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Ministério da Educação

Universidade Federal da Integração Latino-Americana


FÍSICO-QUÍMICA EXPERIMENTAL – QUI0007

Experimento 6 – Cinética química

1) Objetivo

Determinar o coeficiente de velocidade de uma reação de segunda ordem de reagentes em


concentração equimolar.

2) Introdução

A velocidade de uma reação pode ser estudada pela variação de uma grandeza em função do tempo
decorrido, como por exemplo, a concentração de um dos componentes do sistema. Considerando a
expressão:

𝑑𝐶
𝑣=
𝑑𝑡

Para a qual:
V é a velocidade;
dC a variação da concentração; e
dt o intervalo de tempo decorrido.
À medida que, no curso da reação química, variam as quantidades das substâncias presentes,
mudam as propriedades físico-químicas do sistema, ao ponto de se alterar a própria velocidade da reação.
Uma observação empírica da maior importância é que a velocidade de reação é, muitas vezes,
proporcional às concentrações molares dos reagentes, elevada a uma potência simples. Por exemplo, pode-
se observar que a velocidade é diretamente proporcional às concentrações dos reagentes A e B, assim:

𝑣 = 𝑘𝑡 [𝐴][𝐵]
O coeficiente kt que é característico da reação em estudo é chamado de constante de velocidade
(ou coeficiente de velocidade). A constante de velocidade é independente das concentrações das espécies
que tomam parte da reação, mas depende da temperatura.
Ainda com relação a concentração dos reagentes, esses podem influenciar na velocidade da reação
ou não, sendo classificada a reação como sendo de ordem zero, aquela na qual a concentração dos
reagentes não influencia na velocidade, ou seja, a velocidade é dependente apenas da constante.
𝑣 = 𝑘𝑡

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Por outro lado, as reações de primeira ordem são aquelas nas quais a concentração de um dos reagentes
influência na velocidade de maneira proporcional e as de segunda ordem aquelas nas quais quando a
concentração do reagente duplica, a velocidade quadriplica.
Esse experimento foca nas reações de segunda ordem, pretende avaliar o valor de K quando a
reação global é de segunda ordem.
A saponificação do acetato de etila pode ser representada por:

- -
C
HC
3OO
CH
2 5+OH C
HC
3OO +CH
2 O
5 H

Embora o mecanismo da reação possa envolver diversas etapas, não sendo tão simples como o
representado pela equação estequiométrica, verificou-se que a reação em questão segue uma cinética de
segunda ordem, ou seja:
=
vk
CHCOOC
3 H
2 OH
5

 
sendo v a velocidade de reação, k a constante de velocidade e CH 3COOC 2H 5e OH  −

as concentrações
de acetato de etila e hidroxila, respectivamente.
Para esta reação, sendo a e b as concentrações iniciais dos reagentes, podemos escrever:
dx
= (a−x)(b−x)
k (1)
dt
Se as concentrações iniciais dos reagentes forem iguais, a integração da equação (1) conduz a1:
1 x 
k=   (2)
ata−x

desde que a reação se encontre suficientemente longe do equilíbrio para permitir que se desconsidere o
termo correspondente à reação inversa.
No transcurso da reação de saponificação do acetato de etila observa-se uma diminuição da
condutividade devido à substituição dos íons hidroxila, de elevada condutividade, pelos íons acetato cuja
condutividade é bem menor que os primeiros. O progresso da reação pode, portanto, ser seguido por
medidas condutométricas.
A condutividade da solução pode ser obtida pela soma das condutividades dos íons presentes na
mesma, ou seja:

1
Se as concentrações iniciais forem diferentes, a integração da equação (1) fornece:
b
ln
(a−)=
x
(a
k −)t
b
a(b−)
x (3)

equação válida somente para a  b .

