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LEGISLAÇÃO

ESPECIAL
Direitos Humanos

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Direitos Humanos
Anderson Silva

Sumário
Direitos Humanos............................................................................................................................ 3
1. Carta das Nações Unidas (Decreto n. 19.841/1945).............................................................. 4
1.1. Considerações Iniciais.............................................................................................................. 4
1.2. Objetivos..................................................................................................................................... 5
1.3. Princípios.................................................................................................................................... 6
1.4. Membros..................................................................................................................................... 8
1.5. Órgãos......................................................................................................................................... 8
2. Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (Decreto n. 592/1992). . .................... 11
2.1. Considerações Iniciais. . ........................................................................................................... 11
2.2. Conteúdo................................................................................................................................... 11
2.3. Os Protocolos Facultativos.................................................................................................. 20
3. Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos
ou Degradantes (Decreto n. 40/1991)....................................................................................... 22
3.1. Conceito de Tortura.. ............................................................................................................... 22
3.2. Obrigações dos Estados-Partes.......................................................................................... 23
3.3. Sistema de Monitoramento.. ................................................................................................ 26
3.4. Disposições Gerais. . ............................................................................................................... 29
Resumo..............................................................................................................................................31
Questões Comentadas em Aula.................................................................................................. 36
Questões de Concurso..................................................................................................................40
Gabarito............................................................................................................................................ 55
Referências...................................................................................................................................... 56

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Anderson Silva

DIREITOS HUMANOS
Olá, querido(a) aluno(a)! Tudo bem?
Meu nome é Anderson Santos da Silva. Atualmente, sou Juiz Federal Substituto da Justiça
Federal da 1ª Região, lotado na Seção Judiciária do Distrito Federal. Antes disso, fui Técnico
Judiciário (TJ-BA), Analista Judiciário (TJ-BA, TST e TRT-5) e Procurador da Fazenda Nacional.
Esta aula é específica para você que está se preparando para o concurso público para o
cargo de Soldado da Polícia Militar do Piauí e abrange os seguintes pontos do edital:
• Decreto n. 19.841/1945 (promulga Carta das Nações Unidas);
• Decreto n. 592/1992 (promulga o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos);
• Decreto n. 40/1991 (promulga a Convenção contra Tortura e outros Tratamentos ou Pe-
nas Cruéis, Desumanos ou Degradantes).

Mas, antes de começar a aula, quero lembrá-lo(a) de que todo o sacrifício que você está
fazendo não será em vão.
Realmente não é fácil renunciar a tantas coisas, mas é preciso ter sempre em mente que
o sacrifício é temporário, mas os frutos serão pela vida inteira. É como dizem: “o sacrifício é o
intervalo entre o seu objetivo e a sua glória”.
Então, quando sentir desânimo – o que é absolutamente normal – pense nisso: uma hora
isso vai passar e, quando você olhar para trás, verá que tudo valeu a pena.
Então, sangue nos olhos! Bons estudos!
Anderson Silva
Instagram: @andersonssilva85

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1. Carta das Nações Unidas (Decreto n. 19.841/1945)


1.1. Considerações Iniciais
A Organização das Nações Unidas (ONU) é uma organização internacional que foi criada
na Conferência de São Francisco, em 26 de junho de 1945.
O seu ato constitutivo é a Carta das Nações Unidas (também chamada de Carta de São
Francisco), que é um tratado internacional e, portanto, tem força obrigatória sobre os seus
signatários.
Com sede em Nova Iorque (Genebra é sua sede europeia), a ONU surgiu como consequên-
cia da Segunda Guerra Mundial e do interesse dos Estados vencedores em organizar o mundo
em bases que evitassem novos conflitos armados.

Organização das Nações Unidas

Tratado constitutivo Carta das Nações Unidas

Natureza jurídica Organização internacional

Criação Conferência de São Francisco

Data 26 de junho de 1945

Sede Nova Iorque

Sede europeia Genebra

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001. (UECE-CEV/SEAS-CE/ASSISTENTE SOCIAL/2017) A Carta das Nações Unidas é:


a) Uma mera resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, com caráter de recomenda-
ção, juridicamente não vinculante. Com isso, os preceitos contidos na Declaração não seriam,
em princípio, obrigatórios, ao menos à luz de um entendimento calcado em noções mais anti-
gas do Direito, de caráter mais formalista e menos ligadas a valores, dentro das quais, a propó-
sito, a proteção da dignidade humana não tinha o destaque de que hoje se reveste.
b) Um tratado, cujos preceitos são juridicamente vinculantes e cujo objetivo principal é deta-
lhar direitos estabelecidos na Declaração Universal dos Direitos Humanos e contribuir para
sua aplicação.
c) O pacto que visa promover e proteger os direitos econômicos, sociais e culturais, que também
deverão ser objeto da atenção dos Estados, os quais deverão progressivamente assegurar seu
gozo por esforços próprios ou pela cooperação internacional, com o auxílio de todos os meios
apropriados nos planos econômico e técnico e até o máximo de seus recursos disponíveis.
d) O tratado que criou a Organização das Nações Unidas – ONU –, razão pela qual também é
conhecida como “Carta da ONU”, tendo sido firmada em 1945, em São Francisco.

O ato constitutivo da Organização das Nações Unidas é a Carta das Nações Unidas (também
chamada de Carta de São Francisco), adotada na Conferência de São Francisco, em 26 de
junho de 1945, que é um tratado internacional e, portanto, tem força obrigatória sobre os
seus signatários.
Letra d.

1.2. Objetivos
A ONU é uma organização de fins gerais. Os objetivos da ONU estão previstos no art. 1º da
Carta de São Francisco e são os seguintes.
• Manter a paz e a segurança internacionais e, para esse fim, tomar, coletivamente, medi-
das efetivas para evitar ameaças à paz e reprimir os atos de agressão ou outra qualquer
ruptura da paz e chegar, por meios pacíficos e de conformidade com os princípios da
justiça e do direito internacional, a um ajuste ou solução das controvérsias ou situações
que possam levar a uma perturbação da paz.
• Desenvolver relações amistosas entre as nações, baseadas no respeito ao princípio de
igualdade de direitos e de autodeterminação dos povos, e tomar outras medidas apro-
priadas ao fortalecimento da paz universal.

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• Conseguir uma cooperação internacional para resolver os problemas internacionais de


caráter econômico, social, cultural ou humanitário, e para promover e estimular o res-
peito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais para todos, sem distinção de
raça, sexo, língua ou religião.
• Ser um centro destinado a harmonizar a ação das nações para a consecução desses
objetivos comuns.

Paz e segurança Relações amistosas


internacionais entre as nações

Cooperação Harmonia da ação


internacional das nações

1.3. Princípios
Os princípios da ONU são mencionados no art. 2º da Carta e são os seguintes:
• igualdade de todos os membros;
• cumprimento de boa-fé de todas as obrigações;
• resolução pacífica das controvérsias;
• proscrição da ameaça e do uso da força nas relações internacionais;
• assistência mútua; e
• não intervenção.

Igualdade de todos Resolução pacífica


Boa-fé
os membros das controvérsias

Posição da ameaça e
Assistência mútua Não intervenção
do uso da força

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002. (NUCEPE/PM-PI/SOLDADO/2014) Com relação aos propósitos da “Carta das Nações


Unidas”, assinale a alternativa correta.
a) Desenvolver relações amistosas entre as nações, baseadas no respeito ao princípio de limi-
tação de direitos e de autodeterminação dos povos, e tomar outras medidas apropriadas ao
fortalecimento da paz universal.
b) Conseguir uma cooperação internacional para resolver os problemas internacionais de cará-
ter econômico, social, cultural, político ou humanitário, e para promover e estimular o respeito
aos direitos humanos e às liberdades fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo,
língua ou religião.
c) Dirimir conflitos sociais, internos, das nações.
d) Manter a paz e a segurança internacionais e, para esse fim, tomar, coletivamente, medidas
efetivas para evitar ameaças à paz e reprimir os atos de agressão ou outra qualquer ruptura da
paz, e chegar, por meios pacíficos e de conformidade com os princípios da justiça e do direito
internacional, a um ajuste ou solução das controvérsias ou situações que possam levar a uma
perturbação da paz.
e) Dirimir conflitos políticos, internos, das nações.

Os objetivos da ONU são os seguintes:


• manter a paz e a segurança internacionais e, para esse fim, tomar, coletivamente, medi-
das efetivas para evitar ameaças à paz e reprimir os atos de agressão ou outra qualquer
ruptura da paz e chegar, por meios pacíficos e de conformidade com os princípios da
justiça e do direito internacional, a um ajuste ou solução das controvérsias ou situações
que possam levar a uma perturbação da paz;
• desenvolver relações amistosas entre as nações, baseadas no respeito ao princípio de
igualdade de direitos e de autodeterminação dos povos, e tomar outras medidas apro-
priadas ao fortalecimento da paz universal;
• conseguir uma cooperação internacional para resolver os problemas internacionais de
caráter econômico, social, cultural ou humanitário, e para promover e estimular o res-
peito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais para todos, sem distinção de
raça, sexo, língua ou religião; e
• ser um centro destinado a harmonizar a ação das nações para a consecução desses
objetivos comuns.

Letra d.

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1.4. Membros
Os membros originais das Nações Unidas são os Estados que participaram da Conferência
das Nações Unidas sobre a Organização Internacional, realizada em São Francisco, ou assina-
ram previamente a Declaração das Nações Unidas, e assinaram e ratificaram a Carta de São
Francisco (art. 3º).
A admissão como membro das Nações Unidas é aberta a todos os Estados amantes da
paz que aceitarem as obrigações contidas na Carta e que, a juízo da Organização, estiverem
aptos e dispostos a cumprir tais obrigações (art. 4º).
A admissão de novos membros é efetuada por decisão da Assembleia Geral, mediante
recomendação do Conselho de Segurança.
O membro das Nações Unidas, contra o qual for levada a efeito ação preventiva ou coer-
citiva por parte do Conselho de Segurança, poderá ser suspenso do exercício dos direitos e
privilégios de Membro pela Assembleia Geral, mediante recomendação do Conselho de Se-
gurança. O exercício desses direitos e privilégios poderá ser restabelecido pelo Conselho de
Segurança (art. 5º).
O Membro das Nações Unidas que houver violado persistentemente os princípios conti-
dos na presente Carta, poderá ser expulso da Organização pela Assembleia Geral mediante
recomendação do Conselho de Segurança (art. 6º).

Seu objeto de ação preventiva ou


Suspensão
coercitiva do Conselho de Segurança

Violar persistentemente os princípios


Expulsão
da Carta das Nações Unidas

1.5. Órgãos
Os órgãos principais das Nações Unidas são:
• Assembleia Geral;
• Conselho de Segurança;
• Conselho Econômico e Social;
• Conselho de Tutela;
• Corte Internacional de Justiça; e
• Secretariado.

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Assembleia Geral

A Assembleia Geral (AG) é órgão plenário, que reúne representantes de todos os Esta-
dos-membros. É competente para discutir qualquer tema dentro de suas finalidades ou que se
relacione com as funções de qualquer órgão da organização.
Não é considerado órgão permanente, pois se reúne ordinariamente uma vez por ano.
As deliberações da AG assumem a forma de resolução, e são aprovadas, quando não ado-
tado o consenso, com o quórum de dois terços dos membros presentes e votantes, em ques-
tões importantes, e por maioria relativa dos membros presentes e votantes, nas demais, inclu-
sive para se determinar se determinada questão é ou não importante.

Conselho de Segurança

O Conselho de Segurança (CS) é competente para investigar situações que possam consis-
tir em ameaça à manutenção da paz e da segurança internacional e avaliá-las.
É composto por quinze membros, sendo cinco permanentes (China, EUA, França, Reino
Unido e Rússia), que têm poder de veto.
Os dez membros não permanentes são eleitos por um período de dois anos.

Os membros permanentes do Conselho de Segurança são: China, EUA, França, Reino Uni-
do e Rússia!

As deliberações do CS são aprovadas por nove integrantes em questões importantes, in-


cluindo votos afirmativos de todos os membros permanentes.

003. (ESPCEX/CADETE DO EXÉRCITO/2010) O Conselho de Segurança é o órgão que deci-


de sobre temas de paz e segurança discutidos na Organização das Nações Unidas (ONU). É
composto por cinco países, que são membros permanentes, e por mais dez países que são
membros temporários e escolhidos bienalmente. Assinale a opção que apresenta os cinco
membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU.
a) Brasil, Índia, Estados Unidos, Alemanha e Japão.
b) Reino Unido, França, China, Rússia e Estados Unidos.
c) Estados Unidos, Alemanha, Japão, Reino Unido e França.
d) Rússia, China, Alemanha, Japão e França.
e) China, Brasil, Reino Unido, Índia e Rússia.

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O Conselho de Segurança (CS) é competente para investigar situações que possam consistir
em ameaça à manutenção da paz e da segurança internacional e avaliá-las.
É composto por quinze membros, sendo cinco permanentes (China, EUA, França, Reino Unido
e Rússia), que têm poder de veto.
Os dez membros não permanentes são eleitos por um período de dois anos.
Letra b.

Conselho Econômico e Social

O Conselho Econômico e Social (ECOSOC) é composto por 54 membros, eleitos pela Assem-
bleia Geral, para um mandato de três anos, permitida a reeleição para o período subsequente.
O ECOSOC é competente para fazer estudos e relatórios sobre assuntos internacionais de
caráter econômico, social, cultural, educacional e conexos e para promover a observância dos
direitos humanos.

Conselho de Tutela

O Conselho de Tutela é competente para administrar territórios recém-separados de seus


Estados de origem e/ou que caminham para a independência. Não há mais áreas nessas
condições.

Corte Internacional de Justiça

A Corte Internacional de Justiça (CIJ) é principal órgão jurisdicional da ONU. Tem compe-
tência para dar pareceres e para julgar controvérsias entre os Estados.

Secretariado

A Secretaria-Geral é o principal órgão administrativo da ONU. É chefiada pelo Secretário-Geral,


que é também o mais alto funcionário e principal representante da ONU.

