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PROTOCOLO CLÍNICO SETORIAL

Tema: diálise peritoneal: vantagens, desvantagens, indicações e contraindicações Versão Nº 02


Protocolo Nº 136 1ª Versão: dezembro de 2016 Atualização: fevereiro de 2021

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................... 2
OBJETIVOS .............................................................................................................................................. 2
CRITÉRIOS DE ADMISSÃO....................................................................................................................... 2
ATRIBUIÇÕES, COMPETÊNCIAS E RESPONSABILIDADES ........................................................................ 2
FLUXOGRAMA ........................................................................................................................................ 3
VANTAGENS ........................................................................................................................................... 3
DESVANTAGENS ..................................................................................................................................... 3
INDICAÇÕES ........................................................................................................................................... 4
CONTRAINDICAÇÕES .............................................................................................................................. 4
CRITÉRIO DE SAÍDA DO PROTOCOLO ..................................................................................................... 5
MONITORAMENTO ................................................................................................................................ 5
CONFLITOS DE INTERESSE ...................................................................................................................... 5
REFERÊNCIAS.......................................................................................................................................... 5
SIGLAS .................................................................................................................................................... 6
HISTÓRICO DAS VERSÕES....................................................................................................................... 6

Proibida a reprodução total ou parcial desta obra por qualquer meio eletrônico, mecânico, fotográfico e gravável, sem a
permissão expressa da Alta Administração do Hospital das Clínicas da UFMG (Lei Nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998).

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Diálise Peritoneal: Vantagens, desvantagens,
indicações e contraindicações

INTRODUÇÃO

A terapia renal substitutiva (TRS) deve ser iniciada após um processo de decisão compartilhada entre
pacientes, familiares, cuidadores e nefrologistas. Não há limiar perfeito de taxa de filtração
glomerular (TFG) a partir do qual deve ser iniciado o preparo com educação pré-diálise sobre os seus
tipos, pois há grande heterogeneidade na progressão da doença renal crônica (DRC). Para o paciente
com baixa probabilidade de progressão, apesar do estresse e custos envolvidos, pode haver
fortalecimento da aceitação da terapia.

Os portadores de DRC estágio 5 têm a TRS indicada quando já não possuem TFG suficiente para o
ótimo controle metabólico (escórias nitrogenadas, ácidos, potássio, fósforo, etc) e volêmico (sódio e
água). Há duas formas de TRS: transplante renal e diálise. Dentre as formas de diálise, há a
hemodiálise e a diálise peritoneal (DP).

A DP consiste na TRS que demanda transporte por meio de difusão, ultrafiltração e absorção de
solutos e de água através da membrana peritoneal - que separa dois compartimentos de líquido: os
capilares peritoneais com sangue e a cavidade abdominal, com a solução de diálise infundida.

OBJETIVOS
Sistematizar o conhecimento sobre DP baseado nas melhores evidências científicas sobre suas
vantagens, desvantagens, indicações e contraindicações para fortalecer a escolha do paciente quanto
ao tipo de TRS.
Orientar ao paciente que ao longo de sua vida pode necessitar de mais de uma modalidade de TRS
e que todas são selecionadas de forma a maximizar a sua qualidade e quantidade de vida.

CRITÉRIOS DE ADMISSÃO

Pacientes com diagnóstico de DRC avançada (estágios 4 e 5) e interessados em conhecer sobre uma
das formas de TRS que é a DP.

ATRIBUIÇÕES, COMPETÊNCIAS E RESPONSABILIDADES

Médico Educar pacientes portadores de DRC a partir do estágio 4 quanto aos tipos de TRS, com ênfase na DP.

Enfermeiro Educar pacientes portadores de DRC a partir do estágio 4 quanto aos tipos de TRS, com ênfase na DP.

Proibida a reprodução total ou parcial desta obra por qualquer meio eletrônico, mecânico, fotográfico e gravável, sem a
permissão expressa da Alta Administração do Hospital das Clínicas da UFMG (Lei Nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998).

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Diálise Peritoneal: Vantagens, desvantagens,
indicações e contraindicações

FLUXOGRAMA

VANTAGENS

Comodidade (terapia feita no domicílio);


Uma só visita mensal ao médico;
Maior flexibilidade (viajar, trabalhar, ir à escola, morar em lugares distantes do centro de diálise);
Dieta mais liberal (DP preserva melhor a função renal residual - FRR);
Necessidade menor de medicamentos para controle de complicações como anemia e DMO (DP
preserva melhor a FRR);
Menor risco de infecção pelo HBV;
Menor custo;
Execução simples;
Não necessita de circulação extracorpórea e, consequentemente, de anticoagulação;
Menos efeitos adversos por remoção lenta e sustentada de líquidos;
Menor risco de hipercalemia, viabilizando maior uso de cardioprotetores);
Maior sobrevida nos primeiros anos em relação ao paciente que inicia HD.

DESVANTAGENS
Procedimento diário que pode resultar em esgotamento (síndrome de Burnout) em pacientes,
familiares e cuidadores;
Necessita de responsabilidade (assepsia rigorosa e compromisso com as trocas);
Risco de infecção (Infecção em óstio de saída, infecção de túnel e peritonite);
Proibida a reprodução total ou parcial desta obra por qualquer meio eletrônico, mecânico, fotográfico e gravável, sem a
permissão expressa da Alta Administração do Hospital das Clínicas da UFMG (Lei Nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998).

