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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI

CURSO TÉCNICO EM BIOTECNOLOGIA

GUSTAVO ANTÔNIO SCHULES

JULIO VINICIUS OLIVEIRA PEREIRA

Relatório sobre a análise quantitativa de açúcares redutores por meio do


método de Somogyi-Nelson com o auxílio de espectrofotômetro

Curitiba, março de 23
INTRODUÇÃO

Os carboidratos, ou glicídios, são caracterizados pela quantidade de sacarídeos


em sua composição, além disso constituem aproximadamente 75% da biomassa
do planeta Terra e, conforme sua classificação, possuem diversas
aplicabilidades na indústria, tais como a produção de energia, alimentos,
fármacos, etc. Assim, devido a essas utilidades industriais, diversas técnicas
foram criadas para identificar os açúcares presentes nos carboidratos. [1,2,3,]

Essas técnicas, atualmente, podem ser realizadas com o auxílio de diversos


instrumentos, tais como refratômetro, espectrofotômetro, cromatógrafo, etc. [4]
Entre elas, a espectrofotometria Somogyi-Nelson é uma das mais memoráveis,
este método utiliza a oxidação do açúcar fazendo uso, principalmente, de um
complexo tingido formado por monossacarídeos, um cátion metálico,
normalmente Cu2+ e/ou Fe+, e um ácido molíbdico. [1,3,4,5]

A oxidação de monossacarídeos se dá devido a presença de grupos carbonílico


e cetônico livres, grupos esses capazes de oxidar na presença de agentes
oxidantes em soluções alcalinas. Tais sacarídeos são denominados açúcares
redutores, e são especificamente monossacarídeos, uma vez que oligo e
polissacarídeos possuem cadeias complexas, então, para que eles possam ser
analisados, passam por processo de hidrólise para simplificarem para mono.

OBJETIVO

Confeccionar e analisar, por meio de espectrofotometria, a concentração de


amostras de glucose dissolvidas em solução de Somogyi-Nelson.
DESENVOLVIMENTO

Materiais:

• 2g de Sulfato de Cobre (CuSO45H2O)


• 12g de carbonato de sódio (NaCO3)
• 6g de tartarato duplo de sódio e potássio (KNaC4H4H2O)
• 8g de bicarbonato de sódio (NaHCO3)
• 9g de sulfato de sódio (Na2SO4)
• 25g de molibdato de amônio [(NH4)6Mo7O244H2O]
• 21mL de ácido sulfúrico (H2SO4)
• 6g de arseniato de sódio (Na2HAsO47H2O)
• Frasco âmbar
• Água destilada
• Balão volumétrico 500mL
• Balão volumétrico 1000mL
• Béqueres diversos
• Estufa
• Capela com sistema de exaustão
• Tubo de ensaio
• Estante para tubo de ensaio
• 1g de glucose anidro
• Espectrofotômetro
• Espátula
• Balança analítica
• Bastão de vidro
• Pipeta graduada 10mL
• Pipetador de 3 vias
• Bico de Bunsen
• Tela de amianto
• Micropipeta
• Agitador de tubos
Procedimento:

O procedimento iniciou-se com o preparo das soluções de Somogyi-Nelson.

Solução de Somogyi (SA):

Pesou-se, com o auxílio de uma balança analítica, os reagentes necessários,


para que em seguida fossem diluídos em água destilada com o uso de béqueres
diferentes e bastão de vidro. Após isso, as misturas foram introduzidas em um
balão volumétrico de 500mL, e posteriormente, o recipiente com as misturas foi
avolumado com água destilada até o menisco.

Solução de Nelson (SB):

Assim como na SA, os materiais foram pesados/medidos, e, com o molibidato


de amônio já diluído em água destilada, levados a capela com sistema de
exaustão para que fosse feita a manipulação correta dos reagentes. Com as
misturas preparadas e já no interior de um balão volumétrico, a vidraria foi
avolumada com água destilada.

Depois de feitas, as soluções foram transferidas do balão volumétrica para seus


respectivos frascos âmbar, onde ficaram durante 24h em uma estufa a 37°C.