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2. Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (Decreto n. 592/1992)


2.1. Considerações Iniciais
A Carta das Nações Unidas representou o compromisso dos Estados, perante a sociedade
internacional e por meio de um tratado multilateral, de respeitar o princípio dos direitos hu-
manos e das liberdades fundamentais, integrando o núcleo do direito internacional dos direi-
tos humanos.
Entretanto, a Carta das Nações Unidas não definiu o significado de direitos humanos e
liberdades fundamentais, o que fez emergir a necessidade de se estabelecer o conteúdo jurídi-
co da expressão, levando à aprovação da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH),
em 1948, com essa finalidade.
Quase vinte anos depois, em 19 de dezembro de 1966, em Nova Iorque, foram celebrados o
Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (PIDCP) e o Pacto Internacional dos Direitos
Econômicos, Sociais e Culturais (PIDESC).
Este tópico cuida especificamente do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos
(PIDCP), que foi incorporado ao direito brasileiro pelo Decreto n. 592, de 6 de julho de 1992.

2.2. Conteúdo
O Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (PIDCP) pode ser dividido em duas
grandes partes: a primeira, do art. 1º ao 27, contém o catálogo de direitos civis e políticos; a
segunda, do art. 28 ao 45, dispõe sobre o sistema de monitoramento dos direitos; e a terceira,
do art. 46 ao 53, prevê as disposições finais.

O PULO DO GATO
Os dispositivos mais cobrados do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos em provas
são: arts. 1º, 6º, 8º, 9º, 11, 13, 20, 23, 24, 28, 31 e 40.

Catálogo de direitos civis e políticos

Os principais direitos civis e políticos previstos são os seguintes:


• Direito à autodeterminação dos povos (art. 1º):

1. Todos os povos têm direito à autodeterminação. Em virtude desse direito, determinam livremente
seu estatuto político e asseguram livremente seu desenvolvimento econômico, social e cultural.
2. Para a consecução de seus objetivos, todos os povos podem dispor livremente se suas riquezas
e de seus recursos naturais, sem prejuízo das obrigações decorrentes da cooperação econômica
internacional, baseada no princípio do proveito mútuo, e do Direito Internacional. Em caso algum,
poderá um povo ser privado de seus meios de subsistência.

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3. Os Estados Partes do presente Pacto, inclusive aqueles que tenham a responsabilidade de ad-
ministrar territórios não-autônomos e territórios sob tutela, deverão promover o exercício do direito
à autodeterminação e respeitar esse direito, em conformidade com as disposições da Carta das
Nações Unidas.

• Direito à vida (art. 6º):

1. O direito à vida é inerente à pessoa humana. Esse direito deverá ser protegido pela lei. Ninguém
poderá ser arbitrariamente privado de sua vida.
2. Nos países em que a pena de morte não tenha sido abolida, esta poderá ser imposta apenas nos
casos de crimes mais graves, em conformidade com legislação vigente na época em que o crime foi
cometido e que não esteja em conflito com as disposições do presente Pacto, nem com a Conven-
ção sobra a Prevenção e a Punição do Crime de Genocídio. Poder-se-á aplicar essa pena apenas em
decorrência de uma sentença transitada em julgado e proferida por tribunal competente.
3. Quando a privação da vida constituir crime de genocídio, entende-se que nenhuma disposição
do presente artigo autorizará qualquer Estado Parte do presente Pacto a eximir-se, de modo algum,
do cumprimento de qualquer das obrigações que tenham assumido em virtude das disposições da
Convenção sobre a Prevenção e a Punição do Crime de Genocídio.
4. Qualquer condenado à morte terá o direito de pedir indulto ou comutação da pena. A anistia, o
indulto ou a comutação da pena poderá ser concedido em todos os casos.
5. A pena de morte não deverá ser imposta em casos de crimes cometidos por pessoas menores de
18 anos, nem aplicada a mulheres em estado de gravidez.
6. Não se poderá invocar disposição alguma do presente artigo para retardar ou impedir a abolição
da pena de morte por um Estado Parte do presente Pacto.

• Proibição da tortura e dos tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes (art. 7º):

Ninguém poderá ser submetido à tortura, nem a penas ou tratamento cruéis, desumanos ou degra-
dantes. Será proibido sobretudo, submeter uma pessoa, sem seu livre consentimento, a experiên-
cias médias ou científicas.

• Proibição da escravidão e da servidão (art. 8º):

1. Ninguém poderá ser submetido à escravidão; a escravidão e o tráfico de escravos, em todos as


suas formas, ficam proibidos.
2. Ninguém poderá ser submetido à servidão.
3. a) Ninguém poderá ser obrigado a executar trabalhos forçados ou obrigatórios;
b) A alínea a) do presente parágrafo não poderá ser interpretada no sentido de proibir, nos países em
que certos crimes sejam punidos com prisão e trabalhos forçados, o cumprimento de uma pena de
trabalhos forçados, imposta por um tribunal competente;
c) Para os efeitos do presente parágrafo, não serão considerados “trabalhos forçados ou obrigatórios”:
i) qualquer trabalho ou serviço, não previsto na alínea b) normalmente exigido de um indivíduo que
tenha sido encarcerado em cumprimento de decisão judicial ou que, tendo sido objeto de tal deci-
são, ache-se em liberdade condicional;

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ii) qualquer serviço de caráter militar e, nos países em que se admite a isenção por motivo de consci-
ência, qualquer serviço nacional que a lei venha a exigir daqueles que se oponham ao serviço militar
por motivo de consciência;
iii) qualquer serviço exigido em casos de emergência ou de calamidade que ameacem o bem-estar
da comunidade;
iv) qualquer trabalho ou serviço que faça parte das obrigações cívicas normais.

004. (VUNESP/PC-SP/ESCRIVÃO/2018/ADAPTADA) No tocante ao direito de liberdade, o


Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos estabelece que ninguém poderá ser obrigado
a executar trabalhos forçados ou obrigatórios, ainda que por ordem da justiça.

A proibição de trabalhos forçados não impede a imposição de pena de trabalhos forçados por
tribunal competente (art. 8.3.b).
Errado.

• Direito à liberdade e à segurança pessoal (art. 9º):

1. Toda pessoa tem direito à liberdade e à segurança pessoais. Ninguém poderá ser preso ou encar-
cerado arbitrariamente. Ninguém poderá ser privado de liberdade, salvo pelos motivos previstos em
lei e em conformidade com os procedimentos nela estabelecidos.
2. Qualquer pessoa, ao ser presa, deverá ser informada das razões da prisão e notificada, sem de-
mora, das acusações formuladas contra ela.
3. Qualquer pessoa presa ou encarcerada em virtude de infração penal deverá ser conduzida, sem
demora, à presença do juiz ou de outra autoridade habilitada por lei a exercer funções judiciais e
terá o direito de ser julgada em prazo razoável ou de ser posta em liberdade. A prisão preventiva de
pessoas que aguardam julgamento não deverá constituir a regra geral, mas a soltura poderá estar
condicionada a garantias que assegurem o comparecimento da pessoa em questão à audiência, a
todos os atos do processo e, se necessário for, para a execução da sentença.
4. Qualquer pessoa que seja privada de sua liberdade por prisão ou encarceramento terá o direito de
recorrer a um tribunal para que este decida sobre a legislação de seu encarceramento e ordene sua
soltura, caso a prisão tenha sido ilegal.
5. Qualquer pessoa vítima de prisão ou encarceramento ilegais terá direito à repartição.

• Direitos das pessoas privadas de liberdade (art. 10):

1. Toda pessoa privada de sua liberdade deverá ser tratada com humanidade e respeito à dignidade
inerente à pessoa humana.
2. a) As pessoas processadas deverão ser separadas, salvo em circunstâncias excepcionais, das
pessoas condenadas e receber tratamento distinto, condizente com sua condição de pessoa
não-condenada.

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b) As pessoas processadas, jovens, deverão ser separadas das adultas e julgadas o mais rápido
possível.
3. O regime penitenciário consistirá num tratamento cujo objetivo principal seja a reforma e a reabili-
tação normal dos prisioneiros. Os delinquentes juvenis deverão ser separados dos adultos e receber
tratamento condizente com sua idade e condição jurídica.

• Proibição da prisão por dívida (art. 11):

Ninguém poderá ser preso apenas por não poder cumprir com uma obrigação contratual.

• Direito à livre circulação (arts. 12 e 13):

ARTIGO 12
1. Toda pessoa que se ache legalmente no território de um Estado terá o direito de nele livremente
circular e escolher sua residência.
2. Toda pessoa terá o direito de sair livremente de qualquer país, inclusive de seu próprio país.
3. os direitos supracitados não poderão em lei e no intuito de restrições, a menos que estejam pre-
vistas em lei e no intuito de proteger a segurança nacional e a ordem, a saúde ou a moral pública,
bem como os direitos e liberdades das demais pessoas, e que sejam compatíveis com os outros
direitos reconhecidos no presente Pacto.
4. Ninguém poderá ser privado arbitrariamente do direito de entrar em seu próprio país.

ARTIGO 13
Um estrangeiro que se ache legalmente no território de um Estado Parte do presente Pacto só po-
derá dele ser expulso em decorrência de decisão adotada em conformidade com a lei e, a menos
que razões imperativas de segurança nacional a isso se oponham, terá a possibilidade de expor as
razões que militem contra sua expulsão e de ter seu caso reexaminado pelas autoridades compe-
tentes, ou por uma ou várias pessoas especialmente designadas pelas referidas autoridades, e de
fazer-se representar com esse objetivo.

• Garantias processuais penais (art. 14)

1. Todas as pessoas são iguais perante os tribunais e as cortes de justiça. Toda pessoa terá o direito
de ser ouvida publicamente e com devidas garantias por um tribunal competente, independente e
imparcial, estabelecido por lei, na apuração de qualquer acusação de caráter penal formulada contra
ela ou na determinação de seus direitos e obrigações de caráter civil. A imprensa e o público pode-
rão ser excluídos de parte da totalidade de um julgamento, quer por motivo de moral pública, de or-
dem pública ou de segurança nacional em uma sociedade democrática, quer quando o interesse da
vida privada das Partes o exija, que na medida em que isso seja estritamente necessário na opinião
da justiça, em circunstâncias específicas, nas quais a publicidade venha a prejudicar os interesses
da justiça; entretanto, qualquer sentença proferida em matéria penal ou civil deverá torna-se pública,
a menos que o interesse de menores exija procedimento oposto, ou processo diga respeito à con-
trovérsia matrimoniais ou à tutela de menores.

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2. Toda pessoa acusada de um delito terá direito a que se presuma sua inocência enquanto não for
legalmente comprovada sua culpa.
3. Toda pessoa acusada de um delito terá direito, em plena igualmente, a, pelo menos, as seguintes
garantias:
a) De ser informado, sem demora, numa língua que compreenda e de forma minuciosa, da natureza
e dos motivos da acusação contra ela formulada;
b) De dispor do tempo e dos meios necessários à preparação de sua defesa e a comunicar-se com
defensor de sua escolha;
c) De ser julgado sem dilações indevidas;
d) De estar presente no julgamento e de defender-se pessoalmente ou por intermédio de defensor
de sua escolha; de ser informado, caso não tenha defensor, do direito que lhe assiste de tê-lo e, sem-
pre que o interesse da justiça assim exija, de ter um defensor designado ex-offício gratuitamente, se
não tiver meios para remunerá-lo;
e) De interrogar ou fazer interrogar as testemunhas de acusação e de obter o comparecimento e o
interrogatório das testemunhas de defesa nas mesmas condições de que dispõem as de acusação;
f) De ser assistida gratuitamente por um intérprete, caso não compreenda ou não fale a língua em-
pregada durante o julgamento;
g) De não ser obrigada a depor contra si mesma, nem a confessar-se culpada.
4. O processo aplicável a jovens que não sejam maiores nos termos da legislação penal em conta a
idade dos menos e a importância de promover sua reintegração social.
5. Toda pessoa declarada culpada por um delito terá direito de recorrer da sentença condenatória e
da pena a uma instância superior, em conformidade com a lei.
6. Se uma sentença condenatória passada em julgado for posteriormente anulada ou se um indulto
for concedido, pela ocorrência ou descoberta de fatos novos que provem cabalmente a existência
de erro judicial, a pessoa que sofreu a pena decorrente desse condenação deverá ser indenizada, de
acordo com a lei, a menos que fique provado que se lhe pode imputar, total ou parcialmente, a não
revelação dos fatos desconhecidos em tempo útil.
7. Ninguém poderá ser processado ou punido por um delito pelo qual já foi absorvido ou condenado por
sentença passada em julgado, em conformidade com a lei e os procedimentos penais de cada país.

• Princípio da legalidade (art. 15):

1. Ninguém poderá ser condenado por atos omissões que não constituam delito de acordo com o di-
reito nacional ou internacional, no momento em que foram cometidos. Tampouco poder-se-á impor
pena mais grave do que a aplicável no momento da ocorrência do delito. Se, depois de perpetrado o
delito, a lei estipular a imposição de pena mais leve, o delinquente deverá dela beneficiar-se.
2. Nenhuma disposição do presente Pacto impedirá o julgamento ou a condenação de qualquer indi-
víduo por atos ou omissões que, momento em que forma cometidos, eram considerados delituosos
de acordo com os princípios gerais de direito reconhecidos pela comunidade das nações.

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Direitos Humanos
Anderson Silva

005. (FCC/DPE-BA/DEFENSOR/2016) Segundo o Pacto Internacional sobre os Direitos Civis


e Políticos, qualquer pessoa acusada de infração penal goza de presunção de inocência até
que a sua culpabilidade tenha sido legalmente estabelecida, tendo direito, pelo menos, às se-
guintes garantias:
I – Ser prontamente informada, numa língua que ela compreenda, de modo detalhado, acerca
da natureza e dos motivos da acusação apresentada contra ela.
II – Ser julgada em no máximo um ano.
III – Fazer-se assistir de um intérprete, se não compreender ou não falar a língua utilizada
no tribunal.
IV – Comunicar com um advogado da sua escolha e dispor do tempo, no mínimo dez dias, para
a preparação da defesa.
É correto o que se afirma APENAS em
a) I e III.
b) I e II.
c) II e III.
d) III e IV.
e) II e IV.

