante a refeição. O frio dificulta a digestão, propicia o
acúmulo de toxinas e ainda minimiza o poder das papilas gustativas, então sentimos menos o
sabor.
- Colocar os seis sabores nas refeições, privilegiando os que lhe favorecem e
diminuindo os que lhe desequilibram.

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