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t =cjj
j
(4)

no caso específico, a equação (4) pode ser escrita


=(
b−)

x−
OH
+
xCH−+
COO

b+
Na 3
 (5)

onde  é a condutividade da solução, c j é a concentração da espécie j e  j é a condutividade iônica


molar da espécie j.
Chamando de 0, t e as condutividades da solução nos tempos: zero, t e  , respectivamente,
a equação (5) permite escrever:


0=b −+
b 
 
+
OH Na

(
t=
b−)

x −+
x −+
b+

b 
OH CH
COONa 3

=  CH −
COO +
Na
+
b
3

combinando as equações acima, temos:

−
t=
x−− −  
 
0 OH CH
COO 3


t−
(
=−
ax)
 −
OH
−
CH−
COO 3

e, como consequência,
0− x
t
= (6)
t− a−x
Substituindo este valor na equação (2) e rearranjando, temos
10−

t=
t
+
 (7)
a
k t
A constante de velocidade pode então ser obtida a partir da concentração inicial dos reagentes e
do coeficiente angular da reta obtida em um gráfico  t em função de (0 −t )/t .

3) Materiais e reagentes
Solução de acetato de etila 1 mol L-1 preparada na hora;
Solução de hidróxido de sódio 1,0 mol/L;
01 condutivímetro;
01 Balão volumétrico de 100 mL;
02 provetas de 50 mL;
01 copo de béquer de 250 mL;
01 copo de béquer de 150 mL;
01 vidro de relógio;

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4) Procedimento Experimental
a) Prepare 100 mL de uma solução aquosa 1,0 mol L-1 de acetato de etila. A solução de acetato
de etila deve ser preparada na hora, pois sofre lenta decomposição com o tempo;
b) Coloque 25 mL desta solução em copo de bequer 250 mL, na temperatura de 30 ºC. Coloque
um vidro relógio para cobrir o copo;
c) E outro copo de béquer de 150 mL, coloque 50 mL de uma solução aquosa 1,0 mol/L de
hidróxido de sódio e mantenha o copo no banho termostatizado a 30º C;
d) Uma vez que as duas soluções tenham atingido a temperatura do banho termostático, verta a
solução de hidróxido de sódio no copo de bequer de 250 mL contendo o acetato de etila e agite
bem a mistura. Acione o cronômetro no momento da mistura e inicie a contagem do tempo;
e) Mantenha a reação no banho termostatizado a 30 ºC;
f) Faça leituras de condutividade de 60 em 60 segundos, durante 30 minutos;
g) Repita o mesmo procedimento para a temperatura de 40 °C;
h) Lave bem a célula de condutividade e deixe a mesma imersa em água destilada.
Observação importante: Enxaguar com água, após término da prática, toda vidraria utilizada.

Cálculos

Com os valores de condutividade obtidos, faça um gráfico relacionando  t com (0 −t )/t ;
A partir do coeficiente angular da reta obtida no gráfico anterior, e conhecendo as concentrações
iniciais dos reagentes, calcule o valor da constante de velocidade. Considere o primeiro valor
lido de condutividade como sendo o valor da condutividade no tempo zero.

Cálculos aplicados

Com as medidas experimentais construir do gráfico, para temperatura de 30 ºC e 40 ºC.


1 0 − t
A equação:  t = +   relaciona a condutividade da solução com a constante de
ak t
velocidade da reação. Comparando com a função da reta do gráfico, temos que 1/(a .K) é igual ao
coeficiente angular da reta. Logo podemos calcular a constante de reação de Segunda ordem, K.

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Determinação da constante de velocidade de uma reação de segunda ordem


V = Volume de NaOH 1 mol L-1: V = Volume de Ac. de etila 1 mol L-1: C0 :

Experimento a 30 oC Experimento a 40 oC

Tempo Tempo Tempo Tempo


 (S cm-1)  (S cm-1)  (S cm-1)  (S cm-1)
(min) (min) (min) (min)
1 16 1 16
2 17 2 17
3 18 3 18
4 19 4 19
5 20 5 20
6 21 6 21
7 22 7 22
8 23 8 23
9 24 9 24
10 25 10 25
11 26 11 26
12 27 12 27
13 28 13 28
14 29 14 29
15 30 15 30

K1 = _________________ K2 = ______________________

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