As garantias das pessoas acusadas de um delito, de acordo com o art. 14.3 do Pacto são:
• de ser informado, sem demora, numa língua que compreenda e de forma minuciosa, da
natureza e dos motivos da acusação contra ela formulada;
• de dispor do tempo e dos meios necessários à preparação de sua defesa e a comunicar-se
com defensor de sua escolha;
• de ser julgado sem dilações indevidas;
• de estar presente no julgamento e de defender-se pessoalmente ou por intermédio de
defensor de sua escolha; de ser informado, caso não tenha defensor, do direito que lhe
assiste de tê-lo e, sempre que o interesse da justiça assim exija, de ter um defensor de-
signado ex-officio gratuitamente, se não tiver meios para remunerá-lo;
• de interrogar ou fazer interrogar as testemunhas de acusação e de obter o compare-
cimento e o interrogatório das testemunhas de defesa nas mesmas condições de que
dispõem as de acusação;
• de ser assistida gratuitamente por um intérprete, caso não compreenda ou não fale a
língua empregada durante o julgamento;
• de não ser obrigada a depor contra si mesma, nem a confessar-se culpada.

Letra a.

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Direitos Humanos
Anderson Silva

• Direito à personalidade (art. 16):

Toda pessoa terá direito, em qualquer lugar, ao reconhecimento de sua personalidade jurídica.

• Direito à vida privada e intimidade (art. 17):

1. Ninguém poderá ser objetivo de ingerências arbitrárias ou ilegais em sua vida privada, em sua famí-
lia, em seu domicílio ou em sua correspondência, nem de ofensas ilegais às suas honra e reputação.
2. Toda pessoa terá direito à proteção da lei contra essas ingerências ou ofensas.

• Liberdade de pensamento, consciência e religião (arts. 18 a 20):

ARTIGO 18
1. Toda pessoa terá direito a liberdade de pensamento, de consciência e de religião. Esse direito
implicará a liberdade de ter ou adotar uma religião ou uma crença de sua escolha e a liberdade de
professar sua religião ou crença, individual ou coletivamente, tanto pública como privadamente, por
meio do culto, da celebração de ritos, de práticas e do ensino.
2. Ninguém poderá ser submetido a medidas coercitivas que possam restringir sua liberdade de ter
ou de adotar uma religião ou crença de sua escolha.
3. A liberdade de manifestar a própria religião ou crença estará sujeita apenas a limitações previstas
em lei e que se façam necessárias para proteger a segurança, a ordem, a saúde ou a moral públicas
ou os direitos e as liberdades das demais pessoas.
4. Os Estados Partes do presente Pacto comprometem-se a respeitar a liberdade dos pais e, quando
for o caso, dos tutores legais – de assegurar a educação religiosa e moral dos filhos que esteja de
acordo com suas próprias convicções.

ARTIGO 19
1. ninguém poderá ser molestado por suas opiniões.
2. Toda pessoa terá direito à liberdade de expressão; esse direito incluirá a liberdade de procurar,
receber e difundir informações e ideias de qualquer natureza, independentemente de considerações
de fronteiras, verbalmente ou por escrito, em forma impressa ou artística, ou por qualquer outro
meio de sua escolha.
3. O exercício do direito previsto no parágrafo 2 do presente artigo implicará deveres e responsabili-
dades especiais. Consequentemente, poderá estar sujeito a certas restrições, que devem, entretan-
to, ser expressamente previstas em lei e que se façam necessárias para:
a) assegurar o respeito dos direitos e da reputação das demais pessoas;
b) proteger a segurança nacional, a ordem, a saúde ou a moral públicas.
ARTIGO 20
1. Será proibida por lei qualquer propaganda em favor da guerra.
2. Será proibida por lei qualquer apologia do ódio nacional, racial ou religioso que constitua incita-
mento à discriminação, à hostilidade ou a violência.

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Direitos Humanos
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• Direito de reunião (art. 21):

O direito de reunião pacífica será reconhecido. O exercício desse direito estará sujeito apenas às
restrições previstas em lei e que se façam necessárias, em uma sociedade democrática, no interes-
se da segurança nacional, da segurança ou da ordem pública, ou para proteger a saúde ou a moral
pública ou os direitos e as liberdades das demais pessoas.

006. (FCC/DPE-RR/DEFENSOR/2017) O Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos so-


mente considera justificável que os Estados-partes signatários restrinjam o direito de reunião
pacífica caso
I – haja interesse da segurança nacional.
II – haja interesse da segurança ou ordem públicas.
III – seja necessário para proteção da saúde ou a moral públicas.
IV – haja falta de autorização da autoridade competente.
V – seja necessário para proteção dos direitos e liberdades das demais pessoas.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II, III e IV.
b) I, II, III e V.
c) II e V.
d) I, II e IV.
e) I e III.

O art. 21 do PIDCP dispõe que:

o direito de reunião pacífica será reconhecido. O exercício desse direito estará sujeito apenas às
restrições previstas em lei e que se façam necessárias, em uma sociedade democrática, no interes-
se da segurança nacional, da segurança ou da ordem pública, ou para proteger a saúde ou a moral
pública ou os direitos e as liberdades das demais pessoas.

Não há referência, portanto, à falta de autorização da autoridade competente.


Letra b.

• Direito de associação (art. 22):

1. Toda pessoa terá o direito de associar-se livremente a outras, inclusive o direito de construir sin-
dicatos e de a eles filiar-se, para a proteção de seus interesses.
2. O exercício desse direito estará sujeito apenas às restrições previstas em lei e que se façam ne-
cessárias, em uma sociedade democrática, no interesse da segurança nacional, da segurança e da
ordem públicas, ou para proteger a saúde ou a moral públicas ou os direitos e liberdades das demais
pessoas. O presente artigo não impedirá que se submeta a restrições legais o exercício desse direito
por membros das forças armadas e da polícia.

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Direitos Humanos
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3. Nenhuma das disposições do presente artigo permitirá que Estados Partes da Convenção de
1948 da Organização Internacional do Trabalho, relativa à liberdade sindical e à proteção do direito
sindical, venham a adotar medidas legislativas que restrinjam ou aplicar a lei de maneira a restringir
as garantias previstas na referida Convenção.

• Proteção da família (art. 23):

1. A família é o elemento natural e fundamental da sociedade e terá o direito de ser protegida pela
sociedade e pelo Estado.
2. Será reconhecido o direito do homem e da mulher de, em idade núbil, contrair casamento e cons-
tituir família.
3. Casamento algum será celebrado sem o consentimento livre e pleno dos futuros esposos.
4. Os Estados Partes do presente Pacto deverão adotar as medidas apropriadas para assegurar a
igualdade de direitos e responsabilidades dos esposos quanto ao casamento, durante o mesmo e
por ocasião de sua dissolução. Em caso de dissolução, deverão adotar-se disposições que assegu-
rem a proteção necessária para os filhos.

• Proteção da criança (art. 24):

1. Toda criança terá direito, sem discriminação alguma por motivo de cor, sexo, língua, religião, ori-
gem nacional ou social, situação econômica ou nascimento, às medidas de proteção que a sua
condição de menor requerer por parte de sua família, da sociedade e do Estado.
2. Toda criança deverá ser registrada imediatamente após seu nascimento e deverá receber um nome.
3. Toda criança terá o direito de adquirir uma nacionalidade.

• Direitos políticos (art. 25):

Todo cidadão terá o direito e a possibilidade, sem qualquer das formas de discriminação menciona-
das no artigo 2 e sem restrições infundadas:
a) de participar da condução dos assuntos públicos, diretamente ou por meio de representantes
livremente escolhidos;
b) de votar e de ser eleito em eleições periódicas, autênticas, realizadas por sufrágio universal e
igualitário e por voto secreto, que garantam a manifestação da vontade dos eleitores;
c) de ter acesso, em condições gerais de igualdade, às funções públicas de seu país.

• Direito à igualdade (art. 26):

Todas as pessoas são iguais perante a lei e têm direito, sem discriminação alguma, a igual proteção
da Lei. A este respeito, a lei deverá proibir qualquer forma de discriminação e garantir a todas as
pessoas proteção igual e eficaz contra qualquer discriminação por motivo de raça, cor, sexo, língua,
religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, situação econômica, nasci-
mento ou qualquer outra situação.

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Direitos Humanos
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É também na primeira parte, mais precisamente no art. 4º, que está prevista a possibilidade
excepcional de suspensão temporária de alguns direitos, por meio de medidas proporcionais,
compatíveis com o direito internacional e que não acarretem discriminação por motivo de raça,
cor, sexo, língua, religião ou origem social. Contudo, não se admite a suspensão dos seguintes
direitos: vida, proibição da tortura, proibição da escravidão e da servidão, proibição de prisão
por dívida, lei penal mais benéfica, personalidade e liberdade de pensamento, de consciência e
de religião. O início e o fim da suspensão devem ser comunicados aos demais Estados Partes
do Pacto, por meio do Secretário-Geral da ONU.

Sistema de monitoramento

Na segunda parte, a partir do art. 28, o PIDCP estabelece o sistema de monitoramento dos
direitos, com a criação do Comitê de Direitos Humanos, composto por 18 membros, eleitos
dentre nacionais dos Estados Partes, em votação secreta, para um mandato de quatro anos,
admitida a reeleição. Os membros exercem as suas funções a título pessoal, e devem ser pes-
soas de elevada reputação moral e reconhecida competência em matéria de direitos humanos
(arts. 28 a 39).
O Comitê tem competência para examinar relatórios estatais e petições estatais, sendo
que, em relação a estas, a competência é prevista em cláusula facultativa, o que significa dizer
que é opcional para os Estados Partes, que devem fazer uma declaração expressa reconhecen-
do a competência do Comitê para apreciá-las.

Disposições gerais

A terceira e última parte do Pacto, do art. 46 ao 53, contém as disposições gerais, como a
impossibilidade de interpretação em detrimento das disposições da Carta e das constituições
das agências especializadas, impossibilidade de interpretação do direito inerente a todos os
povos de desfrutar e utilizar plena e livremente suas riquezas e seus recursos naturais, bem
como regras sobre adesão, vigência, emendas e idiomas do Pacto.

2.3. Os Protocolos Facultativos


O PIDCP foi complementado pelo Primeiro Protocolo Facultativo, adotado em 16 de de-
zembro de 1966 (na mesma ocasião que o Pacto), com a finalidade de aperfeiçoar o sistema
de monitoramento dos direitos, prevendo a competência do Comitê para examinar petições
particulares de pessoas sujeitas à jurisdição dos Estados Partes que aleguem ter sido vítimas
de uma violação, por esses Estados, de quaisquer dos direitos enunciados no Pacto (art. 1º). O
Primeiro Protocolo Facultativo ainda não foi totalmente incorporado à ordem jurídica brasileira,
mas já foi aprovado pelo Decreto Legislativo n. 311/2009.

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Direitos Humanos
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Em 15 de dezembro de 1989, foi adotado o Segundo Protocolo Facultativo ao PIDCP, que


proíbe a pena de morte na jurisdição dos Estados Partes (art. 1º), admitindo somente reserva
que preveja a aplicação da pena de morte em tempo de guerra em virtude de condenação por
infração penal de natureza militar de gravidade extrema cometida em tempo de guerra (art. 2º).
As obrigações previstas nesse Protocolo são monitoradas por meio dos relatórios estatais
previstos no Pacto (art. 3º), sendo que eventual reconhecimento da competência do Comitê
para examinar petições particulares e estatais é estendido para as disposições do Protocolo
(arts. 4º e 5º). O Segundo Protocolo Facultativo ainda não foi totalmente incorporado à ordem
jurídica brasileira, mas já foi aprovado pelo Decreto Legislativo n. 311/2009.
Em suma, o sistema de monitoramento dos direitos previstos no PIDCP conta com os se-
guintes mecanismos: (a) relatórios, previstos no próprio Pacto; (b) petições estatais, também
estabelecidos no Pacto, porém, sob a forma de cláusula facultativa; e (c) petições particulares,
previstas no Primeiro Protocolo Facultativo ao PIDCP.

007. (FCC/DPE-PA/DEFENSOR/2009) O Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos esta-


belece a aplicação
a) imediata de direitos civis e políticos, contemplando os mecanismos de relatórios e comuni-
cações interestatais e, mediante Protocolo Facultativo, a sistemática de petições individuais.
b) progressiva de direitos civis e políticos, contemplando os mecanismos de relatórios e,
mediante Protocolo Facultativo, a sistemática de petições individuais e comunicações in-
terestatais.
c) progressiva de direitos civis e políticos, contemplando apenas o mecanismo de relatórios.
d) imediata de direitos civis e políticos, contemplando os mecanismos de relatórios, comunica-
ções interestatais, petições individuais e investigações in loco.
e) imediata de direitos civis e políticos, contemplando apenas o mecanismo de relatórios.

Os direitos civis e políticos têm aplicabilidade imediata e seu sistema de monitoramento dos
direitos previstos no PIDCP conta com os seguintes mecanismos: (a) relatórios, previstos
no próprio Pacto; (b) petições estatais, também estabelecidos no Pacto, porém, sob a forma
de cláusula facultativa; e (c) petições particulares, previstas no Primeiro Protocolo Facultati-
vo ao PIDCP.
Letra a.

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Direitos Humanos
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3. Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis,


Desumanos ou Degradantes (Decreto n. 40/1991)
3.1. Conceito de Tortura
A Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou De-
gradantes foi adotada pela ONU em 28 de setembro de 1984 e promulgada no Brasil pelo De-
creto n. 40/1991.

O PULO DO GATO
Os dispositivos da Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desu-
manos ou Degradantes mais cobrados em concursos públicos são os seguintes: 1º a 3º, 5º,
7º, 8º, 14, 15, 17, 22, 29 e 31.