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Diálise Peritoneal: Vantagens, desvantagens,
indicações e contraindicações

Necessidade de boa cognição e habilidade motora ou um cuidador treinado, como fator limitador;
Risco de complicações metabólicas (obesidade, hipertrigliceridemia).

INDICAÇÕES

Portadores de DRC 5 com indicação de TRS e as seguintes características:

Crianças < 15Kg;


Presença de FRR;
Problemas com transporte ou moradia em locais distantes;
Cardiopata grave (maior estabilidade hemodinâmica e eletrolítica em DP);
Vasculopata grave (diabéticos, tabagistas, idosos) e falência de aceso vascular.

CONTRAINDICAÇÕES

Absolutas:

Falta de uma membrana peritoneal funcional por aderência, fibrose ou câncer;


Cirurgias abdominais extensas e múltiplas (falência de ultrafiltração (UF));
Incapacidade mental ou física (paciente sem cuidador disponível);
Defeitos mecânicos abdominais incorrigíveis (onfalocele, gastrosquise).

Relativas:

Presença de corpo estranho intra-abdominal implantado (p.ex., prótese vascular, derivação


ventrículo peritoneal);
Doença intestinal inflamatória em atividade (p.ex., diverticulite, doença de Crohn);
Hérnias de parede abdominal grandes e incorrigíveis (pela estética, mas com menor risco de
encarceramento que as pequenas);
Câncer abdominal (aumenta a taxa de complicações mecânicas e infecciosas)
Infecção de pele ou de parede abdominal;
Colostomia ou ileostomia (aumenta a taxa de infecção de local de saída);
Obesidade mórbida (inadequação dialítica);
Desnutrição grave (perda protéica pela DP).

Proibida a reprodução total ou parcial desta obra por qualquer meio eletrônico, mecânico, fotográfico e gravável, sem a
permissão expressa da Alta Administração do Hospital das Clínicas da UFMG (Lei Nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998).

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Diálise Peritoneal: Vantagens, desvantagens,
indicações e contraindicações

CRITÉRIO DE SAÍDA DO PROTOCOLO


Pacientes que já iniciaram terapia renal substitutiva em diálise peritoneal.

MONITORAMENTO

Portadores de DRC acompanhados no ambulatório devem ter o RFG estimado e aqueles que se
encaixam no estágio 4 e 5, devem ser encaminhados à enfermeira e médico nefrologistas do
ambulatório de DP.

CONFLITOS DE INTERESSE
Os participantes declaram não haver conflito de interesse.

REFERÊNCIAS

DAUGIRDAS, J. T., BLAKE, Peter G. and Ing, Todd S. Handbook of Dialysis fifith edition 2015
Pliladelphia, USA

CHAN, Christopher T, BLANKESTIJN, Peter J. DEMBER, Maurizio Gallien, HARRIS, David C.H, LOK,
Charmaine E, MEHROTRA, Rajnish, STEVENS, Paul E, WANG, Angela Yee-Moon, CHEUNG ,Michael,
WHEELER, David C, WINKELMAYER, Wolfgang C. and POLLOCK, Carol A. Dialysis initiation, modality
choice, access, and prescription: conclusions from a Kidney Disease: Improving Global Outcomes
(KDIGO) Controversies Conference, Madrid, Spain https://kdigo.org/wp-content/uploads/2017/
02/KDIGO-Dialysis-Initiation-conf-report-FINAL.pdf Acesso em 3/11/2020

PIRKLE, James L. Evaluating patients for chronic peritoneal dialysis and selection of modality

Literature review current through: Oct 2020. | This topic last updated: Feb 15, 2019.
http://uptodate.com/online Acesso em 04/11/2020

Proibida a reprodução total ou parcial desta obra por qualquer meio eletrônico, mecânico, fotográfico e gravável, sem a
permissão expressa da Alta Administração do Hospital das Clínicas da UFMG (Lei Nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998).

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Diálise Peritoneal: Vantagens, desvantagens,
indicações e contraindicações

SIGLAS

DP Diálise Peritoneal

DRC Doença renal crônica

FRR Função renal residual

TFG Taxa de filtração glomerular

TRS Terapia renal substitutiva

UF Ultrafiltração

HISTÓRICO DAS VERSÕES

1ª versão

Elaborada em 2016 por: Antônio Carlos Laender Moreira.


Avaliada em novembro de 2016 por: Jenaine Oliveira Paixão.
Responsável técnico: Jenaine Oliveira Paixão.
Aprovada em dezembro de 2016 por: Andréa Maria Silveira, gerente de Atenção à Saúde e
diretora técnica.

2ª versão
Elaborada em novembro de 2020 por: Simone Costa Oliveira Nascimento.
Avaliada em fevereiro de 2021 por: René Coulaud Santos da Costa Cruz.
Responsável técnico: Jenaine Oliveira Paixão.
Aprovada em fevereiro de 2021 por: Alexandre Rodrigues Ferreira, gerente de Atenção à Saúde e
diretor técnico.

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