Passado o tempo, foi preparado 1L de solução de glucose 1g/L, para que em


seguida fossem feitas as amostras com as quantidades de insumo adequadas
fazendo uso da micropipeta. (Tabela 1)

Tubo Glicose (mL) Água destilada


1 0 1
2 0,1 0,9
3 0,3 0,7
4 0,5 0,5
5 0,8 0,2
6 1 0

Tabela 1: Relação das amostras com a quantidade de glicose e água.


Sequencialmente, 1mL de AS foi adicionado a cada uma das amostras, que,
então, foram colocadas para ferver em banho maria sobre o bico de Bunsen
durante dez minutos.

Após isto, esperou-se o resfriamento das amostras para, em seguida, adicionar


1mL de SB para cada amostra, além de mais 7mL de água destilada.

Feito isso, as amostras foram agitas com o auxilio de um agitador de tubos,


assim, sendo levadas para a analise no espectrofotômetro, o qual estava
analisando no comprimento de onda de 535 nm.
RESULTADOS E DISCUSSÕES

O preparo das soluções de Somogyi-Nelson foi feito de forma tranquila, e durante


o andamento do procedimento foi possível observar resultados semelhantes ao
da literatura [1,3], como as cores das soluções preparadas e das amostras após
fervura. Após a aplicação do SB, as cores das amostras alteraram para tons
azuis, e ficaram mais homogêneos após a agitação.

Os objetos de analise realizaram, então, a espectrofotometria (Tabela 2), e, com


base no tubo 1 (branco), analisou-se que as concentrações estavam muito altas,
pois apresentou valores mais altos que o ideal. Além disso, os valores irregulares
acarretaram em um gráfico da mesma espécie. (Gráfico 1)

Tubo Absorbância
1 0
2 0,523
3 2,290
4 3,028
5 2,312
6 2,293
Tabela 2: Valores de absorbância das amostras.

Curva Padrão
3,5 y = 14,193x + 1,3228
3 R² = 0,3092
2,5
2
Abs (y)
1,5
Linear (Abs (y))
1
0,5
0
0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12

Gráfico 1: Resultados da absorbância em formato gráfico

Após discussões, alcançou-se um consenso de que as amostras não estavam


diluídas o suficiente, sendo proposta a ideia de fazer outra bateria de amostras
que teriam 1mL da amostra inicial e outros 9mL de água, pois dessa forma
poderiam ser obtidos resultados mais consistentes com o idealizado.

CONCLUSÃO

Com base no registrado, chegou-se à conclusão de que o experimento foi


parcialmente bem sucedido. Pois alcançou as expectativas nos estágios iniciais,
porém, devido aos números incoerentes com o esperado, gerou-se um gráfico
não funcional com o objetivo proposto.
REFERÊNCIAS

1. MALDONADE, Iriane et al. Protocolo para determinação de açúcares


redutores pelo método de Somogyi-Nelson. Brasília: Embrapa, 2013.
4 p. Disponível em:
https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/81814/1/cot-
86.pdf. Acesso em: 14 de março de 2023.
2. POMIN, Vitor et al. BIOQUÍMICA - CARBOIDRATOS. Ciência Hoje,
Rio de Janeiro, v. 39, n. 233, p. 24-31, dezembro. 2006. Disponível
em: www.dbm.ufpb.br/~marques/Artigos/carboidratos.pdf. Acesso em:
14 de março de 2023.
3. JUNIOR, W. Carboidratos: Estrutura, Propriedades e Funções.
QUÍMICA NOVA NA ESCOLA, v. 1, n. 29, p. 8-13, agosto. 2008.
Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc29/03-CCD-
2907.pdf. Acesso em: 14 de março de 2023.
4. DORNEMANN, G. Comparação de métodos para determinação de
açúcares redutores e não-redutores. Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Porto Alegre, 2016. Disponível em:
https://lume.ufrgs.br/handle/10183/143940. Acesso em: 15 de março
de 2023.
5. ESPECTROCROMOGRAFIA, Fundamentos da. Universidade Federal
de Juiz de Fora. Juiz de Fora, 2016. Disponível em:
https://www2.ufjf.br/quimica/files/2016/08/Espectrometria-UV-vis.pdf.
Acesso em: 16 de março de 2023.

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