O art. 1º define tortura como qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos agudos, físicos
ou mentais, são infligidos intencionalmente a uma pessoa a fim de (a) obter, dela ou de uma
terceira pessoa, informações ou confissões; (b) castigá-la por ato cometido; (c) intimidar ou
coagir esta pessoa ou outras pessoas; ou (d) por qualquer motivo baseado em discriminação
de qualquer natureza; quando tais dores ou sofrimento são infligidos por um funcionário pú-
blico ou outra pessoa no exercício de funções públicas, ou por sua instigação, ou com o seu
consentimento ou aquiescência.
Esse conceito pode ser representado pela seguinte figura:

Fim de obter, da vítima


ou de terceiro, informa-
Funcionário público, ções ou confissões; de
alguém no exercício Aplica intencional castigá-la por ato co-
de funções públicas, mente dores ou so- metido; de intimidar ou
Tortura
ou por sua instigação, frimentos agudos, coagir esta pessoa ou
ou com o seu consenti- físicos ou mentais outras pessoas; ou por
mento ou aquiescência qualquer motivo base-
ado em discriminação
de qualquer natureza

O art. 1º ainda cria uma definição negativa, ao estabelecer que não configuram tortura as
dores ou sofrimentos aplicados unicamente como consequência de sanções legítimas, ou
que sejam inerentes a tais sanções ou delas decorram. Isso cai muito em concurso!

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008. (NUCEPE/PM-PI/SOLDADO/2017/ADAPTADA) De acordo com a Convenção Contra a


Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes, serão considera-
das tortura as dores ou sofrimentos que sejam consequência unicamente de sanções legíti-
mas, ou que sejam inerentes a tais sanções ou delas decorram.

O art. 1º ainda cria uma definição negativa, ao estabelecer que não configuram tortura as do-
res ou sofrimentos aplicados unicamente como consequência de sanções legítimas, ou que
sejam inerentes a tais sanções ou delas decorram.
Errado.

O art. 1º da Convenção também estabelece que

o presente artigo não será interpretado de maneira a restringir qualquer instrumento internacional
ou legislação nacional que contenha ou possa conter dispositivos de alcance mais amplo.

Isso significa que a Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, De-
sumanos ou Degradantes, de 1984, não prejudica a Convenção Interamericana para Prevenir
e Punir a Tortura, de 1985, que adota um conceito mais amplo de tortura.

3.2. Obrigações dos Estados-Partes


Conforme a Convenção da ONU contra a tortura, cada Estado deve tomar medidas eficazes
de caráter legislativo, administrativo, judicial ou de outra natureza, a fim de impedir a prática de
atos de tortura em qualquer território sob sua jurisdição (art. 2.1).
É importante destacar que não podem ser invocados como justificação para tortura:
• circunstâncias excepcionais tais como ameaça ou estado de guerra, instabilidade polí-
tica interna ou qualquer outra emergência (art. 2.2); e
• ordem de um funcionário superior ou de uma autoridade pública (art. 2.3).

009. (NUCEPE/PM-PI/SOLDADO/2017/ADAPTADA) De acordo com a Convenção Contra a


Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes, em circunstân-
cias excepcionais, tais como ameaça ou estado de guerra, instabilidade política interna ou
qualquer outra emergência pública, justifica-se a tortura.

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Não podem ser invocados como justificação para tortura:


• circunstâncias excepcionais tais como ameaça ou estado de guerra, instabilidade polí-
tica interna ou qualquer outra emergência (art. 2.2); e
• ordem de um funcionário superior ou de uma autoridade pública (art. 2.3).

Errado.

Uma obrigação importante dos Estados Partes é aquela chamada pela doutrina de princí-
pio do non-refoulement (também conhecido como princípio do não rechaço ou da não devo-
lução), que significa a obrigação dos Estados de não expulsarem, devolverem ou extraditarem
alguém para um Estado onde houver risco de submissão à tortura. Veja:

Artigo 3º.
1. Nenhum Estado parte procederá à expulsão, devolução ou extradição de uma pessoa para outro
Estado quando houver razões substanciais para crer que a mesma corre perigo de ali ser submetida
a tortura.
2. A fim de determinar a existência de tais razões, as autoridades competentes levarão em conta to-
das as considerações pertinentes, inclusive, quando for o caso, a existência, no Estado em questão,
de um quadro de violências sistemáticas, graves e maciças de direitos humanos.

O art. 4º contém um mandado internacional de criminalização, ou seja, a obrigação de tipificar


penalmente os atos de tortura, sua tentativa ou qualquer ato que constitua cumplicidade ou par-
ticipação na tortura, com as penas adequadas à sua gravidade. Além disso, a Convenção dispõe
que ela própria não exclui qualquer jurisdição criminal exercida de acordo com o direito interno.
A Convenção também adota o princípio aut dedere aut judicare, isto é, a obrigação dos Es-
tados de ou extraditarem ou julgarem os acusados de tortura. Confira os arts. 5.2 e 7.1:

Artigo 5º (...)
2. Cada Estado Parte tomará também as medidas necessárias para estabelecer sua jurisdição sobre
tais crimes nos casos em que o suposto autor se encontre em qualquer território sob sua jurisdição
e o Estado não extradite de acordo com o Artigo 8º para qualquer dos Estados mencionados no
parágrafo 1 do presente Artigo.
(...)
Artigo 7º
1.O Estado Parte no território sob a jurisdição do qual o suposto autor de qualquer dos crimes men-
cionados no Artigo 4º for encontrado, se não o extraditar, obrigar-se-á, nos casos contemplados no
Artigo 5º, a submeter o caso às suas autoridades competentes para o fim de ser o mesmo processado. (...)

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Ressalte-se que, por força da Convenção, o crime de tortura é extraditável em qualquer tra-
tado de extradição existente entre os Estados Partes, sendo que, na hipótese de inexistência
de tratado de extradição, a própria Convenção será a base legal para a extradição por crime
de tortura (art. 8º).
Outra disposição importantíssima (muito cobrada em concursos!) é a vedação à admissão de
prova resultante de tortura, salvo se se tratar de prova da própria tortura. Veja o que diz o art. 15:

Artigo 15
Cada Estado Parte assegurará que nenhuma declaração que se demonstre ter sido prestada como
resultado de tortura possa ser invocada como prova em processo, salvo contra uma pessoa acusa-
da de tortura como prova de que a declaração foi prestada.

Veja agora outras obrigações importantes previstas na Convenção:


• garantir às pessoas acusadas de tortura tratamento justo em todas as fases do proces-
so (art. 7.2);
• assegurar o ensino e a informação sobre a proibição de tortura para os funcionários
públicos (art. 10);
• manter sistematicamente sob exame as normas, instruções, métodos e práticas de in-
terrogatório, custódia e o tratamento das pessoas presas (art. 11);
• assegurar uma investigação imparcial sempre que houver motivos razoáveis para crer
que um ato de tortura tenha sido cometido (art. 12);
• assegurar às vítimas de tortura o direito à reparação e a uma indenização justa e ade-
quada, incluídos os meios necessários para a mais completa reabilitação possível. Em
caso de morte da vítima como resultado de um ato de tortura, seus dependentes terão
direito a indenização (art. 14).

010. (VUNESP/PC-SP/ESCRIVÃO/2018) A Convenção Contra a Tortura e outros Tratamentos


ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes dispõe, expressamente, que cada Estado Parte
assegurará, em seu ordenamento jurídico, à vítima de um ato de tortura, direito
a) a ter proteção especial para depor como testemunha contra seu ofensor, com direito aos
meios e condições suficientes para viver em lugar seguro custeado pelo Estado.
b) à reparação e a uma indenização justa e adequada, incluindo os meios necessários à sua
mais completa reabilitação possível.
c) a obter indenização justa e em dinheiro por parte do ofensor e uma pensão mensal a ser
suportada pelo próprio Estado.
d) a obter a devida justiça com o julgamento do seu ofensor e que este seja compelido a repa-
rar os danos causados.
e) a receber assistência legal, psicológica, social e financeira do poder público e do próprio
ofensor para refazer sua vida em todos os seus aspectos.

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A letra “b” contém a transcrição do art. 14.1 da Convenção contra a Tortura. As demais alterna-
tivas apresentam disposições inexistentes na Convenção.
Letra b.

3.3. Sistema de Monitoramento


Para fiscalizar o cumprimento das obrigações que prevê, a Convenção cria um sistema
de monitoramento cujo órgão central é o Comitê contra a Tortura, composto por dez peritos
de elevada reputação moral e reconhecida competência em matéria de direitos humanos, os
quais exercem suas funções a título pessoal (art. 17.1).
Os peritos são eleitos pelos Estados Partes, em votação secreta, levando em conta uma
distribuição geográfica equitativa e a utilidade da participação de algumas pessoas com expe-
riência jurídica, para um mandato de quatro anos, admitida a reeleição (art. 17.2 e 5).

011. (FUNCAB/PC-PA/DELEGADO/2016/ADAPTADA) O Comitê contra a tortura será com-


posto por dez peritos de elevada reputação moral e reconhecida competência em matéria de
direitos humanos, indicados diretamente pelo Secretário-Geral das Nações Unidas.

Os peritos são eleitos pelos Estados-Partes. Veja o que diz o art. 17.1:

1. Constituir-se-á um Comitê contra a Tortura (doravante denominado o Comitê) que desempenhará


as funções descritas adiante. O Comitê será composto por dez peritos de elevada reputação moral
e reconhecida competência em matéria de direitos humanos, os quais exerceram suas funções a
título pessoal. Os peritos serão eleitos pelos Estados partes, levando em conta uma distribuição
geográfica equitativa e a utilidade da participação de algumas pessoas com experiência jurídica.
Errado.

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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Direitos Humanos
Anderson Silva

O Comitê tem competência para receber relatórios estatais, para proceder a investigações,
bem como para analisar petições particulares e petições estatais.

Relatos estatais

Investigações
Comitê
contra a tortura

Petições particulares

Petições estatais

Por meio dos relatórios estatais (reports), os Estados Partes informam periodicamente ao
Comitê contra a Tortura, por meio do Secretário-Geral das Nações Unidas, as medidas por eles
adotadas no cumprimento das obrigações assumidas em virtude da Convenção. A análise dos
relatórios é feita por meio de um diálogo construtivo entre o Comitê e os representantes dos
Estados com vistas à obtenção de um consenso sobre as ações a serem adotadas. O Comitê
transmite aos Estados as suas observações finais ou conclusivas (concluding observations),
com o exame dos relatórios estatais e as recomendações para a solução dos problemas iden-
tificados, bem como os comentários gerais que julgar oportunos. Aos Estados é facultada a
possibilidade de formularem observações sobre os comentários feitos pelo Comitê (art. 19).
O Comitê contra a tortura também tem competência para proceder a investigações, que
são deflagradas quando há informações fidedignas que lhe pareçam indicar, de forma funda-
mentada, que a tortura é praticada sistematicamente no território de um Estado Parte. Depois
que recebe a informação, o Comitê faz uma análise preliminar, convidando o Estado interessa-
do a cooperar no seu exame. Caso entenda necessário, o Comitê designa um ou mais mem-
bros para fazer uma investigação confidencial, podendo, com o prévio consentimento do Es-
tado Parte, efetuar uma visita ao seu território. Por fim, depois de ouvir o Estado interessado, o
Comitê elabora um relatório (art. 20).
O Comitê ainda pode examinar petições estatais (também conhecidas como comunica-
ções interestatais ou inter-state communications), ou seja, as petições em que um Estado
Parte alega que outro Estado Parte não está cumprindo as obrigações da Convenção.
Essa competência, porém, vem prevista em cláusula facultativa, de modo que é opcional
e depende de declaração em separado do Estado Parte, reconhecendo a competência do Co-
mitê para tal fim. Assim, para que o Comitê possa analisar a comunicação, é necessário que
ambos os Estados envolvidos tenham formulado essa declaração específica (art. 21.1).
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Direitos Humanos
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Outro requisito para a admissão da petição estatal é o esgotamento dos recursos internos
(também chamada de local remedies rule). Esse requisito é afastado quando tais recursos se
prolongam injustificadamente ou não têm chance de realmente melhorar a situação da pessoa
que seja vítima de violação da Convenção (art. 21.c).
O procedimento das petições estatais obedece ao seguinte itinerário: a petição é encaminha-
da ao Estado destinatário, que deve fornecer ao Estado comunicante, no prazo de três meses, as
informações ou quaisquer outras declarações por escrito que esclareçam a questão. Se, dentro
de seis meses, a questão não estiver dirimida satisfatoriamente para ambos os Estados inte-
ressados, qualquer um deles poderá submetê-la ao Comitê. Recebida a comunicação, o Comitê
realiza reuniões confidenciais e busca a conciliação entre os Estados interessados. O Comitê
apresenta, finalmente, um relatório que, em caso de conciliação, restringe-se a uma breve ex-
posição dos fatos e da solução alcançada, ou, não ocorrendo a conciliação, também deverá ser
acompanhado das observações apresentadas pelos Estados interessados (art. 21.1).
Por fim, o Comitê tem competência para examinar petições particulares de indivíduos su-
jeitos à jurisdição dos Estados Partes que aleguem ter sido vítimas de uma violação, por esses
Estados, de quaisquer dos direitos enunciados na Convenção. Assim como as petições esta-
tais, as petições particulares vêm previstas em cláusula facultativa, de maneira que somente
podem ser examinadas se apontarem violação perpetrada por Estado que tenha expressamen-
te reconhecido a competência do Comitê para tal fim (art. 22.1).
O Comitê apenas admite petições particulares em que estejam presentes as seguintes
condições (art. 22.2 e 5):
• tenha ocorrido o esgotamento dos recursos internos, a não ser que tais recursos se pro-
longuem injustificadamente ou não tenham chance de realmente melhorar a situação da
pessoa que seja vítima de violação da Convenção;
• não sejam anônimas;
• não constituam abuso de direito ou sejam incompatíveis com a Convenção;
• que a mesma questão não esteja sendo examinada por uma outra instância internacio-
nal (ausência de litispendência internacional).

Admitida a petição particular, o Comitê a leva ao conhecimento do Estado interessado


que, dentro de seis meses, deve submeter explicações por escrito e informar o recurso, se
existente, que tiver sido por ele adotado. O Comitê examina a petição tendo em conta todas
as informações escritas que lhe forem submetidas pelo indivíduo e pelo Estado interessado,
realiza sessões confidenciais e, finalmente, comunica seu relatório ao Estado interessado e ao
indivíduo (art. 22).

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Direitos Humanos
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3.4. Disposições Gerais


A Convenção contém, do art. 25 ao art. 33, disposições gerais sobre assinatura, ratificação,
adesão, entrada em vigor, reservas, emendas, solução de controvérsias e denúncia.
Merecem especial atenção as disposições sobre emendas, solução de controvérsias
e denúncia.
Quanto às emendas à Convenção, o art. 29 prevê que podem ser propostas por todos os
Estados Partes, mas, para serem aprovadas, precisam do voto da maioria dos Estados Partes
presentes e votantes em conferência convocada para tal fim. As emendas aprovadas somente
entram em vigor depois da ratificação por dois terços dos Estados Partes. Destaco que a Con-
venção contra a Tortura adotou o sistema do duplo regime jurídico, ou seja,

as emendas serão obrigatórias para todos os Estados-Partes que as tenham aceitado, ao passo
que os demais Estados Partes permanecem obrigados pelas disposições da Convenção e pelas
emendas anteriores por eles aceitas (art. 29.3).

No tocante às controvérsias sobre a interpretação e a aplicação das normas convencionais,


a Convenção estabelece que os Estados Partes devem buscar dirimi-las, primeiro, por nego-
ciações diretas. Se não houver êxito, a questão deve ser submetida à arbitragem. Se, depois
de seis meses, as Partes não conseguirem acordar os termos do compromisso de arbitragem,
qualquer uma delas poderá submeter a controvérsia à Corte Internacional de Justiça (art. 30.1).

012. (ACAFE/PC-SC/DELEGADO/2014/ADAPTADA) As controvérsias entre dois ou mais Es-


tados-partes com relação à interpretação ou aplicação da Convenção contra a Tortura e outros
Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanas ou Degradantes serão sempre submetidas à Corte
Internacional de Justiça, mediante solicitação feita em conformidade com o Estatuto da Corte.

Como vimos, a Convenção estabelece que os Estados Partes devem buscar dirimir as contro-
vérsias, primeiro, por negociações diretas. Se não houver êxito, a questão deve ser submetida
à arbitragem. Somente se as Partes não conseguirem acordar os termos do compromisso de
arbitragem é que qualquer delas poderá submeter a controvérsia à Corte Internacional de Jus-
tiça. É o que diz o art. 30.1:

ARTIGO 30
1. As controvérsias entre dois ou mais Estados Partes com relação à interpretação ou à aplicação
da presente Convenção que não puderem ser dirimidas por meio de negociações serão, a pedido de
um deles, submetida a arbitragem. Se, durante os seis meses seguintes à data do pedido de arbitra-
gem, as Partes não lograrem pôr-se de acordo quando aos termos do compromisso de arbitragem,
qualquer das Partes poderá submeter a controvérsia à Corte Internacional de justiça, mediante soli-
citação feita em conformidade com o Estatuto da Corte.
Errado.

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Por fim, o art. 31 prevê que qualquer Estado Parte poderá denunciar a Convenção (ou seja,
retirar-se do tratado) mediante notificação por escrito endereçada ao Secretário-Geral das Na-
ções Unidas, mas a denúncia somente produzirá efeito um ano depois da data de recebimento
da notificação pelo Secretário-Geral. A denúncia não exime o denunciante das obrigações con-
vencionais relativas a qualquer ação ou omissão ocorrida antes da data de produção de efeitos
da denúncia, nem implica a suspensão do exame de qualquer questão que já tenha se iniciado
no Comitê antes dessa data. A partir da data em que a denúncia produzir efeitos, o Comitê não
dará início ao exame de qualquer nova questão referente ao Estado denunciante.

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RESUMO
• A Organização das Nações Unidas (ONU) é uma organização internacional que foi cria-
da na Conferência de São Francisco, em 26 de junho de 1945.
• O seu ato constitutivo é a Carta das Nações Unidas (também chamada de Carta de São
Francisco), que é um tratado internacional e, portanto, tem força vinculante sobre os
seus signatários.
• Os objetivos da ONU os seguintes: (a) manter a paz e a segurança internacionais; (b)
desenvolver relações amistosas entre as nações; (c) conseguir uma cooperação inter-
nacional; e (d) ser um centro harmonizador da ação das nações.
• Os princípios da ONU são os seguintes: (a) Igualdade de todos os membros; (b) Cum-
primento de boa-fé de todas as obrigações; (c) Resolução pacífica das controvérsias;
(d) Proscrição da ameaça e do uso da força nas relações internacionais; (e) Assistência
mútua; e (f) Não intervenção.
• A admissão como membro das Nações Unidas é aberta a todos os Estados amantes
da paz que aceitarem as obrigações contidas na Carta e que, a juízo da Organização,
estiverem aptos e dispostos a cumprir tais obrigações (art. 4º).
• A admissão de novos membros é efetuada por decisão da Assembleia Geral, mediante
recomendação do Conselho de Segurança.
• O membro das Nações Unidas, contra o qual for levada a efeito ação preventiva ou coer-
citiva por parte do Conselho de Segurança, poderá ser suspenso do exercício dos direi-
tos e privilégios de Membro pela Assembleia Geral, mediante recomendação do Conse-
lho de Segurança. O exercício desses direitos e privilégios poderá ser restabelecido pelo
Conselho de Segurança (art. 5º).
• O Membro das Nações Unidas que houver violado persistentemente os princípios con-
tidos na presente Carta, poderá ser expulso da Organização pela Assembleia Geral me-
diante recomendação do Conselho de Segurança (art. 6º).
• Os órgãos principais das Nações Unidas são: (a) Assembleia Geral; (b) Conselho de
Segurança; (c) Conselho Econômico e Social; (d) Conselho de Tutela; (e) Corte Interna-
cional de Justiça; e (f) Secretariado.
• A Assembleia Geral (AG) é órgão plenário, que reúne representantes de todos os Esta-
dos-membros. É competente para discutir qualquer tema dentro de suas finalidades ou
que se relacione com as funções de qualquer órgão da organização.
• O Conselho de Segurança (CS) é competente para investigar situações que possam con-
sistir em ameaça à manutenção da paz e da segurança internacional e avaliá-las.
• É composto por quinze membros, sendo cinco permanentes (China, EUA, França, Reino
Unido e Rússia), que têm poder de veto. Os dez membros não permanentes são eleitos
por um período de dois anos.

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• O Conselho Econômico e Social (ECOSOC) é composto por 54 membros, eleitos pela


Assembleia Geral, para um mandato de três anos, permitida a reeleição para o período
subsequente.
• O Conselho de Tutela é competente para administrar territórios recém-separados de
seus Estados de origem e/ou que caminham para a independência. Não há mais áreas
nessas condições.
• A Corte Internacional de Justiça (CIJ) é principal órgão jurisdicional da ONU. Tem com-
petência para dar pareceres e para julgar controvérsias entre os Estados.
• A Secretaria-Geral é o principal órgão administrativo da ONU. É chefiada pelo Secretário-Geral,
que é também o mais alto funcionário e principal representante da ONU.
• O Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (PIDCP), aprovado em 19 de dezem-
bro de 1966, em Nova Iorque, foi incorporado ao direito brasileiro pelo Decreto n. 592, de
6 de julho de 1992.
• Todos os povos têm direito à autodeterminação. Em virtude desse direito, determinam
livremente seu estatuto político e asseguram livremente seu desenvolvimento econômi-
co, social e cultural.
• Nos países em que a pena de morte não tenha sido abolida, esta poderá ser imposta
apenas nos casos de crimes mais graves, em conformidade com legislação vigente na
época em que o crime foi cometido e que não esteja em conflito com as disposições
do presente Pacto, nem com a Convenção sobra a Prevenção e a Punição do Crime de
Genocídio. Poder-se-á aplicar essa pena apenas em decorrência de uma sentença tran-
sitada em julgado e proferida por tribunal competente.
• Ninguém poderá ser submetido à tortura, nem a penas ou tratamento cruéis, desumanos
ou degradantes. Será proibido sobretudo, submeter uma pessoa, sem seu livre consen-
timento, a experiências médias ou científicas.
• Toda pessoa tem direito à liberdade e à segurança pessoais. Ninguém poderá ser preso
ou encarcerado arbitrariamente. Ninguém poderá ser privado de liberdade, salvo pelos
motivos previstos em lei e em conformidade com os procedimentos nela estabelecidos.
• Qualquer pessoa, ao ser presa, deverá ser informada das razões da prisão e notificada,
sem demora, das acusações formuladas contra ela.
• Qualquer pessoa presa ou encarcerada em virtude de infração penal deverá ser condu-
zida, sem demora, à presença do juiz ou de outra autoridade habilitada por lei a exercer
funções judiciais e terá o direito de ser julgada em prazo razoável ou de ser posta em
liberdade. A prisão preventiva de pessoas que aguardam julgamento não deverá consti-
tuir a regra geral, mas a soltura poderá estar condicionada a garantias que assegurem o
comparecimento da pessoa em questão à audiência, a todos os atos do processo e, se
necessário for, para a execução da sentença.

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• Qualquer pessoa que seja privada de sua liberdade por prisão ou encarceramento terá o
direito de recorrer a um tribunal para que este decida sobre a legislação de seu encarce-
ramento e ordene sua soltura, caso a prisão tenha sido ilegal.
• Qualquer pessoa vítima de prisão ou encarceramento ilegais terá direito à reparação.
• Toda pessoa privada de sua liberdade deverá ser tratada com humanidade e respeito à
dignidade inerente à pessoa humana.
• As pessoas processadas deverão ser separadas, salvo em circunstâncias excepcionais,
das pessoas condenadas e receber tratamento distinto, condizente com sua condição
de pessoa não-condenada.
• Todas as pessoas são iguais perante os tribunais e as cortes de justiça. Toda pessoa
terá o direito de ser ouvida publicamente e com devidas garantias por um tribunal com-
petente, independente e imparcial, estabelecido por lei, na apuração de qualquer acusa-
ção de caráter penal formulada contra ela ou na determinação de seus direitos e obriga-
ções de caráter civil. A imprensa e o público poderão ser excluídos de parte da totalidade
de um julgamento, quer por motivo de moral pública, de ordem pública ou de segurança
nacional em uma sociedade democrática, quer quando o interesse da vida privada das
Partes o exija, que na medida em que isso seja estritamente necessário na opinião da
justiça, em circunstâncias específicas, nas quais a publicidade venha a prejudicar os
interesses da justiça; entretanto, qualquer sentença proferida em matéria penal ou civil
deverá torna-se pública, a menos que o interesse de menores exija procedimento opos-
to, ou processo diga respeito à controvérsia matrimoniais ou à tutela de menores.
• Toda pessoa acusada de um delito terá direito a que se presuma sua inocência enquan-
to não for legalmente comprovada sua culpa.
• Toda pessoa acusada de um delito terá direito, em plena igualmente, a, pelo menos, as
seguintes garantias: a) De ser informado, sem demora, numa língua que compreenda e
de forma minuciosa, da natureza e dos motivos da acusação contra ela formulada; b) De
dispor do tempo e dos meios necessários à preparação de sua defesa e a comunicar-
-se com defensor de sua escolha; c) De ser julgado sem dilações indevidas; d) De estar
presente no julgamento e de defender-se pessoalmente ou por intermédio de defensor
de sua escolha; de ser informado, caso não tenha defensor, do direito que lhe assiste
de tê-lo e, sempre que o interesse da justiça assim exija, de ter um defensor designado
ex-offício gratuitamente, se não tiver meios para remunerá-lo; e) De interrogar ou fazer
interrogar as testemunhas de acusação e de obter o comparecimento e o interrogatório
das testemunhas de defesa nas mesmas condições de que dispõem as de acusação; f)
De ser assistida gratuitamente por um intérprete, caso não compreenda ou não fale a lín-
gua empregada durante o julgamento; g) De não ser obrigada a depor contra si mesma,
nem a confessar-se culpada.

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• O processo aplicável a jovens que não sejam maiores nos termos da legislação penal
em conta a idade dos menos e a importância de promover sua reintegração social.
• Toda pessoa declarada culpada por um delito terá direito de recorrer da sentença conde-
natória e da pena a uma instância superior, em conformidade com a lei.
• Se uma sentença condenatória passada em julgado for posteriormente anulada ou se um
indulto for concedido, pela ocorrência ou descoberta de fatos novos que provem cabalmen-
te a existência de erro judicial, a pessoa que sofreu a pena decorrente desse condenação
deverá ser indenizada, de acordo com a lei, a menos que fique provado que se lhe pode
imputar, total ou parcialmente, a não revelação dos fatos desconhecidos em tempo útil.
• Ninguém poderá ser processado ou punido por um delito pelo qual já foi absorvido ou
condenado por sentença passada em julgado, em conformidade com a lei e os procedi-
mentos penais de cada país.
• Ninguém poderá ser condenado por atos omissões que não constituam delito de acordo
com o direito nacional ou internacional, no momento em que foram cometidos. Tampou-
co poder-se-á impor pena mais grave do que a aplicável no momento da ocorrência do
delito. Se, depois de perpetrado o delito, a lei estipular a imposição de pena mais leve, o
delinquente deverá dela beneficiar-se.
• Nenhuma disposição do presente Pacto impedirá o julgamento ou a condenação de
qualquer indivíduo por atos ou omissões que, momento em que forma cometidos, eram
considerados delituosos de acordo com os princípios gerais de direito reconhecidos
pela comunidade das nações.
• O direito de reunião pacífica será reconhecido. O exercício desse direito estará sujeito ape-
nas às restrições previstas em lei e que se façam necessárias, em uma sociedade demo-
crática, no interesse da segurança nacional, da segurança ou da ordem pública, ou para
proteger a saúde ou a moral pública ou os direitos e as liberdades das demais pessoas.
• O sistema de monitoramento dos direitos previstos no PIDCP conta com os seguintes
mecanismos: (a) relatórios, previstos no próprio Pacto; (b) petições estatais, também
estabelecidos no Pacto, porém, sob a forma de cláusula facultativa; e (c) petições parti-
culares, previstas no Primeiro Protocolo Facultativo ao PIDCP.
• A Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou
Degradantes foi adotada pela ONU em 28 de setembro de 1984 e promulgada no Brasil
pelo Decreto n. 40/1991.
• O art. 1º define tortura como qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos agudos, físi-
cos ou mentais, são infligidos intencionalmente a uma pessoa a fim de (a) obter, dela ou
de uma terceira pessoa, informações ou confissões; (b) castigá-la por ato cometido; (c)
intimidar ou coagir esta pessoa ou outras pessoas; ou (d) por qualquer motivo baseado
em discriminação de qualquer natureza; quando tais dores ou sofrimento são infligidos
por um funcionário público ou outra pessoa no exercício de funções públicas, ou por sua
instigação, ou com o seu consentimento ou aquiescência.

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• O art. 1º ainda cria uma definição negativa, ao estabelecer que não configuram tortura as
dores ou sofrimentos aplicados unicamente como consequência de sanções legítimas,
ou que sejam inerentes a tais sanções ou delas decorram. Isso cai muito em concurso!
• Não podem ser invocados como justificação para tortura: (a) circunstâncias excepcio-
nais tais como ameaça ou estado de guerra, instabilidade política interna ou qualquer
outra emergência (art. 2.2); e (b) ordem de um funcionário superior ou de uma autorida-
de pública (art. 2.3).
• Uma obrigação importante dos Estados Partes é aquela chamada pela doutrina de prin-
cípio do non-refoulement (também conhecido como princípio do não rechaço ou da não
devolução), que significa a obrigação dos Estados de não expulsarem, devolverem ou
extraditarem alguém para um Estado onde houver risco de submissão à tortura.
• Outra disposição importantíssima (muito cobrada em concursos!) é a vedação à admis-
são de prova resultante de tortura, salvo se se tratar de prova da própria tortura.
• Para fiscalizar o cumprimento das obrigações que prevê, a Convenção cria um sistema
de monitoramento cujo órgão central é o Comitê contra a Tortura, composto por dez
peritos de elevada reputação moral e reconhecida competência em matéria de direitos
humanos, os quais exercem suas funções a título pessoal (art. 17.1).
• O Comitê tem competência para receber relatórios estatais, para proceder a investiga-
ções, bem como para analisar petições particulares e petições estatais.

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QUESTÕES COMENTADAS EM AULA


001. (UECE-CEV/SEAS-CE/ASSISTENTE SOCIAL/2017) A Carta das Nações Unidas é:
a) Uma mera resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, com caráter de recomenda-
ção, juridicamente não vinculante. Com isso, os preceitos contidos na Declaração não seriam,
em princípio, obrigatórios, ao menos à luz de um entendimento calcado em noções mais anti-
gas do Direito, de caráter mais formalista e menos ligadas a valores, dentro das quais, a propó-
sito, a proteção da dignidade humana não tinha o destaque de que hoje se reveste.
b) Um tratado, cujos preceitos são juridicamente vinculantes e cujo objetivo principal é deta-
lhar direitos estabelecidos na Declaração Universal dos Direitos Humanos e contribuir para sua
aplicação.
c) O pacto que visa promover e proteger os direitos econômicos, sociais e culturais, que tam-
bém deverão ser objeto da atenção dos Estados, os quais deverão progressivamente asse-
gurar seu gozo por esforços próprios ou pela cooperação internacional, com o auxílio de to-
dos os meios apropriados nos planos econômico e técnico e até o máximo de seus recursos
disponíveis.
d) O tratado que criou a Organização das Nações Unidas – ONU –, razão pela qual também é
conhecida como “Carta da ONU”, tendo sido firmada em 1945, em São Francisco.

002. (NUCEPE/PM-PI/SOLDADO/2014) Com relação aos propósitos da “Carta das Nações


Unidas”, assinale a alternativa correta.
a) Desenvolver relações amistosas entre as nações, baseadas no respeito ao princípio de limi-
tação de direitos e de autodeterminação dos povos, e tomar outras medidas apropriadas ao
fortalecimento da paz universal.
b) Conseguir uma cooperação internacional para resolver os problemas internacionais de cará-
ter econômico, social, cultural, político ou humanitário, e para promover e estimular o respeito
aos direitos humanos e às liberdades fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo,
língua ou religião.
c) Dirimir conflitos sociais, internos, das nações.
d) Manter a paz e a segurança internacionais e, para esse fim, tomar, coletivamente, medidas
efetivas para evitar ameaças à paz e reprimir os atos de agressão ou outra qualquer ruptura da
paz, e chegar, por meios pacíficos e de conformidade com os princípios da justiça e do direito
internacional, a um ajuste ou solução das controvérsias ou situações que possam levar a uma
perturbação da paz.
e) Dirimir conflitos políticos, internos, das nações.

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003. (ESPCEX/CADETE DO EXÉRCITO/2010) O Conselho de Segurança é o órgão que deci-


de sobre temas de paz e segurança discutidos na Organização das Nações Unidas (ONU). É
composto por cinco países, que são membros permanentes, e por mais dez países que são
membros temporários e escolhidos bienalmente. Assinale a opção que apresenta os cinco
membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU.
a) Brasil, Índia, Estados Unidos, Alemanha e Japão
b) Reino Unido, França, China, Rússia e Estados Unidos
c) Estados Unidos, Alemanha, Japão, Reino Unido e França
d) Rússia, China, Alemanha, Japão e França
e) China, Brasil, Reino Unido, Índia e Rússia

004. (VUNESP/PC-SP/ESCRIVÃO/2018/ADAPTADA) No tocante ao direito de liberdade, o


Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos estabelece que ninguém poderá ser obrigado
a executar trabalhos forçados ou obrigatórios, ainda que por ordem da justiça.

005. (FCC/DPE-BA/DEFENSOR/2016) Segundo o Pacto Internacional sobre os Direitos Civis


e Políticos, qualquer pessoa acusada de infração penal goza de presunção de inocência até
que a sua culpabilidade tenha sido legalmente estabelecida, tendo direito, pelo menos, às se-
guintes garantias:
I – Ser prontamente informada, numa língua que ela compreenda, de modo detalhado, acerca
da natureza e dos motivos da acusação apresentada contra ela.
II – Ser julgada em no máximo um ano.
III – Fazer-se assistir de um intérprete, se não compreender ou não falar a língua utilizada
no tribunal.
IV – Comunicar com um advogado da sua escolha e dispor do tempo, no mínimo dez dias, para
a preparação da defesa.
É correto o que se afirma APENAS em
a) I e III.
b) I e II.
c) II e III.
d) III e IV.
e) II e IV.

006. (FCC/DPE-RR/DEFENSOR/2017) O Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos so-


mente considera justificável que os Estados-partes signatários restrinjam o direito de reunião
pacífica caso
I – haja interesse da segurança nacional.
II – haja interesse da segurança ou ordem públicas.
III – seja necessário para proteção da saúde ou a moral públicas.
IV – haja falta de autorização da autoridade competente.
V – seja necessário para proteção dos direitos e liberdades das demais pessoas.

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Está correto o que se afirma APENAS em


a) II, III e IV.
b) I, II, III e V.
c) II e V.
d) I, II e IV.
e) I e III.

007. (FCC/DEFENSOR/DPE-PA/2009) O Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos esta-


belece a aplicação
a) imediata de direitos civis e políticos, contemplando os mecanismos de relatórios e comuni-
cações interestatais e, mediante Protocolo Facultativo, a sistemática de petições individuais.
b) progressiva de direitos civis e políticos, contemplando os mecanismos de relatórios
e, mediante Protocolo Facultativo, a sistemática de petições individuais e comunicações
interestatais.
c) progressiva de direitos civis e políticos, contemplando apenas o mecanismo de relatórios.
d) imediata de direitos civis e políticos, contemplando os mecanismos de relatórios, comunica-
ções interestatais, petições individuais e investigações in loco.
e) imediata de direitos civis e políticos, contemplando apenas o mecanismo de relatórios.

008. (NUCEPE/PM-PI/SOLDADO/2017/ADAPTADA) De acordo com a Convenção Contra a


Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes, serão considera-
das tortura as dores ou sofrimentos que sejam consequência unicamente de sanções legíti-
mas, ou que sejam inerentes a tais sanções ou delas decorram.

009. (NUCEPE/PM-PI/SOLDADO/2017/ADAPTADA) De acordo com a Convenção Contra a


Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes, em circunstân-
cias excepcionais, tais como ameaça ou estado de guerra, instabilidade política interna ou
qualquer outra emergência pública, justifica-se a tortura.

010. (VUNESP/PC-SP/ESCRIVÃO/2018) A Convenção Contra a Tortura e outros Tratamentos


ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes dispõe, expressamente, que cada Estado Parte
assegurará, em seu ordenamento jurídico, à vítima de um ato de tortura, direito
a) a ter proteção especial para depor como testemunha contra seu ofensor, com direito aos
meios e condições suficientes para viver em lugar seguro custeado pelo Estado.
b) à reparação e a uma indenização justa e adequada, incluindo os meios necessários à sua
mais completa reabilitação possível.
c) a obter indenização justa e em dinheiro por parte do ofensor e uma pensão mensal a ser
suportada pelo próprio Estado.

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Direitos Humanos
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d) a obter a devida justiça com o julgamento do seu ofensor e que este seja compelido a repa-
rar os danos causados.
e) a receber assistência legal, psicológica, social e financeira do poder público e do próprio
ofensor para refazer sua vida em todos os seus aspectos.

011. (FUNCAB/PC-PA/DELEGADO/2016/ADAPTADA) O Comitê contra a tortura será com-


posto por dez peritos de elevada reputação moral e reconhecida competência em matéria de
direitos humanos, indicados diretamente pelo Secretário-Geral das Nações Unidas.

012. (ACAFE/PC-SC/DELEGADO/2014/ADAPTADA) As controvérsias entre dois ou mais Es-


tados-partes com relação à interpretação ou aplicação da Convenção contra a Tortura e outros
Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanas ou Degradantes serão sempre submetidas à Corte
Internacional de Justiça, mediante solicitação feita em conformidade com o Estatuto da Corte.

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QUESTÕES DE CONCURSO
013. (AROEIRA/PC-TO/ESCRIVÃO/2014) É um princípio contido na Carta das Nações Unidas:
a) a paz e a segurança internacionais.
b) a igualdade de todos os seus membros.
c) as relações amistosas entre as nações.
d) a cooperação internacional para resolver os problemas internacionais de caráter social.

Os princípios da ONU são mencionados no art. 2º e são os seguintes:


• igualdade de todos os membros;
• cumprimento de boa-fé de todas as obrigações;
• resolução pacífica das controvérsias;
• proscrição da ameaça e do uso da força nas relações internacionais;
• assistência mútua; e
• não intervenção.

As demais alternativas contêm objetivos das Nações Unidas (art. 1º), que são:
• paz e segurança internacionais;
• relações amistosas entre as nações;
• cooperação internacional; e
• harmonia da ação das nações.

Letra b.

014. (VUNESP/DPE-RO/DEFENSOR PÚBLICO/2017/ADAPTADA) A admissão de qualquer


Estado como Membro das Nações Unidas será efetuada por decisão da Assembleia Geral,
sem qualquer interferência do Conselho de Segurança.

A admissão de novos membros é efetuada por decisão da Assembleia Geral, mediante reco-
mendação do Conselho de Segurança.
Errado.

015. (PM-PI/PM-PI/SARGENTO/2018/ADAPTADA) O Conselho de Segurança da ONU tem


por escopo garantir a paz e segurança internacionais e é composto por cinco membros perma-
nentes e dez não permanentes com mandato de dois anos.

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O Conselho de Segurança (CS) é competente para investigar situações que possam consistir
em ameaça à manutenção da paz e da segurança internacional e avaliá-las. É composto por
quinze membros, sendo cinco permanentes (China, EUA, França, Reino Unido e Rússia), que
têm poder de veto. Os dez membros não permanentes são eleitos por um período de dois anos.
Certo.

016. (VUNESP/DPE-RO/DEFENSOR PÚBLICO/2017/ADAPTADA) O Conselho de Segurança


é composto de quinze membros das Nações Unidas. São membros permanentes: China, Ale-
manha, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos. Os demais são eleitos pela Assembleia Geral.

A Alemanha não é membro permanente do Conselho de Segurança. Os membros permanentes


do Conselho de Segurança são: China, EUA, França, Reino Unido e Rússia!
Errado.

017. (PM-PI/PM-PI/SARGENTO/2018/ADAPTADA) A Corte Internacional de Justiça é o prin-


cipal órgão jurídico das Nações Unidas.

A Corte Internacional de Justiça (CIJ) é principal órgão jurisdicional da ONU. Tem competên-
cia para dar pareceres e para julgar controvérsias entre os Estados.
Certo.

018. (PM-PI/PM-PI/SARGENTO/2018/ADAPTADA) A Carta das Nações Unidas integra o nú-


cleo de direito internacional dos direitos humanos.

A Carta das Nações Unidas também representou o compromisso dos Estados, perante a so-
ciedade internacional e por meio de um tratado multilateral, de respeitar o princípio dos direi-
tos humanos e das liberdades fundamentais, integrando o núcleo do direito internacional dos
direitos humanos.
Certo.

019. (PM-PI/PM-PI/SARGENTO/2018/ADAPTADA) O Brasil aderiu ao Pacto internacional de


Direitos Civis e Políticos em 1992.

O Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (PIDCP) foi incorporado ao direito brasileiro
pelo Decreto n. 592, de 6 de julho de 1992.
Certo.

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020. (VUNESP/PC-SP/ESCRIVÃO/2018/ADAPTADA) No tocante ao direito de liberdade, o


Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos estabelece que a soltura de pessoas presas
preventivamente não poderá estar condicionada a garantias que assegurem o seu compareci-
mento aos atos do processo.

A soltura poderá estar condicionada a garantias que assegurem o comparecimento da pessoa


aos atos do processo (art. 9.3).
Errado.

021. (VUNESP/PC-SP/ESCRIVÃO/2018/ADAPTADA) No tocante ao direito de liberdade, o


Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos estabelece que nenhuma pena de restrição
da liberdade poderá ultrapassar o prazo de trinta anos.

Não há essa limitação no Pacto.


Errado.

022. (VUNESP/PC-SP/ESCRIVÃO/2018/ADAPTADA) No tocante ao direito de liberdade, o


Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos estabelece que ninguém poderá ser preso
apenas por não poder cumprir com uma obrigação contratual.

Transcrição do art. 11:

Ninguém poderá ser preso apenas por não poder cumprir com uma obrigação contratual.
Certo.

023. (VUNESP/PC-SP/ESCRIVÃO/2018/ADAPTADA) No tocante ao direito de liberdade, o


Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos estabelece que qualquer pessoa vítima de
prisão decorrente de aplicação da lei penal terá direito à fiança.

Não há essa previsão no Pacto.


Errado.

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024. (VUNESP/TJM-SP/JUIZ/2016) O Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políti-


cos, de 1966,
a) garante o direito do homem e da mulher de contrair casamento e constituir família, porém,
a fim de evitar confrontos de caráter cultural com alguns dos Estados-membros não tratou da
dissolução dessa união.
b) prevê que a pena de morte não deverá ser imposta sob nenhuma hipótese, salvo em situa-
ção de guerra.
c) garante o direito de autodeterminação dos povos, exprimindo, assim, uma tomada de cons-
ciência universal sobre a urgência de se superar o colonialismo e o imperialismo.
d) reconhece, sem restrições, o direito de reunião pacífica.
e) já apresenta uma preocupação com os imigrantes clandestinos, estabelecendo que estes
também têm o direito de circular livremente no território de um Estado.

O PIDCP garante o direito de autodeterminação dos povos logo em seu primeiro artigo.
a) Errada. O PIDCP tratou da dissolução do casamento (art. 23.4).
b) Errada. O PIDCP permite pena de morte em crimes mais graves (art. 6.2).
d) Errada. O Pacto admite restrições previstas em lei (art. 21).
e) Errada. O Pacto não contém normas dirigidas a imigrantes clandestinos.
Letra c.

025. (FCC/DPE-AM/DEFENSOR/2018) Sobre o Comitê de Direitos Humanos da Organização


das Nações Unidas, é correto afirmar:
a) Foi criado pelo Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (PIDESC).
b) É composto de oito membros, os quais deverão ser pessoas de elevada reputação moral e
reconhecida competência em matéria de direitos humanos.
c) Seus membros serão eleitos para um mandato de dois anos.
d) Seus membros não poderão ser reeleitos.
e) Cada Estado-Parte poderá indicar duas pessoas como candidatas a membro do comitê, as
quais deverão ser nacionais do Estado que as indicou.

A letra “e” é a transcrição do art. 29.2 do PIDCP. Veja como, mais uma vez, o examinador cobra
o conhecimento da literalidade de um ato normativo!
a) Errada. O Comitê de Direitos Humanos foi criado pelo Pacto Internacional dos Direitos Civis
e Políticos.
b) Errada. O Comitê é composto de 18 membros (art. 28.1 do PIDCP).
c) Errada. O mandato dos membros do Comitê é de quatro anos (art. 32.1 do PIDCP).
d) Errada. Os membros do Comitê podem ser reeleitos (art. 32.1 do PIDCP).
Letra e.

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026. (CEBRASPE/PC-CE/INSPETOR/2012/ADAPTADA) Tortura é qualquer ato pelo qual dores


ou sofrimentos agudos são infligidos à pessoa a fim de se obterem informações ou confissões,
ainda que tais dores ou sofrimentos sejam consequências unicamente de sanções legítimas.

O art. 1º da Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos


ou Degradantes prevê expressamente que não configuram tortura as dores ou sofrimentos
aplicados unicamente como consequência de sanções legítimas, ou que sejam inerentes a tais
sanções ou delas decorram.
Errado.

027. (MS CONCURSOS/SEDS-PE/SARGENTO/2010/ADAPTADA) Na apuração de atos cri-


minosos que atente aos direitos humanos é autorizado ao policial utilizar prática de tortura.

A tortura é absolutamente proibida por diversos instrumentos internacionais e pela Constitui-


ção brasileira.
Errado.

028. (FCC/DPE-AM/ANALISTA/2019) Conforme prevê a Convenção contra a Tortura e Outros


Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes, NÃO são considerados como tor-
tura dores ou sofrimentos
a) que sejam consequência unicamente de sanções legítimas, ou que sejam inerentes a tais
sanções ou delas decorram.
b) produzidos por agentes públicos com o intuito de obter informações essenciais para se-
gurança nacional, saúde ou vida de um número indeterminado de pessoas, esgotadas outras
alternativas.
c) de natureza mental, moral ou psicológica produzidos em meio a situações de conflito defla-
grado ou emergência pública.
d) decorrentes de condições inadequadas de encarceramento, ainda que sistemáticas, graves
e maciças.
e) produzidos em contextos de dominação quando diretamente relacionados com a violência
estrutural baseada na idade, gênero e etnia.

O art. 1º da Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou


Degradantes define tortura como qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos agudos, físicos
ou mentais, são infligidos intencionalmente a uma pessoa a fim de (a) obter, dela ou de uma

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terceira pessoa, informações ou confissões; (b) castigá-la por ato cometido; (c) intimidar ou
coagir esta pessoa ou outras pessoas; ou (d) por qualquer motivo baseado em discriminação
de qualquer natureza; quando tais dores ou sofrimento são infligidos por um funcionário pú-
blico ou outra pessoa no exercício de funções públicas, ou por sua instigação, ou com o seu
consentimento ou aquiescência. O dispositivo ressalvou, porém, que não configuram tortura
as dores ou sofrimentos aplicados unicamente como consequência de sanções legítimas, ou
que sejam inerentes a tais sanções ou delas decorram.
Letra a.

029. (CEBRASPE/PM-DF/ASPIRANTE/2010) Considera-se tortura constranger alguém com


grave ameaça, causando-lhe sofrimento mental, com o fim de obter informação, ainda que de
terceira pessoa.

O art. 1º define tortura como qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos agudos, físicos
ou mentais, são infligidos intencionalmente a uma pessoa a fim de (a) obter, dela ou de uma
terceira pessoa, informações ou confissões; (b) castigá-la por ato cometido; (c) intimidar ou
coagir esta pessoa ou outras pessoas; ou (d) por qualquer motivo baseado em discriminação
de qualquer natureza; quando tais dores ou sofrimento são infligidos por um funcionário pú-
blico ou outra pessoa no exercício de funções públicas, ou por sua instigação, ou com o seu
consentimento ou aquiescência.
Certo.

030. (FCC/DPE-AM/ANALISTA/2019) Conforme prevê a Convenção contra a Tortura e Outros


Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes, NÃO são considerados como tor-
tura dores ou sofrimentos
a) que sejam consequência unicamente de sanções legítimas, ou que sejam inerentes a tais
sanções ou delas decorram.
b) produzidos por agentes públicos com o intuito de obter informações essenciais para se-
gurança nacional, saúde ou vida de um número indeterminado de pessoas, esgotadas outras
alternativas.
c) de natureza mental, moral ou psicológica produzidos em meio a situações de conflito defla-
grado ou emergência pública.
d) decorrentes de condições inadequadas de encarceramento, ainda que sistemáticas, graves
e maciças.
e) produzidos em contextos de dominação quando diretamente relacionados com a violência
estrutural baseada na idade, gênero e etnia.

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O art. 1º da Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou


Degradantes define tortura como qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos agudos, físicos
ou mentais, são infligidos intencionalmente a uma pessoa a fim de (a) obter, dela ou de uma
terceira pessoa, informações ou confissões; (b) castigá-la por ato cometido; (c) intimidar ou
coagir esta pessoa ou outras pessoas; ou (d) por qualquer motivo baseado em discriminação
de qualquer natureza; quando tais dores ou sofrimento são infligidos por um funcionário pú-
blico ou outra pessoa no exercício de funções públicas, ou por sua instigação, ou com o seu
consentimento ou aquiescência. O dispositivo ressalvou, porém, que não configuram tortura
as dores ou sofrimentos aplicados unicamente como consequência de sanções legítimas, ou
que sejam inerentes a tais sanções ou delas decorram.
Letra a.

031. (FUNCAB/PC-PA/DELEGADO/2016/ADAPTADA) Considera-se tortura qualquer ato pelo


qual dores ou sofrimentos agudos, físicos ou mentais, são infligidos intencionalmente a uma
pessoa, ainda que sejam consequência unicamente de sanções legítimas.

O art. 1º da Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou


Degradantes ressalvou que não configuram tortura as dores ou sofrimentos aplicados unica-
mente como consequência de sanções legítimas, ou que sejam inerentes a tais sanções ou
delas decorram.
Errado.

032. (FCC/DPE-SP/DEFENSOR/2006) Segundo a Convenção contra a Tortura e outros Trata-


mentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes (ONU, 1984), para a caracterização da
tortura é relevante
a) sua finalidade e irrelevante a intensidade do sofrimento causado.
b) que seja praticada por funcionário público e irrelevante sua finalidade.
c) a finalidade do ato e irrelevante o local onde ocorre.
d) que o sofrimento seja agudo e irrelevante a qualidade de quem a pratica.
e) o local onde ocorre e irrelevante a intensidade do sofrimento causado.

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Veja a definição de tortura do art. 1.1 da Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou
Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes:

1. Para os fins da presente Convenção, o termo “tortura” designa qualquer ato pelo qual dores ou so-
frimentos agudos, físicos ou mentais, são infligidos intencionalmente a uma pessoa a fim de obter,
dela ou de uma terceira pessoa, informações ou confissões; de castigá-la por ato cometido; de inti-
midar ou coagir esta pessoa ou outras pessoas; ou por qualquer motivo baseado em discriminação
de qualquer natureza; quando tais dores ou sofrimento são infligidos por um funcionário público ou
outra pessoa no exercício de funções públicas, ou por sua instigação, ou com o seu consentimento
ou aquiescência. Não se considerará como tortura as dores ou sofrimentos consequência unica-
mente de sanções legítimas, ou que sejam inerentes a tais sanções ou delas decorram.

Como é possível perceber, a Convenção considera a finalidade relevante para a caracterização


da tortura (“a fim de obter, dela ou de uma terceira pessoa, informações ou confissões; de cas-
tigá-la por ato cometido; de intimidar ou coagir esta pessoa ou outras pessoas; ou por qualquer
motivo baseado em discriminação de qualquer natureza”), mas não considera relevante o local
onde ocorre, tanto que sequer menciona esse elemento.
Letra c.

033. (FCC/DPE-AM/ANALISTA DE DEFENSORIA/2018/ADAPTADA) A Convenção contra a


Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes inclui, na definição
de “tortura”, qualquer ato pelo qual uma violenta dor ou sofrimento, físico ou mental, é infligido
dolosa ou culposamente a uma pessoa ou grupo étnico com o fim de se obter deles informa-
ções ou confissão.

Não há, na definição de tortura da Convenção, a previsão de uma violenta dor ou sofrimento,
físico ou mental, infligido culposamente (a Convenção fala apenas “intencionalmente”) a um
grupo étnico (a Convenção refere-se apenas a “pessoa”). Confira (art. 1.1):

1. Para os fins da presente Convenção, o termo “tortura” designa qualquer ato pelo qual dores ou so-
frimentos agudos, físicos ou mentais, são infligidos intencionalmente a uma pessoa a fim de obter,
dela ou de uma terceira pessoa, informações ou confissões; de castigá-la por ato cometido; de inti-
midar ou coagir esta pessoa ou outras pessoas; ou por qualquer motivo baseado em discriminação
de qualquer natureza; quando tais dores ou sofrimento são infligidos por um funcionário público ou
outra pessoa no exercício de funções públicas, ou por sua instigação, ou com o seu consentimento
ou aquiescência. Não se considerará como tortura as dores ou sofrimentos consequência unica-
mente de sanções legítimas, ou que sejam inerentes a tais sanções ou delas decorram.
Errado.

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034. (CEBRASPE/DPE-PE/DEFENSOR/2015) A tortura é um crime que viola o direito inter-


nacional, porém, em circunstâncias excepcionais, como em casos de segurança nacional, se
comprovada grave ameaça à segurança pública, pode ser exercida com limites.

A Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degra-


dantes estabelece em seu art. 2.2 que não podem ser invocadas “circunstâncias excepcionais
tais como ameaça ou estado de guerra, instabilidade política interna ou qualquer outra emer-
gência como justificação para tortura”.
Errado.

035. (FCC/DPE-AM/ANALISTA DE DEFENSORIA/2018) A Convenção contra a Tortura e ou-


tros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes prevê que, exceto para preser-
vação da segurança nacional em situação extrema de ameaça ou estado de guerra, nenhuma
outra circunstância excepcional, instabilidade política interna ou emergência pública poderá
ser invocada como justificativa para a tortura.

A Convenção dispõe em seu art. 2.2 que não podem ser invocadas “circunstâncias excepcio-
nais tais como ameaça ou estado de guerra, instabilidade política interna ou qualquer outra
emergência como justificação para tortura”.
Errado.

036. (NUCEPE/PM-PI/SOLDADO/2017/ADAPTADA) De acordo com a Convenção Contra a


Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes, a ordem de um
funcionário superior ou de uma autoridade pública poderá ser invocada como justificação para
a tortura.

É importante destacar que não podem ser invocados como justificação para tortura:
• circunstâncias excepcionais tais como ameaça ou estado de guerra, instabilidade polí-
tica interna ou qualquer outra emergência (art. 2.2); e
• ordem de um funcionário superior ou de uma autoridade pública (art. 2.3).

Errado.

037. (FUNCAB/PC-PA/DELEGADO/2016/ADAPTADA) Conforme estabelecido na Convenção


contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes, admi-
te-se excepcionalmente a prática de tortura para se evitar crime de genocídio ou em caso de
guerra declarada.

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A Convenção dispõe em seu art. 2.2 que não podem ser invocadas “circunstâncias excepcio-
nais tais como ameaça ou estado de guerra, instabilidade política interna ou qualquer outra
emergência como justificação para tortura”.
Errado.

038. (FUNDATEC/PC-RS/DELEGADO/2018) A Convenção contra a Tortura e Outros Trata-


mentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes:
a) Abrange, no conceito de tortura, as sanções legítimas.
b) Entende que seu conceito de tortura não pode ser ampliado pela legislação nacional.
c) Não exclui qualquer jurisdição criminal exercida de acordo com o direito interno.
d) Assevera que os membros do Comitê Contra a Tortura não podem ser reeleitos.
e) Torna opcional a informação sobre a tortura para membros da polícia civil.

O art. 5.3 prevê expressamente que “Esta Convenção não exclui qualquer jurisdição criminal
exercida de acordo com o direito interno”.
a) Errada. O art. 1º da Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis,
Desumanos ou Degradantes ressalvou que não configuram tortura as dores ou sofrimentos
aplicados unicamente como consequência de sanções legítimas, ou que sejam inerentes a
tais sanções ou delas decorram.
b) Errada. O conceito de tortura pode ser ampliado pela legislação nacional, pois o art. 1.2 pre-
vê que “O presente Artigo não será interpretado de maneira a restringir qualquer instrumento
internacional ou legislação nacional que contenha ou possa conter dispositivos de alcance
mais amplo”.
d) Errada. Os membros do Comitê contra a Tortura podem ser reeleitos (art. 17.5).
e) Errada. Inexiste essa previsão na Convenção.
Letra c.

039. (NUCEPE/PM-PI/SOLDADO/2017/ADAPTADA) De acordo com a Convenção Contra a


Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes, nenhum Estado
Parte procederá à expulsão, devolução ou extradição de uma pessoa para outro Estado, quando
houver razões substanciais para crer que a mesma corre perigo de ali ser submetida a tortura.

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Uma obrigação importante dos Estados Partes é aquela chamada pela doutrina de princípio
do non-refoulement (também conhecido como princípio do não rechaço ou da não devolução),
que significa a obrigação dos Estados de não expulsarem, devolverem ou extraditarem alguém
para um Estado onde houver risco de submissão à tortura. Veja:

Artigo 3º.
1. Nenhum Estado parte procederá à expulsão, devolução ou extradição de uma pessoa para outro
Estado quando houver razões substanciais para crer que a mesma corre perigo de ali ser submetida
a tortura.
2. A fim de determinar a existência de tais razões, as autoridades competentes levarão em conta to-
das as considerações pertinentes, inclusive, quando for o caso, a existência, no Estado em questão,
de um quadro de violências sistemáticas, graves e maciças de direitos humanos.
Certo.

040. (CEBRASPE/PC-CE/INSPETOR/2012/ADAPTADA) Nenhum país procederá à expulsão,


devolução ou extradição de pessoa para outro Estado quando houver razões substanciais para
crer que essa pessoa corre perigo de ali ser submetida a tortura.

O item traduz o princípio do non-refoulement ou do não rechaço ou da não devolução previsto


no art. 3º da Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos
ou Degradantes.
Certo.

041. (FCC/DPE-AM/ANALISTA DE DEFENSORIA/2018/ADAPTADA) A Convenção contra a


Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes estabelece que,
por nenhuma razão, nem mesmo a inexistência de acordo bilateral sobre o assunto, um Es-
tado-Parte deixará de expulsar, devolver ou extraditar uma pessoa para outro Estado quando
houver fundadas evidências de que neste outro Estado ela tenha cometido crime de tortura.

Na verdade, o que a Convenção estabelece é que nenhum Estado parte procederá à expulsão,
devolução ou extradição de uma pessoa para outro Estado quando houver razões substanciais
para crer que ela corre perigo de ali ser submetida a tortura (art. 3.1).
Errado.

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042. (NUCEPE/PM-PI/SOLDADO/2017/ADAPTADA) De acordo com a Convenção Contra a


Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes, não cabe à vítima
de ato de tortura o direito à reparação e a uma indenização justa e adequada, sendo suficiente
o pedido de desculpas pelo agente do Estado.

O Estado deve assegurar às vítimas de tortura o direito à reparação e a uma indenização justa
e adequada, incluídos os meios necessários para a mais completa reabilitação possível. Em
caso de morte da vítima como resultado de um ato de tortura, seus dependentes terão direito
a indenização (art. 14).
Errado.

043. (FCC/DPE-AM/ANALISTA DE DEFENSORIA/2018/ADAPTADA) A Convenção contra a


Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes dispõe que cada
Estado-Parte assegurará que nenhuma declaração comprovadamente obtida sob tortura pos-
sa ser admitida como prova em qualquer processo, exceto contra uma pessoa acusada de
tortura como prova de que tal declaração foi dada.

Conforme o art. 15, que prevê:

ARTIGO 15
Cada Estado Parte assegurará que nenhuma declaração que se demonstre ter sido prestada como
resultado de tortura possa ser invocada como prova em processo, salvo contra uma pessoa acusa-
da de tortura como prova de que a declaração foi prestada.
Certo.

044. (FUNCAB/PC-PA/DELEGADO/2016/ADAPTADA) Cada Estado Parte da Convenção con-


tra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes assegurará
que nenhuma declaração que se demonstre ter sido prestada como resultado de tortura possa
ser invocada como prova em qualquer processo, salvo contra uma pessoa acusada de tortura
como prova de que a declaração foi prestada.

O item é a transcrição do art. 15 da Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas


Cruéis, Desumanos ou Degradantes.
Certo.

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Direitos Humanos
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045. (FUNCAB/PC-PA/DELEGADO/2016/ADAPTADA) O Comitê Contra Tortura deverá rece-


ber e examinar todas as comunicações, ainda que anônimas, enviadas por pessoas que ale-
guem ser vítimas de violação, por um Estado Parte, das disposições da Convenção.

Um dos requisitos de admissibilidade das petições particulares é que elas não sejam anôni-
mas. Confira:

Artigo 22. (...)


2. O Comitê considerará inadmissível qualquer comunicação recebida em conformidade com o pre-
sente Artigo que seja anônima, ou seu juízo, constitua abuso de direito de apresentar as referidas
comunicações, ou que seja incompatível com as disposições da presente Convenção.
Errado.

046. (ACAFE/PC-SC/DELEGADO/2014/ADAPTADA) A denúncia da Convenção contra a Tor-


tura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanas ou Degradantes eximirá o Estado-
-parte das obrigações que lhe impõe a presente Convenção relativamente a qualquer ação
ou omissão ocorrida antes ou após a data da denúncia. Todavia, a denúncia não acarretará a
suspensão do exame de quaisquer questões que o Comitê já começara a examinar antes da
data em que a denúncia fora realizada.

A denúncia não eximirá o Estado Parte das obrigações que lhe impõe a Convenção relativamen-
te a qualquer ação ou omissão ocorrida antes da data de produção de feitos da denúncia, que
se dá um ano depois do recebimento da notificação pelo Secretário-Geral das Nações Unidas.
Errado.

047. (INSTITUTO ACESSO/PC-ES/DELEGADO/2019) No Brasil, na tentativa de combater e


prevenir atos de tortura, o Estado brasileiro aprovou leis, assinou tratados internacionais e ins-
tituiu diversas políticas públicas ao longo das últimas décadas.
Considere as seguintes referências:
I – Constituição da República Federativa do Brasil (1988): art. 5, Inciso III – ninguém será sub-
metido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante.
II – Adesão à Convenção Contra Tortura das Nações Unidas (1989).
III – Ratificação da Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura (1989).
IV – Assinatura do Protocolo Adicional à Convenção Contra Tortura das Nações Unidas (2007).
V – Lei 9.140, de 4 de dezembro de 1995 – reconhece como mortas as pessoas despareci-
das durante a Ditadura Militar (1964-1985) e concede indenização às vítimas ou familiares
das vítimas.
VI – Lei 9.455, de 7 de abril de 1997 – tipifica o crime de tortura.

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É correto dizer que são pertinentes


a) todas, exceto I, III e VI.
b) todas, exceto I, V e VI.
c) todas as referências.
d) todas, exceto II, IV e V.
e) todas, exceto II, III e IV.

Todos os dispositivos e atos normativos mencionados foram adotados pela República Federa-
tiva do Brasil com o fim de prevenir e reprimir a prática da tortura.
Letra c.

048. (CEBRASPE/DPE-TO/DEFENSOR/2013) Assinale a opção correta acerca da Convenção


contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes.
a) A referida convenção não pode funcionar como base legal para a extradição, quando permi-
tida, de pessoa acusada de tortura.
b) O Comitê contra a Tortura deve ser composto por pessoas de reputação ilibada indicadas
pelos Estados-partes e aprovadas pelo secretário-geral da ONU.
c) Essa convenção não estabelece garantias para o acusado da prática de tortura.
d) O referido acordo internacional define a tortura como qualquer ato por meio do qual dores
ou sofrimentos agudos, físicos ou mentais, são infligidos intencionalmente a uma pessoa a
fim de castigá-la por ato que ela tenha cometido, mesmo que tais dores ou sofrimentos sejam
consequência unicamente de sanções legítimas.
e) Quando o Estado-parte reconhecer a competência do Comitê contra a Tortura para receber
e processar petições individuais, devem ser sempre consideradas inadmissíveis as petições
apócrifas.

O Comitê contra a Tortura não recebe petições individuais anônimas. Veja (art. 22.2):

2. O Comitê considerará inadmissível qualquer comunicação recebida em conformidade com o


presente Artigo que seja anônima, ou seu juízo, constitua abuso de direito de apresentar as referi-
das comunicações, ou que seja incompatível com as disposições da presente Convenção.

a) Errada. O art. 8.2. prevê que a Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas
Cruéis, Desumanos ou Degradantes pode funcionar como base legal para a extradição, quando
permitida, de pessoa acusada de tortura:

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2. Se um Estado Parte que condiciona a extradição à existência de tratado receber um pedido de
extradição por parte de outro Estado Parte com o qual mantém tratado de extradição, poderá consi-
derar a presente Convenção com base legal para a extradição com respeito a tais crimes. A extra-
dição sujeitar-se-á às outras condições estabelecidas pela lei do Estado que receber a solicitação.

b) Errada. Os membros do Comitê contra a Tortura são eleitos pelos Estados-partes da Con-
venção (art. 17.1).
c) Errada. A Convenção prevê que qualquer pessoa processada por crime de tortura receberá
garantias de tratamento justo em todas as fases do processo (art. 7.3).
d) Errada. O art. 1º da Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis,
Desumanos ou Degradantes ressalvou que não configuram tortura as dores ou sofrimentos
aplicados unicamente como consequência de sanções legítimas, ou que sejam inerentes a
tais sanções ou delas decorram.
Letra e.

049. (ACAFE/PC-SC/DELEGADO/2014/ADAPTADA) Todo Estado-parte poderá denunciar a


Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanas ou Degradan-
tes mediante notificação por escrito endereçada ao Secretário-Geral das Nações Unidas. A
denúncia produzirá efeitos 30 (trinta) dias depois da data do recebimento da notificação pelo
Secretário-Geral.

O art. 31.1 da Convenção prevê que todo Estado Parte poderá denunciar a presente Convenção
mediante notificação por escrito endereçada ao Secretário-Geral das Nações Unidas, mas a
denúncia somente produzirá efeito um ano depois da data de recebimento da notificação pelo
Secretário-Geral.
Errado.

050. (ACAFE/PC-SC/DELEGADO/2014/ADAPTADA) A partir da data de protocolo da denún-


cia de um Estado-parte à Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis,
Desumanas ou Degradantes, o Comitê não dará início ao exame de qualquer nova questão
referente ao Estado em apreço.

A Convenção prevê que a denúncia somente produz efeitos um ano depois do recebimento da
sua notificação pelo Secretário-Geral das Nações Unidas (art. 31.1). A partir dessa data (um
ano depois do recebimento da notificação) o Comitê deixa de dar início ao exame de qualquer
nova questão referente ao Estado em apreço (art. 31.3).
Errado.

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GABARITO
1. d 26. E
2. d 27. E
3. b 28. a
4. E 29. C
5. a 30. a
6. b 31. E
7. a 32. c
8. E 33. E
9. E 34. E
10. b 35. E
11. E 36. E
12. E 37. E
13. b 38. c
14. E 39. C
15. C 40. C
16. E 41. E
17. C 42. E
18. C 43. C
19. C 44. C
20. E 45. E
21. E 46. E
22. C 47. c
23. E 48. e
24. c 49. E
25. e 50. E

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REFERÊNCIAS

PETERKE, Sven (Coord.). Manual Prático de Direitos Humanos Internacionais. Brasília: Escola
Superior do Ministério Público da União, 2009.

PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional. 14. ed. rev. e
atual. São Paulo: Saraiva, 2013.

RAMOS, André de Carvalho. Curso de direitos humanos. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2020.

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Juiz federal substituto na Justiça Federal da 1ª Região. Bacharel em Direito pela Universidade Estadual
de Santa Cruz (UESC). Mestrando em Direito, Estado e Constituição pela Universidade de Brasília (UnB).
Ex-procurador da Fazenda Nacional. Ex-analista judiciário. Ex-técnico judiciário. Professor de Direito Inter-
nacional Público e Privado e Direitos Humanos.

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